Conto Viajante 3

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BIBLIOTECA ESCOLAR

Uma aventura na Caravela

ÁREA DE PROJETO – Departamento do 4º ano

Ano letivo 2011/2012


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Na manhã do dia dezasseis de março, os alunos do quarto ano do Agrupamento de Escolas de São Bruno fizeram uma visita de estudo à caravela quinhentista “Vera Cruz” que é uma réplica das caravelas usadas na época dos Descobrimentos. Estava um dia nublado e a brisa do rio era arrepiante. Enquanto esperavam pela visita, os alunos aproveitaram para lanchar e confraternizar uns com os outros. Estavam curiosos: - Como será a Caravela? Logo que entraram na Caravela a guia avisou os alunos que tinha ocorrido um roubo. - Imaginem que aqui vieram uns demónios que roubaram o biscoito (pão que os marinheiros comiam, no tempo dos Descobrimentos): - Demónios?! – Repetiram os alunos, assustados. Mas o susto não foi geral. A Joaquina, o Ulisses, o Jaime e a Zélia ficaram entusiasmados com a história.

- Será o início de uma nova aventura? – Pensaram os quatro, enquanto se entreolhavam.

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A guia começou a fazer a apresentação da Caravela. Era muito divertida e empolgante a forma como ela contava: quem usava as caravelas, para que é que serviam, os instrumentos utilizados, o que os marinheiros faziam e o que comiam… Até que falou do porão, onde viajavam os animais e os escravos. - Temos de ir ao porão! – Disse o Jaime aos seus amigos. A guia parecia que o tinha ouvido, apesar do Jaime ter falado baixinho. - Ninguém pode descer ao porão. – Informou a guia - Por que será que não podemos descer ao porão? – Questionaram-se os quatro amigos aventureiros… Então os quatro amigos tiveram uma ideia. Enquanto os outros foram ver o leme, subiram ao mastro grande para se afastarem do grupo. Os restantes acabaram a visita e dirigiram-se para o local do autocarro. Entretanto os quatro amigos desceram para o porão e verificaram que o chão estava esburacado. O Jaime tropeçou… Ao cair, pareceu-lhe ter visto um esqueleto de um escravo e exclamou: - Um esqueleto!!!!! A Joaquina ficou toda arrepiada e quase desmaiou. A Zélia interrompeu: - É só uma garrafa de rum com um pedaço de papel!!

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Os quatro amigos ao olharem para a garrafa suja, cheia de pó, teias de aranha, com pedaços de ossos e… ficaram espantados, indecisos. O Ulisses resolveu abrir a garrafa: - Bum!!

Os amigos ficaram todos cheios de pó, com a visão embaciada e viram tudo turvo. Com aquela visão turvada apareceu-lhes um “Portal do Tempo”. Intrometidos como eram, resolveram espreitar. E, pumba! Caíram no século XV na Época dos Descobrimentos!

- Ah! A minha saia cresceu e está rasgada! – Exclamou a Zélia. - Oh! Os meus calções. – Gritou a Joaquina. - Ah! A minha PSP! – Disse o Ulisses. -Ah! O meu MP4. – Concluiu o Jaime. Passado o momento de euforia, os amigos começaram a pensar em soluções para o regresso. Mas, o inteligente do Jaime decidiu ver melhor o pedaço de papel que se encontrava na garrafa. ÁREA DE PROJETO – Departamento do 4º ano

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- Atenção, há aqui um mapa. Vamos descobrir as pistas e ver onde isto nos levará.- Sugeriu o Jaime.

- Vamos. – Gritaram todos ao mesmo tempo.

- Vai ser uma aventura e peras! – Disse a Zélia

A Joaquina, a Zélia e o Ulisses aproximaramse do Jaime e leram ao mesmo tempo:

Se a outra pista queres encontrar, Ao pé do mar tens de estar.

- Que quererá isto dizer? – Perguntou a Joaquina - Quer dizer que temos de procurar a outra pista perto do mar. – Respondeu o Ulisses Assim que o Ulisses falou, ouviram um barulho. Esconderam-se e viram alguém descer as escadas do porão, pousar uma caixa e afastar-se.

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Os quatro amigos nem queriam acreditar, olharam uns para os outros e exclamaram ao mesmo tempo: - É, é, é… é o Pedro Álvares Cabral!

- Então, estamos na época dos Descobrimentos! – Declarou a Zélia surpreendida. Discretamente saíram da Caravela e caminharam à beira do rio Tejo, até chegarem ao forte de S. Bruno, em Caxias. Cansada, a Joaquina encostou-se a uma pedra do forte e … a pedra rodou! Repararam que a pedra tinha uma mensagem gravada que dizia:

Para o portal encontrar, Na Caravela terás de embarcar E com Pedro Álvares Cabral terás de navegar.

- Oh, não! Isto é mau! – Exclamou a Joaquina – E se todos morrermos? E se nunca mais voltarmos?

