Mulheres Sambistas de Minas Gerais - (Org. Aminatu) 2022

Page 1

Prefácio

“Andei por cima da pedras Pisei no fogo sem me queimar Andei onde mãe Clementina andou E o samba mandou me chamar Eu faço o que o samba manda Eu ando onde o samba andar Com a força da minha fé Eu ando em qualquer lugar.” Roque Ferreira e Mariene de Castro

PIRESROSANEVIANA

É um catálogo que vislumbra apresentar a força das mulheres que trazem para o samba a competência sem perder a cumplicidade que lhes une, a resiliência e a leveza buscando recontar uma história outra, a partir do seu ponto de vista. A crueza dos relatos expõe, ao mesmo tempo, as dificuldades de afirmação em uma sociedade preconceituosa e a força da resistência, pois essas mulheres processam movimentos protagonizadores e de alteração do caminho sinalizado pelo patriarcalismo, portanto produzem rasuras na cena musical brasileira e rompem paradigmas nas rodas de samba. O presente trabalho busca desvelar do imaginário social do país a ideia de que as sambistas possuem papéis coadjuvantes na história do samba brasileiro. Nesse sentido, quando convidamos uma mulher sambista para narrar sua história, apresentar suas composições, dizer de sua trilha e partilhar conosco as estratégias construídas para chegar onde está, estamos falando em ocupar um espaço comumente negado a nós, mulheres. Somos gratas a todas que nos antecederam, pois o samba existe porque houve mulheres que o protegeu, o acalentou, lhe deu colo, e nós continuamos essa história de salvaguardas no Projeto Samba na Roda da Saia que propôs a realização deste volume. A perspectiva que nos inspira é a de possibilitar a visibilidade e potencializar a voz de mulheres inseridas no mundo do samba, tanto intérpretes, quanto compositoras, musicistas e produtoras envolvidas com o samba. O período pós-abolicionista marcou a forte perseguição de quaisquer sonoridades, sotaques, danças e religiosidades afrobrasileiras, à época foram criadas estratégias que visavam abafar tradições que a sociedade brasileira sentia vergonha de possuir

entranhadas em sua identidade. Nesse contexto, a importância das mulheres negras foi fundamental, porque além de manterem economicamente suas famílias – tanto nos comércios de rua, quanto nos serviços domésticos, agora como empregadas - foram essenciais para a resistência do samba. Sobre esse tema há pesquisas que informam a presença intensa do controle do comércio de rua por parte das mulheres negras e brancas pobres. Citamos a história das famosas casas de angu, no Rio de Janeiro. Tia Ciata vendia comidas e alugava roupas, inclusive empregando outras mulheres neste ofício. Ela e outras tias também organizaram ranchos, que foram os precursores das escolas de samba. Cabe ressaltar que as mulheres negras alforriadas eram o segundo grupo mais rico em Minas Gerais e, provavelmente, em outros estados. A vida é um desafio Fogo cruzado, eu sei No rumo traçado me guio No meu faro eu confio Na busca do que sonhei Porta fechada é nada É mais uma lição A perseverança me ensinou Só conquista o que se sonhou Com fé e determinação Tem que ter, tem que ter Coragem pra viver Pra ser feliz Tem que ter, tem que ter Coragem pra viver Pra ser tudo que se quis Eu sou a esperança que quer viver O amor no momento maior Eu sou a certeza de quem plantou Pra ter a colheita melhor Quem tem vontade no coração Quem tem pela vida paixão Terá o seu dia de vencedor Verá sua consagração Tem que ter Nelson Rufino O livro Mulheres Sambistas de Minas Gerais apresenta uma coletânea de biografias, textos que se traduzem em narrativas das trajetórias de mulheres que atuam pelo fortalecimento de evidenciar a presença de sambistas femininas na história do samba.

Nossa luta tem sido engendrada contra o apagamento das mulheres compositoras, cujas obras, ora eram registradas em nome de seus parceiros ou companheiros, ora nesses registros constavam apenas seus sobrenomes, dificultando a identificação das mesmas como mulheres compositoras. No Rio de Janeiro, Tia Ciata se destaca como memória coletiva, pois em sua casa acontecia o samba que estava legalmente proibido, onde nomes como Pixinguinha, Sinhô e tantos outros se conheceram e puderam compor sambas magníficos. Ela mesma foi uma das compositoras do primeiro samba gravado, PELO AssimTELEFONE.quesaiu do privado onde se mantinha como resistência e foi para o âmbito público como símbolo nacional, as mulheres passaram a ter menos participação nesse processo por causa de todo aparato machista da época, em que rua não era lugar de mulher, dentre outras questões. Daí começa a predominância masculina nos espaços do samba. Um marco feminino dentro na história do samba, em meio toda essa imensa dificuldade de visibilidade, é Madrinha Eunice, uma mulher cuja memória de luta é imensurável, tendo sido a primeira mulher a presidir uma escola de samba, a Lavapés de São Paulo, que surgiu na verdade mais como um cordão carnavalesco. Em Minas Gerais havia guerreiras como Dona Lourdes Maria nascida em Esmeraldas no ano de 1927 tendo se mudado para Belo Horizonte bem pequena. Ela ajudou a fundar e presidiu a Escola de Samba Monte Castelo, onde em 1949 ganhou a faixa de Rainha do Samba, além de ter apresentado e defendido o primeiro samba de sua autoria. Apaixonada pelo samba e pelo Carnaval, Dona Lourdes Maria ainda participou, ao longo da vida, de outras escolas de samba: Unidos do Prado, Cidade Jardim, Unidos do Barro Preto, dentre outras, sempre compondo letras e Diferentementeenredos.de outras mulheres que se inseriram nesse cenário predominantemente masculino – ao contrário do que vivenciou Dona Ivone Lara no Rio de Janeiro - Dona Lourdes Maria em Minas Gerais, nunca precisou usar pseudônimos para assinar suas composições.

Ativa nas rodas de samba, era uma mulher com muitos apelidos: Lourdes Puri, por ter cabelos de índia; Lourdes Sereno, por cantar muitas serestas e batuques; Lourdes Bocão, assim chamada carinhosamente pelos colegas porque quando defendia seus sambas, ganhava a maioria das disputas. A artista foi compositora de muitas histórias tendo vivenciado no corpo, na alma e coração os desfiles carnavalescos de Belo Horizonte até 1997, tal quando a Escola Unidos do Barro Preto desfilou cantando um samba de sua autoria em homenagem à capoeira. Dois anos depois, em 1999, Dona Lourdes Maria faleceu e deixou uma obra muito estimada e, até então, pouco conhecida para a história do samba em Minas AssimGerais.como Madrinha Eunice e Lourdes Maria, Dona Ivone Lara rompeu barreiras e, após longos anos tendo suas letras inscritas nos concursos pelo nome de seu tio, obteve reconhecimento. “Ela foi a primeira mulher a participar da ala de compositores de uma escola de samba, a Império Serrano, no Rio de Janeiro, ao final de 1960. Sua importância extrapola os ‘locais de samba’, e ela alcança respeito enquanto compositora e instrumentista na MPB.”

Outro exemplo de situações de apagamento de seu protagonismo como as vividas por Dona Ivone Lara é a composição Chiclete com Banana de Gordurinha e Castilho. Esse sobrenome é de Almira Castilho, mulher de Jackson do Pandeiro, que assinou também uma série de composições junto ao seu companheiro, as quais, infelizmente, foram atribuídas somente à ele.

Pesquisadora e Formadora de Professores na perspectiva de uma educação antirracista, é militante pelo samba e, como feminista uma defensora da presença das mulheres na história do samba, atuante pela visibilidade e pela voz das sambistas na cena musical mineira. Sagaz apoiadora e consumidora de bons sambas. Ah...é uma voraz leitora de biografias e estudos acerca do tema. Ama, produz, investe e divulga!

BeloHorizonte,Samba.CARDOSO,FERREIRA,emsantos-canta-lourdes-maria-em-disco-de-estreiahttps://www.bheventos.com.br/noticia/06-09-2013-lucia-REFERÊNCIASAcesso06dejunhode2021.EdinéiaLopes;SANTOS,ElzelinaDórisdos;MarcosAntônio.ContandoaHistóriadoCadernodeTexto3ªedição.MazzaEdições,2009.

Diante de tantas situações que evidenciam essa invisibilização, trazemos à luz da sociedade a coletânea Mulheres Sambistas de Minas Gerais que, sem dúvida alguma, ocupará parte do espaço deixado pela história do samba mineiro. Na contemporaneidade, nós mulheres negras, inseridas no samba, vimos resistindo e construindo nossa existência de forma coletiva, buscando espaços de visibilidade dentro de uma das matrizes negras que é o cooperativismo. Somos umas pelas outras. Como o Projeto Samba na Roda da Saia, que desde 2013 proporciona vivências de cumplicidade entre mulheres, pois há uma constante parceria no processo de empoderamento das mulheres sambistas, circulam informações sobre cursos, ensaios, espaços e momentos de trabalho coletivos, há uma união intensa e o buscar avançar tem sido a marca desse projeto. Mulheres Sambistas de Minas Gerais é uma narrativa de mulheres, pela trajetória histórica e pelo machismo intrínseco em nossa sociedade, todos os olhares a nós lançados são pouco acolhedores, não nos abrigam e nos atravessam como flechas. Mas, não nos sentimos acuadas, a desconfiança, o desprezo, bem como a surpresa por conta de nossa competência têm sido elementos e ingredientes para a continuidade de nossa história de resistência Essa coletânea é uma narrativa potente que fratura o discurso hegemônico e configura rasuras no cânone marcadamente masculino da música popular brasileira, entretanto o samba é maior que o preconceito de nossa sociedade sobre as mulheres. Somos tradição de resistência que remete à nossa ancestralidade e nós repudiamos a história colonialista que nos é imposta e resgatamos uma pertença de mantenedoras dessa tradição negra.

Com muito orgulho, nos sentimos honradas em carregar a bandeira do samba numa perspectiva guerreira e de militância por mais mulheres no SalveSamba.o

Samba das Mulheres de Minas Gerais! Rosane Pires Viana ( 1965 - ) Produção Artística no Projeto Samba na Roda da Saia.

Formada em Letras e Mestra em Teoria da Literatura pela UFMG, Pós Graduada em Políticas de Juventudes, Especialista em Educação de Jovens e Adultos e Direitos Humanos, bem como Especialista em Estudos da Cultura Africana e Afro Brasileira.

Índice HOMENAGENS CLARA NUNES DONA CAZUZA TIA EULÁLIA ARTISTAS ADRIANA JUSSARAJÚLIAJÚLIAJOSYJOSIJANAINAISISISABELLAIARAGISELEFERNANDAFABIOLAERIKAELIETEEDNADÓRISDONADONACINARACINARACIDADEBETABELLABARBARAANINHAANAALINEALESSANDRAARAUJOCRISPACALIXTOPROENÇAFELIPEALVESTYMBURIBÁAMARALGOMESRIBEIROJANDIRALÚCIASANTOSSANTOSNÁCURTISSDEPAULAVASCONCELOSCOUTOLUIZAVIELFERREIRAASSISSEMEÃOSIKEIRAROCHANASCIMENTOPRETTA 09 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 57 59 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99 101 103 105 107 109 111 113 115 117 120 122 124 126 128 132 134 KAREN NASCIMENTO KELLY YARAVIVIANEVISUELVICENTINANEGRAVALÉRIATIASÔNIASOLANGESOLANGESELMINHASELMINHASANDRASANDRARAYANAMARIAMARRIAMÁRCIAMANULULUCIENELIVIALETÍCIAKELLINDAREISQUEIROZGOMESTOLEDODIASFERESJOSÉTOLEDOCAMALEOAVENENODOSAMBACAETANOCARTOLAKATHERINEELZASILVAVALBRANTDUMELOSANTOSCANUTO GRUPOS BATUQUE BEAUVOIR GRUPO SAMBA ORIGEM GRUPO SAMBA NA RODA DA SAIA GRUPO POSFÁCIOTERESA

A iniciativa desta obra é fruto de muita ancestralidade, resistência, reconhecimento e historicamente muito diálogo entre gerações de mulheres que representadas pelo ideal de luta e empoderamento das mulheres no Samba a Sra. Rosane Pires Viana, nos entrega a criação de uma obra que buscou refletir sobre as formas que a mulher sambista de Minas Gerais engendrou, para resistir à violência do patriarcalismo. É uma escrita que fugiu do vitimismo, por que neste primeiro capítulo, vamos homenagear a história de resiliência e resistência de três mulheres sambistas que devem ser eternizadas, em função do papel social e educativo que suas histórias possuem na vida de outras meninas mulheres. A Dona Maria de Lourdes, Clara Nunes e Tia Eulália, são alguns exemplos de fortaleza para a nossa caminhada no Samba, portanto, dignas de estarem nas páginas iniciais desta importante obra.

SaiaSambareverenciadasmineiraspelonaRodada–SRS.

Abrir o primeiro capítulo do livro Mulheres Sambistas de Minas Gerais, reverenciando quem vêm antes de nós, é a manutenção de um princípio africano, onde o que se desfaz é a matéria, mas o sentido da existência de cada um, permanece vivo e precisa ser relembrado.

Eternizando Clara Nunes, Dona Cazuza e Tia Eulália: três sambistas

Somos irmanadas no enfrentamento de tantas barreiras colocadas pelo machismo e pelo racismo, elementos estruturais da nossa sociedade. Corpo, histórias e símbolos estão aqui registrados neste livro biográfico, homenageando mulheres sambistas mineiras, por resistirem às opressões construídas no colonialismo, do racismo e do sexismo, ainda tão presentes nos dias atuais.

NUNESCLARA

(1942-1983)

O samba na vida da cantora e compositora, foi o gênero musical que revelou o melhor de sua voz e assim nos presenteou.

A sambista, deu seu start como cantora e compositora no Morro das Pedras, dando pequenas canjas no bar do Sr. Domingosespaço consagrado na região oeste de Belo Horizonte pelo acolhimento aos iniciantes do samba. Famoso por fomentar que os músicos iniciados ali possam trazer em suas composições o cotidiano e a realidade das lutas para manutenção da história do samba. Cinara Ribeiro é representante do Caí Dentro, idealizado por ela e pelas sambistas Giselle Couto e Marina Gomes. Com o show “Os encantos de Minas”, participou do Verão de Arte Contemporânea (VAC) 2017, a mineira homenageou ícones da velha guarda do samba de Belo Horizonte, recebendo no palco do CCBB Fabinho do Terreiro, Serginho Beagá, Dona Elisa e Dóris do Samba.

Com disco pré-selecionado para o Prêmio da Música Brasileira (2016), a mineira Cinara Ribeiro, nome artístico de Cinara Ribeiro Caetano, nascida na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em oito de setembro, é da geração dos anos oitenta. Filha do Senhor Marinho Rosário Caetano e de Dona Eurídice Rufino Ribeiro Caetano, Cinara Ribeiro é uma revelação na música popular brasileira.

Alterosa com apoio do Festival de Arte Negra (FAN): “Quando lancei meu primeiro disco, tudo mudou. Comecei a fazer shows com minha banda e não apenas fazer participação especial em rodas, me tornei protagonista da história do samba em MG”.

Um dos momentos mais marcantes para Cinara foi o lançamento do seu primeiro disco independente em novembro de 2015 no Teatro

A conquista dos espaços para notoriedade, se apresentou com grandes desafios, mas nenhum deles paralisou Cinara Ribeiro. O desfile do Bloco da Ci em 2020 foi um sucesso de público. Com repertório de samba escolhido a dedo, diante do Carnaval de BH, onde o axé historicamente era predominante, a sambista conseguiu arrastar pelas ruas belo-horizontinas mais de 20 mil foliões.

CAZUZADONA

Dona Maria de Lourdes (1924), de nome artístico Dona Cazuza, apelido herdado dos médicos que fizeram o parto de sua mãe, na maternidade Hilda Brandão. Dona Cazuza é a história viva do Carnaval de Belo Horizonte. Em seu ateliê deixa a mostra medalhas, troféus e reconhecimentos como o histórico “Tamborim de Ouro” -homenagem aos sambistas e compositores da região (2010), além de contar de forma entusiasmada sobre o diploma emoldurado que a confere homenagem e agradecimentos aos serviços prestados ao mundo do samba em Ela2002.nos presenteia com sua história que nos educa e que tira do anonimato, fazeres, políticos e sociais. Dona Cazuza nasceu em uma casa de adobe na rua Mato Grosso, parte central da capital mineira. Em uma época em que a arquitetura planejada da cidade de Belo Horizonte, ainda guardava resquícios do Curral Del Rey. Hoje com 97 anos viveu sua plena juventude nas décadas de 30, 40 e 50, momento do florescimento do samba em Belo Horizonte e no Brasil.

Dona Cazuza, que desfilou nas escolas de samba Monte Castelo, Unidos dos Guaranys, Bem-Te -Vi e Canto da Alvorada, teve sua vida dedicada ao carnaval, partilhando alegria e se tornando a salvaguarda da nossa história carnavalesca de Belo Horizonte. Gratidão Dona Cazuza por tanto!

EuláliaTia 1908-2005

nei-lopes/815270/TiaJaneiro:SODRÉ,cruz/1131702/O10/10/2021tia-eulalia-dancar-7143392.htmlnas-pracas-conhecimento/eu-quero-ver-https://extra.globo.com/noticias/educacao/nascimento-1908-2005/http://www.mulher500.org.br/eulalia--RJ,Samba.NOGUEIRA,vem-a-baianaa-z/destaques/item/1040-dona-cazuza-la-Acessoem20/10/2021Nilcemar.AforçaFemininadoCentroCulturalCartola.RiodeJaneiroPág.105Acessoem10/10/2021AcessoemMeuLugarhttps://www.letras.mus.br/arlindo-Muniz.Samba:Odonodocorpo.RiodeMauad,1979EulálianaXibahttps://www.letras.mus.br/ Eulália de Oliveira do Nascimento, Tia Eulália, como afetuosamente era chamada, nasceu em Minas Gerais, na cidade de São José do AlémParaíba, em 12 de março de 1908. Filha Etelvina e de Francisco Zacarias, um dos criadores do bloco de carnaval, Dois Jacarés, na Serrinha. Quando tinha um ano de idade foi morar no Morro da Serrinha, em Madureira, na cidade do Rio de Janeiro, trazida pelos pais. Tia Eulália gostava muito de samba e desde menina, assistia aos blocos organizados pelo pai na Serrinha. Tia Eulália é também conhecida, pelo fato de ter sido a primeira mulher a fundar uma escola de samba, o Império Serrano. Tinha amor pelo samba, carnaval, a dança e sua trajetória é uma bela história de vida que se mistura à história do Carnaval do Rio de Janeiro e do bairro Madureira. Sua vida é relatada no documentário “Tia Eulália: O império do Divino”, dirigido por Erik Oliveira. É homenageada nos sambas Tia Eulália na Xiba, composição de Nei Lopes e Cláudio Jorge, e também no samba O Meu lugar dos compositores Arlindo Cruz e Mauro Diniz.

Referências https://almanaquedosamba.com.br/perfil-de-Biográficas

ARAÚJOADRIANA

“A sua imensidão fisgou meu coração Me ensinar a viver em qualquer situação Quem tem o samba na veia é mais, muito mais Eu agradeço ao meu criador A grande força dos nossos” Novo Viver - Letra de Letra de Magnu Sousa e Maurilio de Oliveira. Interpretada pelo Quinteto em Preto e Branco

Mineira, nascida em Belo Horizonte, Adriana Cândida de Souza cantora de samba. Conhecida no cenário da música como Adriana Araújo inicia sua trajetória no samba em 2008 quando foi desafiada a cantar o samba “Nasci Pra Cantar e Sonhar” de Dona Ivone Lara.

