Matador em conflito - CSI

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REALITY SHOWS > BBB 13 e um guia completo com as atrações do gênero R$ 11,90 | número 118 | JANEIRO 2013

J A N E I R O 2 0 1 3

a revista do net

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r e v i s t a m o n e t . g l o b o . c o m

michael c. hall fala sobre os desafios da sétima temporada da série mais matadora da televisão


em Michael C. Hall explica seu dilema e o de Dexter: como manter a série com sangue novo depois de sete temporadas intensas e bem-sucedidas atar ou não matar? Essa é a questão que não necessariamente atormenta o serial killer mais amado da TV, mas com a qual Dexter tem que lidar na 7a temporada, quando pela primeira vez ele hesita na hora de dar fim à vida de outro assassino. É possível que criar um filho tenha despertado algum tipo de compaixão nele? “Acho que a sua jornada rumo a um comportamento humano sempre foi a parte mais leve e alegre da série. Até o 7º ano, quando finalmente o vemos desenvolver sentimentos, ainda que sejam os menos atraentes, como manipulação, paranoia e autopreservação”, contou dexter i DIA 27, DOMINGO, Michael C. Hall em evento para jornalistas realizado em 23H, FX, 54 novembro de 2012, do qual a MONET participou. por Sarah Mund, de Los Angeles

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O momento que leva ao desenvolvimento desse lado do personagem é justamente quando Debra (Jennifer Carpenter) o pega no ato, nos momentos finais da temporada anterior, prestes a acabar com a vida de uma de suas vítimas. “Negociar com a descoberta da Deb é o grande desafio que Dexter terá que enfrentar este ano. Nunca o veremos se defendendo em um tribunal, mas é assim que ele age com a irmã. Uma coisa que ele nunca diz é ‘sinto muito’. Dexter está pronto para expor quem ele é e o que faz”, explicou o ator sobre o conflito pelo qual seu personagem irá passar. Na verdade, mesmo com a sua falta de sentimentos, o que Dexter sempre procurou foi por alguém que entendesse e aceitasse sua natureza, como seu pai adoti-

Novas emoções – À esquerda, [SPOILER] agora que encontrou uma mulher que o entende, Dexter está todo derretido por Hannah (Yvonne Strahovski); no alto, depois de ser pego no flagra, ele tenta explicar a Debra (Jennifer Carpenter) qual a sua ocupação nas horas vagas; acima, uma nova vítima do matador

vo, Harry (James Remar), que compreendia seu instinto assassino e ajudou a direcioná-lo com um código de conduta que, mesmo frequentemente questionando, ele continua a seguir. “Dexter sempre desejou se conectar com uma pessoa à qual pudesse revelar quem ele é e não só ser aceito, mas parabenizado e celebrado”, apontou o ator. Aparentemente, não será tão fácil encontrar esse reconhecimento na irmã, que finalmente acabou contando a ele sobre seus sentimentos conflituosos e como acredita estar apaixonada pelo irmão adotivo. E [SPOILER] ele irá achar o que procura nos braços de outra mulher: “Ele está tendo dificuldade em fazer com que a Deb entenda e fique feliz pelo que ele é, então acho que é por isso que a Hannah é tão irresistível para ele”, adiantou o ator sobre o novo interesse amoroso de Dexter, a personagem interpretada por Yvonne Strahovski. Mas não é só na vida pessoal que ele terá problemas. Com Maria LaGuerta (Lauren Vélez) investigando o caso do Açougueiro de Bay Harbor – agora que novas evidências indicam que o falecido James Doakes (Erik King) não foi o responsável pelas mortes do caso – não há lugar seguro para Dexter. “Adoro as formas como os roteiristas se desafiam nos colocando em becos sem saída apenas para achar uma maneira de escapar”, elogiou Michael C. Hall. “Acho que o mais empolgante nessa temporada é o trabalho que ele terá indo de um ponto a outro por não encontrar um lugar seguro. Isso é estressante para ele, mas ao mesmo tempo muito excitante.”

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Crise dos 7 anos Assim como muitos casamentos, algumas séries sobreviveram e outras encontraram seu fim logo depois de alcançar a marca

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Passou pelo sétimo ano, deu uma capengada, mas conseguiu sobreviver por mais outros sete. Mas antes que uma nova crise ameaçasse se instalar, a série conseguiu garantir um término em grande estilo: um episódio final de duas horas exibido depois de uma retrospectiva e que ainda contou com a participação de George Clooney, que se tornou famoso como o pediatra Dr. Ross nos primeiros anos da série. No balanço final foram 25 indicações ao Globo de Ouro e mais de 120 ao Emmy.

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TWO AND A HALF MEN

Todo mundo sempre soube que Charlie Harper era um espelho do ator que lhe dava vida, Charlie Sheen. E era justamente aí que estava a graça. As coisas começaram a dar errado no final das gravações da 7a temporada, quando ele se internou na reabilitação e demorou a renovar contrato. Quando voltou no ano seguinte acabou interrompendo as gravações e causou confusões que eventualmente resultaram em sua demissão. Sem ele, a série não é mais a mesma.

