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Escola Básica de Frei João de Vila do Conde Ano II ­ N.º 2 dezembro de 2014 Preço: 0,50€

Jornal do Frei

28 DE O UT UBRO É O DI A DA E S CO L A Ao longo deste jornal podem ver os trabalhos realizados em Educação Tecnológica com a colaboração de EMRC ­ TURMA 6ºJ, a partir da obra de Niki Saint Phalle ­ Exposição na Biblioteca Escolar. Poderão ver ainda outros trabalhos, dos diferentes níveis de ensino, realizados no âmbito da comemoração do Dia da Escola.

A minha escola é... Jornalista por um dia com: ­ Anabela Machado ­ Joana da Rosa ­ Richard Zimler Viagem a Paris Fomos fazer o DELF A2

Ficha Técnica: Jornal Escolar «Jornal do Frei» Coordenação: Ana Peres e Lídia Sanches Mota Colaboradores: elementos da comunidade escolar que participaram com os artigos Propriedade: Agrupamento de Escolas de Frei João de Vila do Conde


Editorial Cá temos um novo número do “Notícias do Frei”! Mais um passo neste projeto que é importante porque veículo de partilhas, de vi­ vências da Escola, tantas e tão variadas que são! Continua a ser este “peque­ no” projeto espaço de afir­ mação – um dos muitos de que a Escola dispõe, feliz­ mente – do único processo sério e válido da construção da Escola que é de que esta se constrói fazendo, criando, edificando, construindo…. Tenhamos todos nós – to­ dos, comunidade educativa, sem exceção – consciência que tal só se fará, se fará sempre com trabalho, com esforço, muitas vezes quase com dor, nem que esta re­ sulte, até, não raro, da in­ compreensão de que sofrem estes agentes. Surge este número no final deste período, que é tempo de Natal e Festas. E todos nós, os obreiros deste proje­ to e todos os obreiros da Escola, continuamos a ficar felizes por ter no nosso sa­ patinho a paz na educação, o sossego no nosso labor diário, o fim das obras, a fe­ licidade daqueles para quem diariamente damos o nosso melhor.

Saibamos e sejamos capazes de perceber e demonstrar que são a nossa profissão e o nosso espa­ ço de ação domínios de eleição para darmos a todos os dias um pouco de Natal e, assim, tornar real o dito que tal será possível sempre que o Homem o queira. E todos nós o queremos, disso estou certo! A todos votos do melhor 2015 que formos capazes de construir!

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O Diretor

Escola Solidária Mais uma ano, mais uma recolha de bens alimentares que fazem diferença.Esta ação não permite a indiferença. O Projeto DAR educa para a Solidariedade, educa para a Partilha e ensina a Agir. Uma escola é um espaço de vivências e de cultura dos Valores.

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EU ACHO QUE...

A minha escola prepara para a vida sendo vida "A minha Escola é..." faz­nos pensar. A acompanhar os trabalhos dos alunos sobre este tema e um painel de fotografias sobre Malala Yousufzai, uma jovem paquistanesa distinguida com o Prémio Nobel da Paz em 2014, podiamos ler um texto sobre a escola da Professora Graça Maçães, professora de Educação Visual na Escola Básica de Frei João de Vila do Conde. "Sabias que antes do 25 de Abril a maioria dos jovens não tinha acesso à Escola? Que a maioria ia trabalhar aos dez anos? Sabias que no século XXI ainda há jovens que não têm acesso à Escolaridade? Já ouviste falar de Malala? Observa bem o painel de fotografias que te é apresentado e reflete sobre este tema. Chegaste à conclusão que frequentar a Escola ainda é um privilégio que não podemos desperdiçar.

Na Escola, como na vida, NÃO PODEMOS FAZER O QUE QUEREMOS, MAS SIM, QUERER O QUE FAZEMOS. Vamos, então, refletir sobre o que é uma Escola. Será que poderá ser substituída pelos computadores? Cada um aprende em casa e depois submete­se a exames? Gostariam? Seriam capazes? Pois não, porque a Escola é o único meio de socialização, de aprendizagem de valores, de comportamentos e de relação com os outros. Na Escola somos um conjunto de muitas pessoas, uma equipa, que prossegue o mesmo sonho ­ que todos possam desenvolver as suas capacidades, para que mais tarde sejam pessoas dignas, responsáveis e realizadas." Graça Maçães, Professora de Educação Visual

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A minha escola é... Pensar a escola, um grupo de alunos refletiu sobre a escola e respondeu ao desafio de completar a ideia " A minha escola é..." A minha escola é…

A minha escola é ...