Alan Sena - um dos componentes do grupo ainda sem nome, que mais tarde se tornaria o Simplicidade Samba – fez o seguinte desafio: “se eu conseguisse cantar ele deixaria eu fazer uma participação”. Então, eu aceitei o desafio, cantei, desafinei e subtonei, mas ele acabou me deixando fazer esta participação”. A partir daí, Adriana Araújo começou a fazer aulas de canto com Antônio Marra e quando o Grupo de samba Simplicida de tomou forma, ela, como relata “comecei a comer pelas beiradas, cantando uma ou outra música e fazendo back no show deles”. Foi em 2011, que os integrantes do grupo a convidaram, para fazer parte do grupo. Adriana conta que o grupo Simplicidade sempre foi um grupo com apenas homens, como quase todos os grupos da época, então eles tiveram muita dificuldade em aceitar uma mulher no grupo. E quando entrou, ela ganhava um valor bem in ferior aos demais integrantes. Mas mesmo com estas barreiras, manteve firme, pois ser cantora é um propósito divino para ela. Com o passar do tempo, com seu crescimento como artista, os cachês foram aumentando assim como a sua importância para o grupo. Encontre Adriana Araújo nas redes sociais: Site: https://www.adrianaaraujo.com/

O divisor de águas da sua carreira foi quan do ela fez seu primeiro show solo fora de Belo Horizonte, participando do Festival Quatro Estações de Tiradentes. Foi nesse festival que Adriana Araújo entendeu que era sim potente e que tinha muito mais pessoas colaboradoras do que pessoas contra ela. Essa foi a oportunidade que mais deu força para ela entender que era o momento de partir para a carreira solo. Para ela, samba é o que faz reviver e aflorar a sua an cestralidade, assim como a representatividade do povo preto, sobretudo, a resistência de uma mulher, preta e retinta. Tudo isso faz com que ela seja a Adriana Araújo.

Instagram: @adrianaaraujooficial Facebook: facebook.com/adrianaaraujooficial

YouTube: youtube.com/adrianaaraujooficial

Jovelina

CRISPINALESSANDRA

“Deixa comigo, deixa comigo Eu seguro o pagode e não deixo cair, é Sem vacilar, é, é, sem me exibir, é, é Só vim mostrar, é..., o que aprendi” Pérola Negra. Arlindo Cruz / Franco / Marquinho Pqd

Composição:

tinha muito samba, de João Bosco à Dona Ivone Lara, passando por Paulinho da Viola e eternizando em Clementina de Jesus. Era muito legal porque via que muita gente não conhecia muitos sambas e isso foi chamando a atenção de alguns projetos da cidade. Convidada em 2013 para participar do projeto “Ponto do Samba”, cantando no Bloco “Come Quieto” e logo na sequência uma participação brilhante no programa global The Voice Brasil, com direito a ter sua matriarca na plateia. Para Alessandra, foi cantando sambas que ela se encontra como uma instrumentista importante para o gênero musical. A sambista soube aproveitar a oportunidade junto ao The Voice para gravar o primeiro álbum “Meu nome é Crispin”, nos presenteando com todo este universo em que já estava inserida: o samba e suas vertentes, a MPB. Alessandra Crispin é uma militante do samba feminino, em sua trajetória marca presença em grupos de samba de mulheres também como ato político: o “Guerreiras de Clara”, “Samba de Colher”, “Donas da Roda” para a cantora, foram e são oportunidades para agradecer e homenagear as mulheres que lutaram e abriram as portas para que a mulheres sambistas possam atuar hoje. O significado do Samba na vida de Alessandra Crispin é marcante e empoderador: “Eu sempre defino que a música é a minha vida. E essa vida é como uma casa, cheia de cômodos e encantos pelos vastos ritmos brasileiros. O samba é a minha sala de estar, né... é o cartão de visitas pra quem quer me conhecer e me conquistar!”

O samba entrou na vida da sambista mineira, no estilo bem “mineirinho” de ser, aos poucos e devagarinho. Na adolescência foi integrante do grupo de pagode “Kifascina”, tocando violão. Autodidata, aprendeu sozinha o instrumento, percebia o quanto era necessário aprofundar e exercitar o ouvido para aprimorar a mão direita. Começou a ouvir muito Samba, MPB e Bossa nova, inicialmente buscando aprimorar a execução no instrumento, mas quando começou a prestar atenção nas vozes femininas do samba e MPB, se identificou rapidamente. Cantava na igreja e na escola e descobriu nomes como Elza Soares, Alcione, Elis Regina, Clara Nunes, Jovelina Pérola Negra o que foi crucial para Alessandra Crispin, principalmente pela representatividade da mulher negra. “Ouviu Dona Ivone Lara e foi o grande start para tudo o que é hoje: Mulher, Negra, compositora, cantora e instrumentista, resistência viva da mulher no meio musical...meio tão machista e misógino”. Ao completar 15 anos escolhe um cavaquinho de presente o que lhe trouxe mais confiança para Comocantar.asMinas Gerais são muitas, Juiz de Fora abre as portas e os ouvidos para a sambista: “O samba voltou com força total em minha vida em 2012. Comecei o meu projeto solo, voz e violão, nos bares de Juiz de Fora, e o meu repertório

Encontre Alessandra Crispin nas redes sociais: Facebook: https://www.facebook.com/alecrispin.oficial YouTube: Instagram:https://www.youtube.com/alessandracrispinhttps://www.instagram.com/alessandracrispin/

REFERÊNCIAS: FESTIVAL NACIONAL DA CANÇÃO. História do festival. Disponível em: br/historia-do-festival/https://www.festivalnacionaldacancao.com.

Alessandra Crispin, nome artístico de Alessandra Crispin Cardoso, nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, em sete de setembro de 1988. Filha do Senhor Aloísio Celestino Cardoso e de Dona Alaíde Crispin Cardoso.

CALIXTOALINE

“E ninguém me segura porque eu nem sei de mim. Eu só sei que o samba me deixa mais forte sim. E me tira do sério, me faz delirar de amor E me dá um sacode, me ajuda a cantar melhor” Meu AlineZiriguidumCalixto

O terceiro trabalho veio em 2015, intitulado “Meu Ziriguidum”. O disco contou com as participações de Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Emicida. Já em 2017, ela produziu o projeto “Serpente”, um disco autoral e autobiográfico com repertório que flerta com o samba e outros gêneros musicais. A gravação do primeiro DVD, em comemoração aos 10 anos de carreira, foi lançado em 2019; o registro aconteceu na conhecida avenida Sapucaí, região central de BH e contou com várias participações, dentre elas Monarco, Velha Guarda da Portela e Beth Carvalho. Ter participado do projeto Sambabook em homenagem a Dona Ivone Lara, assim como ter cantado ao lado dela, certamente foi algo que marcou a vida da artista. Cantar e conviver com a madrinha do samba, Beth Carvalho, também foi uma das experiências mais significativas segundo ela. Aline Calixto define o samba como “uma filosofia de vida”, que transcende a música.

Encontre Aline Calixto nas redes sociais: Instagram: @alinecalixto Twitter: Site:Facebook:@aline_calixtoAlineCalixtowww.alinecalixto.com.br

Aline Calixto de Oliveira, mais conhecida apenas como Aline Calixto, nasceu no dia 29 de dezembro de 1980. A carioca, filha de Sonia Calixto Morais de Oliveira e João Francisco S. de Oliveira, é formada em Geografia pela Universidade Federal de Viçosa, onde dedicou parte dos estudos ao seguimento da Geografia Cultural. Produziu uma monografia que tratou sobre a temática da identidade e representação do subúrbio através do samba. No final de 2007, ela começou a se dedicar totalmente à música, especificamente ao gênero Samba. Após se formar, retornou a Belo Horizonte, onde iniciou o projeto de samba intitulado “A fina flor do samba”. Em 2008, Aline Calixto venceu o Concurso de “Novos Talentos do Samba”, da tradicional casa de show ‘Carioca da Gema’. Nesse mesmo ano, também iniciou sua pesquisa sobre a produção do samba em Minas Gerais, tendo catalogado a interatividade com vários grupos e artistas das mais diversas regiões do estado. Em 2009, a musicista lançou seu primeiro álbum, fruto da parceria com a gravadora Warner Music. O repertório reflete parte da pesquisa. Além de composições próprias, também gravou músicas de compositores de Uberlândia, Rio Pomba, Viçosa, BH, dentre outros; o trabalho rendeu o prêmio APCA, na categoria “Melhor disco do ano”.

Ainda em 2009, também foi indicada a duas categorias do Prêmio da Música Brasileira como “Melhor cantora de samba” e “Melhor cantora voto popular”. Em 2011, Aline lançou o segundo álbum, “Flor Morena”. Uma das faixas do trabalho tomou grande notoriedade ao figurar a trilha da novela “Fina Estampa” da Rede Globo.

PROENÇAANA O samba pra mim me caiu do céu A ele jurei sempre ser fiel E tudo que aprendi o samba me ensinou Sempre foi o samba o meu grande amor” de ouro – Dona Ivone Lara e Paulo César Pinheiro)

” (Bodas

O trecho da música O samba pra mim me caiu do céu, epígrafe deste texto, de autoria de Dona Ivone Lara e Paulo César Pinheiro, servenos de lentes para reforçar o quanto esse patrimônio cumpre o seu papel na formação e fortalecimento da identidade de mulheres sambistas. Para Ana Proença, “resgatar e contar a história de mulheres sambistas mineiras é um trabalho necessário para a atualidade e para as gerações futuras.

Mas foi a sua participação no 1º Encontro Nacional de Mulheres no Samba no ano de 2018, que trouxe a segurança para se auto afirmar enquanto mulher sambista, se sentindo integrada ao movimento de samba mineiro, pelos diversos convites para shows, neste circuito. Com um timbre que lhe é peculiar, Ana Proença nos faz refletir na importância do Samba em sua vida: “o samba me abraça, me dá o norte, me orienta na vida. É através dele que coloco a minha voz, minha interpretação e sentimentos no repertório que escolho cantar. É ele, o samba, que me motiva a seguir e acreditar. O samba me deu um nome e caminho e me não deixa desistir.” Sendo a presença feminina, algo forte em sua trajetória de mulher sambista a realização do show “Mas quem disse que eu te esqueço”, em homenagem a Dona Ivone Lara no Cine Theatro Brasil Vallourec (2019/2020).

Ana Proença, nome artístico de Ana Valéria Proença Xavier, nasceu na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em dez de outubro de 1967. Filha do Senhor Romero Carlos Xavier e de Dona Glória Maria Proença Xavier. A mineira Ana Proença teve como referência a avó, Dona Tereza, que era cantora, e seu bisavô, João Daniel, multi-instrumentista e maestro. O samba marcava presença afetiva quando dos encontros familiares. Esses encontros foram impulsionadores para aflorar o desejo de fazer parte de tudo que se relacionava com o samba. A transmissão de conhecimento, partilhado no seio familiar que a sambista nos apresenta, é exatamente um dos traços mais importantes da permanência do samba, em qualquer de suas modalidades, como um valor cultural dotado de saberes que devem ser constantemente legitimados. Ana Proença, revela o seu encontro mágico com as vozes femininas do samba: “não me saía da cabeça a música de Clara Nunes, Candeia, Beth Carvalho e Dona Ivone Lara. Foi quando decidi fazer apresentações em formato voz e violão. Os caminhos foram se abrindo de forma muito clara para o samba. Em 2008, me tornei vocalista do grupo Los Amigos de Tu Madre, com repertório de sambas autorais e releituras do gênero. Em 2011, realizei o desejo de ingressar no curso de Música da UFMG e junto a este projeto, tive a oportunidade de me tornar vocalista de um grupo de samba e choro, o Balacochê. No ano de 2017, e novamente de forma muito forte e determinante, passei a participar da roda de Ana Proença nas redes sociais: Facebook: Instagram:Youtube:Ana/ana.valeria.3998Proença@ana_proenca_cantora

samba do projeto Samba da Feirinha, na região Oeste de BH, onde me envolvi definitivamente com o samba partido alto, o samba batido na palma da mão, o samba raiz e onde pude me afirmar como mulher cantora e sambista.”

Encontre

Composição: Carlinhos Madureira / Gilson Bernini / Xande de Pilares

“Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé. Mande essa tristeza embora, pode acreditar que o novo dia vai raiar. Sua hora vai chegar.”

FELIPEANINHA

Filha do Senhor Sebastião Tolentino Felipe e de Dona Anália de Fátima Felipe. Já em terras mineiras, na região do Vale do Aço, Aninha Felipe crescia e se aproximava cada vez mais do samba, através de rodas que eram organizadas por sua família. Apenas como espectadora, mas ativa, observava seus irmãos e primos construindo a carreira musical. Inspirada por sambistas renomadas, como Dona Ivone Lara e Beth Carvalho, a sambista nascida em SP, mas com identidade mineira assumida, começa sua história de reconhecimento em 2014 como produtora do grupo de pagode e samba. Mas assumiu um microfone em 2017, cantando o samba enredo “O Elo Perdido” da escola de samba Imperavi de Ouros como intérprete auxiliar. A trajetória de Aninha Felipe, começa a tomar forma e conteúdo, conforme ela descreve: “Em 2019 tive a oportunidade de ser uma das intérpretes do Bloco esperando o Metrô do Barreiro junto a cantora Dóris, que é o nosso nome de referência do Samba de Minas, convite que encheu o meu coração de alegria. Neste mesmo ano fui convidada a ser também uma das intérpretes da Escola de Samba Vai Quem Qué de Guanhães, Minas Gerais. E no segundo semestre recebi o convite para me juntar a outras tantas sambistas no Encontro Nacional Mulheres na Roda de Samba.

A sambista no ano de 2019 recebeu um convite, há algum tempo esperado, para integrar ao projeto Samba na Roda da Saia. Aninha Felipe se refere ao projeto com grande afeto e respeito. Projeto este que é conduzido pela produtora Rosane Pires Viana.

Aninha Felipe, nome artístico de Ana Luisa Felipe, nasceu em São Bernardo do CampoSão Paulo, em vinte e oito de julho de 1980.

Encontre Aninha Felipe nas redes sociais: Facebook: https://www.facebook.com/anafelipe.luisa Instagram: https://www.instagram.com/aninhafelipeoficial/ REFERÊNCIA: ALMANAQUE DO SAMBA. Aninha Felipe. Disponível em: https://www.almanaquedosamba.com.br/perfil-de-a-z/photo/item/858-aninha-felipe

Em 2020 a sambista Aninha Felipe surge como uma importante compositora para as terras mineiras e em parceria com seu irmão Marcelo Toledo nos presenteia com a música “Firma na palma da mão”. Ainda neste ano se aproxima de grandes baluartes do samba Tonho de Rocha Miranda e Aluisio Machado. Dentre outras composições e interpretações entre shows e lives a sambista Aninha Felipe vem construindo a sua história no samba, sempre com sorriso no rosto, muita ousadia e amor no coração. O samba para esta sambista mineira, em suas palavras significa: “O samba, é a minha arte, é a minha forma de dizer que eu sou. É onde encontro forças para seguir em frente em prol de um mundo feliz e justo, o samba me possibilita levar o sorriso no rosto das pessoas, e me permite transformar vidas. Sou grata ao samba e aos presentes diários que ele me dá”.

Ainda sobre a importância de sua família, Aninha Felipe revela: “Eu tive a oportunidade de gravar a música Heranças da vida juntamente ao meu irmão Marcelo Toledo, foi muito emocionante, a gente reviveu toda a nossa história, todo o aprendizado e todo o amor que recebemos dos nossos pais e família”.

ALVESBARBARA

“Será que já raiou a liberdade ou se foi tudo ilusão? Será que a Lei Áurea tão sonhada, a tanto tempo assinada, não foi o fim da escravidão? Hoje, dentro da realidade, onde está a liberdade, onde está que ninguém viu? Moço, não se esqueça que o negro também construiu as riquezas do nosso Brasil.

” 100 anos de Liberdade, Realidade ou Ilusão? Samba enredo da Mangueira de 1988. Composição de Hélio Turco, Jurandir e Alvinho

Bárbara Alves, nome artístico de Bárbara Maria de Jesus Alves, Nascida na cidade Histórica de Congonhas em Minas Gerais, em vinte e sete de abril de 1964. Seu encontro como cantora de samba se deu ao se deparar com um grupo de pessoas que se encontravam todas as segundas-feiras no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte. Nesse encontro cantavam o melhor do samba. Até passar por essa experiência ela cantava prioritariamente Música Popular Brasileira (MPB), embora gostasse de cantar samba. Fazia parte do Grupo Folclórico Aruanda, mas foi no Bloco dos Pescadores, entre profissionais da música e amantes do samba que se apaixonou pelo ritmo samba e pelo ritual, conta que ouvia desde criança no rádio que seu pai ouvia diariamente às 5:30 da manhã, Martinho da Vila, entre outros. E na linda voz da sua mãe que sempre cantarolava várias canções durante seus afazeres, assim muitas das músicas do seu repertório atual são sambas que seus pais ouviam ou cantavam. Bárbara ressalta que o encontro com o Bloco dos Pescadores foi o marco que a definiu como sambista e que daqueles encontros semanais, descompromissados, surgiu um Bloco dos Pescadores itinerante com participações em vários eventos importantes em que teve a honra e o privilégio de ser a vocalista, assim levaram o samba para a Festa Russa em Belo Horizonte na Copa do Mundo de 2018, Festival Internacional da Cerveja Artesanal no Mineirão, também participaram da abertura do show do Toninho Geraes ( Catavento Cultural e na Festa Russa), do Festival Sarará Sensacional de 2018 e várias Encontre Barbara Alves nas redes sociais: Facebook: https://www.facebook.com/anafelipe.luisa Instagram: https://www.instagram.com/aninhafelipeoficial/

REFERÊNCIA: ALMANAQUE DO SAMBA. Aninha Felipe. Disponível em: https://www.almanaquedosamba.com.br/perfil-de-a-z/photo/item/858-aninha-felipe

apresentações em diversos espaços, como: Quintal da Jabú, Catavento Cultural, Maloca, entre outros. Considera seu reduto, o Bar do Orlando, onde tudo começou. Lá sempre fizeram shows semanais, festas juninas, comemorações de aniversário do estabelecimento, com destaque para a comemoração de 100 anos do Bar do Orlando em 2019. Já no carnaval o samba e as marchinhas puxaram um público maravilhoso para o Trio Elétrico do Bloco.

Para ela, o samba é a identificação com sua ancestralidade e a representação da alegria que faz dançar, assim como também lamento. A sambista se impressiona como as letras de vários sambas são atemporais. Particularmente e em homenagem à sua mãe, que amava sambas enredo, Bárbara vem estudando e percebendo como as letras desses sambas da década de 70 e 80 são uma realidade ainda hoje. O samba para ela também representa a união de pessoas e o retorno que recebe sobre a emoção que pretende transmitir é algo inexplicável. A cada olhar, cada depoimento de reconhecimento pela energia e boas recordações que consegue passar, se sente ainda mais fortalecida e prazerosa em cantar samba. Bárbara Alves acredita que a parceria e a sororidade são o segredo do sucesso de qualquer projeto e que ter registrado os encontros e conquistas das mulheres do samba mineiro irá legitimar os talentos, as lutas e o lugar no cenário do samba.

O

” AlmirConselhoGuineto

Não

TYMBURIBÁBELLA Tem que lutar, não se abater E só se entregar a quem te merecer. estou dando nem vendendo, Como o ditado diz. meu conselho é pra te ver feliz

Na minha família não há nenhum outro músico, aos 9 anos minha mãe me encontrou ‘perdida’ no meio de uma roda de samba tocando percussão com desconhecidos em meio a uma viagem de família. É o sentimento direto da brasilidade, mexendo com minha cabeça, com meu corpo e com o meu coração” declara Bella.

Bella Tymburibá é o nome artístico da belohorizontina Isabella Tymburibá Elian. Nascida no dia 11 de outubro de 1987, é filha de William Carneiro Elian e Janimar de Magalhães. Ela relata que seu envolvimento com o samba, enquanto musicista, ocorreu em 2011, quando começou a tocar em um grupo que se apresentaria no carnaval em Brasópolis (MG). Ela havia lançado um álbum autoral no ano anterior e como já tinha experiência de ter feito shows em bares, cantando, tocando violão e percussão, foi convidada para integrar esse grupo. O sucesso foi tão grande que Bella repetiu o carnaval dessa mesma cidade no ano seguinte. Desde essa data, ela conta que Encontre Bella Tymburibá nas redes sociais: Instagram: @bellatymburiba

tem participado de rodas e grupos de samba tocando principalmente percussão. Perguntada sobre o que o samba representa em sua vida, ela declara: “O samba está ligado ao meu entendimento como musicista brasileira.

