Revista Santarém Digital #8

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santaremdigital

2014 ● JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO (TRIMESTRAL) ● NÚMERO 08 ● ANO III ● GRATUITO

U M

D I S T R I T O

C O M

VENHA CONHECER

A VILA DE DORNES

reserva natural Paúl do Boquilobo

RIBATEJANOS pelo mundo

JOVENS talentos do distrito

H I S T Ó R I A


editorial Bom Ano!! Bom 2014! Parece impossível mas já cá estamos num ano novo outra vez...E agora? E quem não tem boas intenções num ano novo? É costume fazeremse muitas promessas, muitos desejos, as pessoas desejam tudo de bom umas às outras, muita saúde, muita felicidade...E será que cumprem? Eu só posso falar por mim, claro, mas eu não sou muito fã da passagem do ano...aquela “obrigação” de nos divertirmos, de estarmos bem dispostos e esfusiantes...mas porquê? Festejamos o ano que acabou – “ai finalmente!” – ou damos as boas-vindas ao que vem por aí – “ai ai como vai ser?”- sem saber o que nos espera? Eu, que não gosto de sentir os anos a passarem, não faço promessas, não faço previsões...primeiro porque nada me sai como programado, depois porque existe sempre um factor com que não gostamos de contar mas que está sempre presente...o “destino”, o nosso “fado”... As pessoas gostam de acreditar que o próximo ano será melhor ou melhor dizendo, as pessoas gostam de acreditar que para o ano serão melhores..e cumprem? Não será que temos que praticar as “melhorias” todo o ano? Será que as boas promessas acabam no dia 1 de Janeiro pelas 20horas? Ou pelas 23horas, para quem se deita mais tarde?

santaremdigital U M

D I S T R I T O

C O M

H I S T Ó R I A

Proprietário e Diretor Osvaldo Cipriano osvaldocipriano@santaremdigital.pt

Editora Cristina Mendes Ferreira cmf@santaremdigital.pt

Redacção Guiomar Fragoso

guiomar.fragoso@santaremdigital.pt

Departamento Web / Gráfico lusibrand geral@lusibrand.com

Departamento de Marketing Fátima Meireles marketing@santaremdigital.pt

Paula Fidalgo

paula.fidalgo@santaremdigital.pt

Departamento de Fotografia Osvaldo Cipriano osvaldocipriano@santaremdigital.pt

Eu acredito nas boas intenções do dia-a-dia, nas boas acções do quotidiano, na boa convivência, na solidariedade e na amizade diária...promessas de ano novo não me dizem nada até porque conheço poucas pessoas que as cumpram! Alguém, algum dia, disse que a vida é o que nos vai acontecendo enquanto vamos fazendo planos...e é isso mesmo que eu sinto! Temos de valorizar o que temos e compartilhar a nossa vida com os outros, não estamos sozinhos neste mundo e o que fazemos vai com certeza afectar alguém para além do nosso “umbigo”... Para mim é este o grande desejo de 2014, que não nos esqueçamos que fazemos parte de um todo e que um sorriso, além de ser um reflexo do que nos vai na alma e que nos ajuda a espairecer os maus pensamentos, é um presente que podemos dar a qualquer pessoa,universal em todas as línguas e credos...Lembro-me sempre de uma frase da minha infância, que costumavamos escrever nos blocos dos amigos na fase dos autógrafos: Sorria! Porque mais vale um sorriso triste, do que a tristeza de não saber sorrir! Bom ano!! Bom 2014!!

Colaboradores Câmara Municipal da Golegã, Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere, Câmara Municipal de Alpiarça, Filipa Serrano Silva, João Oliveira, João Pando, Pedro Passos Canavarro, Scalabis Night Runners, Teresa Batista Entrevistas Joana Ascenso Monica Duarte O Melhor do Ribatejo

Publicidade e feedback: Apartado 38, 2001-901 Santarém Telefone: (351) 934 700 579 Email: revista@santaremdigital.pt Online: www.santaremdigital.com

Editora

Cristina Mendes Ferreira

Sede Rua Ana de Macedo, 9, 4 Esq / 2001-901 Santarém Contribuinte - 224 619 934 / Registo na ERC - n.º 126 248


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DORNES, A PENÍNSULA ENCANTADA

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GALERIA

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LENDA DE DORNES

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ENTREVISTA

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RESERVA NATURAL

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SCALABIS NIGHT RUNNERS

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RESERVA NATURAL

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GUITARRA

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CASA MUSEU PASSOS CANAVARRO

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CENTRO HISTÓRICO CLASSIFICADO?

VOU NADA MENOS QUE A SANTARÉM

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JOVENS TALENTOS

VINHOS DO TEJO TÊM MUITO PARA CONTAR...

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RIBATEJANOS PELO MUNDO

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Paúl do Boquilobo

do Cavalo do Sorraia

De Passos Manuel a Almeida Garrett

Ribeira Inundada O Melhor do Ribatejo

Para Todos

Monica Duarte

Joana Ascenso

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Fotografia cedida pela Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere


DORNES,

A PENÍNSULA ENCANTADA Situada numa península rodeada pelas águas do Zêzere, limite do Norte do Ribatejo, fronteira com a Beira Baixa e o Distrito de Castelo Branco, envolvida por uma paisagem deslumbrante, a Vila de Dornes mostra à luz do dia a sua história milenar. Além do interesse histórico e monumental, Dornes é uma das mais belas e preservadas aldeias das margens do Zêzere, cheia de cultura e tradições religiosas como é o caso dos Círios de origem medieval e Romarias que todos os anos enchem esta pequena vila de vida, principalmente no domingo de Espírito Santo e no dia 15 de Agosto. Indispensável é também a visita ao interior da Igreja de Nª Sra. Do Pranto onde é possível admirar todo o seu espólio, onde se inclui um Órgão de Tubos Ibérico do Século XVIII. Foi também aqui que o Mestre Templário Gualdim Pais mandou construir a misteriosa torre Pentagonal Templária, imóvel classificado de interesse público e ex-libris da região.


Contemplação da natureza Soberbamente enquadrada pela moldura paisagística que o rio e as serras lhe oferecem, no topo privilegiado desta península histórica é possível ouvir a natureza e contemplar todo o esplendor e magia de Dornes. O local ideal para o encontro do Homem com ele próprio e para desfrutar de momentos de relaxamento e observação da natureza.

Fotografia cedida pela Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere

Fotografia cedida pela Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere

Gastronomia Dispondo de uma gastronomia rica e variada própria, com influências do Ribatejo Norte e também da Beira Baixa, é de destacar o peixe do rio que pode ser apreciado no Restaurante Fonte de Cima e também no Restaurante Nossa Senhora do Pranto (Vale Serrão), entre outros pratos de cariz local. Ao longo do ano o Município de Ferreira do Zêzere organiza diversos festivais gastronómicos, sendo estes restaurantes aderentes, onde é possível saborear pratos únicos, desta forma, fica o convite: Festival Gastronómico da Abóbora (Janeiro), Festival Gastronómico do Lagostim de Rio (Abril); Festival Gastronómico da Fava (Maio) e o Festival Gastronómico das Migas (Novembro).

Mel de Dornes Nas puras serras de Dornes predomina a Urze, Esteva e Rosmaninho, a par com outras flores silvestres. Todo o ecossistema proporcionado pelo Zêzere (água abundante) e clima propício atribuem a este mel características únicas que o distingue pela qualidade e sabor. O “Mel das Serras de Dornes” pode ser encontrado no Apiário do Zorro ( junto à ponte) ou em lojas na localidade. Fotografia cedida pela Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere

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TORRE PENTAGONAL DE DORNES A torre templária de Dornes surpreende pela invulgaridade da forma, as suas cinco faces tornam-na um exemplar raríssimo da arquitetura militar dos tempos da Reconquista. Edificada por Gualdim Pais, foi construída sobre a base de antiga torre romana. Do xisto rude destacam-se os cunhais calcários, onde ainda se podem descobrir as marcas dos canteiros medievais.

Fotografia cedida pela Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere

TEMPLO DE N. SRA. DO PRANTO Desde a Idade Média, tempo de pestes e guerra, que é prestado culto a N. Sra. do Pranto e remontam a essa época as peregrinações de toda a região que ainda se mantêm vivas, os Círios, tendo os dias de Espírito Santo e 15 de Agosto como pontos altos. Diz a lenda que a igreja foi mandada construir pela Rainha Santa, mas é D. Gonçalo de Sousa (Séc. XV) que lhe dá a feição atual. Fotografia cedida pela Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere

CAIS DE BARCOS / PRAIA FLUVIAL Dada a geografia privilegiada de Dornes (Em forma de Península) o acesso ao Rio está acessível a qualquer pessoa que pretenda usufruir do que o Zêzere tem para oferecer. Neste local é possível encontrar um Cais para atracagem de Barcos e também uma praia fluvial natural (não vigiada) que convida a um refrescante momento de lazer em família ou entre amigos. No local existe ainda um barco de recreio que permite o passeio de grupos, em viagens de meia ou uma hora. Fotografia cedida pela Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere

OFICINA DE BARCOS TRADICIONAIS Em Dornes ainda se constroem os tradicionais barcos do Zêzere “Três Tábuas” ou “Abrangel”, sendo o único local onde ainda persiste esta tradição e saber-fazer que passou de geração em geração, até chegar às mãos de José Alberto, único artesão a trabalhar nesta arte. Meio de Transporte para pessoas e mercadorias antigamente, hoje em dia é utilizado para pesca desportiva e lazer. Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere geral@cm-ferreiradozezere.pt

Fotografia cedida pela Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere

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Lenda de Dornes A vila de Dornes fica no concelho de Ferreira do Zêzere. Apesar de existirem provas documentais de que até ao século XV foi conhecida por Dornas, um velho manuscrito existente na Biblioteca Nacional de Lisboa explica que a etimologia da povoação proveio da lenda que vou contar. Há muitos séculos atrás, as terras desta região pertenciam à Rainha Santa Isabel, mulher de el-rei D. Dinis. Era feitor da Rainha, na região, um cavaleiro chamado Guilherme de Pavia, ao qual atribuíam proezas milagrosas.

devidas, disse-lhe: -Vindes por via dos gemidos, Guilherme? -…! -Não precisais espantar-vos! Três noites a fio sonhei com eles e sei do que se trata. -O que é então, Senhora? Procurei por todo o lado e nada vi!... - Bem sei. Deus contou-me tudo nos sonhos. Agora vais voltar ao local e procurar onde te vou dizer: aí acharás uma imagem santa de Nossa Senhora, com o Filho morto em seus braços. -Assim farei, minha senhora Dona Isabel! Mas, e depois, que faço eu dessa imagem? -Guardá-la-ás contigo até me veres chegar junto a ti!

