Historia do Brazil. Tomo quarto

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168 HISTORIA DO BRAZIL. 1652. nuir. D’isso ficou Vieyra convencido, vendo quão pouco podera sobre o principe, mais ainda lhe restava a esperança de arranjar passagem na Madeira, e julgou melhor embarcar para aquella ilha sem ver primeiro el-rei, parecendo-lhe menos grave contrariar o agrado do monarcha, do que desobedecer a uma ordem formal emanada de seus labios. Deixando pois o príncipe, voltou a Belem, onde encontrou Ribeiro com a noticia de que o navio tocaria na Madeira e alli o desembarcaria. Este e outro Jesuita, que com elle vinha, procurarão comtudo dissuadil-o do intento, mas Ribeiro argumentava como quem falia contra a propria convicção, fazendo ver o perigo de perder as boas graças d’el-rei : Vieyra respondeu que quanto mais as arriscasse pelo serviço de Deus, maior razão haveria para que lhas conservasse o rei, e com mais confiança poderia elle mesmo esperar a continuação d’ellas, como quem melhoras teria merecido. Seguiu pois para bordo. Suspendiase o ultimo ferro, quando o vento refrescou de modo que não foi possível dar volta ao cabrestante, e perdida assim a maré, foi mister esperar pela manhã seguinte. Entretanto ao ir para bordo fora Vieyra visto pelo provincial de S. João de Deus que passara por elle n’um bole. Visitando a condessa de Obidos contou o provincial a Fr. Ignacio Mascarenhas quem encontrara; Mascarenhas mandou recado ao conde de Castanheda, o conde ao príncipe, o príncipe ao


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