É o centro do mundo onde juntos brincamos e por vezes nos zangamos.

Um espaço onde professores exigentes ensinam alunos inteligentes.

O lugar onde ano após ano, professores pacientes, tornam­nos mais inteligentes. Onde aprendemos, crescemos e descobrimos os enigmas da vida. O lugar onde fazemos amigos, partilhamos angústias e alegrias, como irmãos, todos os dias. É o recreio e o polivalente onde encontramos toda a gente. A biblioteca? Que emoção, sentir as personagens em ação. É um lugar especial, Tem aventura, sonho e magia, Como se fosse Natal…

A minha escola é… Um lugar de encontros e desencontros; de brincadeiras, amizade e partilha, uma segunda casa, uma família, onde direção, professores, alunos e funcionários todos os dias trabalham para serem extraordinários. Um lugar de aprendizagem onde damos largas à imaginação e à criatividade. Nos momentos de lazer, ir à biblioteca ler, é sempre um prazer!... A minha escola é espaçosa e bela, como se fosse pintada numa tela. A minha escola é especial, é minha e de todos.

6º A

A minha segunda casa onde aprendo a cumprir regras. Um lugar onde posso conviver com os meus colegas e amigos partilhar confidências, crescer. Uma oportunidade de, no futuro, ser uma pessoa melhor. O meu cantinho dos lugares favoritos, como a biblioteca, onde leio muito, vejo vídeos e jogo computador; as escadas do campo, apesar de levar com bolas na cabeça. Mas o melhor é a agitação dos alunos.

6ºF A Escola Somos Nós! Inês Sousa, 5ºA

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A minha escola é um mundo pequenino Povoado de meninos, ternura e felicidade Aqui crescemos ,todos os dias mais Em sabedoria e responsabilidade Ela é a minha casa, essa segunda casa Onde tudo acontece, basta eu querer... Acontece brincar, acontece jogar, acontece sonhar, acontece aprender...

Mi instituto es... especial. Allá se hace magia. Cabecitas pensadoras enriquecen sus mentes Día tras día, siempre con gracia. Los funcionarios simpáticos y prestables, Con una sonrisa de oreja a oreja, Desempeñan sus funciones diarias Y con nosotros hacen una pareja.

Los profes, ¡los pobres!, Se esfuerzan constantemente, Para que al final del noveno curso Vean a cada alumno Enfrentar su futuro y su suerte 5ºD conmovente. “Las obras han terminado, ¡cuatro años después!”, han dicho las crónicas. " tarjetas electrónicas!” El único problema… Es que las persianas no son “supersónicas”. Manuel Peixoto, 8º A

My school is … My school is my second home. The teachers are very friendly and kind and do their best to promote student learning. The classes are fun and I love learning new things because I know that all this will be a big help in the future. I really love playing with my friends during the breaks. In my school there are many places where I can study like the library, several study rooms and so on. The greatest thing about my school is the positive and supportive atmosphere in which we learn and grow. Everyone works hard to create lasting memories through quality learning experiences and special events. My school is a part of my life … Emma Sousa de Castro,7ºA

Mon école est… Mon école, c’est une bonne école. À l’école je reste, d’habitude, avec mes amis et nous nous amusons beaucoup à jouer ou à bavarder. Mes cours sont très intéressants et nous apprenons beaucoup en classe. Mes professeurs sont sympas et nous apprenons beaucoup de choses avec eux. En général, mon école est très cool et je l’aime bien. Pedro Ferreira, 9ºD

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Falei com a Escola

Estudar compensa. Alunos da Escola Básica de Frei João obtiveram o Prémio­ Mérito André­Silva " Melhor Aluno".

Tu pensas que a Escola é aquele sítio enfadonho, em que não se faz nada de interessante, onde o que aprendes não será importante para o teu futuro e que os professores só te dão sermões por não gostarem de ti. Se te identificaste com o que eu disse é porque não conheces bem a Escola. Eu vou­te contar como é que a escola pensa:

E, se parares para pensar um bocadinho, perceberás o quanto será bom daqui a uns aninhos conseguires ter um emprego bom, seres independente de tudo e de todos graças aos teus estudos. Pensa também nas milhares de crianças que adoravam estar no teu lugar e que não podem devido aos pais serem pobres. Pensa nisso tudo, e depois, decide o que é que queres para o teu futuro, porque tu tens possibilidades disso e há outras crianças que não têm.