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- Acalma-te, não sejas negativa. Só temos de viajar com Pedro Álvares Cabral até ao Brasil. – Respondeu o Jaime

Regressaram a Belém e procuraram a caravela. Esperaram que anoitecesse e esconderam-se no porão. Adormeceram encostados uns aos outros mas, durante a noite, acordaram assustados ao sentirem algo a roçar nas pernas, eram… raaatos!! Aos gritos saíram a correr do porão. Já não conseguiram adormecer e permaneceram no convés. Na manhã seguinte, encheram-se de coragem e esconderam-se, novamente, no porão. Durante toda a manhã sentiram uma grande azáfama no convés. Eram os preparativos para a partida da armada comandada por Pedro Álvares Cabral.

El-rei D. Manuel I entrou na caravela, dirigiu-se a Pedro Álvares Cabral e disse: - Pedro Álvares Cabral, tendes como importante missão descobrir novas terras e divulgar a fé cristã. - Será para mim uma grande honra, meu rei. – Respondeu Pedro Ávares Cabral. Ouvindo estas palavras, os quatro amigos pensaram: - Igual ao teatro que vimos na caravela! Que aventura! Após a partida, os amigos ficaram preocupados com a dura viagem que sabiam ter pela frente. Como iriam fazer?

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BIBLIOTECA ESCOLAR Ao anoitecer, o mais forte dos marinheiros aparece, de repente, no porão, para ir buscar comida. Ao abrir o armário, descobre os intrusos e exclama: - Crianças!? Que fazem aqui? Vamos já falar com o comandante!

Posto isto, sem que os amigos tivessem tempo de se justificar, foram arrastados até ao convés. - Meu comandante, meu comandante, havia ratos no porão! – Gritou o marinheiro. - Hei, nós não somos ratos! – Refilou, indignado, Ulisses. - Seja lá o que forem… Espantado com os esquisitos clandestinos, o comandante questionou: - Quem são vocês? O que estão aqui a fazer? - Eu sou o Ulisses e estes são os meus amigos, a Joaquina, a Zé, o Jaime… - E que fazem aqui? – Interrompeu Pedro Álvares Cabral. - Queríamos viajar e descobrir novas terras, senhor. – Disse o Jaime. - Queríamos? – Perguntou o Ulisses. - Sim, sim. – Disseram as meninas dando-lhe cotoveladas.

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BIBLIOTECA ESCOLAR Após uns minutos de silêncio e troca de olhares, o comandante ordenou: - Dai baldes e escovas a estes intrusos, eles que limpem todo o convés!

- Limpar? Nós? – Exclamaram em coro as crianças. Prontamente apareceram dois marinheiros com um balde e uma escova para cada um e ordenaram: - Toca a limpar, aqui todos trabalham! Os quatro amigos agarraram no material contrariados, mas resolveram limpar.

Já de joelhos e pronta para esfregar, Zélia reparou que o seu balde tinha algo gravado. Fez sinal aos companheiros, que se aproximaram, e leram:

Para o portal encontrar, Na porta secreta terás de passar, E a adivinha acertar. - E agora? Que porta? – Interrogou a Joaquina.

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BIBLIOTECA ESCOLAR - Meu Deus, agora é que se fica aqui para sempre! – Disse a Zélia com a voz trémula. Os quatro amigos combinaram ficar acordados, à espera que todos adormecessem, para depois procurar a tal porta. Assim pensaram, assim fizeram. Quando todos estavam a dormir, procuraram a porta por todo o lado, mas sem resultado.

- E agora? Já procurámos em todos os cantos! – Disse o Jaime. - Não. Ainda falta um sítio. – Disse o Ulisses. - Onde? – Perguntaram os outros em coro. - Nos aposentos do comandante. – Respondeu imediatamente o Ulisses. - Pois, mas agora temos de esperar que amanheça. – Refere a Zélia aborrecida. Todos concordaram

que

tinham de esperar e resolveram ir dormir um

pouco

até

amanhecer. Acordaram com a azáfama dos trabalhos diários na caravela e, assim que conseguiram, esgueiraram-se para os aposentos de Pedro Álvares Cabral.

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BIBLIOTECA ESCOLAR Já lá dentro, procuraram, um em cada canto, até que, ao abrir a porta do armário, Ulisses viu gravada a adivinha. Chamou os colegas e leram:

O portal vai abrir, Quando a resposta se ouvir: Doze irmãs Com quatro quartos, Têm meias Sem Sapatos

- Boa! Agora é que estamos tramados! – Exclamou Joaquina. Jaime sorriu e disse: - Não estamos nada. É fácil! - Ai é? – Interrogaram os outros. - Amigos, eu já ouvi essa adivinha. A resposta é… as horas. Mal pronunciou a resposta… - Bum!!

Apareceu o tão desejado portal.

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Apressaram-se a entrar, antes que chegasse alguém, e regressaram de novo ao porão da caravela e ao ano 2012. Contentes, correram para o convés, onde já estava a Dona Luísa, a auxiliar da escola, a reclamar, pois os colegas já estavam no autocarro e eles tinham ficado para trás.

De tão contentes que estavam, nem se importaram com o ralhete. Riram-se, deram-lhe um beijo e foram a correr ter com os colegas.

E assim tinha terminado esta nova grande aventura dos quatro amigos aventureiros.

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Conto colaborativo, escrito durante o ano letivo de 2011/2012 pelas turmas de 4.º ano do AE São Bruno – Caxias.

Professoras titulares das turmas participantes: - Ana Filipa da Silva - Carla Domingues - Fátima Baptista - Maria Isabel Garcia

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