Friends

Não só passou pelo marco com tranquilidade, como muitos fãs ainda hoje falam que não deveria ter acabado. O final das confusões e romances de Rachel (Jennifer Aniston), Ross (David Schwimmer), Monica (Courteney Cox), Chandler (Matthew Perry), Phoebe (Lisa Kudrow) e Joey (Matt LeBlanc) deixou saudades. Ao que tudo indica, nenhum dos seis tem interesse em reviver os personagens de começo de carreira que os tornaram famosos.

LOST

Não, Lost nem conseguiu chegar à 7a temporada. Mas no começo todo fã tinha certeza de que iria longe. Só que, para a frustração de muitos, a série deixou a desejar na hora de dar explicações e os mistérios criados a cada episódio acabaram se tornando uma bola de neve. Quando os roteiristas se deram conta, o estrago já estava feito e não tinha mais jeito de resolver tudo. A 6a e última temporada correu para solucionar o máximo, mas nem tudo foi satisfatório.

do sétimo ano (porque nenhum matrimônio é medido por temporadas). Confira detalhes de oito dos principais sucessos da televisão

24 HORAS

Foram oito dias na vida de Jack Bauer (Kiefer Sutherland) que acompanhamos. E podemos dizer que a série não só passou a barreira dos sete anos – que foi o melhor de todos – como acabou na hora certa, quando o personagem ainda estava em alta e ninguém tinha se cansado da fórmula do “tempo real”. Ao longo dos oito anos apontou tendências que se revelaram verdadeiras nos Estados Unidos, tanto no combate ao terrorismo quanto na eleição de um presidente negro.

SMALLVILLE

As aventuras do supermenino causaram um verdadeiro furor quando a série estreou. Garotos queriam ser parecidos com Tom Welling para conquistar as adolescentes que suspiravam pela versão jovem de Clark Kent. Apresentou vários personagens dos quadrinhos, como Arqueiro Verde e Anjo Guerreiro, para um público ávido por super-heróis. Mas ao longo das dez temporadas perdeu o fôlego e por pouco não conseguiu garantir um final satisfatório para os fãs.

law & order

Não só superou a crise uma vez como quase sobreviveu o triplo do tempo. Depois de vinte temporadas e inúmeros spin-offs, a série conquistou uma legião de fãs explorando casos verdadeiros que foram parar nas páginas de coberturas policiais dos jornais. Mostrando a cada episódio o início da investigação policial até o julgamento, incluindo o trabalho em conjunto dos dois, provavelmente inspirou muitas pessoas a seguir carreira na advocacia.

HOUSE

Não há dúvida de que o médico mais sarcástico da TV vai deixar saudade. Nem adiantou House (Hugh Laurie) ir parar na prisão no 8º ano: a série não sobreviveu sem alguns personagens centrais – Dra. 13, vivida por Olivia Wilde, e Dra. Cuddy, interpretada por Lisa Edelstein. E até mesmo o protagonista parecia já não ter fôlego para tanta rabugice. O trabalho causou ao ator conflitos no casamento e problemas no joelho (de tanto andar por aí mancando).

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DRAMAS DA VIDA REAL Mas se engana quem acha que só a vida de Dexter é repleta de emoções e conflitos. O próprio Michael C. Hall poderia emprestar um pouco da sua experiência para o roteiro de uma série ou filme. Depois de seis anos dando vida a um matador, de vencer um câncer e de passar por um divórcio – com a colega de elenco Jennifer Carpenter –, parece que o próprio ator, que antes sempre se mostrava animado com a produção, está usando suas últimas reservas de energia dedicadas ao trabalho. Não é segredo que aos 41 anos de idade e depois de faturar um Globo de Ouro por sua atuação como o psicopata, ele não queria assinar o contrato que garantiria a existência da produção por mais dois anos. Nunca foi especificado o que o convenceu a continuar por mais duas temporadas, mas ao longo da entrevista é fácil notar que sua empolgação ficou no passado. “Acho

pela realidade que vivo e imagino como seria não ter nenhum desses privilégios”, completou. E quem esteve ao seu lado durante a luta foi a ex-mulher e colega de elenco Jennifer Carpenter, intérprete da irmã adotiva de seu personagem e com quem continua atuando. “Acho que o fato de continuarmos agindo profissionalmente é um atestado do nosso comprometimento com a série. Além do mais, nosso relacionamento desde o princípio foi contextualizado por nosso trabalho e isso nunca mudou. Passamos por uma jornada pessoal e sou grato por mantermos a amizade e o respeito de antes”, ressaltou, quando questionado sobre como ficou o clima durante as gravações de Dexter. A separação, em 2011, deixou muitos fãs preocupados com a possibilidade de os dois não conseguirem

Momentos Dexter

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Dexter é apresentado como um psicopata que teve seu instinto assassino contido e direcionado pelo pai adotivo para que ele só mate criminosos. Ocasionalmente se questiona se passou a ter algum sentimento depois de tanto fingir tê-los.