A Associação de Futebol do Porto emitiu um comunicado oficial com o nome e o valor do prémio de um conjunto de alunos contemplados com o Prémio­Mérito André­Silva " Melhor Aluno" nas épocas 2013/2014 e 2014/2015. Dois dos alunos da nossa escola fazem parte desta lista de nove alunos: Raúl Alves Moreira e João Carlos Marques Grilo de Sousa, ambos atletas de Futsal da Associação Desportiva Cultural e Recreativa das Caxinas. Parabéns aos nossos alunos.

Olá, daqui fala a Escola. Vim aqui dizer­te como E é isso que a nossa amiga penso… Escola pensa. Eu sou como um livro onde, a cada dia, escrevemos as nossas histórias, as nossas peripécias, enfim, o que Mariana Meireles, 7ºG vivemos juntos.

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JORNALISTA POR UM DIA

Pronta a servir: vamos conhecer a nova cantina Estivemos à conversa sobre a cantina da nossa escola com a Professora Anabela Machado, Subdiretora da Escola Básica Frei João de Vila do Conde.

Professora Anabela Machado: Eu penso que sim, pois até ao momento temos recebido comentários muito positivos. Claro que comparativamente com o Professora Anabela espaço anterior, não há margem Machado: Sim, as sequer para duvidar que este é ementas são elaboradas mais confortável, mais agradável. com a supervisão de uma Após a nutricionista que garante o Rafaela e Francisco: para as novas acesso dos alunos a mudança refeições saudáveis e instalações há mais alunos a equilibradas. A Direção almoçar na cantina? Geral de Educação adjudicou o fornecimento Professora Anabela Machado: Sim. das refeições a uma Nós partimos de uma situação empresa que presta este anterior muito má. Se vocês se serviço, e, no início de recordam, no ano transato devido cada trimestre, envia as às obras, tivemos o refeitório a funcionar numa sala adaptada para ementas para a escola. sala de refeições. Rafaela e Francisco: Os Não era o espaço ideal, longe alunos gostam do novo disso, mas foi a única opção para garantir o almoço aos alunos. espaço? Rafaela e Francisco: A alimentação da cantina é acompanhada por um nutricionista?

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As refeições eram confecionadas fora da escola e transportadas, seguindo todos os princípios de higiene e segurança, para depois serem servidas no pavilhão amarelo. Obviamente que com as condições atuais, a cantina tornou­se um espaço mais atrativo e temos mais alunos a utilizarem este serviço. Rafaela e Francisco: As funcionárias gostam do seu novo espaço de trabalho? Professora Anabela Machado: Claro que sim. Inclusivamente, no início do ano, referiram gostar de trabalhar nesta nova cozinha, salientando o facto de estar bem equipada e ter muito espaço.

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Rafaela e Francisco: Tem havido mais adesão à alimentação disponibilizada pela cantina por parte dos professores e dos funcionários da escola? Professora Anabela Machado: Nunca houve muita tradição nesta escola de professores e funcionários utilizarem o serviço da cantina. O que quero dizer com isto é que, mesmo nas antigas instalações, não era habitual termos um número significativo de funcionários e de professores a utilizarem este serviço. Este ano, talvez pelas novas instalações, já tivemos alguns docentes a almoçarem na cantina. Rafaela e Francisco: Em que mudou a cantina, em termos de organização? Professora Anabela Machado: Em termos de organização não houve grandes mudanças porque os princípios que regem a confeção dos alimentos e o serviço das refeições mantêm­se. A única coisa que mudou foram as condições do espaço e os equipamentos.

Rafaela e Francisco: O que tem a dizer à Comunidade Escola que ainda não se saiba? Professora Anabela Machado: Neste momento era importante que os alunos perdessem a ideia que a cantina é um espaço desagradável ou que as refeições são más. Para desfazer esta ideia, deveriam conhecer o novo espaço e experimentar as refeições. Só sendo utilizadores da cantina podem fazer um julgamento mais justo deste serviço da escola.

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Rafaela Novo e Francisco Barros, 8ºC

A Escola é de todos. Partilhamos espaços e vivências. Cuida dela.

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À conversa com a ilustradora Joana Rosa A ilustradora Joana Rosa veio à Escola Básica de Frei João para fazer um Workshop com alguns dos alunos do 6º ano.