Conta-se deste homem que, certa vez, passou a pé enxuto o rio Zêzere, caminhando de uma margem para a outra sobre a sua capa, que lançara sobre as águas. Despediu-se Guilherme de Pavia da Rainha Santa, levando na memória a localização Um dia, andava Guilherme de Pavia atrás de exacta da moita onde a imagem de Nossa um veado na banda de além do Zêzere, onde Senhora o aguardava gemendo, e partiu de só havia brenhas e matos espessos, quando Coimbra. ouviu uns gemidos muito dolorosos. Tentou saber de que sítio provinham e, apesar de Já de volta a terras do Zêzere, o cavaleiro perder algumas horas nesta busca, nada dirigiu-se à serra de Vermelha, como lhe conseguiu achar, pois os gemidos pareciam dissera D. Isabel, e foi milagrosamente direito provir dos mais diversos locais. No dia seguinte a determinada moita onde achou enrodilhada voltou ali e de novo os gemidos se espalharam em urzes a imagem da Virgem pranteando a à sua volta, vindo agora de um tufo espesso morte de seu Filho. de mato, depois de um rochedo, numa ciranda sem fim. Guilherme de Pavia sofria espantado, Durante algum tempo manteve-a consigo, na partilhando a dor daquele alguém que parecia sua própria casa. Os gemidos haviam cessado fazer parte do universo. Ao terceiro dia tudo se e assim Guilherme de Pavia tinha a Santa repetiu como antes. Imagem na sua câmara, com um archote aceso de cada lado. Tomou, pois, a decisão de partir para Coimbra onde estava a sua senhora, a fim de lhe relatar aqueles estranhos factos. Assim que chegou à cidade dirigiu-se imediatamente à pousada real e solicitou a sua visita a D. Isabel.

Um dia, a Rainha Santa foi, finalmente, às suas terras do Zêzere resolver o caso da imagem. Assim, junto a uma velha torre pentagonal que já aí existia, mandou erigir uma ermida para a Virgem achada nas moitas. E nessa torre - que provavelmente foi construída pelos Templários -, ordenou que se instalassem os sinos da ermida. Em breve o povo começou a construir casas em redor da capela e da torre e, diz a lenda, a Rainha Santa deu a essa vila nascente o nome de Vila das Dores, nome que com o tempo se teria corrompido até dar Dornes. É isto o que conta a lenda transcrita no velho manuscrito. A capela com a sua torre sineira ainda hoje existem, e a imagem achada há muitos séculos atrás é venerada sob a designação de Nossa Senhora do Pranto.

Esta, mal o viu, e depois das saudações in Frazão, Fernanda. “Lendas Portuguesas”, vol. IV, pág. 75-79. Ed. Multilar. Lisboa: 1988 8 | santaremdigital


reserva natural paúl do boquilobo exposição permanente e visionar um filme sobre esta Área Protegida. - Observatório - a partir deste poderá reconhecer as diferentes espécies que existem nesta Área Protegida, sendo a melhor época para tal desde o início do outono ao final da primavera. - A Colónia de garças - na primavera formase uma importante colónia de garças e colhereiros, vindas em parte de África, para se reproduzirem nesta zona. Ver foto à direita.

Fotografia cedida pela Câmara Municipal da Golegã

A Reserva Natural do Paul de Boquilobo situase na confluência dos rios Tejo e Almonda, bem perto da Golegã, e compreende uma área de cerca de 529 hectares numa zona caracterizada principalmente por maciços de salgueiros e freixos. Parte desta Reserva tem a particularidade de estar localizada na Quinta do Paul do Boquilobo, que chegou a ser pertença das Ordens do Templo e de Cristo, tendo sido doada pelo rei D. João I ao seu filho Henrique. A Reserva, é uma zona húmida, que está integrada na Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO. As suas zonas interiores encontram-se alagadas durante praticamente todo o ano, ficando cobertas por várias e importantes espécies de plantas aquáticas e caniçais, pelo que o período mais agradável de visitação medeia entre os meses de Março e Julho, quando a Reserva fica coberta do verde que a caracteriza.

- O Salgueiral- comunidades vegetais mais frequentes desta zona húmida, que revestem as principais linhas de água. alimentação, trata-se ainda de um local privilegiado de descanso, abrigo e reprodução. Ao nível das responsabilidades de gestão temos o Conselho Estratégico da Reserva É no Paúl do Boquilobo que está instalada a Natural do Paul do Boquilobo que é composto maior colónia de garças da Península Ibérica, pelo Instituto de Conservação da Natureza, mas não só, muitas outras espécies aqui a Faculdade de Ciências e Tecnologia da habitam e denotam a importância desta Universidade de Coimbra, o Instituto Reserva, tais como anatídeos, galeirões, Superior de Agronomia, a Direção Regional de limícolas, o Zorro-comum, o Coelheiro, a Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, a Piadeira, ou peixes como o Ruivaco, a Boga- Comissão de Coordenação da Direção Regional portuguesa, ou mesmo outras espécies como de Lisboa e Vale do Tejo, a Agência Portuguesa a lontra, o Toirão, o Rato de Cabrera, entre do Ambiente, a Administração Regional tantas outras. As Aves constituem assim Hidrográfica Tejo e Oeste, a Câmara Municipal o principal valor do Paul do Boquilobo. Na de Golegã, a Câmara Municipal de Torres Primavera forma-se uma importante colónia Novas, a Junta de Freguesia da Azinhaga, uma de garças e colhereiros, vindas em parte do Associação de Defesa do Ambiente, a Agrotejo. continente africano. No Outono-Inverno, o No que diz respeito, e no entendimento da Paul recebe populações de anatídeos do Norte câmara Municipal da Golegã relativamente ao da Europa, antes de regressarem aos locais de modelo de gestão fora da zona de exclusão e de proteção total, o mesmo deverá ser origem. repartido ou tripartido, por forma a facilitar o Os acessos para a Reserva podem ser feitos acesso interventivo.

através do caminho da Quinta do Paul ou pela Tal como qualquer zona húmida, esta, é um Estrada da Golegã em direcção à Azinhaga Neste momento encontra-se em curso o estudo de um projeto de alargamento da sistema complexo caracterizado por valores (cerca de 2km). área da reserva onde se possam incluir naturais únicos, de grande produtividade aglomerados populacionais, a fim de os biológica. Esta produtividade constitui a base Os pontos de interesse integrar e melhorar as condições turísticas da da cadeia alimentar de numerosas espécies de insetos, moluscos, crustáceos, peixes, -O Centro de Interpretação da Reserva Natural região, bem como melhorar os acessos, rotas, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Em termos do Paul do Boquilobo - ponto de partida para trilho e pontos de observação. Câmara Municipal da Golegã faunísticos, para além de ser uma zona de o percurso pedestre, nele poderá ver uma presidencia@cm-golega.pt

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reserva natural

do cavalo do sorraia A Reserva Natural do Cavalo do Sorraia surge há cerca de uma década devido a necessidade de preservar esta raça visto que se encontra em extinção pois só existem cerca de 200 cavalos Sorraia . O grande responsável pela recuperação desta raça foi o Dr Ruy d`Andrade pois apaixonado por cavalos bem como de outras atividades sabia quais as características deste cavalo. Os seus estudos convenceram-no que o cavalo Sorraia não representa apenas uma raça mas também o que resta do cavalo primitivo e autóctone do sul da Península Ibérica. Em 1920 num dia de caçada junto as margens do rio Sorraia em Coruche, deparou-se com um grupo de equídeos que pastavam livremente tendo observado que alguns cavalos cumpriam os ideais da raça, analisou a questão durante algum tempo tendo mais tarde adquirido 7 fêmeas e 3 machos a alguns agricultores ali da zona de Coruche. Uma das evidências conclusivas da hipótese de o cavalo Sorraia ser o cavalo primitivo da Península Ibérica foi encontrada pelo Dr. Ruy d’Andrade nos dentes dos cavalos Sorraias: algumas esculturas antigas, bem como as pinturas rupestres de cavalos que aparecem nas paredes da cueva La Pileta nas imediações de Ronda (Granada), no sul de Espanha, oficialmente datadas entre 30.000 e 20.000 a. C. Estes animais 10 | santaremdigital

adquiridos pelo Dr Ruy d `Andrade foram sempre criados em espaço aberto mantendo o ambiente selvagem sempre sem recorrer a outros suplementos alimentares logo aqui a selecionar a sua resistência pois uma das suas características. Suas características O Sorraia distingue-se pela sua capacidade de suportar climas muito frios ou muito quentes , particularmente os secos e quentes, sobrevivendo em zonas de pouca pastagem sem por isso perder a saúde. A sua robustez, bem como a sua extraordinária flexibilidade vertical e lateral, refletida na grande habilidade e agilidade com que projetam os membros anteriores e trabalham os membros posteriores, permitiram que o Sorraia fosse o cavalo ideal para o trabalho de campo. O Sorraia é um cavalo de pequena estatura, medindo em média, machos 1,48 e fêmeas 1,45 . Tem uma cabeça de longo perfil convexo, ou subconvexo, com os olhos posicionados bastante acima e as orelhas longas, mas não particularmente curvas. A sua pelagem é baia ou rato ( pardo cinzento ou pardo amarelo), com uma máscara negra na cara,