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Os corpos que Dexter jogou no mar são encontrados e ele é obrigado a dar um tempo, já que o FBI e seu próprio departamento começam a investigar. Descobertas sobre Harry fazem com que ele repense o código criado pelo pai e até considere se entregar.

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Com a notícia da gravidez de Rita, Dexter começa a se perguntar se ele poderia ser um bom pai e que futuro pode garantir a essa criança. Fica também a dúvida se ele realmente deseja se aventurar a iniciar uma família, algo que nunca imaginou.

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Contra todos os seus instintos, Dexter resolveu assumir o papel de pai de família e se casou com Rita. Agora, com o nascimento do pequeno Harrison, ele tem muito mais a perder, caso seu perigoso jogo com outro serial killer termine mal.

que o mais complicado com o Dexter é essa sensação de que ele está sempre simulando seu comportamento, e como ator isso é o que faço de qualquer maneira. Então sei que não sou diferente dele no final das contas. Claro que não saio por aí matando gente, mas não tenho certeza se essa pessoa sentada em frente ao microfone sou realmente eu”, falou em um momento quase filosófico. Sobre a doença, um linfoma de Hodgkin parecido com o que matou seu pai quase com a mesma idade e que entrou em remissão após tratamento, Michael C. Hall fala sobre como o afetou. “Muitas pessoas da minha família morreram por conta do câncer e outras sobreviveram. Passar por isso me ajudou a me sentir mais próximo, pois enfrentei os mesmos tipos de medo que eles enfrentaram”, revelou. “Tive sorte de descobrir a doença em um estágio inicial e durante um intervalo no trabalho. Por isso tive o luxo de me dedicar ao tratamento, além de um bom plano de saúde, o que facilitou muito as coisas. A experiência mudou minha gratidão 5 2 + M o ­n e t + j a n e i r o

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Enquanto tenta lidar com o luto por Rita, Dexter persegue um assassino envolvido em algo muito maior do que ele imaginou a princípio e encontra em uma das vítimas uma parceira improvável no crime, alguém que ele acredita que consegue entendê-lo.

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Não bastassem as preocupações de criar um filho como pai solteiro e encarar um assassino que diz agir em nome de Deus, agora Debra está cada vez mais próxima de descobrir o verdadeiro Dexter. Pela primeira vez o tópico religião é trazido à tona.

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Finalmente Debra descobriu o segredo de Dexter. Resta saber se ela deixará seu lado policial falar mais alto e entregará seu irmão adotivo, ou se irá ajudá-lo a acobertar seus crimes. Pelo menos ele encontrará uma nova mulher a quem pedir ajuda.

trabalhar juntos novamente – isso se considerarmos também que a personagem dela acredita estar apaixonada por Dexter. A se levar em conta também que a situação não foi das mais amigáveis: Michael C. Hall foi visto aos beijos com Julia Stiles em uma festa de Halloween e no próprio set da série – se pudermos acreditar nos sites de fofoca – enquanto ainda estava casado. A atriz havia interpretado Lumen Ann Pierce, uma vítima de um serial killer perseguido por Dexter que conseguiu sobreviver e acabou se tornando uma improvável parceira de matança. Claro que nenhuma das partes envolvidas confirmou a traição, mas ao que tudo indica a escapulida aconteceu apenas alguns meses antes do pedido de divórcio. No começo de 2012, fotos do ex-casal junto em um restaurante levantaram suspeitas sobre uma possível reconciliação, mas em setembro ele levou a nova namojaneiro+Mon ­ et+53


Laços sanguíneos É muito fácil ficar perdido com os relacionamentos da vida de Dexter – e até mesmo os do próprio ator que o interpreta, Michael C. Hall. Confira onde se encaixa cada pessoa envolvida dentro e fora da trama Morto

Parentesco não-biológico Relação amorosa na série

Acho que minha maior preocupação é se realmente sou diferente dele. É claro que não saio matando pessoas, mas não tenho certeza se esse eu falando em frente ao microfone é quem realmente sou”

Morto por Dexter

Relação amorosa na vida real

Cody filhos

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Harrison

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Laura

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(Michael C. Hall)

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rada, uma crítica literária, à cerimônia do Emmy. E assim foram pelo ralo as esperanças de muitos dextermaníacos. Mas o que mais entristece os fãs é saber que daqui a um ano estará chegando a hora de dizer adeus a um dos personagens mais marcantes da TV. “Quando terminei cinco temporadas de A Sete Palmos, ninguém poderia imaginar que Dexter estava por vir. Não sei o que o futuro reserva, mas, apesar de ficar marcado por um personagem-título que terei interpretado por oito anos, não vou fugir ou negar algo de que tenho orgulho e fico feliz por associarem a mim. Mas se tem uma coisa da qual não vou sentir falta é de vestir aquele traje quente que ele usa para matar”, admitiu o ator. “Dexter me mudou, me fez perceber que por sorte não tenho que lidar com o impulso de matar [risos].” Que bom, porque ninguém quer cruzar o caminho de alguém que o tenha. Principalmente em entrevistas.

Fotos: divulgação

Parentesco biológico


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