Afonso Mendes: Onde passou a sua infância? Ilustradora Joana de Rosa: Passei a minha infância em Esposende, de onde sou natural. A minha mãe é de Esposende, o meu pai é da Póvoa de Varzim, mas sempre vivi em Esposende. Estudei lá também, na Escola Secundária Henrique Medina, onde estudei artes e, logo depois, fui para Belas Artes no Porto. Afonso Mendes: Há artistas na sua família que lhe tenham influenciado o seu percurso? Ilustradora Joana de Rosa: Eu tenho um tio que é fotógrafo na Póvoa de Varzim, e tenho um tio, não de sangue, que também é pintor. Mas isto surgiu muito naturalmente, desde muito cedinho, desde que me lembro que só queria desenhar.

Mas também tem a ver com a família com certeza, a minha avó também gosta de desenhar. Sim, tenho alguns familiares que gostam realmente dessa área. Afonso Mendes: E esta profissão foi a que sempre quis seguir? Ilustradora Joana de Rosa: Sim, noutro dia, há pouco tempo, descobri o meu livro de bebé, que era um livrinho onde a minha mãe apontava as coisas mais importantes do meu crescimento e tem lá que eu com 10 anos queria ser desenhadora, com 14 queria ir para Belas Artes, estudar pintura e queria fazer cinema de animação, fazer desenhos animados. Por isso, desde muito cedo que sei muito bem o queria seguir.

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Afonso Mendes: Qual foi a sua última obra que ilustrou? Ilustradora Joana de Rosa: Acabei ontem, precisamente de ilustrar um livro infantil que vai ser publicado no dia 16 de dezembro, chama­se “A história de Búfalo Fú”. Mas o último publicado, foi um “Ocidental acidental”, que é apenas uma capa, não é um livro infantil. Fiz só a ilustração e design de capa. Afonso Mendes: Em quem ou em que se inspira normalmente?

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Ilustradora Joana de Rosa: Na natureza, no meu dia a dia, na minha cadela também, que faço sempre questão de ilustrar principalmente nos livros infantis e sempre que faz sentido também, embora neste último não deu para colocá­la, mas é precisamente disso, das minhas experiências do dia a dia. Afonso Mendes: Como surgiu o seu primeiro trabalho profissional? Ilustradora Joana de Rosa: Eu tirei o mestrado de ilustração na Escola Superior Artística do Porto, no pólo de Guimarães e fiz um estágio de Ilustração no Museu Militar do Porto, como ilustradora, e estive lá um ano e fiz alguns contactos. E foi aí que surgiu o meu primeiro contacto profissional porque o subdirector tinha acabado de criar uma editora e convidou­me para eu fazer a ilustração de uma capa da “Fermento Liberdade”, e foi a primeira publicação, em 2011.

Ilustradora Joana de Rosa: Posso dizer que foi apenas desde que entrei no mestrado, em 2009 e o acabei em 2012, mas desde 2011 que trabalho profissionalmente nessa área. Afonso Mendes: Quanto tempo demorou a criar o filme de animação “Gata Má”?

Biblioteca Valter Hugo Mãe Um espaço imperdível quer o físico que o virtual. Este último pode ser encontrado no blog da biblioteca.

Ilustradora Joana de Rosa: Um mês e meio. São só cinco minutos, mas foi um mês e meio bastante intenso, quase que não saia de casa para conseguir ter o trabalho feito a tempo. Trabalhava numa garagem, em casa de uma amiga minha porque animação faço sempre em parceria com as minhas colegas Eva Mendes e Sara Augusto, que são ilustradoras e artistas plásticas, portanto, o trabalho é sempre feito em conjunto com elas, e durou um mês e meio. Afonso Mendes: O que a motivou a ilustrar livros infantis?

Ilustradora Joana de Rosa: Foi um pouco por acaso porque o contato que tive com o editor manteve­se até agora. Eu trabalho sempre por encomendas, não estou lá, na editora, quando é necessário fazer ilustrar uma Afonso Mendes: Há quanto capa ou um livro infantil sou anos se dedica à ilustração? convidada para esse trabalho. Afonso Mendes: E chegamos ao fim. Obrigada. Ilustradora Joana de Rosa: Muito bem, continua. Afonso Mendes, 6º F

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Zimler, "Hugo e eu e as mangas de Marte" No dia 5 de dezembro, no âmbito da Feira do Livro promovida pela Biblioteca Escolar, alunos do 2.º e 3.º ciclos (5.ºB, 5.ºD, 6.ºB e 8.ºC) participaram no encontro com o escritor Richard Zimler. Este encontro teve como mote a obra "Hugo e eu e as mangas de Marte", tendo Moçambique e a descolonização ultramarina constituído um interessante assunto de partilha de experiências. Os alunos ofereceram ao escritor momentos culturais preparados em contexto de sala de aula, inspirados na obra que leram e com a qual se emocionaram. A aluna Beatriz Veiga, do 5.ºD, entrevistou o autor. Aqui deixamos a entrevista.