Fotografia cedida pela Câmara Municipal de Alpiarça

uma risca preta no dorso que liga as crinas à cauda (lista de mulo), orelhas também escurecidas, usualmente são riscados como as zebras nas pernas, antebraços e também por vezes na espádua. As crinas e a cauda são negras raiadas de uma cor mais clara, tipicamente o branco. O Sorraia não tem marcas brancas. Estes cavalos têm sido usados ao longo destes anos como montadas de campo para os campinos e guarda florestais com a evolução dos tempos alguns foram treinados para a modalidade de dressage no seu escalão, outros engatados em competições de atrelagens, para passeios equestres, introdução dos mesmos para aulas de equitação bem como Hipoterapia. A Reserva Natural do Cavalo do Sorraia encontra-se em Alpiarça numa área de 36 ha em terrenos da Quinta dos Patudos atualmente encontrase com um efetivo de 8 fêmeas 12 machos.

o controle veterinário ao efetuar pelo menos duas ecografias uma de confirmação da gestação e outra para verificar que não existem problemas. Seis meses após o seu nascimento é feito o desmame aos 3 ou 4 anos entram em desbaste. Apesar do Município de Alpiarça acolher este projeto da preservação do Cavalo do Sorraia hoje encontramo-nos num novo desafio a dinamização do mesmo. Este espaço tem hoje ao seu dispor um vasto conjunto de infraestruturas que os nossos visitantes possam passear e usufruir o máximo do espaço. Câmara Municipal de Alpiarça geral@cm-alpiarca.pt

A reprodução pode ser efetuada por inseminação artificial ou mantendo a forma natural sem a ajuda humana. A gestação é de 11 meses tendo santaremdigital | 11


Casa-Museu Passos Canavarro - de Passos Manuel a Almeida Garrett -

Pedro Passos Canavarro* Analisemos “as casas” adquiridas na Alcáçova de Santarém por Passos Manuel quando as comprou, a 1 de Maio de 1841, com a sua mulher D. Gervásia de Sousa Falcão. Compunham-se de várias moradas, casa nobre e térreas, cavalariças, palheiros, quintal, pátio, cisterna e barroca anexa a São Tiago. A descrição minuciosa destas casas e espaços encontram-se no espólio Passos Manuel, depositado no Arquivo Distrital de Santarém. Num interessante auto de vistoria das mesmas, datado de 10 de Outubro de 1837, descreve-se o estado em que se encontram. Assim, havia “... hum grande pateo de entrada com seu portão em bom estado... huma cavalharice com mangedoura de grades e hum palheiro no sobrado por cima... no pateo hum bocado de sisterna introduzido na parede com portas assentes em portal de pedra para fixar a sisterna. Huma logea de entrada e junto a esta hum armazem de azeite... Todo o Edifício 12 | santaremdigital

se acha em bom estado de conservaçam sem falta de portas e janelas e sobrados e todas as guarniçoins e as paredes azulejadas, tem janelas de vidraça e falta somente, em todas elas trinta e um vidros...

Passos Manuel após o seu casamento, em Lisboa, em 1838, com Gervásia de Sousa Falcão, residiu primeiro em Constância donde ela era natural e onde nasceram os seus filhos Beatriz, Manuel e Antónia, passando de seguida para Alpiarça onde D. Gervásia possuia bens de família. Em 1841 instala-se na Alcáçova o Ministro do Reino que nascera em S. Martinho de Guifões, Bouças - actual concelho de Matozinhos. Vulto proeminente do Liberalismo, bacharel em leis formado pela Universidade de Coimbra, advogado, várias vezes eleito deputado, ministro e par do Reino, teve uma brilhante passagem pela política. Passos Manuel viveu nestas casas com sua mulher e filhas Beatriz e Antónia e nelas morreu em Janeiro de 1862.

... No Quintal dividido em quatro Quarteiroins, por alvenaria e com assentos de tijolo em muito bom estado, tem quarenta e duas árvores de diferentes qualidades - Limoeiros, Laranjeiras, Damasqueiros, Romanzeiras, ameixieiras, Parreiras, Bacelos de dois anos para cima, Loureiros. Ha huma enrada lateral para a rua e ahi duas logeas e huma caza com forno de cozer pam. Tem huma encosta de terra athe a calçada de São Tiago com trinta e huma oliveiras, sinco ulmeiros grandes e outros pequenos. No Quintal tem outro bocado de sisterna com suas armas de ferro. São estas mesmas “casas” que mais tarde, em E acharão que o Edificio se acha em muito bom Julho de 1843, seriam visitadas pelo político e uso...” escritor Almeida Garrett a convite de Passos. Este foi naturalmente considerado, pela sua


Fotografia de Osvaldo Cipriano

vida familiar e pública, patrono da Fundação Passos Canavarro - Arte, Ciência e Democracia, pelo que possui esta Casa-Museu uma sala dedicada a celebrar a sua memória e a sua descendência. A sala possui um notável espólio comprovativo da importância que Passos Manuel teve na nossa História. “O Manual Político do Cidadão” que oferece à sua jovem filha Beatriz é exemplo significativo na caracterização desta Casa-Museu como uma das raras moradas públicas que prestam tributo à história da cidadania em Portugal. * Presidente e Fundador da Casa-Museu Passos Canavarro

Fotografia de Osvaldo Cipriano

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VOU NADA MENOS QUE A SANTARÉM uma visita guiada pela cidade

“Vou nada menos que a Santarém: e protesto que de tudo quanto vir e ouvir, de quanto eu pensar e sentir se há-de fazer crónica.”

Fotografia de Osvaldo Cipriano

Atendendo a um convite do seu amigo Passos Manuel, que aqui vivia, Almeida Garrett visitou Santarém em Julho de 1843. Fruto desta viagem, surgiu a publicação, inicialmente em folhetim e posteriormente em livro, de “Viagens na minha terra”, cujo relato circunstanciado gira em torno da jornada efectuada entre o Terreiro do Paço, em Lisboa, e Santarém. Mas, quiçá mais que o “ver e ouvir”, é o “pensar e sentir” que perpassa, a todo o instante, na palavra escrita. Chegado a uma segunda-feira, ao fim do dia, o autor permanece até sexta-feira de manhã. Ao longo destes dias, percorre Santarém em demanda de um Portugal desaparecido, simbolizado por um património edificado, essencialmente de raiz medieva, acintosamente descurado, maltratado e, aparentemente, irrecuperável... Partamos com Garrett à descoberta da Santarém oitocentista e descubramos que, contrariando os presságios do autor, qual fénix, ela renasceu das ruínas, do caos e do esquecimento. Folheemos, pois, este belo e precioso “livro de pedra”. Pelo meio ficam alguns Vinhos Brancos elaborados e mais encorpados, estagiados em madeira, bem como a grande maioria dos vinhos tintos, que influenciados pela Região produtora, se podem guardar durante parte de uma década. “Eram as últimas horas do dia quando chegámos ao princípio da calçada (actual Estrada Nacional 3) que leva ao alto de Santarém.” “Fora-de-Vila (actualmente Largo Cândido dos Reis) é um vasto largo, irregular e caprichoso como um poema romântico; “ “À esquerda o imenso convento do Sítio ou de Jesus (antigo Hospital de Jesus Cristo, hoje ocupado pelo ISLA) (...), logo o das Donas (actualmente quartel da PSP) depois o de S. Domingos (demolido em finais do século XIX) (...). Defronte o (...) mosteiro das Claras (hoje, apenas a igreja resta) , e ao pé as baixas arcadas góticas de S. Francisco (...). À direita (...) o Colégio(...).” “(...) fomos entrar em Marvila pelo lado norte. Estamos dentro dos muros da antiga Santarém.” “Seguimos a triste e pobre Rua Direita (actual Rua Serpa Pinto) (7) (...). Cá está a curiosa torre das Cabaças, a velha igreja de S. João do Alporão (...) Agora vamos à Alcáçova!” 14 | santaremdigital