BETA EVivernão ter a vergonha De ser Cantarfelizecantar e cantar A beleza de ser Um eterno aprendiz O Que É, o Que É? Gonzaguinha

Encontre Beta nas redes sociais: Facebook:/elizabete.possidonio

Beta, nome artístico de Elizabete Possidônio Souza, nasceu em Manga (MG), no dia 20 de março de 1957. Ela conta que seu envolvimento com o samba começou na década de 1980 por meio de encontros em rodas com pessoas mais idosas, que ensinavam canto e dança para a comunidade. Os momentos carnavalescos, assim como os encontros com o Grupo artístico da Comunidade ‘Grupo Rouxinol da Madrugada’ estão entre as memórias mais marcantes em sua trajetória no samba. Mas, Beta pontua que sua memória favorita é a cantoria nas folias e nas festas populares. “Empoderamento da nossa cultura, harmonia, alegria e aconchego”, essas foram as palavras astutas de Beta para definir o que o samba representa em sua vida. Residente na comunidade quilombola de Brejo São Caetano, ela revela um desejo para o presente e o futuro: “Que sejam acolhidos os sambas populares das comunidades tradicionais quilombolas”.

“Na favela, lugar onde me criei e mulher cresci, na favela, amizade, carinho e respeito eu tenho lá, na favela, podem até podar a árvore mas a raiz não vão tirar” Gugu de Souza / Intérprete: Cidade Amaral

AMARALCIDADE

fazendo várias apresentações em eventos e cidades de Minas Gerais. Um fato importante que marcou significativamente a vida da sambista, ocorreu em agosto de 2008, quando a Escola de Samba foi notificada pela PBH e assim despejada de sua quadra, tanto a comunidade quanto os seguidores da Escola organizaram uma passeata saindo da Praça da estação rumo à Prefeitura na Av. Afonso Pena, com muitos integrantes, ritmistas tocando em favor da escola e manutenção deste que é um patrimônio imaterial do nosso Estado. Cidade Amaral, teve a oportunidade de conduzir aquele movimento, junto ao carro de som, cantando: “Não deixe o Samba Morrer”. Foi realmente um momento de grande emoção e comoção onde tivemos os olhos da elite de BH voltados para a instituição que desenvolvia várias oficinas e atividades para crianças e adolescentes, com o objetivo de resgate social e identidade local.

Outro fato de inteira emoção vivido pela sambista foi em 2015 no Rio de Janeiro no teatro Serrador no Centro: “Preparamos duas músicas e quando eu estava apresentando a segunda (cabô meu Pai / Zeca Pagodinho) que foi gravada por Beth Carvalho, ela saiu do meio da plateia, com um microfone sem fio, apoiada em uma bengala, e veio ao meu encontro no palco cantando comigo. Nunca senti emoção tão grande em minha vida, e foi quase que impossível continuar cantando. Infelizmente esse episódio não foi registrado mas o tenho vivo e nítido em minha memória. Tendo uma família composta por músicos o Samba representa, muito na vida da mineira, que reafirma: “pra mim, o samba é conhecimento histórico, é resistência, é amor e amizade, e podendo até resumir em uma só palavra: VIDA!” Cidade Amaral, nome artístico de Maria Aparecida Silva Amaral, nasceu na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em dezoito de agosto de 1965. Filha do Senhor Sebastião Raimundo Filho e de Dona Solicita Rodrigues Silva. A sambista mineira nascida e criada no Conjunto Santa Maria, teve seu envolvimento com o samba, muito cedo, quando ainda tinha dez anos de idade. A escola de Samba Cidade Jardim, com sede social localizada atrás da casa da família e tendo seu pai Sebastião Raimundo (Tantão) como diretor, facilitou a iniciação e paixão por esse ritmo. Aos 13 anos já participava ativamente dos eventos da Escola, e ali teve a oportunidade de conhecer e se aproximar de personagens que considerava ídolos, tais como: Mandruvá, Paizinho do Cavaco, Nonato, Toninho Gerais, Neguinho da Beija Flor, Mauro Bainha, Lulu do Império, Bira Favela, Serginho BH e vários outros de igual valor e respeito. Depois de um tempo, começou a participar da criação de fantasias e alegorias para os carnavais da Escola e daí em diante, a paixão pelo carnaval também se tornou uma realidade, subindo no pódio por 18 vezes, como campeã do carnaval de Belo Horizonte, sendo 11 vezes consecutivas. Em 2014, Cidade Amaral, assume o posto de vice-presidente, realizando assim um grande sonho - interpretar o samba de enredo no desfile - momento que dividiu, com a sambista Aline Calixto, Serginho BH e As Filhas da Mãe Solícita (Rita Silva, Agatha Efe e Cidade Amaral ), este, segundo a mineira: “um trio feminino composto por mim minha irmã e minha filha (vocais ) que teve início na quadra da Escola, juntamente com os amigos e parceiros, Luís Moraes, Gabriel Kurunga, Rubem Kurunga, Jaíne Dias, Breno Morais, Delano Axel ( filho ), Takim Silva ( irmão ), Digo Silva ( irmão ) Moisés Manso (irmão) e Paulo César Cecé. Mais tarde integramos a Ala Show da Cidade Jardim, Cidade Amaral nas redes sociais: Instagram: @cidadeamaral Facebook: Cida de Amaral Amaral

Encontre

“O meu canto é uma missão, tem força de oração e eu cumpro o meu dever. Há os que vivem a chorar, eu vivo pra cantar e canto pra viver.” Minha Missão Paulo César Pinheiro e João Nogueira.

GOMESCINARA

Para a nossa biografada o samba representa a conexão com sua ancestralidade e, ainda considera o estilo como uma grande escola musical. Cinara acentua que é na roda de samba que o contato com o público é mais próximo. E é na roda de samba que festejamos a vida apesar das dificuldades.

Fato marcante na trajetória de Cinara é poder acompanhar a progressão de uma roda de samba desde seu início agregando poucas pessoas e em seguida o seu auge com uma média de 250 pessoas em um único domingo num bar. Cinara Gomes não deixou de dizer a importância de assinalar o protagonismo feminino na história do Samba de Belo Horizonte. Cinara Gomes, nome artístico de Cinara Maria Alves Gomes, nasceu na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em dezoito de outubro de 1977. Seu envolvimento com o samba se deu primeiramente por frequentar rodas de samba como espectadora, ainda em 2007 começou a produzir com um compositor e instrumentista que tocava samba e choro. Atuou como produtora de shows e gestora de projetos culturais com foco no choro e samba. Em 2010 realizou um trabalho final de graduação onde investigou a história do samba em Belo Horizonte e pesquisou sambistas da cidade. m 2017 começou a fazer coro nas rodas de samba do sambista Rafael Soares. E assim, aos poucos foi dividindo repertórios com esse sambista e agora está a caminho em direção a um trabalho solo. Cinara se alegra com o fato de ter podido acompanhar durante dois dias a Sambista Dona Ivone Lara durante a produção de um show de um instrumentista de Belo Horizonte, o que considera uma honra e um privilégio ter vivenciado o momento como ver a fila na porta do Teatro onde foi a apresentação e assistir à Dona Ivone dançando e cantando seus principais sucessos. Para Cinara foi como um presente inesquecível.

Encontre Cinara Gomes nas redes sociais: Instagram: @cinaragomesbh Facebook: facebook.com/cinara.gomes

RIBEIROCINARA

“Foram me chamar Eu estou aqui, o que é que há Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho Mas eu vim de lá pequenininho Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho” Dona Ivone Lara

O samba na vida da cantora e compositora, foi o gênero musical que revelou o melhor de sua voz e assim nos presenteou.

Com disco pré-selecionado para o Prêmio da Música Brasileira (2016), a mineira Cinara Ribeiro, nome artístico de Cinara Ribeiro Caetano, nascida na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em oito de setembro, é da geração dos anos oitenta. Filha do Senhor Marinho Rosário Caetano e de Dona Eurídice Rufino Ribeiro Caetano, Cinara Ribeiro é uma revelação na música popular Abrasileira.sambista,

deu seu start como cantora e compositora no Morro das Pedras, dando pequenas canjas no bar do Sr. Domingosespaço consagrado na região oeste de Belo Horizonte pelo acolhimento aos iniciantes do samba. Famoso por fomentar que os músicos iniciados ali possam trazer em suas composições o cotidiano e a realidade das lutas para manutenção da história do samba. Cinara Ribeiro é representante do Caí Dentro, idealizado por ela e pelas sambistas Giselle Couto e Marina Gomes. Com o show “Os encantos de Minas”, participou do Verão de Arte Contemporânea (VAC) 2017, a mineira homenageou ícones da velha guarda do samba de Belo Horizonte, recebendo no palco do CCBB Fabinho do Terreiro, Serginho Beagá, Dona Elisa e Dóris do Samba.

Encontre Cinara Gomes nas redes sociais: Instagram: @cinaragomesbh Facebook: facebook.com/cinara.gomes

Um dos momentos mais marcantes para Cinara foi o lançamento do seu primeiro disco independente em novembro de 2015 no Teatro Alterosa com apoio do Festival de Arte Negra (FAN): “Quando lancei meu primeiro disco, tudo mudou. Comecei a fazer shows com minha banda e não apenas fazer participação especial em rodas, me tornei protagonista da história do samba em MG”.

A conquista dos espaços para notoriedade, se apresentou com grandes desafios, mas nenhum deles paralisou Cinara Ribeiro. O desfile do Bloco da Ci em 2020 foi um sucesso de público. Com repertório de samba escolhido a dedo, diante do Carnaval de BH, onde o axé historicamente era predominante, a sambista conseguiu arrastar pelas ruas belo-horizontinas mais de 20 mil foliões.

JANDIRADONA “Quando eu canto É para aliviar meu pranto E o pranto de quem já Tanto EstouQuandosofreueucantosentindoa luz de um santo Estou ajoelhando Aos pés de Deus.” Minha missão - João Nogueira e Paulo César Pinheiro

se muda não cria limo”, ela criou limo em Itatiaia, participando de vários projetos até chegar a criação e construção de uma associação sócio cultural “os bem-te-vis”, em 2001. D. Jandira trabalhava com disposição, boa vontade, violão e a sua voz e das crianças e dos adolescentes daquela região. Mesmo com tanto trabalho, Itatiaia, suas crianças e adolescentes e D. Jandira, continuavam no anonimato. O próximo passo seria então se credenciar à ordem dos músicos, com sede em Belo Horizonte, que naquela época se deslocavam para as cidades do interior de Minas. Chegaram a Ouro Branco! Em 2004, D. Jandira, além de ter sido aprovada pela ordem dos músicos, foi convidada por José Dias Guimarães, a cantar no Vinil, uma casa noturna de Belo Horizonte. Foram três anos de muita experiência e a construção de um farto repertório de samba, marcando o início de sua carreira musical. D. Jandira, apresentou em vários lugares em Belo Horizonte como: SESC, UFMG, Centros Culturais e outros , além de outras cidades do estado de Minas Gerais, viajou para outros estados do Brasil e também conseguiu levar o samba para Lisboa, na cidade de Évora, onde sua trajetória no samba é marcada com a música, Leva meu Samba, de Ataulfo Alves, de 1940. D. Jandira tem mais de 500 mil momentos em sua trajetória com o samba, mas o que ela gostaria de deixar registrado, nesta biografia, foram dois momentos que considerou de grande importância: quando ela dividiu o palco com Luiz Melodia na gravação de seu DVD em 2012 e com a cantora Dóris, idealizadora do programa contando e cantando a história do samba, no Palácio das Artes/Sala Juvenal Dias em Julho/2013. Para ela o samba representa ascensão, visibilidade, divulgação e descoberta. O samba descobriu esta brasileira nordestina e a trouxe para as Minas Gerais. Diante a tantas descobertas, Dona Jandira deixa aqui registrado dois sambas que a representa e também é de muita relevância para sua vida e para sua história no samba. Entre risos e gargalhadas iniciamos esta entrevista com a nordestina Jandira Célia, conhecida como Dona Jandira, afirmando ter uma “história muito engraçada” em relação à sua carreira no samba. Nasceu em Maceió no estado de Alagoas, em vinte e quatro de dezembro de 1938. Sua mãe era professora de música, e dava aulas particulares em casa, sendo assim, de acordo com D. Jandira, ela nasceu com o dom, envolvida com a música e ouvindo Aracy de Almeida, Carmen Miranda, ngela Maria, ... entre outras. Fez o curso de magistério (2º grau) e trabalhou no Educandário São José e Colégio Olavo Bilac, em Maceió, dando aula no primário. Além de ser a única professora de Maceió e por ser artesã, fazia cenários, explorava os ritmos em sala de aula e no grêmio escolar. O samba lhe fez um chamado, por isso optou por trabalhar com ele e também por ser um ritmo envolvente, contagiante, muito alegre e brasileiro. Fazia tudo “sem noção” da repercussão que teria no decorrer da sua vida. Fez o curso superior de pedagogia com especialização em psicologia e sociologia. Trabalhou muito! Aposentou! e após o falecimento de sua mãe e tios, como a vida continua, fundou uma empresa de artesanato por iniciativa do SEBRAI onde começou a participar de feiras, inclusive Atravésinternacionais.dopatchwork, uma técnica que une tecidos com uma infinidade de formatos variados, D. Jandira veio para Minas. Visitou várias fábricas de tecidos, no sul. E nestas idas e vindas descobriu a cidade de Congonhas. Enquanto fazia seu trabalho de artesã, juntamente com outras mulheres da região, cantarolava. Com pouca vivência de trabalhos em ambiente musical, Dona Jandira com 64 anos de idade foi convidada por Wilton Guimarães, um líder comunitário, de 15 anos de idade, a trabalhar, em Itatiaia/Ouro Branco, com as crianças e adolescentes daquela região, com música. D. Jandira, mulher dinâmica, com espírito empreendedor, e se sentindo no tempo certo, trabalhou arduamente em Itatiaia e como diz a música de Nilton Alecrim e VeVé Calazans interpretada pela cantora Alcione, “pedra que muito

Encontre Dona Jandira nas redes sociais: Facebook: https://www.facebook.com/dona.jandira.3 - https://www.facebook.com/dona.jandira.94 Instagram: https://www.instagram.com/cantoradonajandira/ YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCnTyzIrerN51gQ4l6o598VQ

DONA SANTOSLÚCIA “Samba, Agoniza, mas não morre Alguém sempre te socorre, Antes do suspiro derradeiro Samba, negro, forte, destemido Foi duramente perseguido Na esquina, no botequim, no terreiro” Agoniza Mas Não Morre Nelson Sargento

YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCnTyzIrerN51gQ4l6o598VQEm

Silva, Ataulfo Alves, Dalva de Oliveira, Noel Rosa, Isaurinha Garcia, Aracy de Almeida, Augusto Calheiros, Carmem Costa e assim manteve viva a paixão e o amor pelo samba, pois também foi amiga de Clara Nunes, aliás, sua casa servia de espaço para os ensaios da “Sabiá”, na década de 60. Dona Lúcia Santos foi integrante da Velha Guarda do Samba de Belo Horizonte no ano de 2006 e recebeu o Diploma de Honra ao Mérito, em reconhecimento de sua relevante atuação em favor do interesse coletivo. Recebeu também um Certificado, da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial - CPIR e da Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de CidadaniaSMADC, através da Campanha de Valorização da Mulher Negra, pela resistência e perseverança no combate ao racismo, à discriminação, à xenofobia, à intolerância e na luta pelos direitos das mulheres.

HomenagemFonte: na narrativa da nora Cláudia Campos

Facebook: https://www.facebook.com/dona.jandira.3 - https://www.facebook.com/dona.jandira.94

2013, ela gravou seu primeiro álbum, um show no Teatro Alterosa, intitulado “A Dama Mineira do Samba, Lúcia Santos canta Lourdes Maria”, que ela afirmava ser o ápice da sua carreira. O samba foi a forma, muito prazerosa por sinal, de Lúcia se mostrar para o mundo. Foi através dele que ela conseguiu se destacar e com isso ajudar outras pessoas que precisavam se mostrar para o Mundo. Foi um grito de liberdade e valorização da vocação que tinha e que só pode explorar tardiamente; ela tinha mais de 50 anos quando despertou a curiosidade do público nas apresentações que fazia.

A Dama Mineira do Samba faleceu, aos 67 anos, em 8 de julho de 2014.

Encontre Cláudia Campos (nora de Dona Lúcia Santos) nas Redes sociais:

Instagram: https://www.instagram.com/cantoradonajandira/

Dona Lúcia Santos, ou A Dama Mineira do Samba, era o nome artístico de Lúcia da Anunciação Rosa Santos. Filha de Nair Machado Costa e Domingos Francisco Rosa, Lúcia nasceu no dia 25 de março de 1946. A belo-horizontina sempre sonhou em cantar em um coral, apesar de seu berço musical sempre ter sido o samba e as serestas, através de seus pais e irmãos (todos Cresceusambistas).ouvindoOrlando

DÓRIS

“Quando eu canto /É para aliviar meu pranto/ E o pranto de quem já /Tanto sofreu... Do poder da criação/ Sou continuação /E quero agradecer/Foi ouvida minha súplica/ Mensageiro sou da música /O meu canto é uma missão / Tem força de oração/E eu cumpro o meu dever/Aos que vivem a chorar/Eu vivo pra cantar/E canto pra viver..” Minha missão – João Nogueira e Paulo César Pinheiro

No ano de 2000 lançou a proposta pedagógica “Cantando e Contando a História do Samba” uma iniciativa que busca o envolvimento dos professores das diversas áreas do conhecimento, que tem como objetivo preservar, divulgar a memória social e cultural do samba. No ano 2007 lançou O CD “Dóris Canta Samba” que é um instrumento que serve de suporte ao desenvolvimento de atividades educativas e culturais no ambiente escolar, sendo que uma faixa instrumental aborda a diversidade de ritmos musicais e estilos de samba. São alguns dos fatos marcantes e motivadores na sua trajetória musical profissional.

cujos sambas faziam parte do repertório, dos momentos de alegria, de descontração, como Pixinguinha, Martinho da Vila, Benito de Paula, Alcione, Clara Nunes, Beth Carvalho e muitos outros/as. Estudou no Instituto de Educação- IEMG tinha aula de canto e aos 12 anos começou a estudar violão. “Eu sempre cantava nas festas que aconteciam na escola”. A relação profissional com a música começou em 1993, quando foi convidada para ser backing vocal no Bloco Afro Porto de Minas. No primeiro semestre de 1994, fez aula de técnica vocal na escola de Canto Babaya e, nesse mesmo período, lançou carreira solo, por intermédio do Projeto Trampolim, com o show “Agora só falta você”. Um momento marcante na sua trajetória, foi a sua participação no dia 17/07/2010 no Projeto SESC MPB ao lado de Luiz Melodia. Esse projeto tem como propósito oferecer gratuitamente ao público, o melhor da canção brasileira, por meio de inusitados encontros. O evento aconteceu em um lindo domingo ensolarado, no Parque Municipal, em Belo Horizonte/Minas Gerais. E nesse mesmo ano no mês de outubro nos dias 07/08 e 09, o show “Cantando a História do Samba Apresenta Aquarela Mineira de Carmem Miranda” com Maria Alcina, eu e banda. Encontre Dóris nas redes sociais: Facebook:/doris.sambawww.dorissamba.com.br

YouTube:/dorisdosamba Instagram: @dorisdosamba Spotify: Soundcloud:dorisdosambadorisdosamba

Elzelina Dóris dos Santos, mais conhecida como Dóris, mineira nascida em Belo Horizonte, filha de José Lino dos Santos e Sabina Manoela Silva Santos (falecidos). Irmã da Elaine Dayse, Eliane Fátima e Pedro Paulo. Cresceu com dois desejos: lecionar e cantar. O samba sempre esteve presente em sua vida, mas ela não conhecia a sua história. Na infância as festas eram uma constante na casa dos tios/as. Ouviam, cantavam e dançavam samba. Ela cita alguns compositores/intérpretes

Foi com o samba que Dóris conseguiu construir o seu processo de afirmação da identidade. Foram letras, ritmos e histórias do samba, presentes na fase adulta dela, que responderam “os porquês” de tanta discriminação no contexto brasileiro, em todos os âmbitos. O mito da democracia racial no Brasil, que ainda persiste no imaginário popular, era muito presente na infância/adolescência dela e contribuiu para que não reconhecesse ou sequer valorizasse suas características étnico-raciais. O samba possibilitou sua afirmação identitária.

