A Menina Que Semeava - Lou Aronica

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— Você entende o que está em jogo aqui? O reino que eu amo está se desintegrando e eu não posso fazer nada quanto a isso. Talvez pudesse fazer alguma coisa se tivesse acesso a todos os dados, se estivesse lá fora nos campos, se estivesse trabalhando com os analistas, mas não vamos saber disso nunca porque o ministro e seu portante ajudante acreditam que eu não estou preparada para lidar com a informação. Enquanto Miea sentia seu controle ir embora, ela ficou impressionada como Dy son era capaz de manter sua própria calma. A cabeça acompanhava seus movimentos, mas o rosto continuava calmo. — Vossa Majestade, novamente eu sugiro que discuta esse assunto com o ministro Thuja. Se a senhora realmente acredita que estamos escondendo algo vital, ele é a única pessoa que pode lhe garantir o contrário. Miea fechou os olhos. Por alguma razão ela se lembrou do olhar de desespero no rosto de Becky quando ela disse que precisava voltar. Miea não tinha ideia da razão, mas a garota estava terrivelmente chateada e até mesmo confusa. Miea certamente sabia o que era aquela sensação. Nada estava dando certo. Não estavam mais perto de uma solução para esse mal — pelo menos até onde ela sabia — do que quando o descobriram. Thuja tinha desafiado sua autoridade abertamente, e Dy son a estava tratando com formalidade. Com os olhos ainda fechados, Miea sentiu seus joelhos bambearem ligeiramente. Ela não achou que fosse desmaiar, nem mesmo cair, mas por um segundo parecia que o chão havia se movido sob seus pés. Ela abriu os olhos e levou um momento para se recuperar. Sentou-se novamente na sua mesa. — Você está bem? — Dy son perguntou num tom que ela já não estava mais acostumada a ouvir. Seus olhos se fixaram nos dele e ela percebeu sua preocupação. Não, não estou bem, estou preocupada. Estou frustrada. Estou sozinha. Não estou certa de poder lidar com isso. — Sim — ela disse acenando lentamente com a cabeca —, estou bem, vou pedir um pouco de água e talvez algo para comer. Não tive tempo para almoçar hoje. — Mas você está bem? — Claro que estou bem. O que aconteceria se eu dissesse que não estou? O que você faria então, Dyson? Você me ajudaria a superar isso? Será que você conseguiria fazer isso mesmo que quisesse? — Obrigada pelo seu relatório. Dy son se levantou e, por um breve momento, Miea não conseguiu entender a expressão dele. Ele se recompôs rapidamente. — Obrigado, Vossa Majestade. Ele se curvou ligeiramente, virou e saiu da sala. Miea o observou ir embora e continuou a olhar na direção dele por vários segundos depois que ele desapareceu. Só a chegada de Sorbus na sua porta a fez voltar ao presente.


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