Beatriz Veiga: Boa tarde, chamo­me Beatriz e gostaria de o entrevistar para o Jornal da Escola. É possivel? Richard Zimler: Sim, com certeza. Beatriz Veiga: Dos livros que escreveu, qual foi o que teve mais significado para si? Richard Zimler: Significado, é difícil de dizer, mas houve um livro que se chama «Meia­Noite ou o Princípio do Mundo» que é um romance, um romance bastante grande, no qual estive três anos e meio a trabalhar.

Isto significa que eu passava imenso tempo com os personagens da história, e, daí, desenvolvi uma relação muito afetiva com aquela gente. Beatriz Veiga: Em que é que se inspirou para criar o livro "Hugo e eu e as mangas de Marte"? Richard Zimler: Na vida dos meus amigos moçambicanos porque eu sabia do sofrimento deles ao mudar de Moçambique para Portugal e achava uma ideia gira para uma história, falar de gerações diferentes e da relação afetiva e emocional entre Moçambique e Portugal.

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Beatriz Veiga: Por que deu o título «Hugo e eu e as mangas de Marte ao seu livro»? Richard Zimler: Não sei, há coisas inesperadas no livro, é uma espécie de magia. Hugo é o nome do urso de peluche do livro, e gosto do nome. Em português eu acho que é um som giro. Eu achei um bom nome para um ursinho e "Hugo e eu e as mangas de Marte" têm um ritmo de que eu gosto e tem tudo a ver com a história.

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Beatriz Veiga: Nesta história atribui um grande destaque aos afetos. Considera este aspeto importante nos livros? Richard Zimler: Sim, uma história tem de cativar uma pessoa, tem de mexer com as suas emoções. Um romance não é só ideias, um romance é emoção, é paixão, tristeza, alegria e sem isso um romance, uma história para crianças, é meramente um texto. Beatriz Veiga: Porquê a escolha de Moçambique? Richard Zimler: Outra vez, porque eu tenho esta relação afetiva com Moçambique, a minha outra metade, a pessoa com quem eu estou a viver há trinta e seis anos é de Moçambique, assim, eu «herdei» o passado dela. O que significa que eu conheço bem, através dele, como era Maputo para uma criança de seis, dez, dezasseis anos… é isso. Beatriz Veiga: Gosta mais de escrever para crianças ou para adultos? Richard Zimler: Eu gosto dos dois, são desafios diferentes, é como se se perguntar gosta mais de comer bolos ou um prato principal.

Depende, eu adoro os dois, o que é importante não é o prato principal ou o doce, o importante é a qualidade. É igual para uma história, seja para crianças ou adultos, tem que ter qualidade. Beatriz Veiga: Qual foi o seu momento mais importante enquanto escritor? Richard Zimler: Isso é muito difícil, talvez o momento em que o meu primeiro romance foi aceite, quer dizer, em que uma editora aceitou publicar o meu romance. O segundo momento, quando o meu romance saiu pela primeira vez e eu vi um objeto físico, consequência de três anos do meu trabalho. Beatriz Veiga: Ainda se lembra do livro que o marcou quando era da nossa idade? Lembro­me de muitos livros não era uma só história. Eu lembro­ me de Doctor Seuss, muitos livros dele, e outros livros de Maurice Sendak, é um autor importante para crianças… havia muitos. Beatriz Veiga: Em nome de toda a escola gostaria de agradecer a sua disponibilidade. Obrigada pela partilha.

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Um Americano em Portugal Richard Zimler, natural dos Estados Unidos da América e naturalizado português, nasceu em Roslyn Heights, Nova Iorque, no ano de 1956. É jornalista, escritor e professor. Zimler veio à nossa escola e esteve à conversa com a nossa jornalista por um dia, que já está a praticar a sua profissão desejada para o futuro.