IGREJA DE S. JOÃO DE ALPORÃO/NÚCLEO DE ARQUEOLOGIA E ARTE MEDIEVAIS A igreja de S. João de Alporão, construída no séc. XII, surgiu no âmbito das lutas político-religiosas da reconquista cristã. Integrada na Porta do Alporão, na principal via de acesso à Alcáçova, a igreja possuiu uma torre românica, que, juntamente com a Torre do Relógio (Cabaceiro), imprimia ao conjunto um carácter militar-defensivo. No último quartel do séc. XVIII ocorreu, por deliberação camarária, a demolição da Porta do Alporão e da torre da igreja. Em 1834, extinto o monaquismo, a igreja foi adquirida por um particular que a transformou em arrecadação. No terceiro quartel do séc. XIX o edifício foi transformado em teatro, aqui tendo sido representadas as peças românticas na moda, entre as quais, “O Alfageme de Santarém” de A. Garrett. Historiadores e arquitectos da segunda metade do séc. XIX reconheceram, enfim, o valor histórico do edifício que, após restauro, abriu ao público em 1882, como Museu Distrital. Beneficiando, em sucessivas etapas, de obras de restauro, conservação e refuncionalização , é hoje detentor de um espólio arqueológico e cultural de grande valor. Quanto à arquitectura, a construção sofreu influências estéticas do Românico e do Gótico ducentista. A igreja, de silharia de pedra, é de uma só nave, de três tramos abobadados, com ábside de abóbada semi-esférica e galeria alta com arcos geminados de volta inteira encimados por óculo; os capitéis apresentam motivos vegetalistas e zoomórficos. Os portais, frontal e lateral, são gabletados e a rosácea composta com colunelos .

torre das cabaças Antiga torre militar, no séc. XV foi adaptada a torre relógio e, até ao séc. XIX, beneficiou de inovações tecnológicas, bem como alterações arquitectónicas, que acompanharam a evolução dos tempos. Considerada uma das mais antigas torres relógio do país, tem a particularidade de nunca ter apresentado mostrador: as horas e meias horas eram comunicadas pelo tanger dos sinos, cujo sonido era ampliado pelas cabaças. A Torre das Cabaças ou Cabaceiro é sobrepujada por uma armação férrea que, além do sino, suporta as vasilhas de barro (cabaças) que lhe dão o nome e que, segundo a voz popular, simbolizam as cabeças

ocas dos responsáveis pela erecção da torre. Resulta esta impressão, contudo, da demolição das muralhas adjacentes que, certamente, no conjunto teriam tido uma volumetria mais equilibrada. Beneficiando de obras de conservação, restauro e refuncionalização, reabriu ao público, em 1999, transformada no Núcleo Museológico do Tempo. “Depois de muito procurar (...) achámo-la enfim a igreja de Santa Maria de Alcáçova.” “(...) entremos nos palácios de D. Afonso Henriques (...). Recebeu-nos (...) o nosso bom e sincero amigo, actual possuidor e habitante (...), o Sr. M.P.” (actual residência da família Passos Canavarro, descendentes de Passos Manuel)

IGREJA DE SANTA MARIA DE ALCÁÇOVA A igreja é um pequeno templo, construído pelos Templários, poucos anos após a conquista de Santarém, em 1154. Reedificada no séc. XVI, perdeu todos os traços medievos. É uma construção singela encimada por uma torre sineira, sendo a frontaria precedida por um alpendre. No interior, três naves separadas por colunas que rematam em arcos de volta redonda. “(...) fui à janela, e dei com o mais belo, o mais grandioso, (...) quadro (...) [o] Tejo (...) os salgueiros (...) Alpiarça e Almeirim (...) a imensa planície dita do Rossio (...) o pitoresco bairro da Ribeira (...)” “Chegámos à porta do Sol; sentámo-nos ali a gozar da majestosa vista.”

porta do sol As muralhas defensivas de Santarém, modificadas e reforçadas após a conquista (1147) e durante o reinado de D. Fernando, possuíram outrora oito portas: Atamarma, Valada, S. Mansos, S. Gens, Carreira, Leira, Sol e Santiago. Na sua maioria destruídas no século passado, restam hoje apenas a de Santiago (acessível através da ruela situado ao lado da Igreja de Santa Maria de Alcáçova) e a do Sol, que dá o nome ao jardim (Jardim Porta do Sol). O local onde em tempos se situou a Alcáçova, foi transformado em jardim municipal e é, simultaneamente, o mais belo miradouro da cidade, com vista esplendorosa sobre o Tejo e as lezírias. “Inclinando um pouco à direita, demos na celebrada porta de Atamarma santaremdigital | 15


(demolida por ameaçar ruína, na segunda metade do século XIX, e substituída por uma lápide e obelisco que assinalam o local da histórica entrada e tomada de Santarém aos Mouros, por D. Afonso Henriques, em 1147). Por aqui entrou D. Afonso Henriques (...)” “Por cima [porta de Atamarma] (...) está uma capelinha de Nossa Senhora da Vitória (...)” (demolida no século XIX) “Inclinámos o nosso caminho (...) e fomos passar diante do arrendado e elegante frontispício gótico da Graça.”

IGREJA DE N. SRA. DA GRAÇA Em 1380 D. João Afonso Telo de Meneses fundou na vila o convento de frades gracianos de Santo Agostinho, dando início à construção da igreja, que se prolongaria até ao século seguinte. Considerado a jóia do Gótico em Santarém, o templo possui três amplas naves, colunas com capitéis vegetalistas, vasto transepto e cabeceira tripla coberta por abóbadas nervuradas. A capela é esplendidamente iluminada pela rosácea e pelas fenestras que se rasgam nas três naves e no cruzeiro. No capitel de uma das colunas enfeixadas, ao lado da Epístola, estão patentes as armas do fundador. No absídiolo do mesmo lado, repousa em campa rasa o descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral; no braço do cruzeiro contíguo jaz o grandioso túmulo gótico flamejante de D. Pedro de Menezes e sua esposa D. Beatriz Coutinho. Excepcionalmente bela e harmoniosa, a fachada da igreja apresenta um pórtico em querena e rosácea flamejante. “Fomos seguindo até casa do Barão de A. (...). Encontámo-lo pronto a acompanhar-nos (...) à grande cerimónia da exposição e ostensão do Santo Milagre.”

CASA MUSEU A. BRAAMCAMP FREIRE/BIBLIOTECA MUNICIPAL Em 1921, o município recebeu o legado do historiador A. Braamcamp Freire (1849-1921), constituído pelo Palácio dos Barões de Almeirim, a biblioteca pessoal (cerca de15000 volumes), os direitos de autor das suas obras e a colecção de arte (pintura, escultura, arte decorativa em louça, vidro, marfim, mármore e metais, mobiliário e gravura portuguesa e estrangeira) obtida ao longo da sua vida. O edifício, construído no séc. XVIII, apresenta um átrio interior, do qual parte a escadaria desenvolvida em dois lances, com guardas 16 | santaremdigital

de calcário lavrado, que dão acesso ao piso superior, constituído por salões espaçosos. A fachada baseia-se no ritmo de elementos modelados em janelas, sacadas e portões, com destaque para a janela central barroca. “A igreja [Milagre] pequena e do pior gosto moderno (...). Notável não tem nada senão uns quatro medalhões de pedra lavrada com bustos (...)”

santuário do santíssimo milagre A igreja, anteriormente designada de Santo Estêvão, sagrada em 1241, constitui um dos mais concorridos lugares de devoção nacional e internacional, dado com ela se relacionar o acontecimento milagroso da transubstanciação de uma hóstia, em meados do séc. XIII. Reconstruída no séc. XVI, após o sismo de 1531, o seu interior constitui a peça mais aprimorada do Renascimento em Santarém. O corpo é de três naves de arcos plenos assentes em colunas toscanas. Nos topos, abrindo-se para o transepto, desenham-se três arcos renascentistas, com pilares revestidos de brutesco, medalhões relevados nos vãos e decorados com cabeças em alto relevo, à maneira clássica. Pequenas figuras de anjos e de demónios integram a decoração dos pilares, em cujas bases se observam baixo-relevos representando os quatro Evangelistas. “Cá estamos no Colégio, edifício grandioso, vasto, magnífico (...)”.

IGREJA DE N. SRA. DA CONCEIÇÃO/ SEMINÁRIO (COLÉGIO DOS JESUÍTAS) O antigo Real Colégio de Nossa Senhora da Conceição, fundado no início do séc. XVII, foi edificado no local onde se erguia o antigo Paço Real, doado por D. João IV aos Jesuítas . É um soberbo edifício de grandes proporções. O corpo da igreja, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, centra o frontispício maneirista sobre a praça fronteiriça. No seu interior a igreja, de uma só nave, revela toda a sumptuosidade do Barroco. A capela-mor, de abóbada pintada “a fresco”, ostenta um magnífico altar de mármores embutidos e um retábulo de talha dourada. Das oito capelas laterais, destacam-se a da Sra. da Boa Morte, com altar de mármore de Carrara e a de N. Sra. da Glória cujo retábulo, de magnífica talha dourada, é encimado por um tímpano (de execução anterior) com uma representação de uma cena do Apocalipse. O tecto da nave ostenta uma ampla composição pictural, executada sobre madeira: ao centro destaca-se a imagem de


