Longevidade em Foco 05

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Gordura abdominal eleva risco de osteoporose

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Já há algum tempo, a gordura acumulada na região da barriga é conhecido fator de risco para doenças cardiovasculares e diabetes, entre outros males. Mas estudo recente feito por pesquisadores da Universidade Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, mostrou que também pode contribuir para que o homem tenha osteoporose. Segundo os cientistas, a gordura acumulada no abdome e a gordura visceral (que se deposita em torno dos órgãos internos do corpo) reduzem a densidade e a resistência dos ossos dos homens. A pesquisa envolveu 35 homens obesos com idade média de 34 anos. Todos foram submetidos a exames para avaliar a taxa de gordura no corpo e sua densidade óssea. De acordo com os resultados, os indivíduos que apresentavam níveis mais elevados de gordura visceral e abdominal apresentavam menor resistência óssea, em comparação com aqueles com os menores níveis de gordura. O estudo não encontrou, porém, associação entre IMC ou idade e falta de rigidez dos ossos. No entanto, os pesquisadores observaram que a massa muscular pode favorecer a saúde dos ossos – quanto maior a massa muscular, melhor a qualidade dos ossos. Os participantes do estudo apresentavam índice de massa corporal (IMC) de 36,5 – obesidade grau 2. Os voluntários foram submetidos a uma tomografia do abdômen e da coxa para avaliar a quantidade de gordura e massa muscular, além de outro exame em alta resolução do antebraço, para analisar a força dos ossos e o

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risco de fraturas. De acordo com autores da pesquisa, os participantes obesos com uma grande quantidade de gordura visceral tinham a força óssea significativamente reduzida, quando comparado com aqueles com IMC similar, mas pouca gordura na barriga. Segundo especialistas, a gordura visceral surge em razão da má alimentação e do sedentarismo, mas também por questões genéticas. “A gordura visceral se deposita ao redor dos órgãos internos do corpo. Por sua proximidade com os órgãos da cavidade abdominal, quando moléculas de gordura são liberadas desse depósito, elas afetam o funcionamento desses órgãos (como pâncreas, fígado e rins), comprometendo a saúde cardiovascular. O acúmulo dessa gordura também desencadeia outros problemas, como aumento da quantidade de açúcar no sangue, prejuízo da ação da insulina e das paredes das artérias – quadros que podem levar ao diabetes e a derrames”, lembra Idílio Miragaia Dias (CRM SP 35953), médico e diretor da Sociedade Brasileira de Estudos da Fisiologia (Sobraf). Criada em outubro do ano passado, a Sobraf tem como missão promover e fomentar o conhecimento relativo à fisiologia humana, contribuindo para a propagação de práticas de prevenção em saúde. Outro estudo, este desenvolvido pela Clínica Mayo, nos Estados Unidos, e apresentado no final do ano passado, mostrou que pessoas com peso considerado normal, mas com acúmulo de gordura na barriga, têm mais riscos de morrer do que pessoas obesas. Segundo os pesquisadores, os riscos de morrer por problemas cardiovasculares são 2,75 vezes mais altos e, por problemas em geral, 2,08 vezes mais elevados em pessoas com IMC normal,

Pesquisa demonstrou que pessoas com níveis mais elevados de gordura visceral e abdominal tinham menor resistência óssea


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