Sara Mosli - Portfólio

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SARA MOSLI


Nascida em Ouro Preto/MG, em 1994. Graduada em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFMG (2016), mestra em Filosofia com ênfase em Estética e Filosofia da Arte pela UFOP (2020). Vive e trabalha em Tiradentes, MG. Explora diferente técnicas e materiais, trabalhando com temas relativos à formação da identidade e da subjetividade, sua relação com a narrativa histórica, a linguagem como forma e estrutura, e, entre outros, a tensão e os limites entre a ficção e realidade.


CADERNO VERMELHO 2016 | livro de artista e projeto de instalação


Antônio Umbelino, historiador e poeta pernambucano, encontra no ano 2007 uma caixa no lixo de um bairro pelo qual passava na cidade de Ouro Preto/MG. A caixa continha livros, revistas, jornais, fotos de família, selos e uma carta assinada por “Aleksey Schevchenko”. Antônio inicia então uma investigação sobre quem é ou foi Aleksey, o motivo pelos quais seus objetos se encontravam no lixo e porquê a carta expressava tanta angústia e deslocamento. Antônio descobre que Aleksey foi um astrofísico soviético, radicado no Brasil a partir de 1989, logo antes da queda do muro de Berlim. Fatos históricos e subjetivos passam a fazer parte da mesma trama: o sujeito que possui sua identidade fragmentada em resposta à fragmentação da ideia de nação soviética. A partir da construção desses dois personagens, Caderno Vermelho é um trabalho de pesquisa que envolve a coleta de fotografias e objetos deixados em sebos e mercados de pulgas, coleta de imagens de arquivo público das nações da extinta União Soviética, e o processo de ressignificação dessas imagens e objetos a partir do storytelling que envolve essas duas histórias. Essa pesquisa foi meu trabalho de conclusão de curso na Escola de Belas da UFMG, e teve como produto inicial um livro de artista que é constituído de um texto de apresentação assinado por mim e quatro capítulos assinados por Antônio, que tecem uma narrativa de recomposição histórica e subjetiva de Aleksey. As imagens no livro são associadas livremente ao texto, de forma que elas materializam a figura de Aleksey e também representam o imaginário soviético. Também há outras imagens que, ocasionalmente, representam o diálogo de Antônio com o leitor. O deslocamento de Aleksey para o Brasil, o duplo deslocamento do olhar (a invenção de Antônio e a invenção de Aleksey a partir de Antônio), e a provocação dos limites entre ficção e realidade proporcionam uma experiência de viver o outro a partir de questões universais sobre do que se constitui a identidade.


Páginas de Caderno Vermelho.


Carta de Aleksey Schevchenko encontrada na caixa com seus pertences. Texto por Sara Mosli.


Detalhes de objetos pertencentes à Aleksey. Fotografia: Sara Mosli.


Detalhes de objetos pertencentes à Aleksey. Fotografia: Sara Mosli.


Detalhes de objetos pertencentes à Aleksey. Fotografia: Sara Mosli.


Link para visualização completa de caderno Vermelho:

https://issuu.com/saramosli/docs/caderno_vermelho_finalizado__alta_q


DIÁRIO E POSTAIS 2012 | Fotografia sobre película 35mm e datilografia sobre papel

Diário e Postais é uma série poético-visual sobre uma pessoa do interior que se muda para a cidade grande e se corresponde com alguém através de fotografias-postais e cartas. Nas cartas ela compartilha de forma poética seus anseios, dificuldades e descobertas na nova vida.






VIGÍLIA 2015 | Fotografia sobre película 35mm em sais de prata

Vigília é o estado de consciência logo antes do sono, quando as memórias e imagens da realidade se misturam aos estados inconscientes. Partindo dessa analogia, este trabalho procura recompor visões oníricas de um habitante das grandes cidades.








POEMAS DISLÉXICOS 2015 | Fotocópia e datilografia sobre papel | 6 partes tamanho A4 (297 x 210 mm cada)

A dislexia é uma perturbação na aprendizagem da leitura pela dificuldade no reconhecimento da correspondência entre os símbolos gráficos e os fonemas, bem como na transformação de signos escritos em signos verbais. Os poemas disléxicos são tentativas de encontrar sentido na escrita sem sentido, no sistema repetido por si mesmo.





POEMAS DISGRÁFICOS 2015-? (em andamento) | Vídeo Poema disgráfico #1 - 5’47” Poema disgráfico #2 - 5’17”

A disgrafia é uma disfunção neurológica que traz como consequência a deficiência da caligrafia, e também da coerência.

