mais da metade estão em irregularidade jurídica. Esta questão foi interessante porque as pessoas trabalham por conta de outrem, mas quando lhe perguntamos pelo estatuto jurídico, não têm. Em relação à inserção no mercado de trabalho, 60% dos trabalhadores não são qualificados ‐ pessoal dos serviços e vendas, operários e operadores de máquinas, 30% trabalham entre 41 a 60 horas e 4% mais de 61 horas/semana. Ainda relativamente à caracterização, 60% têm o seu processo regularizado e 35% possuem autorização de residência duração, só 6 pessoas têm, também, a nacionalidade portuguesa. O tempo de residência médio é de 4 anos. Outra questão interessante é que 55% desejam e 21% não desejam retornar para o Brasil. Os motivos para o retorno são principalmente a família, a saudade, a emigração ser temporária e motivos económicos. Os motivos dados para desejar permanecer em Portugal foram a violência e a falta de estabilidade no Brasil. Neste momento é provável que muitos, daqueles que demonstraram esse desejo, já tenham retornado. Ao nível da auto‐apreciação do estado de saúde atual, 80% consideram‐no muito bom ou bom e menos de 1% consideram mau ou muito mau. Claro que temos de perceber o que é para um ou uma brasileiro/a um estado de saúde bom ou muito bom e para um ou uma portuguesa e isso não foi estudado. No acesso aos cuidados de saúde 34% são beneficiários do SNS e este número aumenta com os anos de residência e 61% não estiveram em consultas nos últimos 3 meses, sendo as mulheres a apresentarem mais consultas. Em relação às consultas de saúde reprodutiva, estas são mais frequentes no grupo em regularidade jurídica. Como ouvimos de manhã, esta situação se está a agravar com as mudanças das prescrições eletrónicas e do sistema informático. Relativamente aos casos em Provável Sofrimento Psicológico, 23,4% estão em PSP e, na literatura, 50 a 60% destes casos seriam diagnosticados com 1 ou mais perturbações. Os homens apresentam melhores resultados do que as mulheres em relação ao MHI‐5 score e nos 5 itens em separado No caso das mulheres 43,5%, entre os 35 e 44 anos, estão em Provável Sofrimento Psicológico. Quem trabalhava entre 61 a 80 horas/semana apresentou piores resultados no MHI‐5 score e também houve correlações significativas entre MHI‐5 score e ter doença crónica, auto‐apreciação do estado de saúde e qualidade de vida. Comparando comunidade imigrante e população nacional, numa experiência que fiz através do 4º Inquérito Nacional de Saúde, com muitas ressalvas pois o meu Estudo não tem representatividade, para além da questão da idade, a estrutura etária da população em Portugal e a população do Estudo apresentado, que
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