PRINCIPADOS E POTESTADES
inteira. Seu nome em Latim era scutum . “Consistia em... duas camadas de madeira coladas juntas, e cobertas primeiramente com linho e depois com couro: era fixado com ferro em cima e em baixo!’69 Era especialmen te projetado para apagar os perigosos mísseis incendiários que eram em pregados, especialmente as flechas mergulhadas em paz, que eram acen didas e atiradas. Quais, pois, são todos os dardos inflam ados do m aligno, e com que escudo os cristãos podem proteger-se? Os dardos do diabo sem dúvida in cluem suas acusações maliciosas que inflam am a nossa consciência com aquilo que (se estamos abrigados em Cristo) somente pode ser chamada de falsa culpa. Outros dardos são indesejados pensamentos de dúvida e de desobediência, de rebeldia, de concupiscência, de malícia ou de me do. Há, porém, um escudo com o qual podem os apagar ou extinguir to dos estes dardos com pontas de fogo. É o escudo da fé . O próprio Deus é “escudo para os que nele confiam ”,70 e é pela fé que fugimos para ele, procurando refúgio. A fé, pois, toma posse das promessas de Deus em tem pos de dúvida e de depressão, e a fé tom a posse do poder de Deus em tem pos de tentação. Apolião zombou de Cristão com a ameaça: “Vou arrancar-te a alma!’ “E, ao mesmo tempo!’ Bunyan continua, “expeliu com grande força um dardo de fogo contra o peito de Cristão. Este, que tinha o escudo no braço, aparou com ele o golpe e escapou do perigo!’71 O capacete do soldado romano, que é a peça da arm adura que apa rece em seguida na lista, usualmente era feito de um metal resistente, tal como o bronze ou o ferro. “Um forro interno de feltro ou de esponja tor nava o peso tolerável. Nada, senão um m achado ou um martelo, poderia furar um capacete pesado, e em alguns casos um visor móvel dava uma melhor proteção frontal.” 72 Os capacetes eram decorativos e protetores, e alguns tinham plumas ou cristas magníficas. Segundo um a declaração anterior de Paulo, o capacete do soldado cristão é “a esperança da salvação”,73 ou seja, a nossa certeza da salva ção futura e definitiva. Aqui, em Efésios, é simplesmente o capacete da salvação (v. 17) que devemos tom ar e usar. Mas se a proteção para a nos sa cabeça é a medida de salvação que já recebemos (o perdão, a liberta ção da escravidão a Satanás, e a adoção na família de Deus) ou a expec tativa confiante da plena salvação no último dia (inclusive a glória da res surreição e a semelhança a Cristo no céu), não há dúvida de que o poder salvífico de Deus é a nossa única defesa contra o inimigo das nossas al mas. Charles Hodge escreveu: “o que adorna e protege o cristão, que o capacita a levantar a cabeça com confiança e alegria, é o fato de ser sal 69 A rm itage R obinson, pág. 251. 72 B arth, Ephesians , II, pág. 775 . 216
70 Pv 30:5. 73 1 Ts 5:8.
71 O Peregrino , pág. 83.