“Quem não gosta de samba bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé. Considero o samba um ritmo contagiante que não tem uma explicação lógica... Ele me envolve” Samba da Minha Terra Letra de Dorival Caymmi

SANTOSEDNA

Urca em Poços, no Coreto do parceiro Leandro Bertozzi do Carimbo Cultural. Vale destacar que em setembro do mesmo ano Alcione esteve em Poços de Caldas e recebeu a nossa sambista em seu camarim, autografou a foto do show de Edna Santos e estando muito agradecida pela homenagem e talento da cantora Edna, fez questão de levar uma camiseta da banda como Derecordação.composição do Aloísio Silva e Edson Conceição, na interpretação de Alcione a música “Não deixe o samba morrer” é a canção que mais representa a trajetória de vida e relação com o samba de Edna Santos. É importante observar que não apenas a dança, o canto e o ritmo são transmitidos de geração para geração. Assim como a riqueza de ritos que compõem o cotidiano do samba vão sendo interiorizados pelas crianças, em contato com os mais velhos. A noção de pertencimento, o envolvimento emocional, um sentimento de raiz e tradição inexistente, por exemplo, no esporte, são transmitidos naturalmente no seu viver cotidiano porque para as famílias do samba ele não é só um lazer, mas uma forma de vida e organização em comunidade. Edna Matilde dos Santos, nome artístico de Edna Santos, nasceu na cidade de Poços de Caldas (Minas Gerais), em três de maio de 1967. Com família de gosto refinado pelo samba, a sambista Edna Santos desde a infância ouvia com seus pais Benito di Paula, Agepê, Martinho da Vila entre outros. Filha do Sr. Vandir dos Santos um dos diretores do Chico Rei um clube de samba que nas palavras de Edna Santos, “era o auge na época! Eu só podia ir nas matinês e recordo-me de sair como passista aos sete anos de idade na ala mirim da Escola de Samba Chico Rei. Com o passar dos anos fui me envolvendo até que surgiu Clara Nunes, Alcione, Beth Carvalho, aí o samba na voz dessas mulheres ferveu nas veias. Fiz parte de bandas de baile muitos bailes carnavalescos, atuei como puxadora de samba enredo do Bloco Vivaldinos da Vivaldi (minha escola do coração)!” A mineira participa em vários grupos de samba e pagode (apelido do samba). Edna Santos, tem uma trajetória no samba de se orgulhar, mas ela divide conosco uma passagem de sua vida que marcou sua história. Foi no ano de 2019, que a sambista mineira, garantiu o reconhecimento em sua cidade ao fazer um show em homenagem a Alcione pelo projeto Pró Encontre Edna Santos nas redes sociais: Instagram:Facebook:/EdnaSantos@ednamatildedossantos

ELIETE NÁ “Eu canto samba. Por que só assim eu me sinto contente Eu vou ao samba Porque longe dele eu não posso viver Com ele eu tenho de fato uma velha intimidade Se fico sozinho ele vem me socorrer Há muito tempo eu escuto esse papo furado Dizendo que o samba acabou Só se foi quando o dia clareou.” Eu canto Samba Paulinho da Viola

Sobre esta estreia emocionante, Eliete ressaltou que “estar na Avenida foi uma das melhores sensações vivenciadas por mim...”

Quando perguntada sobre o fato mais marcante em sua trajetória com o samba, Eliete não hesitou: “Ouvir minha música no rádio, isso foi inesquecível!” Elite afirma que “nasci pro Samba...No Samba me criei...Do Samba faço a minha lei. É isso...” E nós concordamos, Eliete! Eliete Ná é o nome artístico de Eliete Luiza Evangelista. Essa autêntica mineira, nasceu em Belo Horizonte, no dia quinze de março de 1972. Filha do Senhor José Luiz e da Dona Clery Evangelista, Eliete conta que nasceu numa família de sambistas: “Mãe cantora. Ela cantava coisas lindíssimas de Cartola, Elizete Cardoso, dentre outros. Nasci em uma boa base.” Com relação ao seu envolvimento com a música e sua trajetória no samba, Eliete relata que iniciou sua carreira numa tríade musical, na qual “fazíamos uma mistura de Black Music, Soul Music, Funk e Samba.” Mas foi em 2018, que Eliete Ná foi convidada pela Escola de Samba Acadêmicos de Venda Nova, pra compor o elenco de intérpretes: “Minha estreia na Avenida Eliete Ná nas redes sociais: Youtube: Eliete Ná Oficial

foi no Carnaval de 2019, quando me consagrei Campeã do Carnaval juntamente com a Escola.”

Encontre

O meu canto é uma missão Tem força de oração E eu cumpro o meu dever Há os que vivem a chorar Eu vivo pra cantar E canto pra viver Minha missão João Nogueira

CURTISSERIKA

YouTube:https:erikacurtiss Encontre

Representa o pão de cada dia, a força espiritual, a alegria no coração, a generosidade da partilha e a força vital que irradia”. A musicista comenta que sua memória mais doce é a apresentação com o grupo ‘Samba de Sobra’, quando cantou na Praça Tiradentes de Ouro Preto para um público estimado em 10.000 pessoas.

Curtiss dos Santos, a ouropretana relata que o samba sempre esteve presente em sua vida, pois seus pais eram ouvintes assíduos de Clara Nunes, Beth Carvalho e grupos regionais de choro, e isso foi decisivo em sua trajetória. Erika comenta que quando era criança, por volta dos 7 ou 8 anos, ficou encantada pela interpretação da canção ‘Morena de Angola’ de Clara Nunes (“a música rodava no disco e eu rodava na sala! Acho que foi o primeiro samba que me arrebatou!”). Questionada sobre o que o samba representa em sua vida, ela faz uma declaração apaixonada: “O samba representa muita luz.

Facebook:https:/erika.curtis.94Instagram:@erikacurtiss

Erika Curtis nas Redes Sociais e Youtube:

Erika Curtiss dos Santos nasceu em Ouro Preto (MG), no dia 16 de outubro de 1972. Filha de José Eustáquio Ribeiro dos Santos e Maria Lúcia

DEFABIOLAPAULA “...Aprendi bater samba ao compasso do meu coração ...” (Compositor - Wilson das Neves)

Encontre

Fabíola de Paula Silva, nascida em Belo Horizonte, teve seu primeiro contato com o samba, ainda criança, quando acompanhava seu pai nas rodas de Samba e foi ele que a ensinou os primeiros toques de um instrumento. O pandeiro foi o primeiro instrumento que ela tocou. Um fato bem marcante na sua trajetória foi participar de um grande festival de pagode da Rádio Extra, bem no início da sua carreira. O grupo que ela participava foi o vencedor e ficaram em primeiro lugar nesse festival.

O samba em sua vida representa o empoderamento e ela segue convicta de que “a mulher pode estar onde ela quiser , inclusive na roda de samba”. Fabiola de Paula nas redes sociais: Instagram:@fabiola.depaula.184

Samba da minha terra Compositor Dorival Caymmi

“Quem não gosta de samba bom sujeito não é, é ruim da cabeça e doente do pé. Eu nasci com o samba, no samba me criei e do danado do samba nunca me separei. Esta música resume um pouco do imenso amor que tenho pelo samba amor este que sempre esteve presente dentro de mim.”

VASCONCELOSFERNANDA

samba está presente na sua playlist, é a única coisa que tira ela de casa com alegria, todos os finais de semana. Ela se auto define como uma pessoa muito tímida e introvertida e foi o samba que mudou esse modo “de ser “ao colocá-la em contato com várias pessoas incríveis e disponibilizar diversas situações para lidar. Ela relata: “o samba me ajudou a formar quem sou hoje, uma pessoa que ao contrário de antes, consegue se posicionar quando necessário, com respeito, com carinho, sabedoria e que entende a responsabilidade de estar ali sendo mulher e Omusicista”.fatomais marcante na sua trajetória e que traduz em incentivo diário, é lembrar que com o passar dos anos e do seu desenvolvimento na música, ela teve e tem o prazer de tocar com várias pessoas incríveis do cenário do samba ; pessoas que ela apenas prestigiava anteriormente, e agora ela passa de uma simples admiradora para ser colega de trabalho. Isso é um fato muito importante e gratificante para ela, pois, esse processo revela sua evolução profissional além de ser um incentivo para alcançar voos maiores.

O samba sempre esteve presente na vida da Fernanda Aparecida Vasconcelos Santos desde a barriga da sua mãe, Tais Ribeiro de Vasconcelos Santos. Mineira, nascida em Belo Horizonte tem como nome artístico Fernanda Vasconcelos. Seu pai, Davidson do Nascimento Santos, era músico e ainda pequena ela já frequentava as rodas de samba. Enquanto as outras crianças corriam o tempo todo, Fernanda Vasconcelos ficava parada e vidrada olhando as pessoas tocando, achava o máximo e tinha o interesse de um dia aprender a tocar algum Aosinstrumento.13anosde idade, já decidida, pediu aos pais que colocassem ela na aula de violão para iniciar os estudos. Começou aprendendo através de outros estilos musicais, mas o samba falou mais alto e em menos de 2 anos já estava tocando. Logo ingressou em um grupo de samba, que foi seu primeiro trabalho e a partir dos contatos com outros músicos, foi um trampolim para o seu desenvolvimento artístico. Mas no início da sua trajetória e segundo ela “nunca deixo de lembrar” aconteceram várias situações que poderiam ter feito com que desistisse da sua arte. Momentos de constrangimentos, comentários que ferem a autoestima, porém, ela relata que “graças a Deus” conseguiu converter toda a negatividade em combustível para estudar, evoluir e continuar fazendo o que gosta. Para Fernanda Vasconcelos, o samba representa tudo em sua vida, ela não consegue imaginar sem ele. O Encontre Fernanda Vasconcelos nas redes sociais Instagram: @fernandavasconceloss Youtube: Fernanda Vasconcelos

“Sou brisa, sou vendaval, sou calma, sou euforia. Sou up, sou meio down, sou tristeza e alegria. Sou de todos e só seu, sou tempo, sou correria. Sou luz e também sou breu, sou prosa, sou poesia. Sou árvore, semente. Sou pedra, sou papel. Sou foz e também nascente, sou Cartola e sou Noel. Sou discreto e dou bandeira, sou mártir, sou o cruel. Sou Nelson de Mangueira, Martinho de Vila Isabel. Sou flor e também espinho, sou corda e caçamba. Sou violão, cavaquinho, sou firme da corda bamba. Sou áspero, sou mansinho, sou dúvida e decisão, sou choro, sou brasileirinho, sou canção. Sou o samba!” Sou LetraSambadeThiago Miranda/Roger Resende

COUTOGISELE

apresentou ao lado do compositor, arranjador e educador musical Ian Guest. Em 2011, a mineira participou do projeto “Encontro de Autores e Intérpretes”, em Belo Horizonte, idealizado pela produtora cultural Darcila Rodrigues, que promoveu a interação de autores e intérpretes, sempre divulgando os trabalhos de forma Umcoletiva.ponto marcante na carreira de Gisele Couto, aconteceu em 2016, quando ela gravou seu primeiro disco, o de título homônimo, Ep. Gisele Couto, com destaque para várias músicas autorais. A sambista vem se destacando como compositora e assina a música de trabalho do EP, a faixa “É o samba” em parceria com Alisson do Banjo e Xico Queiroz. A cantora e compositora nos toca a alma, quando define o significado samba: o samba é comunhão. É onde eu posso reverenciar minha ancestralidade, onde posso expressar a minha verdade artística e meu amor mais genuíno!

Dona de um timbre forte e marcante, Gisele Couto, nome artístico de Gisele Couto Pereira, nasceu na cidade de Mariana, Minas Gerais, em vinte e sete de abril de 1981. Filha do Senhor Sílvio Alves Pereira e de Dona Maria da Conceição Couto Pereira, Gisele começou a cantar aos 14 anos e 2002 ela começa com os estilos Samba e Choro. Em 2001 foi aprovada no vestibular para o curso de licenciatura em Música, na Universidade Federal de Ouro Preto. Às quintas-feiras o “bar da Vanda” era o ponto de encontro dos colegas desta universidade - onde o samba era repertório garantido. “Nessa época éramos muito influenciados pela revitalização da lapa e os movimentos de samba que se espalharam pelo país. Desses encontros nasceu o grupo “Samba na Ladeira” e ali começou minha história com o samba e o choro. A sambista nos faz voltar ao tempo e permitenos pensar nas influências do movimento de revitalização da Lapa (RJ), para o resto do país. Não podemos esquecer que, na identidade cultural musical, local, urbana e nacional, naturalmente coexistem múltiplas combinações identitárias individuais no cruzamento das possibilidades de “Ser” de um mundo globalizado, em que sambistas encontram força a partir de sua coexistência em grupo. Gisele Couto, não anda sô! Em 2005, foi uma das seis selecionadas para o projeto Cantoras D’Aqui, do BDMG Cultural. Posteriormente se

Encontre Gisele Couto nas redes sociais: Instagram: @gisellecoutosamba /gisellecoutoproducao

Facebook:

YouTube: GiselleCouto

LUIZAIARA Hoje eu vi um lindo Negro Anjo, Anjo Negro Lindo Anjo, Negra Ângela!... Negra NeguinhoÂngeladaBeija-Flor

Iara Luiza de Oliveira Pereira nasceu em Belo Horizonte, no dia 18 de novembro de 1999. Ela relata que iniciou no samba ainda criança, quando teve que apresentar um trabalho na escola e seu pai a apresentou um disco de samba. Iara lembra que o primeiro samba que ouviu foi ‘Negra Ângela’ de Neguinho da BeijaFlor. Mas foi durante seu primeiro show com Samba na Roda da Saia, aos 14 anos, que ela começou a entender a importância e o que aquele momento significava. A belo-horizontina define o samba como “um ensinamento que é passado de geração em geração” e conta que hoje tem o samba em todas as áreas da sua vida: dança, música, religião, e que sua filha segue o mesmo caminho “com amor, respeito e Quandocuriosidade”.questionada sobre o fato mais marcante da sua trajetória enquanto sambista, Iara recorda com carinho do momento em que recebeu o convite para integrar o seu primeiro grupo (Grupo Pegada Diferente). Encontre Iara Luiza nas redes sociais: Instagram: @iaralu_oliveira Facebook: /luiza.58

VIELISABELLA “Linda No que se apresenta O triste se ausenta Fez-se a alegria Corra e olhe o céu Que o sol vem trazer bom dia” Corra e olhe o céu Composição de Cartola e Dalmo Castello

Estratégias de existência na contramão dos ritmos de vida dominantes e da política de mercantilização dos afetos vigentes no regime capitalista contemporâneo, se fazem necessário e protagonizados pela geração atual, só reforça o quanto os saberes das “tias do Samba” (tia Ciata, dona Ivone Lara e outras matriarcas), foram fundamentais para tantas reconstruções e recriações do seu legado. Isabella Viel, deseja que o magnífico trabalho das mulheres sambistas tenha mais visibilidade, nos alerta para a necessidade de divulgar nomes de ritmistas e compositoras, para aumentar cada vez mais esse Samba no Feminino!

Isabella Viel, nome artístico de Isabelle do Nascimento Viel, nasceu na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em dezessete de outubro de 1984. Filha do Senhor René de Souza Viel e de Dona Marina Maria das Graças Tavares do Nascimento Viel, a sambista canta desde 2017 e revela que: “O samba apareceu em minha vida após um grande problema de saúde sendo parte do meu recomeço”. Para a mineira o samba é terapêutico, em contato com ele, Isabella Viel consegue fugir dos problemas e se libertar dos pesos diários. A subjetividade, contagiada pelo “devir-samba”, que atravessa a cultura brasileira, afirma o vetor ético-cultural e se coloca à escuta do corpo como lugar de inscrição dos impasses vividos, experimentando jogos e brincadeiras em prol da criação de inusitadas formas lúdicas de vida. Um fato que marcou a trajetória de Isabella Viel foi a idealização de um bloco de carnaval que só tocava samba (Samba Beth). Com a proposta de ser uma grande roda de samba, apenas com instrumentos legítimos desse gênero musical (pandeiros, surdos, tamborins), nasce também um grupo potente de grandes amigos ritmistas, que seguem juntos curtindo e fazendo samba em Minas Gerais. Encontre Isabella Viel nas redes sociais: Instagram: @isabella_viel

E na hora que a televisão brasileira Distrai toda gente com a sua novela É que o Zé bota a boca no mundo Ele faz um discurso profundo Ele quer ver o bem da favela Está nascendo um novo líder No morro do Pau da Bandeira Está nascendo um novo líder No morro do Pau da Bandeira No morro do Pau da Bandeira No morro do Pau da Bandeira Zé do Caroço Leci Brandão

FERREIRAISIS

Isis Alline Ferreira, ou simplesmente Isis Ferreira, é uma musicista natural de Barbacena (MG). Filha de Ayrton Ferreira e Dalva Benedita Ferreira, ela nasceu no dia 27 de junho de 1985. A barbacenense conta que seu envolvimento com o samba começou em casa, ouvindo sua mãe cantarolar enquanto cozinhava, lavava roupas ou acompanhava alguma música na rádio. Ela lembra que seu pai gostava de ouvir Alcione, Agnaldo Timóteo, Martinho da Vila, Cartola. Mais tarde, na adolescência, Isis começou a frequentar pagodes, rodas de samba, eventos de hip hop e arte de rua em Barbacena. Um dos acontecimentos mais importantes da sua carreira é o início da caminhada autoral em 2019; ela já compunha há algum tempo, porém somente em 2021 lançou seu primeiro projeto, show autoral intitulado PRETUMINÂNCIA, no qual traz à cena um pouco de performance e poesia mostrando canções e também algumas releituras pouco conhecidas do cancioneiro preto brasileiro.

“A música e o samba representam em minha vida uma das formas mais potentes que encontrei para resistir junto aos meus. O samba é resistência! Pode até parecer clichê dizer isso, mas não tem como não sentir e ver toda a construção histórica, a resiliência, a força de luta, a alegria e união, a ginga, irreverência, rebeldia e beleza que o samba e nosso povo negro nos mostram. Quando canto um samba, meu corpo e minha alma revivem memórias que muitas vezes nem são minhas, mas que fazem parte das histórias vividas por todo um povo. Então minha voz ecoa e soa bem alto, para cantar todas essas histórias!” afirma a mineira apaixonada.

Encontre Isis Ferreira nas redes sociais: YouTube:Facebook:/isis.ferreira.7Instagram:@isisferreira.arteIsisFerreira

samba, é assim A lágrima clara sobre

ASSISJANAINA que o é a que cai

A tristeza é senhora Desde

samba

pele escura A noite, a chuva

lá fora Solidão apavora Tudo demorando em ser tão ruim Mas alguma coisa acontece No quando agora em mim Cantando eu mando a tristeza embora Desde Que o Samba É Samba Caetano Veloso

Janaina Assis é o nome artístico da mineira de Belo Horizonte Janaina Martins de Assis. Filha de Neide Martins de Assis, ela nasceu no dia 17 de setembro de 1974 e conta que desde pequena via os desfiles das escolas de samba. Quando adolescente, participou de blocos de rua e começou a tocar violão. A musicista afirma que o samba representa um dos ritmos mais caracteristicamente brasileiro e que “nos orgulha numa especialidade planetária de ligação com a música”. Um fato que marcou sua trajetória foi a participação no Samba na Roda da Saia, um ciclo importante pra atividade musical no circuito musical de BH. Ela também cita a apresentação no Carnaval de rua da cidade. Encontre Janaina Assis nas Redes Sociais: Instagram:@ janainaassiscantor

SEMEÃOJOSI

Samba, eterno delírio do compositor Que nasce da alma, sem pele, sem cor Com simplicidade, não sendo vulgar Fazendo da nossa alegria, seu habitat natural O samba floresce do fundo do nosso quintal Batucada dos Nossos Tantãs Fundo de Quintal

A

Óbvio que nós lutamos para que isso não ocorra apenas em quatro dias do ano ou só no samba de domingo, mas as coisas estão progredindo, estamos cada vez ganhando e conquistando mais espaço”. A mineira continua: “O samba é um ponto de autoestima para as mulheres negras e é muito doloroso quando essa manifestação cultural, que expressada através de nossos corpos, é esvaziada do seu real significado. O samba representa vida, pois não sei mais viver sem o ritmo!”.

Quando questionada sobre qual o momento mais marcante da sua trajetória, Josi relembra quando venceu o concurso da ‘Corte Real Momesca’ de Belo Horizonte como a princesa do Carnaval 2020, um posto almejado por muitas sambistas.