N. Srª. da Conceição; nos cantos, representações das quatro partidas do Mundo e temas bíblicos. “(...) fomos direitos a S. Domingos, um dos mais antigos estabelecimentos monásticos do reino e que eu tanto desejava visitar.” (demolido no séc. XIX) “(...) eu me aproximei enfim do real convento de S. Francisco de Santarém. ” (19) “(...) o túmulo de el-rei Fernando? (...) em que estado ele está!” (actualmente no Panteão Nacional)

convento de são francisco Fundação régia de D. Sancho II, em 1242, o Convento de S. Francisco representa o Gótico primevo como arte mendicante. A sua construção prolongou-se até ao reinado de D. Fernando, que o enriqueceu com obras de vulto, como o coro alto e o claustro; aqui o monarca teve sua jazida, segundo sua vontade, até o túmulo ser transferido para o Panteão Nacional. Após a extinção das ordens religiosas, em 1834, o Convento foi profanado, a igreja transformada em palheiro e o claustro em cavalariça; o coro foi utilizado como refeitório de soldados e muitos túmulos serviram de bebedouro para cavalos; a culminar, em 1940, um incêndio devastou o edifício. Obras irregulares e prolongadas têm tentado repor a dignidade ao convento que, apesar de todas as vicissitudes, guarda ainda inestimável beleza

e valor. Na fachada, a igreja apresenta um portal gótico encimado, em tempos, por uma rosácea (entretanto desaparecida). A igreja, de transepto saliente, é de três naves e abside com abóbadas nervuradas, com arcos apoiados em colunas com capitéis vegetalistas; o coro é definido por arquivoltas que nascem de fustes curtos e enfeixados com soberbos capitéis. O claustro ogival é definido nos lances por arcos assentes em colunelos geminados, com capitéis decorados com motivos vegetalistas, zoo e antropomórficos. Na igreja e claustro são ainda visíveis testemunhos arquitectónicos de várias épocas, patenteados em apontamentos de Manuelino, Renascença e Barroco. “Estou deveras fatigado de Santarém; vou-me embora. (...) Santarém fatigou-me o espírito, como todas as coisas que fazem pensar muito. Deixo-a porém com saudade, e não me hei-de esquecer nunca dos dias que aqui passei.” Guiomar Fragoso

Técnica de Turismo

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VINHOS DO TEJO têm muito para contar...

Fotografia cedida pela CVR Tejo

Um rio... duas margens... uma imensidão de vinhos... Poucas zonas vinícolas estão tão evidentemente separadas por um rio como a nossa. O Tejo corta a região a meio, marca o ritmo dos trabalhos no campo, devido às tão conhecidas cheias que acontecem nos invernos com mais pluviosidade e divide as terras férteis das mais áridas. Vêm-se vinhas por todo o lado, é assim na nossa terra. O rio Tejo faz com que a região seja claramente dividida por vários tipos distintos de solo: margem direita (bairro) mais calcária – melhor para tintos e margem esquerda (charneca) mais arenosa, boa para brancos e tintos. Na zona próxima das margens do rio ficam terrenos de aluvião super produtivos onde a vinha pode atingir, em brancos, valores de produção extraordinários. Isto mostra bem como a escolha exacta do local da vinha pode condicionar o rendimento e o tipo de vinho que ali se produz. O clima tem algumas características específicas, com enormes picos de calor no Verão (Santarém costuma ter as temperaturas mais elevadas do país) e invernos secos e frios. As castas bem adaptadas ao calor têm aqui um bom acolhimento e por isso, da Touriga Nacional ao Cabernet Sauvignon, passando pela Trincadeira, tudo aqui se encontra. A este conjunto de factores chamamos “Terroir” palavra para a qual não conheço tradução.

Terra de brancos e não só...

Fotografia cedida pela CVR Tejo

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Por aqui sempre se plantou mais uva branca do que tinta e assim continua nos dias de hoje, ocupando 60% da área de plantio de vinha. O facto pode parecer estranho porque nas regiões vizinhas dominam os encepamentos tintos mas a casta Fernão Pires sempre foi a rainha nesta terra. Apesar de reinar e da coroa lhe pertencer, a casta Fernão Pires é, há muito tempo, assessorada pelo Arinto, outra variedade branca, portuguesa de sempre. Ao lado do Arinto, em crescimento, temos também as novas variedades que, vindas de outras paragens, por aqui se deram bem o Verdelho e o Sauvignon Blanc, o Chardonnay e o Viognier, entre muitas outras. Algumas castas antigas estão claramente a perder terreno, como por exemplo a Tália. Algumas estão presentes


mas apenas como um tempero (caso do Moscatel) e outras, ainda que antigas, parecem teimar em permanecer, como a Trincadeira das Pratas. Mas os tintos também têm uma palavra a dizer. O Castelão, que por aqui já reinou, cedeu o lugar a novas castas: Touriga Nacional, Syrah e Merlot. A Trincadeira, tradicional parceira do Castelão, conserva a sua presença, aliada ao Alicante Bouschet, a tintureira de eleição. É nos vinhos de entrada de gama que continuamos a encontrar o Castelão; os vinhos de referência já quase não o incluem. No entanto, tive o privilégio de provar um Espumante Branco do Tejo, colheita 2012, feito exclusivamente da casta Castelão, que vai surpreender os consumidores quando sair para o mercado. As castas ditas internacionais, como Chardonnay e o Sauvignon Blanc, o Cabernet e o Pinot Noir já por aqui andam há muitos anos e com bons resultados.

O “BI” dum Vinho do Tejo... O que caracteriza um Vinho do Tejo? O que o distingue de outro produzido noutra região? “Esta é uma pergunta frequente mas… o que acontece é que o carácter regional dos vinhos praticamente desapareceu, a partir do momento em que se usam as mesmas castas e as mesmas técnicas. Por isso não há uma identidade nem no Tejo nem noutras regiões, salvo raras excepções. Os nossos vinhos primam no entanto por uma óptima relação acidez/teor alcoólico e por uma notável capacidade de envelhecimento, especialmente nos tintos”, afirma José Pinto Gaspar, Presidente da CVR Tejo. Fotografia cedida pela CVR Tejo

Então não existe mesmo nada que caracterize um Vinho do Tejo? Existe… No entender do Presidente da CVR Tejo “Um Vinho do Tejo apresenta uma qualidade já reconhecida nacional e internacionalmente por um preço muito convidativo. Em época de preços tendencialmente baixos, estes vinhos são campeões de vendas e têm aberto portas do mercado externo. Angola, Suécia e China são destinos muito importantes, seguidos do Brasil, EUA, Reino Unido, Polónia, entre outros”. Uma das particularidades dos Vinhos do Tejo e que os distingue dos outros é serem extramente competitivos na sua relação qualidade/preço, serem bastante gastronómicos e ainda, poder-se encontrar na região, uma enorme panóplia de tipo de vinhos, o que faz com que produzimos vinhos para todos os gostos e para todas as bolsas…

Um vinho do Tejo tem particularidades mas também tem diversidade... Fotografia cedida pela CVR Tejo

Como já mencionei os vinhos da região têm uma boa aptidão gastronómica e, do ponto de vista do consumidor, a qualidade que se consegue obter gastando pouco dinheiro é fantástica. São vinhos que, apesar de serem ótimos em novos, não nos envergonham nada se guardados na cave, ainda há poucos dias acompanhei a minha refeição com um Branco do Tejo

de 1999 e estava divinal. A diversidade está também patente no tipo de vinhos que se encontram à venda no mercado. Uma visita a um ponto de venda permite vermos desde espumantes, vinhos de colheita tardia, licorosos ou frisantes, este último com um grande crescimento. santaremdigital | 19


Vinhos do Tejo... O que terá acontecido? A pergunta é legítima e a resposta tem de ser encontrada nas mudanças que aconteceram nas últimas décadas. João Paulo Martins, jornalista e crítico de vinhos, numa das suas reportagens sobre a nossa região responde perfeitamente a esta pergunta: “A região, em tempos quase só produtora de vinhos ditos vulgares e muitos vendidos quase sempre a granel, transformou-se e passou a apostar nos vinhos de qualidade. A grande aptidão das nossas terras para a produção de vinhos, o bom rendimento por hectare (o que faz diminuir custos), as terras planas que favorecem o uso de meios mecânicos de vindima, a renovação das vinhas e das castas usadas, a inegável melhoria do material usado, o uso de adequada tecnologia de adega, técnicos competentes e visão de mercado, de tudo nós podemos encontrar para justificar o facto de, a exportação ser hoje uma mais-valia no negócio do vinho na nossa região”. Fotografia cedida pela CVR Tejo

Gostaria de salientar que, toda esta mudança, também se deve à forte e intensiva promoção que a CVR do Tejo tem levado a cabo tanto no mercado nacional como no internacional.

Vinhos do Tejo... Que Futuro? Exportação e não só... Não há futuro sem a região se afirmar junto dos consumidores a nível nacional e internacional. Trata-se de uma corrida cujos resultados nem sempre surgem de imediato. Sobre este assunto escreveu João Paulo Martins “Uma das apostas da CVR Tejo, no mercado nacional, tem sido aprofundar a ligação dos vinhos à gastronomia regional e não só, o que, por exemplo, tem sido experienciando com o Concurso de Iguarias e Vinhos do Tejo. Há muito trabalho a fazer neste campo, principalmente no que respeita a «pormenores» de extrema importância, como a ligação do vinho com a comida, o serviço de vinhos, a temperatura. O crescente número de restaurantes a concurso mostra, ano após ano, prova que há um vivo interesse no certame e nos vinhos do Tejo, o que faz com que a médio prazo os resultados seguramente vão surgir. Tem havido também uma forte aposta no mercado internacional, o que faz com que ao entrarmos numa loja de vinho na Suécia, negócio que como se sabe é monopólio estatal, é muito provável que se dê de frente com uma garrafa de vinho do Tejo. Num restaurante em Londres o resultado pode ser idêntico”. Fotografia cedida pela CVR Tejo

Afinal que futuro? A médio e a longo prazo espera-se a continuação do aumento nas vendas, mantendo sempre a qualidade e a um preço tentador. Melhor?