Obra do autor

O Último Cabalista de Lisboa Trevas da Luz Meia­Noite ou o Princípio do Mundo Goa ou o Guardião da Aurora (2005) À Procura do Sana A Sétima Porta Confundir a Cidade com o Mar Dança Quando Chegares ao Fim (livro para crianças) Os Anagramas de Varsóvia (2009) Beatriz Veiga, 5ºD Ilha Teresa (publicado no Brasil com o título Strawberry Fields Forever) Hugo e Eu e as Mangas de Marte (livro para crianças) A Sentinela (2013) Se Eu Fosse (2014) (livro para crianças)

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ACONTECE NA ESCOLA As Pipas estão proíbidas na escola O consumo do snack Pipas está proibido na Escola Básica Frei João de Vila do Conde. As pipas são sementes de girassol com grande valor calórico (cerca de 600 calorias por cada 100 g.). Se for consumido com moderação tem muitos benefícios, algo que a maioria dos consumidores deste produto desconhece. Sabemos que as pipas contêm grande quantidade de vitamina E e de vitamina B, sendo extremamente energéticas. As pipas também são ricas em fibra e tem propriedades antioxidantes. São boas para prevenir certas doenças cardiovasculares e para regular o trânsito intestinal. Ao invés das habituais guloseimas, os alunos têm trazido para a escola pequenas embalagens de pipas e consomem­nas nos intervalos das aulas. Dado que se tratam de sementes com casca, em que apenas o conteúdo é comestível, todas as cascas são atiradas para o chão, provocando verdadeiros “tapetes” de sujidade. Insatisfeitos com estas situações, que desvalorizam a imagem da nossa escola, os órgãos diretivos decidiram proibir o consumo destes snacks dentro do recinto escolar. Vamos manter a nossa escola limpa. Inês Pires, 5º A

Chuva causa estragos na escola As fortes chuvas na passada quarta­feira, 22 de outubro, causaram estragos na nossa escola, pondo em mau estado o bar e inundado o recinto em frente ao mesmo. O bar já se encontra limpo e em funcionamento, mas o recinto ainda não está em condições, por esse motivo, os alunos não poderão levar bolas para a escola enquanto esta situação permanecer. Afonso Mendes, 6º F

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O Ambiente é uma preocupação. Toca a Reciclar. Como já sabes, reciclar é muito importante. Através da reciclagem conseguimos obter novas matérias primas, reduzimos a poluição e se, aprendermos a reutilizar podemos conseguir os nossos objetos, únicos e personalizados. A reciclagem é um processo que consiste em encontrar novos usos às coisas de que já não necessitamos através de máquinas próprias noutras. Desta maneira reduzimos a produção de lixo e preservamos recursos. Reciclar toca a todos. Mariana Meireles, 7ºG ­

Caminhada para ajudar o Lince Ibérico Uma iniciativa que promoveu o estilo de vida saudável aliado a uma causa nobre. No dia 19 de outubro teve lugar na nossa cidade uma caminhada promovida pela LPN (Liga para a proteção do Lince Ibérico), com o objetivo de ajudar uma espécie em vias de extinção, existente somente na Península Ibérica.

O ponto de encontro escolhido, à semelhança de outos pontos do país, foi o Parque Desportivo e, pelas 10h, já muitos faziam notar a sua animada presença destinada a ajudar o Lince Ibérico.

Crianças e adultos, muitos deles vestidos a rigor para a ocasião, levaram acessórios alusivos a este animal e donativos destinados à proteção e desenvolvimento da espécie. Francisco Barros, 8ºC

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O TEMPO PASSA OU PASSA O TEMPO

Para rir

Desvenda o enigma

Era uma vez uma senhora tão baixa,mas tão baixa... que ia ao hospital só para lhe darem alta.

Quem sou eu?» «É uma paisagem bicolor onde se travam grandes batalhas, Nela o chefe supremo não poderá ser morto, ou acusar­te­ão de guerreares ao calhas! Trazido, juntamente com o seu exercito, de terras onde (de cá) se vê nascer o Sol, É, pelo nosso povo jogado, antes sequer da conquista de Alcácer do Sal. Pode ser feito de vários materiais: tanto nobres como banais. Contém, gravadas, letras e números, todos em suas laterais.»

Duas amigas: ­Sabes...Vou ser mãe de trigémeos! ­Uau,parabéns!De quantos meses estás grávida? ­Não sei...Talvez um mês. ­Um mês?!E já sabes que são trigémeos? ­Claro!Fiz três testes de gravidez e todos deram positivo!