Josi Semeão é o nome artístico da belo-horizontina Joseana Luzia Leofico Semeão. Filha de Célia Leofico Semeão e José Antônio Semeão, ela nasceu no dia 23 de janeiro de 1993. Seu envolvimento com o samba começou em 2015, quando foi convidada para conhecer o projeto de samba intitulado Passista nota 10. Josi conta que se encantou. Ela entrou no projeto, e começou a fazer parte da ala de Passistas da escola de samba ‘Acadêmicos De Venda Nova’ e desfilou como Passista na Avenida Afonso Pena, o que foi uma experiência incrível segundo Josi, pois não conhecia esse mundo do Carnaval, só assistia pela televisão. Foi a partir daí que ela começou a frequentar as rodas de samba de Belo Horizonte e em seguida a fazer show de samba como Passista nas principais bandas da cidade. A sambista comenta com orgulho que continua representando Belo Horizonte como a princesa do Carnaval na ‘Corte Real Momesca’ até o próximo concurso. Josi relata que muitas pessoas veem o samba, mais especificamente o carnaval, apenas como uma festa, no entanto, da perspectiva das mulheres negras é muito mais significativo: “A mulher negra no samba é uma figura revolucionária e reativa contra o racismo. O carnaval é a única época do ano em que nós somos o padrão e a referência de beleza. Encontre Josi Semeão no Instagram: Instagram:@ josisemeao

“Vou seguir em frente, a vida é mesmo assim só vou gostar de quem puder gostar de mim, do meu amor seja merecedor e me trate com prioridade ao invés de segunda opção realize o desejo guardado no fundo do meu coração de ser feliz ao menos uma vez.” agora é minha lei Letra de Betinho Moreno

Recomeçar

SIKEIRAJOSY

A canção apresentada por Josy foi selecionada entre mais de 3.000 canções inscritas. E Josy Sikeira completa: “O Samba representa a consolidação da minha carreira musical, foi onde encontrei a minha personalidade musical.”

Encontre Josy nas redes sociais:JosyFacebook:/josysikeiraSikeira,nome artístico de Josimara Nogueira de Siqueira, nasceu na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em sete de setembro de 1982. Filha do Senhor Adão Nogueira dos Santos e de Dona Marina José de Siqueira, Josy canta desde 2003. Mas foi em 2007 que o samba ganhou o coração da mineira, quando ela foi convidada para ser backing vocal em um grupo de pagode. Josy conta que seu gosto pessoal pela MPB a encaminhou para o samba de raiz. Em 2011 Josy lançou seu primeiro single e o samba fincou raízes em sua trajetória. O trecho da música Recomeçar agora é minha lei, epígrafe deste texto, de autoria de Betinho Moreno, foi a primeira música de trabalho da artista. Um ponto marcante na carreira de Josy Sikeira aconteceu em 2013, quando ela participou do Festival Nacional da Canção (FENAC). O FENAC nasceu em 1971 e objetiva divulgar a música nacional, seus compositores, intérpretes ou instrumentalistas. Josy conta que sua participação no festival “foi minha primeira vez apresentando a minha música para um grande público (...) me fez perceber que estava no caminho certo.”

ROCHAJÚLIA “Quando eu canto É para aliviar meu pranto E o pranto de quem já Tanto EstouQuandosofreueucantosentindoa luz de um santo Estou ajoelhando Aos pés de Deus.” Minha Composiçãomissãode João Nogueira e Paulo César Pinheiro

O samba: Minha missão, do compositor João Nogueira a representa e é de grande relevância na sua trajetória de vida e na sua história no Júliasamba.Rocha

enumera vários fatos marcantes na sua trajetória com o samba, afirmando ser difícil eleger um, porque às vezes o momento mais emocionante acontece não em um grande show, mas em uma roda de samba com os amigos. Ela se lembra, com carinho, do lançamento do seu primeiro disco, dos primeiros shows; no Rio, em São Paulo, em Salvador e de um lindo show que fizeram em Curitiba. Para ela, gravar na pandemia, também, foi uma experiência muito linda, a fez sentir útil, viva como artista e foi muito bom, enfatiza.

Júlia Maria Simão da Rocha, conhecida pelo nome artístico Júlia Rocha, nasceu no dia 23 de Abril de 1983 em Belo Horizonte/MG e desde cedo, escutando o samba, em casa, com a sua mãe, se envolveu com a música e em 2014 se profissionalizou, passando a dedicar mais e mais a este estilo. Para Júlia o samba é sua ligação política com a música. Cantar samba é uma escolha. Ele a conecta com a história do povo brasileiro. Uma história de resistência, de luta e também de muita beleza.

Encontre Júlia Rocha nas redes sociais: Instagram: /cantorajuliarocha YouTube: Júlia Rocha

NASCIMENTOJÚLIA Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé Manda essa tristeza embora Basta acreditar que um novo dia vai raiar Sua hora vai chegar! Tá GrupoEscritoRevelação

Júlia Cristina Nascimento Pires, ou apenas Júlia Nascimento, nasceu em Franca (SP) no dia 6 de maio de 1992 e é filha de Cristina Rosa Nascimento Pires e Alexandre Carlos Pires. A paulista conta que seu envolvimento com o samba começou na infância, ouvindo muita música brasileira em casa com a família. Lá, todos apreciam o fazer musical e os encontros acabam em roda de violão e muita cantoria. Júlia conta que posteriormente pode participar de vários encontros e rodas de samba, mas sempre num aspecto mais informal. Foi em 2019, quando se mudou para Belo Horizonte, que ela se envolveu mais estreitamente com o samba e de maneira profissional. Um momento que a musicista considera marcante da sua trajetória foi o Festival ‘Arreda’, que reuniu diversos grupos e artistas regionais do samba e do pagode, que tinha como objetivo empoderar e visibilizar as mulheres dentro deste contexto do samba em Belo Horizonte. Samba feito por e para as mulheres. Neste evento, ela trabalhava como assistente de produção e teve a oportunidade de conhecer a Rosane Pires, idealizadora do projeto ‘Samba na Roda da Saia’: “Ali, ela ficou sabendo que eu tocava e me pediu para dar uma palinha no festival. Quando desci do palco, Rosane me disse que precisava de mulheres instrumentistas para compor o SRS. Daí em diante, a parceria se firmou. Eu espero (e quero!) participar de muitas rodas e trabalhos com o ‘Samba na Roda da Saia’. Vida longa!”. Para Júlia, o samba tem sido uma grande e linda escola de música, de arte, de vida e de afeto: “Sou muito grata ao samba por ter me proporcionado vários encontros maravilhosos, que eu sei que irei levar para a vida toda” conta entusiasmada. Encontre Júlia Nascimento nas Redes sociais: biolinky.co/juliaplaysguitar

“Minha beleza encontro no samba que faço, minhas tristezas se tornam alegre cantar, é que eu carrego um samba bem dentro do peito, sem a cadência do samba não posso ficar “

Esperança ComposiçãoPerdidadeAdeilton Alves e Délcio Carvalho Interpretada pelo Originais do Samba

PRETTAJUSSARA

Encontre Jussara Pretta nas redes sociais: Facebook: Youtube:Instagram:/jussarapretasamba@jussaraprettajussarapretta

Jussara Pretta declara que o samba na sua vida é: “Alimento da minha alma , razão do meu viver”.

Jussara Pretta, com é conhecida nas rodas de samba, não sabe determinar exatamente quando aconteceu seu envolvimento com o samba, mas acredita que foi bem antes de nascer, “acho até que de outra vida”. Para Jussara Marta de Assis que nasceu em Belo Horizonte - Minas Gerais, é multiinstrumentista, filha e neta de músicos. Todos os momentos quando ela canta, são relevantes na sua vida. Destaca alguns eventos marcantes na sua carreira profissional: Festival Rômulo Pães (1980), Rua do Samba (1990), compor a primeira banda de samba feminina de Minas Gerais e a gravação do seu CD.

“Todos sabem que o samba é sagrado VeioMamãedo lado de lá Oceano que na travessia o negro navio Fazia nas ondas um som de dançar E o Viajavasom no pique da luz rebrilhava que nem o sol E a chama sagrada do samba Criava raízes no coração E a chama sagrada do samba Criava raízes no coração” Samba Sagrado Letra de Yuri Popoff e Márcio Borges.

NASCIMENTOKAREN

Cartola, Noel Rosa, Adoniran Barbosa, Dorival Caymmi, Zé Kety, Jorge Bem Jor, Chico Buarque e os Novos Baianos, dentre outros. Pode gravar uma das faixas do disco “Nós, Noel e o Samba, intitulada “O X do Problema” a produção foi em comemoração aos 100 anos do compositor Noel Rosa. Tem momentos em que Karen Nascimento considera significativos em sua trajetória como suas performances noturnas, onde geralmente tinha o acompanhamento de um violonista e um percussionista, sendo que a sua participação no Acadêmicos do Samba é uma das passagens mais importantes. Reconhece que essas vivências como cantora em bares, possibilitou também um grande crescimento, como musicista. Para ela o samba diz de onde veio, quem é, e o quanto faz parte dela. Influências que nunca deixaram de ser importantes no seu trabalho de hoje em dia como musicista. A sambista diz, ainda, da importância de protagonizar grandes artistas mineiras que atuam nesse cenário e pensa que muitas vezes essas artistas não têm reconhecimento pelo trabalho que desenvolvem no meio, e - pontua que é fundamental dar destaque para as mulheres na cena musical.

Karen Nascimento, nome artístico de Karen Luane Nascimento, paulista radicada em Minas Gerais em Montes Claros, teve o pai como referência em termos musicais apreciativos.

Desde criança se recorda dele ouvindo grandes nomes da música como: Chico Buarque; Jorge Aragão; Bezerra da Silva; Originais do Samba; Zeca Pagodinho; Arlindo Cruz, dentre outros e o samba rock com Jorge Ben e Bebeto , referências que não podiam faltar nos churrascos de finais de semana em São Paulo. O samba esteve sempre muito presente em sua família, nas festas e confraternizações. Ao se mudar para terras mineiras seu contato com a música foi crescendo cada vez mais, possibilitando um contato com a música mineira. Durante o período de sua Graduação em Música, teve a oportunidade de participar de um projeto de extensão da universidade, que era coordenado pelo músico e compositor montesclarense Jukita Queiroz, momento em que pode integrar o grupo de Samba “Acadêmicos do Samba” de Uberlândia, isso em meados do ano de 2013. Integrou o grupo entre os anos de 2011 a 2013, atuando como cantora. Cantar no grupo foi extremamente importante para sua trajetória como musicista. Relata que nesse período aprendeu muito, conheceu um vasto repertório de cantores consagrados do samba como: Encontre Karen Nascimento nas redes sociais: Site:Spotify:YouTube:Facebook:Instagram:@karennascimentomusica//karennascimentomusicKarenNascimentoKarenNascimentohttps://karennascimento.bandcamp.com/releases

e

KELLINDAKELLY

O samba me deu muito mais do que eu quis, o samba me fez bastante feliz, até bodas de ouro com o samba eu já fiz, canto pra comemorar.” de Lara Paulo

ComposiçãoOurode Ivone

César Pinheiro

Boda

Para Kelly Kellinha uma parte importante no projeto é acreditar que a integração é a melhor forma de criar vínculos de respeito, admiração e Oriundacompromisso.defamília musical, cantar para ela sempre foi muito natural, mas relata que sempre reservado, em casa, porém é da perspectiva do samba de rua onde para ela é um espaço mais livre e que a deixou mais solta que ela foi notada e convidada para várias participações. A artista enfatiza que quando canta entrega o seu Momentomelhor. que considera mágico foi na realização da primeira edição do projeto “A Rua do Samba” em plena Rua Sapucaí, podendo presenciar a união de cento e dezesseis (116) músicos em um mesmo evento. Para ela o samba não é apenas uma escolha profissional, mas tem energia revigorante, os(as) compositores e instrumentistas podem conduzir a um lugar mais tranquilo, onde a alma se solta e quando volta, consegue seguir melhor. O samba para ela é uma filosofia de vida.

/ @pedbencaculturaearte

Kelly Kellinda, nome artístico de Kelly Cristina Batista, nasceu na cidade histórica de Ouro Preto em Minas Gerais, em vinte e dois de abril de 1979. No berço de uma família musical e vivenciando as rodas de samba, assim vai se formando a musicalidade de Kelly. No ano de 2010 seu conhecimento começa a ganhar um viés profissional e foi por um acaso, a pedido de uma amiga que sabia que ela tinha contatos no meio do samba, lhe pediu para ajudar um outro amigo na organização para abertura de espaço, uma casa de samba. Nesse processo seu envolvimento e interesse foram aumentando a ponto de decidir uma empresa de produções culturais em parceria com um amigo, a KBW Produções, assim começou a realizar seus próprios eventos, todos ligados ao samba. No ano de 2013 a parceria se desfez, mas no entanto nossa biografada continuou a tocar os negócios que foram ganhando visibilidade e tornando-se maiores. No ano de 2016 é convidada a produzir uma roda de samba tradicional, “Samba de Fino Trato”, por meio dessa ação seu amor pelo samba se consolidou, entendeu que uma nova visão surgia a de que o samba requer mais que entusiasmo, ele demanda um olhar para seu valor patrimonial e cultural, como um movimento de resgate e valorização histórica, e acima de tudo, um símbolo de resistência. Desde então seus projetos têm sido voltados a este tema, do “Samba de Fino Trato”, nasceu “A Rua do Samba” que tem como objetivo promover um grande encontro de músicos, intérpretes, instrumentistas e donos de estabelecimentos que abrigam o samba e acontece uma vez por Encontre Kelly Kellinda nas redes sociais: Instagram:@kellykellindaFacebook:/kelly.kellinda

ano. Com sua participação nasceu também o movimento “Roda de Rua” pensado em prol da integração de gêneros, ela diz que as rodas de samba simbolizaram, por muito tempo, um lugar de fala para o gênero masculino, mas que vem como uma crescente presença de mulheres. Tem tido a representação de intérpretes, instrumentistas e outros artistas.

O samba é meu dom Composição de Paulo Pinheiro e Wilson das Neves

“O samba é meu dom É no samba que eu vivo, do samba é que eu ganho meu pão E é num samba que eu quero morrer de baquetas na mão Pois quem é de samba meu nome não esquece mais não.”

REISLETÍCIA

as melhores sambistas dessas Minas Gerais. Um projeto que tem se mostrado inovador, acolhedor e transformador para as várias mulheres do samba de Minas. Tudo feito com cumplicidade, alegria, motivação e superação.

A epígrafe escolhida por Letícia Reis como um trecho da música que marcou sua vida, reforça a ação transformadora do gênero musical na vida de tantas mulheres e em sua fala o samba é reverenciado: “O samba na minha vida é resistência, amor, alegria, aprendizado e identidade. No samba eu me apaixono, me alegro, me compadeço, me encontro, me transformo e me encanto. O samba transformou e continua transformando a minha vida com princípios anti machistas e antirracistas, Letícia Reis agradece a oportunidade ímpar de ter sido convidada a integrar o projeto Samba na Roda da Saia, idealizado por uma companheira, na luta por espaço e representatividade - Rosane Pires Viana. A mineira se sentiu fortalecida e acredita que tal convite é o reconhecimento do seu trabalho e do seu esforço. Segundo a sambista, várias portas se abriram para o seu trabalho. “É necessário que as mulheres que fazem parte desta caminhada saiam das sombras e sejam reconhecidas enquanto transformadoras e criadoras do Samba de Minas Gerais!”

Letícia Reis, nome artístico de Letícia Correia dos Reis, nasceu na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em vinte de setembro de 1979. Filha do Senhor Sebastião Lucas dos Reis e de Dona Marly Borel Correa dos Reis, Letícia tem envolvimento com o samba há muitos anos, assim que completou a maioridade, iniciou sua caminhada cantando Alcione, nas noites. Em 2007 iniciou um projeto de releitura dos Sambas Antigos, chamado os Sambas de ontem para os ouvidos de hoje. A partir deste momento o samba não saiu mais da vida da nossa sambista. Letícia Reis daria início a uma luta histórica para ocupar o lugar de direito das mulheres no Samba, onde nos conta: “Após muita luta para participar das rodas de samba em Contagem, que predominantemente são dominadas pelos homens, assim que as pessoas começaram a ver o meu trabalho com mais seriedade eu comecei a ser convidada para todas as rodas de samba. Em 2018 fui dentre as várias sambistas de Minas homenageadas pela Assembleia Legislativa nos 100 anos de samba representando a cidade de Contagem. Em 2019, juntamente com Rafaela Ferreira demos início ao projeto Mulherada Pede Passagem. Um projeto que nasceu do desejo de se criar uma roda de samba em que as mulheres fossem protagonistas. Vislumbrando o reconhecimento como musicistas e autênticas representantes do samba, afirmando o empoderamento feminino nos mais variados segmentos sociais. E em 2020 veio o convite para ingressar no projeto Samba na Roda da Saia idealizado por Rosane Pires Viana onde se encontram Encontre Letícia Reis nas redes sociais: Facebook: Instagram:@leticia.reis.cantora//leticia.reis.12914

“Eu sou filha do sereno sou neta da madrugada mamãe pede, vovó manda fazer samba e serenata obedeço e vou pra cima canto e não nego a minha raça tá no sangue e eu tiro onda porque sou cobra criada bate palma sente o clima pega fogo, roda a saia a macumba é da boa dá licença, abre alas” Compositora e intérprete: Livia Queiroz

QUEIROZLIVIA

Livia Queiroz, nome artístico de Livia Aparecida de Queiroz, nasceu na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em sete de maio de 1982. A sambista, começou a se apresentar em bares e casas de shows da capital. A experiência adquirida na noite mineira, em conjunto com seu timbre de contralto profundo, tornou seu canto original. Livia Queiroz dá início a sua carreira profissionalmente como vocalista da banda Sambakana, momento marcante de sua trajetória que a cantora destaca. A mineira, engajada na luta em defesa do samba, tem o poder das mulheridades que habitam corpos de resistência. Percebe-se pelas tatuagens que a liberdade e a autoconfiança são marcas identitárias da compositora, que por vezes parece afastá-la do perfil de uma sambista, mas não se engane: ela é do samba! Esse conjunto se torna harmonioso quando ela interpreta clássicos do samba e vai sentindo cada nota musical. Quando Livia discorre sobre um fato ou momento em sua trajetória com o samba, ela destaca: “minha participação no processo seletivo do Espaço Multicultural Dona Jandira, sendo aprovada para interpretar a grande cantora mineira, Clara Nunes. Tudo isso junto com outras grandes cantoras, incluindo a própria Dona Jandira. O tributo foi apresentado no próprio espaço, em Itatiaia, distrito de Ouro Branco (MG). Posteriormente, ganhou novos ares ao se apresentar na Virada Cultural de Belo Horizonte, em 2016, no Teatro Francisco Nunes.” Para a sambista, o Samba é tudo! É resistência e luta... a maior expressão da cultura popular brasileira... me sinto mais perto de minhas raízes ao poder expressar e cultuar toda minha Emancestralidade!2018e2019, Lívia Queiroz foi convidada por Guilherme Mocidade para ser uma das intérpretes do Bloco Caricato Bacharéis do Samba, momento em que com o grupo se tornaram campeões do Carnaval de Belo ComHorizonte.umapresença de palco original, tem sorriso fácil e um repertório composto por samba, música regional e todo o universo que compõe o cancioneiro popular. Em um tom de gratidão Livia completa: “Uma pesquisa como esta para o samba será um grande começo para dar visibilidade às cantoras consagradas e às novas cantoras do samba de Minas ALMANAQUEREFERÊNCIA:Gerais”.DO SAMBA. Livia Queiroz. Disponível em: https://www. almanaquedosamba.com.br/perfil-de-a-z/ photo/item/343-livia-queiroz

Encontre Livia Queiroz nas redes sociais: Instagram: @liviaqueirozoficial/ YouTube: Facebook:LiviaQueiroz/cantoraliviaqueiroz

GOMESLUCIENE “Eu sou aquilo que sou e se quiser me mudar você vai se arrepender” Mulher ComposiçãoIdeal de Carlos Colla e Michael Sullivan. Interpretada por Alcione

Seu envolvimento com o samba começou desde criança, pois sua mãe fazia muitos bailes. Luciene Leôncio Gomes, nascida em Belo Horizonte ouvia muito Agepê, Martinho da Vila e na fase adulta começou a frequentar os espaços de sambas. Casou com um músico e isso permitiu ainda mais sua aproximação e convivência com o samba. Começou a cantar nas festas que aconteciam na sua casa e com o passar do tempo, frequentando casas de sambas, os músicos amigos convidavam para ela dar a famosa “canja” e a partir daí surgiu Luciene Gomes. Na sua trajetória deixa como registro a importância da mulher nas rodas de samba. Gratidão é o seu sentimento pelas pioneiras que abriram caminho para que hoje ela e tantas outras possam mostrar e afirmar que lugar de mulher é onde ela quiser inclusive no samba. O fato mais marcante em sua carreira profissional foi a primeira vez que pisou em estúdio para gravar sua primeira música de trabalho Best Seller da Paixão” dos compositores Adilson Bispo e Frank Daiello. Para ela, samba é força, luta, alegria, paixão e destaca que o samba “é minha base para tudo.”