Não é fácil, até me atrevo a afirmar que é difícil… mas, como diz o povo, “Parar é Morrer”, por isso não vamos dar tréguas, vamos continuar com força, cheios de adrenalina, a promover e a divulgar os Vinhos do Tejo dentro da região, por todo o País e além-fronteiras… Teresa Batista Comissão Vitivinícola Regional do Tejo Departamento de Promoção e Marketing

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venha conhecer

a Região de Santarém NOVA VERSÃO DISPONIVEL

APLICAÇÃO PARA iPHONE Venha descobrir onde ficar, comer e sair no distrito de Santarém. Conheça-o através da nossa galeria de imagens e conheça os monumentos mais importantes da região. Esteja atualizado hora a hora com as notícias do distrito. Fotografia de Osvaldo Cipriano

www.santaremdigital.com

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GALERIA

RIBEIRA INUNDADA Fotografo: Osvaldo Cipriano

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ENTREVISTA o melhor do ribatejo

Como surgiu a ideia de criar este negócio?

De que forma podem ser adquiridos?

Somos três designers de Santarém e há muito que sentimos a necessidade
de criar uma seleção de produtos deliciosos e genuínos da terra para
promover a região e o melhor que nela se produz. Valorizamos os
nossos produtos, os nossos produtores e artesãos. 
O turismo português está em expansão e a região do Ribatejo tem
um enorme potencial que merece ser desenvolvido e divulgado.

Neste momento temos um ponto de venda dentro do no nosso atelier em Santarém.
Temos loja online, aceitamos encomendas através do facebook,
estamos presentes em dois espaços em Santarém, em Tomar e em 4 lojas
gourmet na zona de Lisboa.

Porquê uma homenagem aos ribatejanos?

Numa primeira fase, a loja online é uma excelente forma de conseguirmos
alcançar novos mercados, sem a necessidade de um espaço físico.

As tradições e a cultura popular são dos elementos mais distintivos
do Ribatejo. O orgulho, o caráter genuíno e castiço que caracteriza os ribatejanos
é algo único e fazemos questão de o destacar e homenagear.
Selecionámos figuras típicas como o Chico e a Rosa, do rancho folclórico
que ganham vida através de diálogos divertidos e eles são o rosto 
dos produtos.

Quais os produtos que põem à disposição dos vossos clientes? 
Barretinhos de lã, feitos à mão, tábuas de cozinha de pinho,
compotas de fruta madura, mel rosmaninho com favo, picante “só para machos
de patilha rija”, queijos de ovelha e cabra, flor de sal e sal aromatizado,
chouriço com o verdadeiro gosto a fumeiro, azeite virgem extra, sabonete
de azeite e chá.

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Quais as principais vantagens de vendas online?

Como foi a aceitação destes produtos?
 A aceitação tem sido excelente. A primeira experiência foi no Festival
Nacional de Gastronomia, onde fomos muito bem recebidos. 
Como todas as nossas embalagens recorrem a diálogos castiços entre
o Chico e a Rosa, onde quer que passemos, as pessoas divertem-se,
elogiam a qualidade dos produtos e a imagem. O humor está sempre presente.

Quais as expectativas para o futuro? 
Pretendemos continuar a divulgar e comercializar O melhor do Ribatejo,
em lojas por todo o país. 
Queremos alcançar comunidades de emigrantes e temos o grande objetivo
de explorar novos mercados como forma de


Fotografia cedida pelo O Melhor do Ribatejo

promoção internacional
da região.

Que novos produtos serão lançados brevemente?
 Brevemente iremos apresentar algumas referências novas, como o vinho,
tomate seco em azeite. Temos planos para dois novos produtos de cortiça
e madeira de oliveira.

Pretendem tornar a marca uma referência do ribatejo e não só?

nossos produtos, identifiquem
a região e fiquem com vontade de conhecer mais e visitar. É o orgulho pela nossa
terra que nos move e continuarmos a divulgar produtos genuínos é o nosso grande desejo.
 O Melhor do Ribatejo

geral@omelhordoribatejo.pt +351 913 035 266 +351 916 338 356 www.omelhordoribatejo.pt www.facebook.com/omelhordoribatejo.pt

O nosso objetivo é que as pessoas vejam os santaremdigital | 25


SCALABIS NIGHT....... RUNNNEERRRSSSS!!!!!!!!

“Das portas do Sol até à Lua Cheia!”

Fotografia cedida pelos Scalabis Night Runners

Quem são os Scalabis Night Runners.. Os Scalabis Night Runners (doravante SNR) são essencialmente um grupo de amigos, que têm duas paixões em comum: a corrida e a magnífica e histórica cidade de Santarém. Os treinos efectuam-se todas as quartasfeiras às 21h30 sendo o ponto de encontro o emblemático Jardim das Portas do Sol em Santarém. Trata-se de um grupo bastante heterogéneo, constituído por pessoas com experiências pessoais e profissionais bastante distintas. Segundo os SNR “o melhor que se retira desta experiência são os laços de amizade (alguns sinceramente profundos, para a vida) que se foram construindo entre vários elementos do grupo. Essa é a nossa maior riqueza”, realçam vários elementos do grupo. O seu lema é: “A nossa casa é a vossa casa”. Os SNR fazem questão de receber bem e integrar da forma mais acolhedora possível todas as pessoas que aparecem pela primeira vez nas Portas do Sol para correr. 26 | santaremdigital

O Início..

amarelo fluorescente com uma bola preta no meio”. E essa é a sua imagem de marca: a boa O grupo surgiu em Setembro de 2009 através disposição! de um “treino” de três elementos (Nuno Lima, David Ferreira e Luís Ferreira), sendo na altura Actualmente... apenas um deles atleta. A ideia de correr pelas ruas do centro histórico da cidade, São mais de 100 elementos activos no grupo percorrendo todos os magníficos miradouros sendo que, pelo treino de quarta-feira já terão do planalto da cidade, teve origem no fundador passado certamente mais de 200 pessoas. Nuno Lima, a quem carinhosamente apelidam “A taxa de sucesso (e chamo sucesso ao de “Capitão Lima”. facto das pessoas que experimentam vir treinar connosco, voltarem repetidamente) é A ideia do nome “Scalabis Night Runners” bastante elevada, sintoma do nosso gosto em surgiu naturalmente, numa troca de ideias em bem receber e do espírito de convívio salutar pleno treino e por reflectir aquilo que fazem: que nos rege”, refere Pedro Maria Carvalho, um os scalabitanos que invadem a noite a correr dos membros mais antigos. pelas ruas mais emblemáticas da cidade. Contudo, sendo um grupo bastante Gostam de correr à noite, nas ruas do centro heterogéneo, também há atletas para histórico, de preferência iluminadas pela sua diversos ritmos, desde os que se deslocam presença. Já ninguém na cidade é indiferente ao treino para simplesmente caminhar, aos à sua presença, religiosamente semanal, que já encaram as provas com um objectivo percorrendo as ruas da cidade envergando específico e, dessa forma, treinam quase orgulhosamente as camisolas do grupo. diariamente. Portanto, dizem sempre aos seus convidados que “ritmo não é problema, tanto “Já vamos sendo conhecidos como o “grupo acolhemos e acompanhamos os que fazem animado”, “tagarelas”, “bem-dispostos” de caminhada, como os que pretendem efectuar


um treino mais rápido”. E todos são recebidos com o mesmo entusiasmo. Para além do treino das portas-do-sol, onde se juntam semanalmente mais de cinquenta elementos, costumam treinar às segundas, terças, quintas e domingos (quando não há provas), tendo como ponto de encontro a Escola Superior Agrária em Santarém, onde têm a única pista da cidade, “embora em condições lamentavelmente deploráveis”, referem. Realizam todo o tipo de provas: desde as mais curtas às ultra-maratonas, das provas de estrada aos trails, quer no país, quer lá fora. Ao longo destes três anos têm tido momentos marcantes, de convívio salutar entre todos, tendo como ponto comum a boa comida, boa bebida e muita música – “temos alguns músicos brilhantes no seio do nosso grupo, entre eles o “Maradona” do acordeão, o nosso Diogo Cotrim”. A Corrida das Tascas e a Corrida do Miguel foram os últimos eventos marcantes do grupo e são uma boa amostra daquilo que têm feito ao longo destes últimos anos. Dentro do grupo já existem mais de vinte maratonistas, “facto que nos enche de orgulho”, realçam. E já marcaram a sua presença em vários países: Espanha (a Maratona de Sevilha é mais um ponto marcante da sua história - todos os anos participam com uma dezena de atletas, pelo menos); França; Itália; Suíça; Inglaterra; Rússia, Brasil; Estados Unidos; Brasil; Hong-Kong; China...em todos estes locais já foram envergadas e suadas as suas camisolas! Têm ligações e já criaram laços de amizade com vários grupos nacionais, mas as crews/ clubes de runners internacionais ainda não. Certamente que será uma questão de tempo, pois trata-se de um fenómeno global.