Poema disgráfico #1 - Fusão Nuclear Link para visualização: https://vimeo.com/134437622

Os poemas disgráficos constituem uma busca caligráfica do sentido em forma de vídeo-poemas. São 2 (dois) vídeo-poemas, série em construção.

Poema disgráfico #2 - Pólvora Link para visualização: https://vimeo.com/134437623




ABISMO Em parceria com Jonas Faria Costa 2012 | Instalação | Tinta nanquim e espelhos sobre tela sobre painéis | Aprox. 30m² dos painéis laterais e aproximadamente 2,10 x 1,00 m do espelho central

Abismo é uma instalação sobre o discurso do self. Um texto circunda os painéis em toda a galeria em fluxo de leitura, enquanto alguns espelhos interrompem o texto, tampando algumas palavras. No centro, um espelho convida o espectador a se observar, e no seu verso, pedaços de espelho quebram a una imagem do espectador.




BRASIL, EU TE DEI TUDO E AGORA EU NÃO SOU NADA 2014 | Vídeo | 2’32”

Este vídeo foi feito com fotografias de família e filmagens intercaladas de uma pessoa que reza a uma televisão. A visão de uma filha sobre a sua situação familiar: um pai de família de baixa renda que procura provar que é capaz de crescer na vida profissional por mérito próprio.

Link para visualização do vídeo: https://vimeo.com/146227858


A ESTRUTURA DOS OSSOS NOS DEDOS 2020 | Vídeo | 6’37”

Uma pessoa que morreu recentemente fala sobre sua morte e compartilha memórias, sentimentos e outras impressões. Este vídeo foi feito com imagens em VHS e fotografias e documentos de família.

Link para visualização do vídeo: https://vimeo.com/406639362 Senha: estruturas


Eles navegavam 2016 | Monotipia e grafite sobre papel | 4 partes de 210 x 297 mm cada

Esta série de desenhos é um estudo de simbolizações sobre a busca dos espaços e das estruturas subjetivas do indivíduo.






SERES IMAGINÁRIOS 2018 | Monotipia sobre papel | 4 partes de 210 x 297 mm cada

Seres imaginários é a criação de uma simbologia que transmuta sentimentos de solidão e abandono através de uma fauna imaginativa.





INÊS 2019 | Têmpera, bordado, palitos de fósforo, curativos adesivos e gaze sobre tela | 120 x 75 cm (políptico)

Explorando as dores de dentro como dores tão expostas quanto aquelas físicas da carne, este trabalho transmuta as feridas da alma através da forma, variando técnicas e materiais. O políptico é uma forma de se expressar a sensação de fragmentação, fragilidade e desintegração.





Inês (detalhes).


CARTA AOS AUSENTES 2020 | Monotipia sobre papel | 8 partes de 210 x 297 mm cada

Este é um trabalho feito durante o confinamento devido à pandemia de covid-19. É um processo de ressignificação da relação com a casa, da solidão, e uma forma de observar as paisagens disponíveis de outras maneiras, ressignificando também o ordinário da vida cotidiana.






CORPO A CORPO Esôfago (cima) Apêndice (baixo) 2020 (série em andamento) | Monotipia e bordado sobre papel | 410 x 594 mm (cada)

Ainda sobre o confinamento, este trabalho surge através da descoberta do corpo como lugar, como espaço onde se materializam sensações, sentimentos e pensamentos. Observar o corpo por dentro é uma forma de ir além do que é visto de imediato, mergulhando nas sensações que absorvemos sem perceber.




Corpo a corpo (detalhes).


DERRELIÇÃO 2020 (série em andamento) | Bordado sobre tecido | 39,5 x 30 cm cada

“Derrelição: substantivo feminino. 1) Estado de abandono, desamparo, repúdio. 2) Abandono desobediente ou transgressivo (de preceitos morais)” (dicionário Oxford). Esta série de bordados em andamento ilustram casas sendo demolidas, partindo do sentimento de fragilidade do espaço íntimo (a casa como alegoria do espaço subjetivo) perante as forças externas. Ou ainda, eles se constituem como uma leitura sobre o progresso como força destrutiva da memória, da intimidade e da segurança familiar.


Derrelição (detalhe)


Derreilção (detalhe)


Sara Mosli, maio de 2021. (31) 99479-0243 saramosli@yahoo.com / saramosli00@gmail.com https://cargocollective.com/saramosli https://vimeo.com/saramosli https://instagram.com/saramosli


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