Encontre Luciene Gomes nas redes sociais: Instagram: @LucieneGomes YouTube: Luciene Facebook:/lucene.gomesgomes

LU TOLEDO “Ainda tem capitão do mato por aí(...) Ainda tem capitão do mato por aí... Conhecer .” Acorda ComposiçãoBrasile interpretação de Ronaldo Coisa Nossa

Fascinada e imersa no universo do samba Lu Toledo desenvolveu, em parceria, um projeto que chamamos de “Samba e Mineiridade” com a ideia de levar para o palco, a diversidade do samba mineiro, que para ela dialoga com diferentes estilos dentro da música mineira e tem jeito próprio e todo mineiro de ser. A artista já deu início a execução do projeto por meio de uma apresentação em janeiro de 2020, contudo os planos estão, momentaneamente, adiados devido ao contexto de distanciamento social requerido pela Parapandemia.LuToledo o samba é festivo mas também elementos de reflexão e denúncia social, uma forma de contar a história do Brasil e isso lhe fascina. Lembra algumas composições que para ela tem fortemente essas características como: Juízo Final de Clara Nunes, O Bêbado e o Equilibrista, do João Bosco, Apesar de Você, do Chico Buarque e Identidade, de João Aragão. Acontecimento marcante na trajetória que relata a artista foi ter conhecido o Mestre Jonas, ela afirma que foi a influência que fez emergir a cantora, compositora e intérprete, Lu Toledo. Lu Toledo, nome artístico de Lucineia Silveira Toledo, nasceu em Betim, cidade metropolitana de Belo Horizonte - Minas Gerais, em vinte e sete de janeiro de 1967. Uma apaixonada por Música Popular Brasileira - MPB, cresceu ouvindo Chico, Caetano, Gil, Milton, Beto Guedes, Lô Borges, Ivan Lins, João Bosco, Vinícius de Moraes, Paulinho da Viola, Martinho da Vila. Lu Toledo tem nomes como Elis Regina, a Clara Nunes, Alcione, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Elza Soares, Cássia Eller e Marisa Monte que diz ser grandes intérpretes do MPB e do Samba. Sempre considerou o samba um estilo dentro da MPB e por isso diz não se considerar especialmente uma sambista, compõe e canta variados estilos, mas ao compor o samba se colocou presente em seu repertório de maneira bem natural. Seu contato com o samba se fortaleceu por influência do amigo falecido Mestre Jonas, nome artístico de Jonas Henrique de Jesus Moreira, que foi produtor dos projetos Samba da Madrugada. Lu Toledo conta que o mestre foi lhe apresentando alguns expoentes do samba mineiro, compositores e intérpretes, se fascinada e imensa. Nessa mesma época ela conheceu o Sérgio Pererê, que também, como Mestre Jonas é muito eclético e une elementos e estilos musicais diversos, dentre os quais, o samba, com suas influências da cultura afro-mineira, nesse contexto se deu sua formação Hámusical.alguns anos conheceu o compositor mineiro, Ronaldo Coisa Nossa, dono de uma casa de samba que passa a frequentar, o que a fez querer ampliar seu repertório de sambas para poder dar aquela famosa canja com o grupo que se apresenta semanalmente neste espaço. Nesse espaço Lu Toledo conheceu outros sambistas, intérpretes e compositores, como Aírton Cruz, João Batera, Pirulito da Vila, entre outros. A compositora Maria do Rosário Queiróz, também é uma referência para ela, se conheceram em um show em que Lu Toledo se apresentou acompanhada dos músicos Ladston do Nascimento e Cecília Barreto. Então pode conhecer o imenso repertório da compositora, incluindo vários sambas que são tocados na Rádio Inconfidência. Para ela a sua relação Encontre Lu Toledo nas redes sociais: Instagram:@lu.toledo.cantoraFacebook:/lu.toledo.cantora/YouTube:/Lutoledo

com a compositora aí para além de uma influência musical, mas se tornou uma amizade. Maria do Rosário Queiroz a convidou e ambas concederam uma entrevista para o Almanaque do Samba, cantando “Na Roda do Samba” (Caixinha de Fósforo), que foi ao ar no final do ano de 2020.

DIASMANU

Bodas de ComposiçãoOurode Dona Ivone Lara

“O samba me deu, muito mais do que quis. O samba me fez, bastante feliz. Até bodas de ouro com o samba eu já fiz, canto pra comemorar. E vou dizer mais, se eu pudesse voltar, casava outra vez com o samba... Sei que é um amor sem fim, a Deus quero agradecer, o tempo que o samba me dá prazer. E se depender de mim, do samba e desse bem querer, a gente tão cedo não vai morrer”

ALMANAQUEREFERÊNCIA:DO SAMBA. Manu Dias. Disponível em: https://www.almanaquedosamba.com.br/ perfil-de-a-z/photo/item/182-manu-dias

Manu Dias ganha destaque em outras cidades, a partir da idealização do projeto “É Samba Que a Nega Quer” e revela os desafios enfrentados: “Não tínhamos muitos espaços. Eu não queria

E acabou inspirando outras que assim como eu, queriam cantar, tocar, ocupar os lugares, ter reconhecimento, mostrar que nosso lugar é onde nos sentimos bem e fazendo o que gostamos e sabemos”. Percebemos que o samba se tornou uma grande fortaleza para a mineira Manu Dias. Com ele Manu, aprendeu a andar de cabeça erguida, aguçou seu pertencimento étnico racial e ainda reforçou o valor ancestral da história do povo negro (“meu povo”)! Um fato marcante na trajetória desta mulher, negra e sambista foi a gravação e lançamento do primeiro disco “Sambadear”, após longos anos de estrada e tentativas. Manu Dias encerra essa entrevista agradecendo o Samba na Roda da Saia: “Muita gratidão por deixarem registrado na memória deste país, nossa contribuição para que o samba nunca morra. Nos dando a oportunidade de inspirar outras mulheres.”

Encontre Manu Dias nas redes sociais: Youtube:Instagram:@oficial.manudias/ManuDiasOficial

ficar só dando canjas, de roda em roda liderada em sua maioria por homens. Então, junto com parceiras que foram fundamentais na execução desse projeto, fiz minha própria roda, meu espaço, meu show. E o público que gostava de me ouvir sabia onde me encontrar. Foram muitas experiências boas, mas gosto de citar essa, por nossa ousadia, pois era tudo feito por mulheres, um desafio por dia.

Nascida em vinte e sete de novembro de 1982, em Ouro Preto - cidade histórica de Minas Gerais. Manu Dias, nome artístico de Emmanuelle Ieda Batista, é filha do Senhor Luis Antônio Batista e de Dona Maria Aparecida Ferreira Batista. A mineira de timbre invejável, começou a cantar bem novinha e a paixão pela música popular brasileira cresceu junto com ela. A família do pai é uma referência musical, que afinou o gosto da sambista. Uma ouropretana autêntica, logo percebeu espaço nos bares universitários e turísticos da cidade. Acompanhada do seu pai, ambos alegravam as noites de Ouro Preto - e ao mesmo tempo Manu Dias se formava enquanto cantora. Sobre o encontro apaixonante com o Samba, Manu Dias nos revela: “O samba entrou em minha vida mais tarde, depois de ter percorrido um longo caminho na MPB. Em meu repertório sempre cantei alguns sambas e nesse momento sempre sentia algo diferente. Meu coração batia quase que no mesmo compasso dele. Sentia uma alegria inexplicável (mesmo que a letra fosse triste). E um belo dia resolvi estudar, pesquisar, ouvir mais, saber sobre cantoras(e), compositoras(os)... me identifiquei com muita coisa e entendi que aquela coisa boa que eu sentia, era simplesmente paixão. A partir desse entendimento, decidi dedicar minha vida, minha voz, minha força a esse senhor tão generoso chamado Samba.”

FERESMÁRCIA

“Sou filha de Emília, mulher de louça e cozinha, era o que melhor fazia-sina e talento de família. De menina lhe pedia: me ensine essa magia e Emília me dizia: Nem pensar!

Sou filha de Emília e foi ela quem mandou: Sai prá rua, minha filha, vai sambar!

A filha de Emília Letra de Márcia Feres e Sérgio Moragas

identifica e crê que resgata valores e princípios do samba em sua origem e fundamento. Márcia Cristina Feres, mineira, nascida em Barbacena, e conhecida artisticamente como Márcia Feres, teve seu envolvimento e desenvolvimento com o samba como alguém “alfabetizada” na música. Ela ouvia o rádio diariamente, em casa, sintonizado por sua mãe e através dele o samba estava presente. O samba os atravessava, uma vez que tinham o reconhecimento de que ele está na raiz da música brasileira e da nossa identidade. Márcia, como intérprete, se permite a cantar outros gêneros embora o samba, inevitavelmente, a escolhia quando montava seu reportório. Um fato que gostaria de deixar registrado na sua trajetória foi de ter conhecido e convivido com as rodas de samba realizadas no Rio de Janeiro. De maneira muito poética Márcia Feres deixa aqui registrado o que o samba representa para sua vida: “O resgate e a preservação da minha brasilidade, da memória e da História cotidiana daqueles e daquelas que construíram e constroem a resistência, a essência, a singularidade e a riqueza da arte genuinamente Márciabrasileira.”Cristina Feres, não consegue avaliar se a iniciativa do “Encontro Nacional das Mulheres na Roda de Samba” foi o mais marcante para ela, mas o considera muito significativo, porque promoveu um movimento coletivo nacional e internacional de visibilidade e organização das mulheres no samba, proposta com a qual se Encontre Márcia Feres nas redes sociais: Facebook:/marcia.feres.77Instagram:@marciaferes2/ YouTube: MárciaFeresOficial

MARRIA “Ai mais que agonia o canto do trabalhador! Esse canto que devia ser um canto de alegria, soa apenas como soluçar de dor” Canto das Três Raças Composição de Mauro Duarte, Paulo César Pinheiro e interpretada por Clara Nunes

Nascida em Montes Claros, Maria Angélica de Souza Figueiredo, tem como nome artístico Marria. Sempre gostou de samba por influência do Sr Eduardo José Figueiredo, seu pai e de um amigo da família chamado “tio zé”, pai da sua amiga de infância Fátine. Recorda que quando saiam para passear com ele, de carro modelo corcel, morriam de vergonha (dada à tenra idade) do carro. Tio Zé apreciava e escutava muitas músicas do compositor Adoniran Barbosa e Marria recorda nitidamente do samba “Saudosa Maloca” que era o que ela mais gostava. Depois de passado a adolescência ela teve entendimento da importância cultural brasileira. Passou a fomentá-la, através da sua inserção nos movimentos sociais em 2014 com o levante popular da juventude e do diretório central dos estudantes da Unimontes no núcleo de cultura, onde cursa Ciências Sociais. Junto à consciência de classe, nasceram algumas composições dela as quais nunca foram pra além do papel, já que não sabia musicalizar, nunca achou que seria boa o suficiente para mostrar pra alguém. Relata também que nunca tinha tido contato com instrumentos musicais, e quando foi convidada para participar da retomada do carnaval em Montes Claros no “Bloco Raparigas do Bonfim e do Chocalho”, passou a entender as batidas dos outros instrumentos. Tudo estava dando certo até que em 2017 foi diagnosticada com um câncer de mama com metástase nos ossos e fígado. Foi necessário seu afastamento das atividades para realizar seu tratamento e sentia dores de um confinamento. Foi quando em uma reviravolta da vida, resolveu fundar um bloco apenas com mulheres que como ela não acreditavam que era possível fazer músicas sozinhas. Surgiu daí o Bloco Maria Bonita com intuito de empoderar as mulheres através da música, bem como denunciar violências sofridas pelas mulheres através das músicas brasileiras e principalmente das músicas de samba. No início de 2018 realizaram Encontre Marria nas redes sociais: Instagram: @marriafigueired / Facebook:/mariaangelica.figueiredo.71@blmariabonita/blocomariabonita

Era constante suas viagens à Brasília para visitar sua tia Eva Sardinha e quando estavam na estrada sempre escutavam um CD de Clara Nunes. Quando chegavam na casa, seu tio fazia uma recepção abrindo o case do cavaquinho e seu primo Rubinho com seu violão Giannini e ali tocavam brasileirinho entre outros sambas. Essa memória afetiva com o samba é de extrema importância na vida dela, pois sempre foram momentos de união e conexão com sua família e a ferramenta que uniam todos era o samba sempre. O samba para Marria é a sua estabilidade mental, sua meditação e sua forma mais qualificada de expressar seus sentimentos e ela fala: “Minha vida é o samba”

o primeiro carnaval do bloco tendo a defensora pública das mulheres, Maiza Rodrigues, como portabandeira. Tocaram samba-raiz, samba-reggae e paródias de marchinha de carnaval transformandoas em músicas contra racismo, machismo e LGBTfobia, como “olha a cabeleira do Zezé, que lindo ele é, que lindo ele é...”. Daí pra frente, começou aprender a tocar pandeiro, bateria, percussão mas junto veio a pandemia e o desejo latente de cantar fez acreditar que ela poderia cantar sambas. Desde então vem desafiando e compreendendo seu processo de cura interna e externa através da música. Hoje continua em tratamento e o samba é uma das coisas mais íntimas que gosta de fazer.

“O Arnesto nos convidou Prum’ samba, ele mora no Brás Nós fumos, não encontremos ninguém Nós vortermos com uma baita de uma reiva Da outra vez, nós não vai mais Nós não semos tatu.”

(InJOSÉMARIAMemorian)

Samba do Arnesto Letra de Adoniran Barbosa Interpretada pelo mesmo no Grupo Demônios da Garoa

Sua filha, Magda Rosa Ferreira relata que para sua nossa biografada, a senhora Maria José dos Santos Ferreira, o samba representava entre tantas coisas uma forma de fugir da realidade. Magda pontua que biografar as sambistas mineiras é de suma importância e representa reconhecimento.

Maria José dos Santos Ferreira, nasceu na cidade histórica de Ouro Preto de Minas Gerais, em onze de agosto de 1951. Compositora, sua jornada no mundo do samba tem partida na década de 70, mais precisamente em 1975. A sambista contava que tudo começou quando ela e sua cunhada, Agostinha de Lourdes Ferreira, em uma conversa informal, começaram a falar de samba e entre uma “cachaça” e outra começaram a batucar e saíram alguns rabiscos de letras que viraram samba. E assim, abrilhantaram a cena com seis composições frutos dessa inspiração e parceria. A vida de “Mãe Maria”, como era conhecida, se confundia à história da Escola de Samba do bairro, onde seu marido, pai de Magda Rosa Ferreira, foi presidente-fundador por muitos anos, e - onde Maria José por muito tempo, fez parte da equipe de costura. Um dia, por acaso, conversando com um membro da escola de samba, surgiu o assunto de sambas, de canções e afins. Numa dessas conversas ele, que é cantor, compositor e tem uma banda conhecida na cidade, pediu para cantar seu samba, e ela que tinha um jeitinho meigo, cantarolou uma de suas canções. Foi tão especial, que ele a convidou para cantar seu samba no carnaval na praça de eventos conhecida como “Largo da Alegria”. Assim surgiu a oportunidade da sua música ser difundida e posteriormente, gravada por eles. A filha da artista sambista nos conta que o reconhecimento como marco da trajetória de sua mãe no samba veio tardiamente, após o seu

* Fonte: homenagem na narrativa da filha Magda Rosa Ferreira falecimento. Foi em 2019 com a gravação de uma de suas composições de 03/12/1975; (Onde aprendi a dançar), pelo grupo Candonguêro e interpretada na voz de Silvia Gomes. Registramos aqui um trecho dessa composição: “Morava no morro onde aprendi a dançar Um dia parecendo um milagre Fui convidada para sambar Sambei, Sambei, Sambei Sambei até o sol raiar(...)”

Poder da criação Letra de João Nogueira e Paulo César Pinheiro, interpretado por João Nogueira

TOLEDORAYANA

“Não, ninguém faz samba só porque prefere. Força nenhuma no mundo interfere sobre o poder da criação. (...) Não, ela é uma luz que chega de repente, com a rapidez de uma estrela cadente. Que acende a mente e o coração.”

O grupo também realizou um circuito nacional de apresentações passando por Manaus, Recife e Olinda; Vitória e Olímpia. Rayana Toledo se diz honrada e feliz por ter podido atuar junto a várias mulheres referências do samba mineiro. Ela também participou do Segundo Encontro Nacional das Mulheres na Roda de Samba, que aconteceu no Contemporâneo Gastro Show em Belo Horizonte, do Festival Arreda, que aconteceu no Yanã e da Roda de Samba de Mulheres das Gerais, também no Yanã, isso tudo no ano de 2019, são participações em que agradece ao Grupo Samba na Roda da Saia. O ano 2019, foi produtivo e Rayana Toledo, também estreou um show em homenagem à Mart’nália, ao lado da violonista Camila Menezes e da percussionista Cristiane Cordeiro, o show também foi apresentado no Muringueiro. A entrevistada diz que no cenário musical se coloca como uma cantora de música brasileira, sendo o samba sua grande paixão e que nunca pode faltar em seu repertório, ela considera que o samba encoraja para a vida, que é comunicação e uma resistência por meio da música que conta a história de seu povo. Ela nos apresenta um vasto panorama de atuações, mas demarca que foi cantar em um bloco carnavalesco um dos momentos mais marcantes em sua história com o samba, pela energia, união e envolvimento das pessoas, conta da emoção que é ser acompanhada por aproximadamente dois mil foliões. Rayana Toledo, nome artístico de Rayana Ferreira Toledo, nasceu em Carangola, município situado na Zona da Mata, região do estado de Minas Gerais, em seis de novembro de 1986. Muda-se para Belo Horizonte em 2015, em função dos estudos. Após se estabilizar na capital mineira, o que levou uns dois anos, passa a frequentar diversos shows de samba e mais tarde rodas de samba mais tradicionais, assim vislumbrando referências do samba mineiro, Rayana cita nomes como: Aline Calixto, Elzelina Dóris, Michelle Andreazzi, (do antigo Grupo de Samba Capim Seco) e grupos, como Projeto Saravá e Zé da Guiomar. Ela tem Paulinho da Viola e Cartola como fonte de inspiração para composição de seu repertório. Em 2010 retoma os estudos musicais e em 2012 ingressa na faculdade de Música, com habilitação em Licenciatura, na Universidade Federal de Minas Gerais/ UFMG. Nesse mesmo ano, funda a banda “Fita Amarela”, que realiza diversos shows já com um repertório inteiramente de samba, e que contempla diversos nomes como Noel Rosa, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Mart’nália, Martinho da Vila, João Nogueira, Adoniran Barbosa, além de Paulinho da Viola e Cartola, entre outros. Rayana Toledo foi idealizadora do espetáculo Interpretando Noel Rosa no Museu Abílio Barreto, realizado em 2013 e que marcou a estreia do grupo. O evento contou com a participação do músico Chico Amaral no sopro e Leo Assunção em sete cordas. Esse espetáculo se repetiu no mesmo local em 2014; no Museu Inimá de Paula no mesmo ano; e no Conservatório da UFMG em 2015 e 2016. A sambista participou da gravação de um programa da Rede Globo Horizonte, intitulado Interpretando Noel Rosa, em 2014. Em 2016 foi selecionada no edital Sarau Minas Tênis Clube, com o show “Rayana Toledo canta Noel Rosa”, no Teatro Bradesco. Em 2019 a banda Fita Amarela criou o bloco homônimo do grupo, para o Carnaval de Belo Horizonte. Rayana também é vocalista do Grupo Parafolclórico e Cia de Dança Andora”. Grupo pelo qual ela pode Encontre Rayana Toledo nas redes sociais: YouTube: Rayana Toledo Instagram: @rayanatoledo Facebook: /rayanaftoledo

apresentar o samba a festivais internacionais como: Festival Internacional de Folclore do Concelho de Almeirim (FIFCA) em Portugal, XIV Festival Internacional de Folklor San Pedro Atocpan, no México, XX Festival Internacional de Folclore de Zacatecas, também no México, 10º Festival Internacional de Cultura y Danza latinoamericana, no Chile, XVI Festival Internazionale Del Folklore Di Roccalumera, na Itália, Festival Internazionale Di Caltavuturo, também na Itália.

