Fallen

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Almoço? Luce não tinha tomado nem café-da-manhã ainda. Mas seu estômago estava rosnando – e a ideia de ser perfurada pelo Sr. Cole por perder todas as aulas da manhã exceto pelos últimos vinte minutos parecia menos e menos atraente quanto mais eu ficava perto do Cam. Ela assentiu para a sacola que ele estava segurando. “Você empacotou o bastante para dois?” Dirigindo Luce com uma mão ampla na parte debaixo de suas costas, Cam a guiou para as áreas comuns, passou pela biblioteca e o dormitório deplorável. Nos portões de metal para o cemitério, ele parou. “Eu sei que esse é um lugar esquisito para um piquenique,” ele explicou, “mas é o melhor local que eu conheço para ficar fora de vista por um tempinho. No campus, de qualquer jeito. As vezes eu simplesmente não consigo respirar lá.” Ele gesticulou na direção do prédio. Luce conseguia definitivamente concordar com isso. Ela se sentia tanto reprimida e exposta quase o tempo todo nesse lugar. Mas Cam parecia a última pessoa que iria partilhar daquela síndrome de aluno novo. Ele era tão... controlado. Depois daquela festa ontem à noite, e agora o café expresso proibido em sua mão, ela nunca adivinharia que ele se sentia sufocado também. Ou que ele escolheria ela para compartilhar essa sensação. Por trás da cabeça dele, ela conseguia ver o resto do campus precário. Daqui, não havia muita diferença entre um lado dos portões do cemitério e o outro. Luce decidiu ir na onda. “Só prometa me salvar se alguma estátua cair.” “Não,” Cam disse com uma seriedade que apagou efetivamente sua piada. “Isso não acontecerá novamente.” Os olhos dela caíram no local onde, apenas alguns dias antes, ela e Daniel tinham chegado perto deles próprios terminarem no cemitério. Mas o anjo de mármore que tinha caído sobre eles tinha desaparecido, seu pedestal vazio. “Vamos,” Cam disse, arrastando-o junto com ele. Eles evitaram retalhos abandonados de ervas daninhas, e Cam ficava se virando para ajudá-la a passar por montículos de terra desenterrados por sabe Deus quem. Numa hora, Luce quase perdeu seu equilíbrio e se agarrou à uma das lápides para se firmar. Era uma laje ampla e polida com um lado áspero e inacabado. “Eu sempre gostei dessa,” Cam disse, gesticulando para a lápide rosada sob seus dedos. Luce cruzou até a frente do terreno para ler a inscrição. “‘Joseph Miley’,” ela leu em voz alta. “‘1821 a 1865. Serviu bravamente na Guerra da Agressão do Norte*. Sobreviveu a três balas e a cinco cavalos caídos em cima dele antes de encontrar sua paz final’.” * é assim que os sulistas dos Estados Unidos se referem à Guerra Civil. Luce estralou suas juntas. Talvez Cam só gostasse porque sua pedra rosada polida se destacava entre quase todas as cinzas? Ou por causa dos complexos verticílios pelo topo? Ela ergueu uma sobrancelha para ele. “É.” Cam deu de ombros. “Eu simplesmente gosto de como a lápide explica o jeito que ele morreu. É honesto, sabe? Geralmente, as pessoas não querem falar sobre isso.” Luce desviou o olhar. Ela sabia isso muito bem pelo epigrafo inescrutável na lápide do Trevor. “Pense no quando mais interessantes esse lugar seria se a causa da morte de todo mundo fosse revelada.” Ele apontou para um pequeno túmulo a alguns lotes do de Joseph Miley. “Como você acha que ela morreu?” “Hm, escarlatina?” Luce adivinhou, vagueando. Ela traçou as datas com seus dedos. A garota enterrada aqui era mais nova do que Luce quando morrera. Luce não queria realmente pensar muito em como poderia ter acontecido.


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