Manuel Peixoto, 8ºA

Anedotas selecionadas por: Chandra Quinta , 8ºC

Sabes quem é? Com um nome original, há muito tempo ensina na nossa escola. Em pequena já as Ciências e a Matemática a fascinavam, apesar de ser boa aluna a letras. A equipa do Jornal do Frei

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ESTIVE A LER… Cormac McCarthy

É esta, e tão imperfeitamente a reproduzo, a atmosfera de um dos melhores livros que li ultimamente. É ele “A Estrada”, de Cormac McCarthy (edição Relógio D´Água, 2007). É um livro poderoso no ambiente de desolação física e humana que retrata – a civilização humana como a conhecemos hoje desapareceu mas nunca saberemos porquê. Mas é também comovente porque nos diz que o humano permanece pois está para além da civilização material e tecnológica em que vivemos. E aqueles dois seres humanos que lutam desesperadamente mente para sobreviver fazem­no mantendo a sua humanidade: resistem ao canibalismo, partilham o pouco que tem… Resta dizer que Cormac McCarthy é um escritor norte­ americano nascido em 1933 em Rhode Island e atualmente reside no sul dos Estados Unidos. Tem vários títulos publicados em Portugal. Joaquim Neves, Professor de História e Geografia de Portugal

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Curiosidade

Um homem e uma criança caminham. Caminham sós – nada se cruza com eles. Caminham por uma estrada ladeada por terra escura e árvores esqueléticas. Caminham quase na escuridão e fazendo um frio intenso. Caminham arrastando um carrinho de supermercado que carrega os seus parcos haveres. Caminham sempre atentos a uma possibilidade de obter alimento: um pomar já morto mas onde pode haver uma maçã enterrada no pó; uma casa abandonada onde poderão encontrar uma lata de conservas, de coca­cola… Caminham fugindo daqueles que querem fazer deles o seu alimento. Caminham para sul buscando aquilo que não tem: sol, comida, segurança e um futuro para a criança.

O mesmo autor da "Estrada" escreveu "Onde os Velhos Não Têm Vez", um romance, lançado nos Estados Unidos em 2005,que foi adaptado para o cinema pelos irmãos Joel e Ethan Coen. O filme "Este país não é para velhos" ( No Country for Old Me") foi lançado em 2007 e foi o vencedor do prêmio Oscar de melhor filme, em 2008.

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EXPERIMENTA… A Ciência vive na escola Integrado na Semana da Ciência e Tecnologia, provida pelo Centro de Ciência Viva de Vila do Conde, a biblioteca da nossa escola organizou no passado dia 26 de novembro uma mostra de várias experiências. Esta atividade de caráter cultural ofereceu um variado leque de abordagens e metodologias cientificas. Tendo saciado a curiosidade a um grande número de elementos da comunidade escolar do 2°ciclo que, com entusiasmo e espetativa, puderam manipular conhecimento, desenvolver raciocinios e pensamentos, aumentando assim, as suas capacidades de responder às questões que o mundo natural nos coloca. De elevadissimo interesse cultural, esta atividade teórico pratica deixou pela sua dinâmica e atualidade, a vontade de ser perpetuada num futuro breve, incrementando o variado leque de ofertas pedagógicas dinamizadas pela nossa biblioteca, um espaço convergente e humano. Sandra Araújo, professora de Matemática

O que faz a Pressão Atmosférica? Seria possível entornar um copo com água (de cabeça para baixo) sem que ele perca seu conteúdo? A nossa experiência vai mostrar que sim, é possível. O que podemos aprender sobre a força exercida pela atmosfera terrestre?

Material ­ 1 copo de vidro ­ 200 ml de água ­ 1 folha de papel (do tipo papel cartão) e... muita agilidade

A água não cai. Explicação

O ar existente em redor do copo exerce uma força em todos os Procedimento: sentidos, inclusive de baixo para cima. A essa força damos nome de 1. Prepara o copo a água Pressão Atmosférica. Ela não deixa 2. Coloca o papel na boca que o papel se desloque. Não do recipiente e exerçe leve houve magia, foi a Pressão pressão para que o papel Atmosférica que impediu que a se fixe (segura por cerca de água caísse. 1 minuto) 3. Vira o copo e vê o que adaptado de: acontece. http://educador.brasilescola.com/est rategias­ensino/pressao­ atmosferica­no­copo.htm

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CANTINHO DO AGRUPAMENTO Viagem a Paris No ano letivo que passou decorreu uma viagem a Paris que vale a pena contar.

