Acreditação em Saúde 4

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Acompanhando de perto a evolução clínica do paciente Programa de monitoramento telefônico criado pela Amil Total Care reforça cuidado com a saúde de usuários portadores de doenças crônicas

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acientes com doenças crônicas necessitam de acompanhamento contínuo, para que se mantenham estáveis e possam alcançar a melhoria integral da sua saúde. E que tal um programa de monitoramento telefônico, em que as informações clínicas do paciente – se ele foi à consulta médica agendada, ou se a taxa mostrada no resultado do último exame ficou dentro do esperado, por exemplo – são acompanhadas on-line por uma equipe de profissionais que, ao menor sinal de problemas, telefona e fala diretamente com o paciente ou seu cuidador, evitando assim possíveis complicações? É essa a proposta do programa criado pela Amil Total Care, de São Paulo, que se tem mostrado eficaz na redução dos índices de reinternação, com consequente queda nos custos de tratamento do paciente, o que, por sua vez, beneficia as medidas de promoção e prevenção à saúde.

Inicialmente, a metodologia foi adotada para acompanhar pacientes que fazem uso do anticoagulante oral varfarina sódica: aqueles que têm problemas vasculares (por terem propensão a quadros de embolia e trombose); e os valvopatas, que usam válvula mecânica no coração. Com o resultado positivo alcançado, o projeto foi, recentemente, estendido para pacientes com outras patologias crônicas, como asma, diabetes, insuficiência cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica. Para a farmacêutica Thiara Abramo Maddalena, supervisora de Práticas Assistenciais do serviço, a implantação do programa representa importante incremento para o resultado assistencial e o desenvolvimento de proces-

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sos para garantir melhor segurança do paciente e a comunicação efetiva.

Menor risco de complicações “O objetivo é acompanhar o usuário para evitar sangramentos e tromboses. Monitoramos on-line a evolução de cada paciente, por meio do prontuário eletrônico, para ver se, entre outros indicadores, o paciente está dentro do nível médio de Razão Normalizada Internacional (RNI), usado para medir o efeito da medicação com a tendência de coagulação no sangue”, comenta a farmacêutica. Se o nível subir, o paciente pode sofrer um episódio de sangramento e, se cair, pode sofrer formação de coágulos, com risco de embolia. Maddalena lembra que esses pacientes tomam medicação diariamente, e 75% deles têm-se mantido dentro do nível médio necessário, mensurado por meio do método Therapeutic Time in Range (TTR), que mede o tempo em que o paciente encontra-se na meta definida de anticoagulação. Ela ressalta ainda que o trabalho mostra outros bons resultados, entre eles a queda no número de episódios de sangramento: de três, em 2010, para apenas um, no ano retrasado. Em 2012, não houve registro de nenhum. “Justamente em razão dos resultados positivos, estendemos o programa para outras doenças crônicas”, comenta a profissional, que lembra que outro indicador que mostra o sucesso da ação é a redução no número de retorno dos pacientes ao consultório médico, antes da próxima consulta agendada. Segundo ela, a queda no total de retornos gira entre 50% e 60%. A farmacêutica explica que, muitas vezes, os pacientes voltavam antes da data da consulta, porque tinham alguma intercorrência ou simplesmente para tirar dúvidas. “Conseguimos diminuir a possibilidade de eventos de risco. Isso quer dizer que estamos melhorando cada vez mais a qualidade do serviço prestado e a segurança do paciente”, diz a farmacêutica, que lembra que todos os protocolos adotados pelo Total Care seguem o que preconiza a Joint Commission International (JCI), o maior órgão certificador de serviços em instituições de saúde do mundo, que no Brasil é representado pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA).

Qualidade de vida O monitoramento telefônico é feito não só a partir das informações colocadas no prontuário eletrônico de cada paciente, mas também com base em indicadores e metas a serem atingidas por ele, para que mantenha um quadro clínico estável. Nos contatos com os pacientes, os atendentes também ajudam o usuário a conhecer um pouco mais sua doença; os riscos de complicação, caso ele não a mantenha sob controle; quais os efeitos dos medicamentos que ele usa; além de conversarem sobre a importância da adesão ao tratamento e de ter mais qualidade de vida. “Orientamos todos para que façam exercícios e mantenham uma alimentação saudável. No final, muitos pacientes criam um elo maior com o pessoal do serviço e sempre ligam quando têm dúvidas. Há uma relação de confiança já construída”, comenta. Para a supervisora do programa, o monitoramento faz com que o paciente crônico sinta-se valorizado, o que ajuda a melhorar a autoestima. Ao manter contato com uma equipe interessada no seu caso, o paciente tem uma postura mais positiva em relação à sua patologia. A farmacêutica lembra ainda que, ao ser atendido pela primeira vez pelo médico, o paciente recebe um manual que contém informações sobre o programa de monitoramento telefônico e também um mapa com uma espécie de farol, que lembra os sinais de trânsito – com as cores vermelho, amarelo e verde. “Cada cor contém uma série de sintomas e diz o que está ocorrendo no seu organismo. Isso ajuda o paciente a perceber como está sua situação clínica e o que ele deve fazer. A cor verde mostra que ele está estável, pode seguir em frente; o amarelo para ele ter cuidado e procurar o serviço; já o vermelho significa procurar um atendimento de emergência”, explica.

Ampliando o monitoramento De acordo com Thiara Maddalena, a inclusão das demais doenças crônicas no programa ocorreu há cerca de seis meses e ainda não é possível fazer uma análise do resultado do monitoramento, mas o índice de aceitação por parte dos pacientes é bem elevado. Ela conta que o serviço representa uma importante ferramenta de apoio à equipe médica, em qualquer uma das patologias. Outro benefício para o usuário é que a equipe de monitoramento sempre acompanha a ida às consultas. Se

um paciente faltar, por exemplo, o serviço liga para ele, remarca a consulta para outra data e já lhe informa o novo dia e horário. “Outra ação importante é que sempre procuramos falar com o paciente usando uma linguagem simples, mesmo quando estamos falando sobre temas mais complexos, como problemas decorrentes da doença ou atuação do medicamento no organismo e sobre a doença. Sempre pedimos que ele repita as informações recebidas, para termos certeza de que ele entendeu. Depois, todas essas informações que passamos são inseridas no prontuário eletrônico, para que o médico acompanhe on-line o que está ocorrendo e qual a condição do paciente”, explica. Maddalena lembra ainda que a participação dos familiares é importante no tratamento do paciente com doença crônica. Por isso, a equipe do programa de monitoramento sempre procura envolver as pessoas que convivem com o doente nas conversas telefônicas. “Falamos com o familiar ou o cuidador no sentido de envolvê-lo no trabalho de orientação do paciente, em relação à doença, aos medicamentos, aos indicadores e às metas que devem ser mantidas, para que ele permaneça com um quadro de saúde estável”, reforça a supervisora de práticas assistenciais do Programa de Monitoramento Telefônico do Amil Total Care.

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