Correr está na moda... E só podia ser assim! Os períodos de crise económica acabam por trazer algumas (poucas) vantagens e, de facto, a corrida é uma delas. É o desporto mais barato e mais Fotografia cedida pelos Scalabis Night Runners


fácil de praticar, pois só são necessários marcante na cidade. Foi então que colocaram a ideia em prática e organizaram a Scalabis Night uns ténis, uns calções, uma t-shirt e ...”nós Race, em parceria com a Câmara Municipal de Santarém (CMS) e Instituto Politécnico de Santarém próprios”, conforme dizem os SNR. (IPS) e que foi naturalmente uma réplica dos seus treinos, adaptado a competição de 10 kms, Mini/Caminhada de 5 kms e Kids Race para os escalões jovens. Verifica-se um acréscimo fortíssimo de pessoas a correr. Muitas delas começam por A primeira edição foi a 20 de Abril de 2013 e foi um sucesso com cerca de 200 participantes na caminhar, vão-se sentindo mais confiantes Kids Race, 600 na caminhada/5KM e 1100 nos 10KM. e em forma e acabam por começar a correr. O fenómeno das provas populares também Prova desse sucesso foi o facto do blog sobre corridas “Correr na Cidade - Running Blog” ter é uma realidade e as pessoas acabam por recentemente escolhido a Scalabis Night Race como nomeada para uma das suas votações transformar esses eventos em verdadeiras relativas aos melhores de 2013. A SNRace está nomeada para o prémio de “Melhor prova de festas. 10Km”, em que se avalia não só o percurso mas também a própria organização da corrida. O crescimento exponencial que têm assistido no grupo tem sido inesperado mas, em simultâneo, motivador. “Já não me recordo qual foi a última quarta-feira onde não tenha vindo um novo elemento correr connosco”. Sendo um grupo completamente aberto a receber novos elementos, continuam a apelar para que todos se juntem a si nos treinos das quartas-feiras. Não evidenciam quaisquer pretensões que não sejam reunir o maior número de pessoas que se identifiquem com a sua forma de estar e que se integrem no seu espírito, o “espírito SNR”.

A presença nas redes sociais.. O seu canal privilegiado tem sido o “memberget-member” e o facebook (http://www. facebook.com/ScalabisNightRunners), onde contam com a dinâmica de todos mas em especial com a capacidade criativa de um dos seus elementos, criando cartazes originais e apelativos, que suscitam a curiosidade de todos. Têm mais de 2.300 seguidores e também neste capítulo o seu crescimento tem sido exponencial nos últimos tempos.

“Realizámos um evento marcante, algo que foi muito mais além de uma prova de atletismo. Criámos uma prova épica, histórica mas rápida, marcada pelo que de melhor a nossa cidade tem para oferecer”, destacam orgulhosos. As próximas edições serão realizadas anualmente, sempre no sábado imediatamente anterior ao 25 de Abril - querendo estar associados a esta marcante data, a data da revolução que teve origem na cidade. O espírito desportivo e acolhedor é o que se pretende transpor para a SNRace, bebendo um pouco do melhor que cada uma das provas nas quais participam tem. “Será um desafio difícil, mas com o nosso voluntarismo e heterogeneidade esperamos estar á altura das expectativas”. É este o grande desafio.

“A próxima corrida SNR, a SCALABIS NIGHT RACE 2014 já está em marcha! Realizar-se-á no próximo dia 19 de abril e esperamos transformá-la num sucesso ainda maior que a anterior!”

Foi criada a página da SNRace (http://www. facebook.com/scalabisnightrace), onde, na altura da criação, em menos de 24 horas contaram com 150 likes.

Scalabis Night RACE Até agora têm tido a preocupação de ser independentes, autónomos e auto-suficientes mas... ansiavam por um desafio maior.. Possuíam a ambição de organizar um evento 28 | santaremdigital

Fotografia cedida pelos Scalabis Night Runners


Fiquem atentos…as camisolas amarelo fluorescentes andam por aí e esperam por vós.. Toca a corrrrreeeerrrrr!!!!

Fotografia cedida pelos Scalabis Night Runners

A prova percorre as principais ruas do centro histórico da nossa cidade, com passagem pelos magníficos monumentos (ou não fosse Santarém a “Capital Mundial do Gótico”). Vão existir diversos pontos de animação durante a prova, com a actuação de bandas em pontos estratégicos do percurso, tais como a tuna do IPS, Rancho Folclórico, Fandango, Campinos a cavalo e...abastecimento a tinto na mítica Taberna do Quinzena. “Reservamos ainda uma enorme surpresa a meio do percurso”, garante a organização do evento. Os SNR apenas prometem que vai ser uma experiência marcante e que estará ligada a um dos dias mais importantes da história do nosso país!

Fotografia cedida pelos Scalabis Night Runners

www.facebook.com/ScalabisNightRunners Fotografia cedida pelos Scalabis Night Runners santaremdigital | 29


GUITARRA PARA TODOS

João Pando*

INTERVALOS (PARTE II)

No número anterior da revista, apresentei-vos o conceito de intervalo, com um esquema elucidativo numa escala cromática (notas todas seguidas, de semi-tom em semi-tom). Neste número da revista, vou apresentar-vos a segunda parte do estudo dos intervalos. Intervalos compostos são intervalos que se encontram fora da mesma oitava. Vejamos então como é o seu comportamento: 1ª Oitava (simples) 2ª menor 2ª maior 3ª menor 3ª maior 4ª perfeita 4ª aumentada 5ª perfeita 6ª menor 6ª maior 7ª menor 7ª maior 8ª

2ª Oitava (compostos) 9ª menor 9ª maior 10ª menor 10ª maior 11ª perfeita 11ª aumentada 12ª perfeita 13ª menor 13ª maior 14ª menor 14ª maior 15ª

Tabela 1 - Intervalos simples e compostos

O intervalo de 4ª aumentada é também designado muitas vezes por intervalo de 5ª diminuta (5-), tal como o intervalo de 6ª menor é também designado por intervalo de 5ª aumentada (5+). Os intervalos compostos mais utilizados na construção de acordes são: 9ª, 11ª e 13ª. Tal como referi no número anterior da revista, os intervalos estão na base das escalas e dos acordes. Facilmente conseguimos ter essa perceção, senão vejamos: Para construir um acorde maior, necessitamos da tónica (nota que dá nome ao acorde), de um intervalo de 3ª maior e de um intervalo de 5ª perfeita (T, 3ªM, 5ªP – designado por tríade). No caso do acorde de DoM as notas serão: Do, Mi, Sol. Configuração da tónica e 3ªM, para um acorde maior. 1ª - Mi 2ª - Do 3ª - Sol 4ª - Mi 5ª - Do 6ª - Mi Figura 1 - Acorde de DoM 30 | santaremdigital

3ªM tónica Figura 2 - Tónica em La#, intervalo de 3ªM na corda Si


Atente-se às 5ª e 4ª cordas da figura 1. Esta é a configuração da tónica e da 3ªM que devemos utilizar sempre que quisermos fazer um acorde maior, em qualquer ponto da escala da guitarra, com a ressalva de que se a tónica estiver na 3ª corda (corda Sol), o intervalo de 3ªM (corda Si) terá de ficar no mesmo trasto da tónica, ou seja, a 3ªM tem de ser incrementada de um semi-tom cujo resultado é apresentado na figura 2. Na escrita musical, a designação 8va significa a mesma nota tocada oito notas acima, portanto mais aguda. A designação 8vb é precisamente o contrário, a mesma nota tocada mas oito notas abaixo, ou seja, mais grave. Assim acontece também com 15va (duas oitavas acima) e 15vb (duas oitavas abaixo). A figura 3 representa um desenho que os intervalos podem ter em relação a uma tónica que no exemplo é Do.

Figura 3 - Alguns dos intervalos relativos à tónica Do.

A configuração dos intervalos é importante pois permitem ao guitarrista fazer rapidamente qualquer acorde em qualquer ponto da escala de guitarra. Por exemplo, Do 6/9. Se um acorde maior é composto pela tónica, 3ªM e 5ªP, então como Do 6/9 é um acorde maior (senão seria Dom 6/9), teremos: Intervalo de 9ªM - nota Re Intervalo de 6ªM - nota La Acorde maior - tónica e 3ªM Figura 4 - Acorde Do 6/9

Reparem que o acorde não possui um intervalo de 5ª perfeita. Isso é possível acontecer mas disso falaremos num próximo número. Espero que tenham ficado mais esclarecidos quanto ao conceito de intervalo. No próximo número falarei numa primeira abordagem aos acordes.

Exercício 8 Este exercício não é mais que uma sequência de terceiras, ao longo da escala de Do maior. Alguns intervalos são de 3ª maior (2 tons) e outros de 3ª menor (1 tom e meio). Este tipo de exercício deve ser efetuado com outros intervalos, por exemplo 4ªsP, 5ªsP, 6ªs, etc., e noutras tónicas. Boa prática e até ao próximo número.