CAMALEOASANDRA “Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar o morro foi feito de samba de samba pra gente sambar” Não Deixe o Samba Morrer Edson Conceição e Aloísio Silva Interpretado por Alcione

Entre em contato com Sandra Camaleoa pelo e-mail : sandramara1111@gmail.com

Sandra Camaleoa, nome artístico de Sandra Mara Pereira Santos, nasceu no município de Jacinto, localizado na região do Médio Baixo Jequitinhonha em Minas Gerais, em dez de dezembro de 1961. Canta desde 2012 e iniciou em roda com amigos. Ela já residiu em Almenara- MG e já participou de programas de calouros, se interessou em aprender violão. Se apresentou em vários shows, sobretudo na Cidade do Rio de Janeiro - RJ. A nossa biografada gravou um CD que levou seu próprio nome - Sandra Mara Camaleoa. Ela também já integrou o grupo musical Quatro por Quatro, por dois anos, e disse ter sido bem acolhida pelos veteranos do grupo. Dois momentos inesquecíveis para ela são: quando foi convidada a subir ao palco em um show na cidade de Padre Paraíso e cantar no Restaurante Wester House, que é um estabelecimento bem badalado em Belo Horizonte que reúne diferentes estilos musicais principalmente o samba. Para Sandra o samba é uma festa, sinal de alegria e Considerafelicidade.asmulheres sambistas mineiras verdadeiras guerreiras que vão cantando e encantando por onde passam e principalmente, que merecem homenagens.

ALMANAQUEReferência: DO SAMBA. Sandra Mara Camaleoa. Disponível em: https://www. almanaquedosamba.com.br/perfil-de-a-z/ photo/item/167-sandra-mara-camaleoa

VENENOSANDRA

”Não deixe o samba morrer Não deixe o samba acabar O morro foi feito de samba De samba para gente sambar Não deixe o samba morrer Não deixe o samba acabar O morro foi feito de samba De samba para gente sambar” Não Deixe o Samba Morrer Letra de Edson Conceição e Aloísio Silva, gravado em 1975 pela cantora Alcione

A sambista pontua que conquistou seu espaço com um trabalho sério e responsável e que era respeitada e valorizada por todos a sua volta. Participou de programas televisivos, conta que não lhe faltou trabalhos, seja em casas noturnas, promoção de clubes ou em festas em geral e assim ia apresentando sua arte e vivendo com dignidade.

A sambista contou uma curiosidade referente ao seu nome artístico. Ela revelou que conseguia a façanha de bater palmas com o bumbum. E isso, “envenena” a plateia. Daí surgiu o apelido Sandra Veneno. Diz que hoje em dia, por onde chega, é sempre lembrada e reconhecida como a primeira mulata de Belo Horizonte, o que lhe abre portas e lhe enche de orgulho.

ALMANAQUEREFERÊNCIA:DO SAMBA. Josy Siqueira. Disponível em: https://www.almanaquedosamba.com.br/perfilde-a-z/photo/item/831-sandra-veneno

Sandra Veneno, nome artístico de Sandra Maria Ignês, nasceu na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em quatro de abril de 1957. Canta desde 1980. Tudo começou quando foi fazer uma visita, despretensiosa, à quadra da Escola de “Samba Unidos dos Guaranis” . Ao ouvir o som dos tantãs , pandeiro e cavaquinho, não resistiu e começou a sambar. Foi o momento em que o senhor pandeirista, Lucrécio, a percebeu como boa artista e a convidou para trabalhar com ele. Então, formariam uma dupla de pandeirista e dançarina sambista. Sandra conta que viajou muito se apresentando junto com o colega percussionista, realizando shows. Rodeada por várias propostas, ela também foi convidada a participar do concurso Rainha do Carnaval, onde foi madrinha de bateria da Unidos dos Guaranis e da Escola de Samba Canto da Alvorada, além de vencer o badalado concurso “As sete mulatas de Ouro”. Trabalhou com os grandes grupos de referências de samba de Belo Horizonte, inclusive o Ki Samba Show, com o qual fez várias viagens. Desfilou nas escolas de samba Canto da Alvorada, Cidade Jardim, Inconfidência Mineira e a Unidos dos Guaranis, que diz ser a sua favorita. Encontre Sandra Veneno nas redes sociais: Facebook:/sandraveneno04

SELMINHA “Quem cultiva a semente do amor Segue em frente e não se apavora.” Tá ComposiçãoEscrito de Carlinhos Madureira, Xande de Pilareo

Selma Andrelina, conhecida como Selminha, nasceu em 12 de janeiro de 1975, na cidade de Caeté, município de Minas Gerais. O samba na história de sua vida chegou em forma de acolhida, em um momento triste, difícil e um grande sofrimento que foi a morte repentina de sua mãe. Ela relata que sua mãe a convidou para irem ao clube e diz: “o dia estava ensolarado e ela me chamou para ir ao clube para nos divertir, mas na verdade ela só queria era partir e ela teve um infarto fulminante; fizemos de tudo mas aquela hora ela partiu, foi muito triste, fiquei de cama por muitos dias entrei em depressão, queria até morrer, aí uma amiga me chamou para dançar dança do ventre”. Ela aceitou o convite e um outro dia ela resolveu ligar para uma escola de samba de Venda Nova e aí o diretor a convidou para fazer parte da ala das passistas. Ela foi por curiosidade, mas quando chegou lá, foi tão bem recebida que passou a ser integrante da escola por 2 anos e ela comenta: “o samba é incrível, quando entramos na avenida é uma emoção que não tem explicação, amo samba.” O samba para ela traz alegria de viver e faz com que ela se sinta muito bem. Um fato marcante na sua trajetória é que ela sempre assistia os desfiles pela televisão e desejava estar ali participando, sambando com aquelas pessoas e hoje em dia isso é uma realidade. O fato mais marcante na sua trajetória foi quando participou pela primeira vez do desfile da sua escola de samba Venda Nova. O samba é a sua alegria de viver. Encontre Selma Andrelina nas redes sociais: Facebook:/Selma.andrelina.98

DOSELMINHASAMBA “Reconhece a queda Não desanima Levanta sacode a poeira e dá volta por cima.” Volta por Composiçãocimade Paulo Emílio Vanzolini

Selma Santos Oliveira, mineira de Belo Horizonte, tem como nome artístico, Selminha do Samba. Sua carreira como intérprete iniciou nos anos 80, época dos grandes festivais. Ela cantava em casa, lavando banheiro. A casa dos seus pais era sempre frequentada por instrumentistas, por conta do seu irmão mais velho que tocava violão, sempre tinha uma roda de viola. O pessoal ficava ouvindo ela cantar até que um dia foi convidada para Interpretar uma canção no festival de Sabará. Depois desse evento não parou de cantar. Um dia sua amiga convidou-a para ir em um terreiro. Todo aquele batuque chamou sua atenção, e no dia seguinte compôs um samba (07/09/1981) que fez com ela se sentisse envolvida e a partir daí, ela comenta: “nunca mais larguei”. Selminha do Samba casou e vieram os filhos, abandonou a música mas a música não a abandonou. Seu irmão mais velho foi convidado para participar de um projeto com a Elza Soares e o ensaio da banda era na casa dos meus pais. Mas a Elza só viria no dia da apresentação, então fui convidada a ensaiar a banda, incorporei a Elza, me deram até uma peruca para parecer com ela. Foi uma experiência fantástica. Filhos crescidos, voltou a cantar, hoje integra o grupo Som6 e Bloco dos Pescadores. Cantar no centenário do Bar do Orlando no bairro Santa Tereza em Belo horizonte (linda a multidão) foi o fato mais marcante na sua trajetória. O samba para ela é um vício sem cura.

“Me

Composição

CAETANOSOLANGE cansei de ficar mudo, sem tentar Sem falar Mas posso deixar tudo como está Como está você? vivendo por viver Tô cansado de chorar Não sei mais o que fazer Você tem que me ajudar Tá difícil / Esquecer / Impossível não lembrar você.” é Tempo Pra Feliz de Arlindo Cruz interpretada por Zeca Pagodinho e Beth Carvalho.

Ainda

Ser

não

No ano de 2003, através de encontros de músicos no bar do seu pai, o senhor Marcelo, Solange Santos Caetano, inicia seu envolvimento com o samba. Sua carreira surge quando foi trabalhar como garçonete no Opção Bar, reduto de samba de Belo Horizonte. Nos finais de semana tem música ao vivo e um dia o pandeirista faltou “em cima da hora”.

Encontre

Instagram: @solangecaetanooficial/

Facebook: /Solange-Caetano-2136926903274689/ YouTube:Solange

Solange Caetano já sabia o básico do pandeiro e por causa disso foi convidada para tocar com a banda por todo tempo de apresentação. Com o passar do tempo, no ano 2004, passou a ser integrante do Grupo Essência BH, no qual faz parte atualmente. Tocar samba “tornou-se mais uma de minhas profissões”, relata. Em 2010 participou com o Grupo Essência BH, representando o samba das favelas do Brasil de um evento chamado “Meeting” – Encontro pela Paz que aconteceu na Itália. Esse evento foi o fato mais marcante na sua trajetória. Solange Caetano nas redes sociais: Caetano oficial

CARTOLASOLANGE Quero assistir ao Sol nascer Ver as águas dos rios correr Ouvir os pássaros cantar Eu quero nascer Quero viver Preciso Me Encontrar Cartola

Encontre Solange Cartola pelo telefone: (31) 98891 2738 Solange Cartola, nome artístico de Solange Leite, nasceu no dia 2 de fevereiro de 1955. A belo-horizontina nasceu e cresceu no samba, é filha de músico e costuma dizer que é movida a música. Ela se define como eclética no que diz respeito à música, mas o samba fala mais alto. Ainda jovem costumava acompanhar seu pai (o saudoso Didí 7 cordas) em serestas e rodas de Emsamba.1994, abriu um boteco cuja inauguração aconteceu com seu pai e amigos tocando, nascendo ali o Cartola Bar, que acabou se tornando uma referência em Belo Horizonte. Solange define o samba como felicidade, conta que é através dele que guarda em sua memória toda a história de sua família. Quando questionada sobre qual a memória mais marcante da sua trajetória, ela pontua serem os amigos maravilhosos que fez.

“O samba para mim é batida do coração, quando entra o surdo, minha alma vibra e se eleva. Eu me sinto no céu cantando um bom samba. Samba é filosofia!”

KATHERINESÔNIA

José Sales. Sambo, logo penso: afroperspectivas filosóficas para pensar o samba, de Wallace Lopes Silva. (Org.). Interfaces da filosofia africana, v.10, edição especial, 2019. Disponível em: voluntas/article/view/39984https://periodicos.ufsm.br/ Sônia Katherine, nome artístico de Sonia Katherine Pottier Gama Lobo, formada em música pela Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), em balé clássico pela Fundação Clóvis Salgado e em teatro pelo Núcleo de Estudos Teatrais (NET), nasceu na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em treze de outubro de 1967. O samba sempre fez parte da sua vida, quando criança gostava de ouvir sua mãe cantando enquanto fazia seus afazeres domésticos e cantava junto. Em 2012 esse aprendizado e paixão se traduzem em sua primeira estreia gravando como compositora. O samba “Sabor da minha vida”, traduz essa troca de saberes entre mãe e filha. Desde então, não parou mais, já são 51 sambas gravados disponíveis em diversas plataformas digitais.

A composição de nome “Gratidão” nas palavras da sambista: “tomou meu ser e se espalhou no ar em ondas coloridas de prazer, tudo o que temos na vida, o sol, o dia, o cantar é só sentir e agradecer. A satisfação do dever cumprido os problemas que foram resolvidos a esperança de aprender sempre e ser cada vez melhor. É sentir e Emagradecer...”suaspalavras iniciais, Sônia Katherine, associa o Samba à Filosofia. Com essa certeza a sambista rompe com a ideia de que somos formados exclusivamente por meio de uma única escrita e nos ensina que aproximar a Filosofia da Cultura Brasileira é uma responsabilidade universal. E nada melhor para tornar esse diálogo palpável do que o motivo de luta fornecido pelo samba. Afinal, ele é uma de nossas manifestações nacionais mais típicas, difundidas e que tem sobrevivido a várias transformações ao longo do tempo, para a manutenção da sua história.

ALMANAQUEREFERÊNCIAS:DO SAMBA. Sônia Katherine. Disponível em: https://almanaquedosamba. com.br/perfil-de-a-z/photo/item/504-soniaSÁVIO,katherineNilton

Sendo eles, CD Alto Astral, CD MosaicosProjeto Elas, CD Reverso Verso, CD Gratidão, CD Vontade e CD Sol e Lua. “Sou uma pessoa que faz muitas coisas, tipo canivete suíço, e também componho MPBs, já tendo 45 MPBs nas plataformas. Componho mais sozinha, tenho poucas parcerias e essas poucas sempre com meu marido, o também compositor Chico Pottier”. Uma trajetória marcada pela sensibilidade, por entender o samba como filosofia que pode mover o mundo. Sonia Katherine, quer deixar um legado com suas mensagens cantadas no samba. A mineira acredita que as pessoas podem se transformar e serem melhores, cada um trabalhando dentro de si, fazendo a sua parte. Acredita que assim poderemos ter um planeta onde a alegria e a felicidade sejam coisas triviais. Encontre Sonia Katherine nas redes sociais: Instagram: @karennascimentomusica - @soniakatherinepottier/ Facebook: /soniakatherine.pottier/ YouTube: soniakatherinep

Poder da Compositores:CriaçãoJoão Pinheiro

Nogueira e Paulo César

TIA ELZA “Não, ninguém faz samba só porque prefere. Força nenhuma no mundo interfere. Sobre o poder da criação Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito. Nem se refugiar em lugar mais bonito. Em busca da inspiração Não, ela é uma luz que chega de repente. Com a rapidez de uma estrela cadente. Que acende a mente e o coração”

Já no ano de 1994, venceu o Festival Novo Canto com a canção “Vermelho é Paixão” e em 2007, gravou o primeiro disco. Em 2019, ela participou também do Bloco “Filhas de Clara”, em Belo Horizonte, ao lado das cantoras Aline Calixto e Marina Machado. Para a sambista, memoráveis foram os eventos como: cantar na quadra da escola de Samba Portela com a Velha guarda, cantar um samba de enredo que para ela é um dos mais bonitos e forte da história do samba da Marquês de Sapucaí o “Quizomba” e se apresentar no Centenário de sua cidade Natal em 12 de maio de 2012 na Praça da Catedral com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais com a Direção Musical e piano de Túlio Mourão interpretando a Música “Senhora da Liberdade” de Wilson MoreiraNei Lopes. Em 2021 a Samba de Divinópolis representou o Estado de Minas Gerais e abrilhantou o palco do programa da Rede Globo, The Voice +, um reality musical para candidatos maiores de 60 anos, sendo que a sua primeira audição no programa foi levando a canção “Não Deixe O Samba Morrer”, composição de Edson Conceição e Aloísio Silva.

Tia Elza, nome artístico de Elza dos Santos, nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, em dezesseis de janeiro de 1956. É uma cantora e compositora. Começou a cantar influenciada pela irmã, Leide Santos, que era cantora de baile e cantava na rádio Cultura de Divinópolis toda quinta feira em um programa de samba e Bossa Nova.

Tia Elza também é puxadora de samba em blocos de carnaval de Divinópolis e ela diz que esse é o estilo que mais gosta e se identifica. Quando ouve a batida do surdo é como se tivesse batendo no seu coração.

Encontre Tia Elza nas redes sociais Instagram :@tiaelzaoficial - @nossatiaelza Facebook: tiaelzasantos

Samba para ela é raízes e ancestralidade, quando está em uma roda de samba se esquece de tudo e se emociona ALMANAQUEREFERÊNCIA:muito.DO SAMBA. Tia Elza. Disponível em: https://almanaquedosamba.com.br/perfil-de-a-z/ pelo-the-voicedestaques/item/1005-tia-elza-esta-na-disputa-

Tia Elza consolidou a sua história com o samba com a inauguração, com suas apresentações em um bar homônimo, que foi inaugurado em 1988.

SILVAVALÉRIA “Dona da casa me dê licença me dê seu salão para eu vadiar, para eu vadiar me dê seu salão para eu vadiar.” Música de domínio popular

Esse evento foi realizado pela Valéria Silva e Marcela Alexandra com participações de vários grupos de samba. Atualmente a sambista é vice-presidenta da liga das escolas de samba de Minas Gerais - A Liga. “O samba me conduz a cada instante me levando a participações em shows, palestras, oficinas e eventos, o samba é parte do meu corpo. A cada toque os meus pés voam na cadência do tambor.”

CARNEIRO,REFERÊNCIAS:Edison.

Samba de umbigada. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1961.

Encontre Valéria Silva nas redes sociais: Instagram:Facebook:/valeria.cristinadasilva.98@valeriassilva

Valéria Silva, nome artístico de Valéria Cristina da Silva, nasceu na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em dez de março de 1980. Filha do Senhor Antônio Eustáquio da Silva e de Dona Cremilda de Fátima Leandro da Silva, mãe de Zahi Aisha da Silva de Faria e reverencia o samba da forma mais sublime - dançando! “O samba é minha raiz, nasci, cresci e fui criada no samba. Na minha infância ouvi as histórias da minha bisavó que dançava umbigada uma cultura tradicional.” No decorrer da adolescência a sambista ouvia cantigas de samba de roda entoadas nas festas e construía seus primeiros laços. Oriunda de uma família que tem como base a cultura no samba, passou a frequentar diversos espaços culturais e tradicionais como os terreiros de candomblé, que nas palavras da dançarina “espaços que me fazem ser quem eu sou hoje”. A mestra Dona baiana mulher que carrega no corpo o samba de roda - atuante na Associação Cultural Odum Orixás, foi uma figura muito importante na trajetória de vida e profissional de Valéria Silva, foi com ela que a sambista introjeta técnicas e associa movimentos corporais, o girar das saias à ancestralidade, reverenciando o significado do samba com suas cantigas que a cada aprendizado fortalecia sua identidade. Como renascimento, em dez de março, aniversário de Valéria Silva, nasce também um grupo de samba de roda - conhecido hoje como Samba da Meia Noite. Como uma das idealizadoras, o grupo organiza em 2018 o 1º Encontro das Sambadeiras de Belo Horizonte e Região Metropolitana, que contou com autoridades históricas do samba de roda, nossas “Griot “: Dona Nicinha, Dona Baiana, Dona Fininha .

NEGRA VAL “Não posso mais alimentar A esse amor tão louco Que sufoco Eu sei que tenho mil razões até Para deixar de lhe amar Não, mas eu não quero agir assim, meu louco amor Eu tenho mil razões Pra lhe perdoar Por amar” ComposiçãoSufoco de Antônio José (Antônio José Gomes de Castro) e Chico da Silva (Francisco Ferreira da Silva, interpretado por Alcione).

sua primeira apresentação ao público em um bar dirigido por uma mulher, que tornou-se uma amiga. Ela que abriu o espaço para ter este samba todas as tardes de sábado. Esse espaço foi muito importante para gerar oportunidades de apresentações e shows para o “Negra Val”. Sufoco, composição famosa na voz da cantora Alcione, é a faixa mais significativa das lembranças da carreira de Negra Val, pois foi a primeira que interpretou em público. Ela também se diz honrada em poder contar, um pouco, a sua história aqui, o que considera um espaço importante para artistas como ela poderem ser vistas e ouvidas.

