O PRIVILÉGIO SEM IGUAL DE PAULO
rompeu a si mesmo, e não começou a orar até o versículo 14. Entretanto, desenvolveu sua autodescrição a fim de enfatizar os privilégios ímpares que Deus lhe outorgara na concretização do seu propósito para com os gentios. Duas vezes nestes versículos ele emprega a mesma expressão; de fa to, uma combinção idêntica de palavras gregas, que são traduzidas por a graça de Deus a mim confiada (vs 2 e 7). Está se referindo a dois privi légios que Deus, num favor não merecido, lhe concedera. O primeiro foi um a revelação, como resultado da qual viera a saber alguma coisa. Vejamos os versículos 2-3 se é que tendes ouvido a respei to... da graça de Deus a m im confiada para vós outros; pois segundo uma revelação m e fo i dado conhecer o mistério. O segundo foi uma certa comissão, como resultado da qual tinha uma responsabilidade para fazer conhecido algo a outras pessoas: Deste evan gelho f u i constituído ministro conforme o dom da graça de Deus, a m im concedida, segundo a força operante do seu poder (vs. 7-8). Está claro que estes dois dons da graça divina, a revelação e a comis são, o mistério revelado a ele e o ministério confiado a ele, estavam estrei tamente relacionados entre si. Pois, uma vez recebida a revelação divina, sabia que tinha a obrigação de tornar conhecido aquilo que lhe fora revelado. 1. A revelação divina a Paulo, ou o mistério que lhe foi dado a conhecer (vs. 1-6) Três vezes neste curto parágrafo Paulo emprega a palavra “mistério” : se gundo uma revelação me fo i dado conhecer o mistério (v. 3) ...podeis com preender o m eu discernimento no mistério de Cristo (v. 4) ...e manifestar qual seja a dispensação do mistério (v. 9). É um a palavra- chave para a nossa compreensão do pensamento de Paulo. Devemos reconhecer que as palavras em português e em grego não significam a mesma coisa. Em português um “mistério” é algo obscuro, oculto, secreto, enigmático. O que é “misterioso” é inexplicável, até mesmo imcompreensível. A pala vra grega mystèrion é diferente, no entanto. Em bora continue sendo um “segredo”, já não está cuidadosamente guardado mas, sim, revelado. Ori ginalmente, a palavra grega se referia a um a verdade em que alguém ti nha sido iniciado. Veio mesmo a ser usada para os ensinamentos secre tos das religiões pagãs de mistério, ensinamentos estes que eram limita dos aos iniciados. No cristianismo, no entanto, não há “mistérios” eso téricos reservados para uma elite espiritual. Pelo contrário, os “mistérios” cristãos são verdades que, embora estejam além da compreensão hum a na, foram reveladas por Deus e, portanto, agora pertencem abertamente a toda a igreja. Mais simplesmente, mystèrion é um a verdade que esteve 80