Depois de ter ouvido contar da boca de muitos alunos a conversa para tentar convencer os pais: “ – Posso ir? – A vida não é fácil, sabes… ­ disse a mãe. – Então, não me deixas? Eu adorava ir…” Chegou o dia 28 de junho. Levantamos voo. Como todas as grandes viagens, esta também começou antes da partida! Neste momento os nossos alunos percebem a importância da organização, do empenho, da perseverança e, acima de tudo, da amizade, o verdadeiro sentido da vida.

Uma viagem que decorreu durante cinco dias, com 45 alunos e 4 professores. Concretizamos o desejo deste grupo de alunos que visitou a cidade luz, passeando de barco no Sena (Bateau­ Mouche), vendo a catedral Notre­Dame e a Torre Eiffel iluminadas, visitando o Louvre, o Arco de Triunfo, a Basílica de Sacré ­ Cœur , descendo os Champs­Elysées, subindo ao 3º piso da Torre Eiffel e não podendo faltar o tão desejado dia à Disneyland. Um dia, inevitavelmente, inesquecível para a memória dos nossos alunos! O dia de regresso chegou, dia 2 de julho. Era o regresso e o reencontro com quem, estando longe, esteve sempre a pensar neles.

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Durante cinco dias, vivi mais uma aventura com um grupo de alunos com um comportamento irrepreensível, sempre a colaborar no cumprimento das orientações e regras. Agradeço à escola que me permitiu concretizar o sonho deste grupo de alunos, demonstrando que a vida não é mais do que uma viagem, então que a façamos da melhor maneira possível: na companhia dos amigos.

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Marta Coutinho, Professora de Francês

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Fomos fazer DELF A2

o

Trabalhos Premiados "Dia da Escola"

DELF A2­ Cadre européen commun de référence pour les langues.

No âmbito das atividades propostas para o plano anual de atividades no ano letivo anterior, 10 alunos realizaram o Exame DELF. No dia 9 de maio, às 7 h da manhã os alunos apanharam o metro com destino à Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, onde iria decorrer a prova escrita, durante a manhã. Estavam ansiosos, bem­ dispostos, mas ávidos de curiosidade pela natureza do exame. Decorrida a componente escrita, perceberam que a experiência e o trabalho desenvolvido compensavam o esforço despendido. Era hora de almoço e de descompressão!

A prova oral tinha lugar nas instalações da Alliance Française. Um a um realizaram a sua prova com um nervosismo aceitável, mas que facilmente passava com o decorrer da mesma. Era compensador ver os olhitos dos meus alunos a balbuciar “ Professora, foi fácil! O meu tema foi…” A hora de regresso a Vila do Conde chegava e o bom ambiente reinava. Para alguns dos alunos foi o início da certificação de estudos em língua francesa (DELF A2­ Cadre européen commun de référence pour les langues), reconhecida pelo Ministério da Educação Francês e um dia, talvez, aquando da entrada no mundo do trabalho. Marta Coutinho, Professora de Francês

COLABORA NO PRÓXIMO NÚMERO. O JORNAL É DE TODOS.

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o s to r m e d o p ém

n ar o s

, ta m b r a h n o s .” mo s “Se podesonhos realidade n o sso s n ey d eri am o p o ã n s , i e Walt D ó verd ad s a m u e s t ma”. a o n e m p s a e e m vess so b re o s a l “Se houe e t m ce p i n ta r ­s i c a s s o ti c a d o s í r e t c a r P P ab l o rd ão é ca e p O . a o d u n ca p er n o c a r f “O i ma p ara c fo r te . ” a G h a n d i e d o r t o l h ar o u Ma h a tm e d o t i e r te m o d i a n ta r ­s e . ” ó s m e m “Um hoara ajudá­lo a lev b a i x o p G a c í a Má r q u e z s ap en as o r t u o l s e i o G ab r m e ta s , m ê t o t i r í es d e esp d n a r g s “O .” d e u sar desejosg o ing v p r I e s n o e t ero sa q u Washin d o p s i a a arma m é o ã ç a c “A edu do.” n o Mu n Ma n d e l a paz.” a é Nel so n a r r e i vo d a g u t e j b o l a p zes de “O princi a p a c o ã emai s s Sun Tzu d e g n o l r iscam a ei se pode ir.” r r a e u q “Só os rir o quão long d esco b i o t aro sem s s á p l l m E u T. S. é co mo o ã ç i b m ci a sem a n ê g i l e t n “I asas. ” r Dal í d i d a. ” n e e r p S al vad o m ceção co r e p a é a C i ên ci arros, 8º B o c “A experel Kant is c n r Fra borada po la e I mman u a lh o c Re


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