* joao.pando@santaremdigital.pt santaremdigital | 31


CENTRO HISTÓRICO CLASSIFICADO? As cidades reconhecem-se a partir do seu Centro Histórico (CH). O CH de Santarém, berço da nossa identidade e símbolo da nossa cultura, é o maior e o mais antigo do país e faz parte da memória coletiva dos seus habitantes, constituindo-se como uma referência para o equilíbrio psicológico necessário para reagir às mudanças que ocorrem ao longo dos tempos. Na sua impressão digital, estão marcadas vivências desde a proto-história aos dias de hoje. Destacada pela sua condição planáltica, por um lado, que conteve a sua expansão, e pela sua condição ribeirinha, cujas atividades piscatórias desapareceram, por outro, conseguiu manter-se um conjunto bastante homogéneo, preservando a sua autenticidade, integridade e unidade da linguagem construtiva do seu tecido urbano. O CH, por se constituir o berço da cidade, concentrava a maior quantidade de população. Atualmente ocorre o inverso, com a população a abandonálo, problema comum a toda a Europa. O CH corre o risco de começar a perder a sua identidade e com ela todas as noções de centralidade adquiridas, centralidade geográfica, social e económica, se não forem tomadas medidas que o regulem, contenham e protejam. O seu património universal é insubstituível, logo a sua salvaguarda e integração na vida coletiva devem constituir uma obrigação para governos e cidadãos. O processo de classificação do CH foi desencadeado pela Câmara Municipal de Santarém (CMS) numa lógica de aspiração do mesmo a Património Mundial da UNESCO. A CMS elaborou à atual Direção Geral do Património Cultural (DGPC) uma proposta de classificação, em 1997, tendo o CH passado a conjunto em vias de classificação em 2001. O facto de atualmente ainda se encontrar em vias de classificação faz com que qualquer

operação urbanística seja regulamentada pela Lei n.º 107/2001, implicando a necessidade de parecer prévio favorável do DGPC. Sem a elaboração de um plano de pormenor que encerre o processo de classificação, sujeitamonos a critérios de certa forma subjetivos, uma vez que pode dar-se o caso de um processo, que seja apreciado por diferentes técnicos, vir a ter despachos diferentes. Isso poderá mesmo acontecer em situações aparentemente idênticas a proprietários de imóveis contíguos. A elaboração de um plano de pormenor que defina especificamente e concretamente todos os critérios subjacentes à construção dentro do nosso CH será a ferramenta mais justa e que melhor permitirá salvaguardar o nosso património. A existência do referido plano de pormenor, em articulação com a legislação e respetivos benefícios fiscais conferidos aos conjuntos edificados dentro de áreas de reabilitação urbana, Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de Outubro, alterado e republicado pela Lei nº 322012, de 14 de Agosto, permitirá incentivar a reabilitação, beneficiando fiscalmente quem o faz e dispensando o cumprimento de alguns requisitos legais que só tinham sentido em construção nova, numa ótica de melhoria das condições de habitabilidade dos edifícios. Só assim, através de uma intervenção física de recuperação e valorização do património, a reabilitação urbana limitará a deterioração, fixará a população residente, potenciará o comércio tradicional e aliciará o turismo. O CH não é só o passado, há que assegurar-lhe o futuro! João Oliveira Arquitecto joao.oliveira@santaremdigital.pt

Fotografia de Osvaldo Cipriano



Fotografia cedida pela Popeline

Jovens Talentos

Monica Duarte A Monica Duarte nasceu numa familia de costureiras, sempre rodeada por máquinas e tecidos, habituada a brincar a desenhar e construir peças de roupa, criando colecções\ representações e desfiles.

Apresente-nos o projecto Popeline.

O que significa para si este desafio?

Todos os tecidos são made in Portugal .

A marca POPELINE foi idealizada com o objectivo de poder adaptar um tradicional atelier de costura com mais de 30 anos de história, num moderno conceito de atelier online, no qual, serão mantidas todas as suas principais características; o rigor na confecção, a qualidade dos materiais, a proximidade com o cliente e a indispensável adaptabilidade das suas peças.

Significa o cumprir de um sonho! Dando seguimento á tradição familiar, disponibilizando aos outros, com um toque de modernidade, tudo o que anteriormente fazia apenas parte do imaginário de uma apaixonada por moda.

Que feedback tem tido por parte das pessoas e dos potenciais clientes? O feedback tem sido muito positivo nomeadamente a marca tem causado muito boa impressão entre os profissionais do sector.

Quais são as mais valias que pode destacar comparativamente com outros De que forma podem os clientes interessados fazer consultas ou compras projectos semelhantes? na loja? Todas as peças são feitas por encomenda permitindo a personalização das cores, dos Possuir a produção própria em atelier , em que os cliente possam escolher formas e tecidos Podem fazer as compras através do site, de modelos, dos tecidos e dos tamanhos. como se de um atelier tradicional se tratasse. email ou do facebook. 34 | santaremdigital


Fotografia cedida pela Popeline

Fotografia cedida pela Popeline

Já efectuou ou pensa efectuar algum Quais os objectivos que traçou O que aconselharia a alguém que desfile de apresentação da marca relativamente ao sucesso desta estivesse a iniciar um percurso relativo á moda/confecção de roupa? Popeline? actividade? Foi realizada a apresentação pública da marca Crescer passo a passo de forma sustentada, Definir muito bem o produto e qual o seu no dia 16\11\2013 na Casa Museu Paços criando notoriedade da marca (no público target, elaborar um plano financeiro e definir uma estratégia de marketing e publicidade. Canavarro (Santarém). Em relação a desfile alvo) a pouco e pouco. não está posta de parte a ideia.

A Popeline é a concretização de um sonho, De que forma pretende promover a marca? uma aposta numa ideia interessante, um hobby, uma fonte de rendimento Através das redes sociais, da participação em acessória? eventos da especialidade e através de Press Releases, possuimos acordo com uma agência A concretização de um Sonho. de RP.

Popeline Atelier

geral@popeline.pt

www.popeline.pt www.facebook.com/popelineatelier2013

santaremdigital | 35


RIBATEJANOS PELO MUNDO


Ascenso é uma rapariga que decidiu, já Jcomooana fez 13 anos, ir viver para Barcelona e trabalhar freelancer em produção na área das artes nomeadamente em teatro e cinema.

O que a levou a emigrar? A minha emigração não foi uma emigração que podemos chamar de “convencional” em que uma pessoa vai à procura de trabalho para ter melhores condições de vida. Foi uma emigração por estudos e amor. Queria terminar o curso em Barcelona e, casualidades da vida, o meu namorado vivia em Barcelona. Assim foi uma combinação perfeita!

Porque escolheu este país? Como mencionei antes foi uma combinação de factores perfeita que me levaram a Barcelona. Era uma cidade que já conhecia antes de conhecer o meu namorado. Havia uma coisa dentro de mim que, no dia em que pisei esta cidade pela primeira vez, me fez sentir que era ali que queria estudar e viver e assim foi. Uns anos mais tarde estava eu na faculdade e o meu namorado voltava para Barcelona e então pensei, porque não ir também e acabar lá os estudos? E lá fui eu para a cidade pela qual, anos antes me tinha apaixonado.

Como tem sido a sua experiência no estrangeiro? A minha experiência tem sido bastante positiva. Fez-me crescer muito como pessoa e aconselho vivamente a todos os que possam que pelo menos vivam uma temporada fora de Portugal. Como Barcelona é uma cidade bastante cosmopolita tens a oportunidade de conhecer outras pessoas de outras culturas que te fazem ter uma visão completamente diferente da sociedade. Pelo meio destes anos também tive a oportunidade de estudar e viver uns tempos em Londres. Barcelona é uma cidade que tem gente de todo o mundo e também sentes isso ao nível laboral. Antes trabalhava numa multinacional e os meus companheiros eram desde espanhóis (de todos os sítios de Espanha) passando por brasileiros, alemães, italianos, russos, argentinos, suecos, etc. Agora trabalho por conta própria e continuo a trabalhar com gente de muitas procedências. Acho que o melhor de ir para fora é que te tornas mais flexível e mais tolerante e com uma mente muito mais aberta para a sociedade e para novas ideias.

Sente que em Portugal não teria as mesmas condições de vida e oportunidades de sucesso? Sim. Em Portugal penso que ainda temos muito que evoluir e abrir a nossa mente ao mundo.

Mas isso já pensava quando vivia em Portugal e continuo a pensar nisso. Somos o país da cunha! Nota-se que vão havendo pequenas mudanças mas a nível geral continuamos muito pequeninos de espírito. Continua a dar-se muita importância às aparências e não ao que uma pessoa realmente é e isso é horrível. Em Espanha a nível laboral dáse bastante importância às nossas experiências e ao modo como trabalhamos. Se somos pessoas trabalhadoras é bastante fácil que te reconheçam e possas subir a nível de empresa, que tenhas mais responsabilidades e consequentemente a subida de ordenado. Há uma grande receptividade a ideias inovadoras em que sentes que podes aportar à empresa e viceversa.

Já equacionou voltar para Portugal? Porquê? Às vezes penso como seria voltar para Portugal mas depois penso que não é uma boa ideia. Não só pelas oportunidades de trabalho mas mais pelo facto de não suportar essa coisa tão portuguesa das aparências em que todos são doutores ou engenheiros e afinal nem todos somos médicos nem tirámos um doutoramento e nem todos tirámos uma engenharia. E isso afecta tanto ao nível laboral como às relações humanas e já que vivo num mundo de hipocrisia que pelo menos viva numa hipocrisia mais pequena.

De que mais sente saudades de Portugal? Sinto saudades da família, dos amigos e da comida e, claro, do meu país mas admito que vivo muito bem onde estou e pelo menos por agora não volto.


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minha terra Chegou a altura de nos apresentar a sua cidade/vila/aldeia. Este passatempo destina-se a todos aqueles que nos queiram dar a conhecer o local onde residem/nasceram. Consiste na elaboração de um texto no qual nos apresentem o “BI” da vossa terra destacando os seus pontos de interesse, seja a nível histórico, social ou cultural. O artigo também poderá ser ilustrado com fotografias. Em todas as edições iremos escolher o melhor texto que será publicado na revista Santarém Digital. Os textos devem ser enviados para o email revista@santaremdigital.pt Nota: Qualquer pessoa pode participar, não havendo limite de idade. O texto não poderá ultrapassar os 3000 caracteres já com espaços. Os textos não poderão conter referências politico/partidárias nem linguagem imprópria sob pena de ser excluído o texto/excerto em causa.


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