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– Eu sei, a primeira vez que eu disse para os meus aluninhos do primeiro ano que eu ia pra casa de metrô, um deles começou a chorar – Holly contou, rindo. – O número de crimes no metrô ou em qualquer transporte público é muito menor do que as pessoas pensam – meu pai disse. – A culpa é de Hollywood. São filmes demais com ônibus explodindo e bandidos sendo perseguidos no metrô – explicou Holly. – Não é estranho pra você? Cuidar de crianças que vivem cercadas de empregados e não conhecem outros tipos de vida? – meu pai perguntou. Holly riu novamente. – No começo, sim. Quando eu dava aulas de ginástica, costumava subornar as crianças com moedas para que tentassem uma nova manobra. Depois do primeiro dia no acampamento, descobri que não iria conseguir nada com moedas. Mas acho que toda criança é protegida de algo. – Sim, isso provavelmente é verdade – concordou meu pai. Eu finalmente abri os olhos. Meu pai estava sentado numa cadeira em frente à cama. Eu me virei e olhei para Holly. – Quanto tempo eu dormi? – Algumas horas. – Ela pôs a mão no meu rosto. – Como se sente? – Melhor. – Eu me sentei lentamente e me encostei na cabeceira da cama, perto de Holly. – Pai, você ainda está aqui? Ele ficou de pé e me estendeu uma garrafa de água. – Só queria ter certeza de que você estava bem. E Holly é uma boa companhia. Nem percebi que se passaram duas horas. – Ela é uma ótima companhia. – Coloquei meu braço em torno dela e a puxei para mais perto. – Mas, seja o que for que ele tenha te contado, não é verdade. Holly riu e balançou a cabeça. – Então você na verdade não saiu com uma das garotas do musical Legalmente Loira?


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