Negra Val, nome artístico de Vanilda de Oliveira Fialho Silva, nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, em dez de agosto de 1970. A sambista nos conta que desde criança a família ouvia muitos estilos musicais, era um divertimento decorar as músicas e cantarem juntos quando rodava no toca discos e, também dançava em frente ao espelho, segurando um cabo de vassoura como se fosse um microfone. Mas foi em 1989 quando conheceu seu futuro marido, que tomou gosto pelo samba, ele participava e ainda participa do Grupo Tripulantes do Samba em Divinópolis e ela o acompanhava nos Shows, nas rodas de samba e nas festinhas improvisadas, então ela gostava muito do que ouvia. O grupo cantava muito Bezerra da Silva, Dona Ivone Lara, Jovelina Perola Negra, Alcione e outros. E assim, de repente se viu aprendendo e cantando todas as músicas e bem rápido. Em 2011 um dos integrantes do Grupo Tripulantes do Samba perguntou a ela se cantava Alcione, artista de quem ela sabia todo o repertório. Ele então fez o convite de uma participação, Negra Val, empolgada, aceitou de imediato. Foi sua primeira participação em um Grupo de samba. Todos do grupo gostaram de sua performance, nessa apresentação e desde então passou a cantar com esse grupo, fazia backing vocal e em cada show cantava umas três músicas, sentiu, então como é ser aplaudida e sentir o carinho do público. Assim, desse cenário ela não quis mais sair. Depois alguns anos criou sua própria banda, intitulada “Negra Val” e onde atua como vocalista, com repertório que ela mesma seleciona, essa para a sambista é uma marca em sua trajetória e acrescenta o quão é difícil uma mulher ter um espaço no meio do samba e como é cansativo ficar nas pequenas participações. Em novembro de 2017 fizeram Encontre Negra Val nas redes sociais: Facebook: @Negra.wal.3 YouTube: Negra Wal

Divina Luz que Clareia Letra Valdez Francisco, parceria com Vicentina Brant

BRANTVICENTINA

“Divina Luz que Clareia A luz que vem de lá A divina luz que nos clareia É a luz da deusa dos orixás É a luz de Clara guerreira É a luz da deusa dos orixás É a luz de Clara mineira (...)”

A sambista considera um fato marcante em sua história com o samba a homenagem prestada à artista, sambista, mineira - Clara Nunes.

Trabalho que foi possível pela parceria com o compositor mineiro, meu conterrâneo e amigo, Valdez Francisco, autor da música “Divina Luz que Clareia” e que teve seu lançamento em onze de agosto de 2018, durante a abertura do 13º Festival Cultural de Clara Nunes, no programa musical Bazar do Loló na Rádio Pop 98.7 - FM.

Vicentina Brant, nome artístico de Vicentina Martins de Queiroz Caldeira Brant, nasceu em Itatiaiuçu - Minas Gerais, em vinte e dois de abril de 1951. Se encantou pelo samba durante a década de 70 ao ouvir as canções de Clara Nunes.

Encantou-se pelas canções performance da cantora, que para ela foi grande referência. Essa foi a influência que a levou a ouvir e a cantá-las, gerando um amplo repertório para cantar para o cotidiano de Vicentina. A sambista assinalou outras influências como: Toninho Nascimento, Paulinho da Viola, Armando Fernandes Aguiar, Paulo César Pinheiro, Elizeth Cardoso, Elis Regina, Adoniran Barbosa, Cartola, Noel Rosa, em sua trajetória. Com o sonho de gravar suas músicas, Vicentina Brant não poupou energia e ingressou na Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para frequentar o curso de Técnica Vocal, isso no ano de 2009, tendo como professora a também cantora, Melina Peixoto. Vicentina também frequentou o Estúdio Lira, com aulas de ritmo em que seu professor foi o senhor Bilora Violeiro que também é compositor e instrumentista. Já 2010, frequentou aulas com o músico, compositor, instrumentista e professor Felipe Mendes. Assim pode aprender os primeiros acordes de violão Jápopular.em2011 e até então, estudou com o músico, compositor, instrumentista, maestro e professor André Oliveira. Entre o período de 2014 e 2019, torna-se aluna da música popular brasileira, com o seu saudoso mestre Eladio Pérez González, na Fundação de Educação Artística – FEA.

Encontre Vicentina Brant nas redes sociais: Facebook: /Vicentina.martis /VicentinaBrant YouTube: Vicentina Martins Spotify:Vicentina Martins

Vicentina Brant faz questão de referenciar seus professores e grandes amigos (as) compositores (as) e sua jornada de estudos e aprendizado.

O trabalho teve ampla divulgação em rádios. Vicentina diz que o samba para ela é enredo de todas as sensações e momentos: datas, aromas, sabores, saudades, momentos alegres ou tristes. Ela percebe o samba como o pensador grego Aristóteles concebe a música, ou seja: celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta e eleva a condição da alma.

“ Deixe de lado esse baixo astral. Erga a cabeça enfrente o mal. Agindo assim será vital para o seu coração. É que em cada experiência se aprende uma lição.” ComposiçãoConselho Almir Guineto/ Almir Guineto.

DUVISUELMELO

mineira, espaço que me deu frutos lindos e um deles meu filho Arthur. Em 2018 produzo em Juiz de Fora o I Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba de JF, evento idealizado pela Cantora Dorina/RJ e que é organizado e produzido só por mulheres de diferentes estados e países. Esse evento também foi produzido em 2019 e 2020. Estamos nos preparando para o próximo que acontecerá dia A11/12/2021”.cavaquinista

conquistou Minas Gerais e se deixou apaixonar pelas terras mineiras com seu samba protagonizador. Ao ser indagada do significado que o samba tem em sua vida Andrea Melo nos confidencia: “Minha própria história, com meus pais e com meu marido, já que nosso relacionamento começou num samba na Lapa, tem muito significado para minha história. Criei o perfil @visueldumelo onde pesquiso sobre samba. Neste perfil fiz e faço várias lives apresentando sambistas e artistas de todo Brasil. Atualmente, estou com o projeto Mulher Do Samba, onde registro a memória, contribuo com a visibilidade e reconhecimento do trabalho de várias mulheres pelo Brasil que produzem e que amam o samba. A partir do Encontro Nacional de mulheres na roda de samba, comecei a estudar cavaquinho. Desde então, tenho me aprimorado e buscado conhecimento técnico do instrumento, assim como das músicas e seus compositores. Criei junto com outras mulheres o Cavaco das Minas que é um grupo de mulheres que se uniu para aprender a tocar cavaquinho e que resultou num perfil nas mídias sociais, onde pesquisamos e entrevistamos mulheres cavaquinistas de várias cidades e estados brasileiros e também de outros países Visuel Du Melo, nome artístico de Andrea de Melo Lima, nasceu em São João do Meriti no Rio de Janeiro, em quatro de setembro de 1975. Filha do Senhor Gecy da Silva Lima e de Dona Cidanilia de Melo Lima, Visuel Du Melo, nos conta que tem contato com o samba, desde que nasceu. Com pai trombonista e a mãe uma grande admiradora do gênero, a sambista entrou em contato com músicas eruditas, marchinhas de carnaval e sambas-enredo, “conheci muitos teatros ainda na infância, podendo nesses, ter o privilégio de assistir vários concertos e também frequentei muitas matinês dos carnavais dos anos 80, sempre fantasiada, pois minha mãe fazia questão, dela mesma costurá-las”. Moradora da Pavuna , subúrbio carioca, o samba estava nas rádios, na vitrola, no seu cotidiano, na ponta da língua e principalmente na ponta do pé. Ainda criança frequentou a Escola de Samba Unidos da Ponte e também a grande Portela. Quando perguntado se havia algum fato ou momento em sua trajetória com o samba, que quisesse deixar registrado, Andrea Melo, nos conta: “Frequentei a Lapa no final dos anos 90 até 2005 assiduamente. Desfilei em várias agremiações como Vila Isabel, Mangueira, Unidos da Tijuca e Estácio de Sá. Assim como, frequentei e ainda frequento vários ensaios nas quadras das escolas de samba. Em 2000 me casei com o professor, cantor e compositor de samba Carlos Fernando Cunha que também é integrante/ritmista da bateria da Vila Isabel. Neste mesmo ano me mudo para Juiz de Fora, cidade mineira que me acolhe muito bem até hoje. De lá pra cá são mais de 20 anos morando em Minas Gerais, me sinto uma sambista

Encontre Visuel Du Melo nas redes sociais: Instagram: Facebook:/visueldumelo@visueldumelo

como Buenos Aires e Japão. Esse perfil se tornou referência, já que outras mulheres se espelharam e acreditaram que podiam tocar a partir dos vídeos e lives que postamos nesse perfil”.Aepígrafe desta biografia, escolhida por Visuel Du Melo tem muito a nos dizer, sobre a escolha da cavaquinista em ser protagonista no samba junto a outras mulheres, proposta que demarca um discurso coletivo de muitas outras mulheres sambistas mineiras que almejam ser reconhecidas e respeitadas neste cenário musical que é o samba. Visuel Du Melo, faz questão de registrar que participar do Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba é extremamente enriquecedor, além dos encontros online inesquecíveis, organizados nos perfis @visueldumelo e @ cavacodasminas, com artistas que são para ela referências cruciais em sua história de vida com o samba, como Luciana Rabello e Nilze Carvalho. Visuel Du Melo, faz questão de registrar seu agradecimento ao Projeto Samba na Roda da Saia, expressando sua honra em participar de tão importante iniciativa. “Precisamos registrar a memória das nossas histórias, dos nossos ancestrais que nos inspiram a continuar nesse caminho, como também, dar visibilidade e reconhecimento a mulheres que produzem e que não deixam o samba morrer. E isso nós que estamos nesse mesmo barco, sabemos que não é tão fácil. Porém, unidas somos mais fortes. Vida longa às mulheres! Vida longa ao samba!”

Eu Sou ComposiçãoMulhere interpretação

“Eu sou mulher, quero ser preservada, Eu sou mulher, e encaro a parada, tomo conta de tudo, tô pro que der e vier e na cadência do samba eu sou mulher”. de Viviane Santos

SANTOSVIVIANE

Alguns fatos foram relevantes em sua jornada, mas para ela o mais intenso foi cantar para um público estimado de cinquenta mil pessoas em um show na Praça da Estação em Belo Horizonte Viviane Santos sintetiza o significado do samba em duas palavrinhas que têm o peso de uma existência: “minha vida” e chama de fantásticas todas as mulheres sambistas do Estado de Minas Gerais.

Encontre Viviane Santos nas redes sociais: Instagram: YouTube:Facebook:/viviane.santos.33821@VivianeSantosVivianeSantos

Viviane Santos, nome artístico de Viviane Roberta dos Santos, nasceu na capital de Minas Gerais (Belo Horizonte), em cinco de maio de Desde.1978 a infância participava das rodas de samba em Belo Horizonte, levada pelos seus pais, Ely Pretinho e Dona Rosângela, mas foi em uma festa no quintal de casa em 2010, cantando com amigos, em que foi notada. Sendo assim convidada por um sambista da capital mineira para fazer participações em shows pela cidade, e assim voltou a se dedicar a carreira de cantora do samba, isso porque iniciou aos 14 anos como cantora de Hip Hop. Viviane conta que sempre compôs, mas tinha o hábito de deixar as letras das músicas engavetadas, e que em 2018 conheceu uma produtora que a ajudou a gravar uma de suas composições, assim se tornando uma mulher no início de uma trajetória autoral.

“Se não fosse o pandeiro, o ganzá e o tamborim Pra ajudar a marcar (o tamborim) Logo eu com meu sorriso aberto O paraíso perto, pra vida melhorar” ComposiçãoAbertoeinterpretação Pérola

CANUTOYARA

de Jovelina

Negra

Sorriso

Encontre

CHARMOSASREFERÊNCIA: DO TAMBORIM. Disponível em: https://linktr.ee/charmosasdotamborim Yara Canuto, nome artístico de Yara da Silva Oliveira Canuto, nasceu em Juiz de Fora, município da região da Zona da Mata em Minas Gerais, em trinta de junho de 1979. Nasceu em família de sambistas, assim desde pequena ouvia músicas do estilo samba em casa, frequentava ensaios de escola de samba com sua mãe e avó. Já na adolescência ela passa a integrar uma bateria de escola de samba e desde então se viu imersa no meio sambista e, assim há 25 anos atua como ritmista em escolas de samba de Juiz de Fora, como: Unidos do Ladeira, Turunas do Riachuelo, Mocidade Independente do Progresso, Rivais da PartidoPrimavera,Alto, Vale do Paraibuna e Acadêmicos do Manoel Honório. Yara Couto também é Mestre de bateria em blocos carnavalescos. Em 2013 começa a ensinar o saber sobre o instrumento de percussão, o Tamborim, para aquelas pessoas que demonstravam querer aprender. Focar e investir no que gosta deu certo. Hoje Yara Couto tem uma oficina de Ritmistas, intitulada “As Charmosas do Tamborim”, a oficina é voltada para o ensino de percussão para escola de samba e rodas de samba. Para a nossa biografia representa uma forma de viver. É uma expressão de resistência, reafirmação da identidade negra. Yara conta que em sua trajetória poder participar de rodas de samba como Ritmista e mostrar que as mulheres fazem como tocar e cantar sambas como uma forma de se colocar Yara Couto nas redes sociais: Instagram:www.instagram.com/yarasoc/Site:www.linktr.ee/charmosasdotamborim

na sociedade, é algo que ficou impresso e significante, diz ainda de como é maravilhoso ter um registro que mostra os talentos femininos que têm em terras mineiras.

BEAUVOIRBATUQUE

Aragão

Mutirão de ComposiçãoAmordeJorge

“Cada um de nós deve saber se impor e até lutar em prol do bem-estar geral. Afastar da mente todo mal pensar, saber se respeitar, se unir pra se encontrar. Por isso, vim propor um mutirão de amor pra que as barreiras se desfaçam na poeira e seja o fim. O fim do mal pela raiz nascendo o bem que eu sempre quis É o que convém pra gente ser feliz. Cantar sempre que for possível não ligar para os malvados perdoar os pecados, saber que nem tudo é perdido se manter respeitado pra poder ser amado”

constantes nas composições de samba. No entanto, o protagonismo de compositoras e instrumentistas nas rodas de samba são recentes. O Batuque se coloca nesta missão de resgatar a essência de luta do Samba e “luta”, é substantivo feminino. A inspiração do nome vem da filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir, escritora e feminista francesa, que ao lançar “O Segundo Sexo” em 1949, colocou a mulher no centro do debate e rompeu com uma tradição filosófica que a mantinha invisível ou vista a partir do olhar do outro. “Não se nasce mulher, torna-se”. A resistência e a luta do samba passam, portanto, pelo feminismo e pelo feminino. As mulheres têm muito mais a oferecer ao samba do que simplesmente circundar as rodas. Beauvoir nos inspira a trazer a cada trabalho, a cada show e a cada composição, este espírito de justiça para o samba. Sem nenhuma pretensão de ser maior do que a própria luta, queremos apenas mostrar uma música honesta, que alcance a sensibilidade e atente para a importância histórica do samba como um “gênero musical” e não uma “música de gênero”, assim narra a nossa Atualmenteentrevista.oGrupo é composto por Alessandra Sales (violão), Analu Braga (Percussão), Chris Cordeiro (pandeiro e voz), Maria Elisa Pompeu (cavaquinho e voz), Mariana Martins (percussão e voz) e Priscila Norberto (flauta).

O grupo nasceu por iniciativa da musicista Chris Cordeiro, conversando comigo e com Manu Dias em 2016 e sugerindo uma formação de instrumentistas, intérpretes e cantoras que já estavam batalhando por aí. A ideia tomou corpo, alguns contatos foram feitos e surgiu uma primeira formação comigo, Chris Cordeiro, Manu Dias, Carol Campolina e Fernanda Vasconcelos. As formações foram se ajustando e em 2017 estávamos com esta formação atual. Tenho muito amor e apego pelo trabalho, assim construído, e isso se deu pela relação de amizade e de vida que temos. Eu fiz parte de toda a construção, desde o início, desde a primeira conversa. Participei de todos os debates, encontros, ensaios, resenhas, shows. Estou inserida de corpo e alma neste trabalho e tenho os melhores desejos para este projeto. O Batuque tem um longo caminho a percorrer ainda e espero estar junto nesta Gravaramcaminhada.dois singles no ano de 2021 o que nossa entrevistada considera um fator marcante na trajetória do grupo e na sua própria atuação, em meio a tantos outros acontecimentos como a abertura do Samba de Noel, Show com Aline Calixto, Show no Quintal do Divina Luz, Samba em homenagem às Sambistas da Lagoinha, com Giselle Couto, e muito mais! O Batuque Beauvoir surgiu em 2017 com o intuito de reunir compositoras, instrumentistas e cantoras para levar um trabalho cuidadoso, arranjado com muito carinho como o Samba merece. Resistência e luta são temas Encontre o grupo Batuque Beauvoir nas redes sociais: Facebook: Youtube:Instagram:@batuquebeauvoir@batuquebeauvoirBatuqueBeauvoir

ORIGEMSAMBAGRUPO “Um sorriso negro, um sorriso negro Um abraço negro/Tras felicidade Negro sem emprego/Fica sem sossego Negro é a raiz de liberdade...” Um Sorriso ComposiçãoNegrodeD. Ivone Lara

Para Vivi Amaral e Fran Januário , as integrantes do grupo, afirmam que o samba é responsável por elas estarem onde estão hoje: em um lugar de destaque e de afirmação da Oidentidade.samba,Sorriso Negro, da compositora Ivone Lara, as representa e é de grande relevância na trajetória de vida e de história do grupo, no Tersamba.conhecido a sambista, Elzelina Dóris, conhecida por Dóris e o Sr. Waltinho sete cordas, que aqui deixam suas homenagens póstumas, foi para elas o fato mais marcante na trajetória com o samba.

Encontre Samba Origem nas redes sociais: YouTube:Instagram:@ambaorigemoficialFacebook:/projetosambaorigemSambaOrigem

Samba Origem, um grupo formado por mulheres negras, surgiu em 15 de maio de 2015, quando Viviane Miranda do Amaral (Vivi Amaral), uma das idealizadoras do grupo, conheceu e vivenciou o programa Cantando a História do Samba – idealizado pela Cantora e Mestra em Educação, Elzelina Dóris - que era realizado em escolas do Estado de Minas Gerais. O grupo tem vários momentos importantes na sua trajetória com o samba, porém o que elas enfatizam, foi o show no teatro Essência de ser Mulher, que para efeito de registro, foi a realização de um dos seus sonhos.

SAMBAGRUPO NA RODA DA SAIA

“Se vocês querem saber quem eu sou /Eu sou a tal mineira Filha de Angola, de Ketu e Nagô Não sou de brincadeira /Canto pelos sete cantos não temo quebrantos Porque eu sou guerreira /Dentro do samba eu nasci, me criei, me converti /E ninguém vai tombar a minha bandeira...” Compositores - João Nogueira e Paulo César Pinheiro)

Samba na Roda da Saia, porque se trata de uma banda composta apenas por mulheres.

negra cuja salvaguarda esteve nas mãos de mulheres como Tia Ciata e outras tantas que o protegem, que cuidaram desse legado.

O Projeto busca evidenciar a presença de mulheres que, rodando a saia do Samba em grande estilo, acolhem e abrigam dentro dessa roda todas as mulheres que já vem de uma longa trajetória de carreira solo com o Samba – memória viva do nosso patrimônio cultural negro e, mais que isso, extremamente vincado nas camadas populares.

O envolvimento de Rosane Pires com o samba, começou há tempos quando ainda era jovem através das rodas de samba que seu pai fazia no quintal onde morava. Ela deixa aqui registrado que um fato em sua trajetória com o samba foi: “Quando me deparo com rodas de samba totalmente masculinas, esse sentimento de indignação me fez pensar numa proposta que pudesse colocar as mulheres no centro da roda, como protagonistas. Isso ocorreu em 2013, portanto estamos no oitavo ano de vida do Projeto Samba na Roda da Saia”.

O samba em sua vida, representa o respiro diante de tantas dificuldades enfrentadas, sendo mulher, sendo negra, sendo periférica e lésbica. O samba, relata ela: “me salva dos atravessamentos todos que vivo cotidianamente. O samba nos redime diante de uma vida de luta!” Para ela, são muitas as emoções vividas com esse coletivo, mas o fato mais marcante na trajetória do Grupo foi a festa de aniversário de 04 anos. Foi bem significativa porque conseguimos comemorar no grande reduto do samba de BH - Bar Opção. Foi um dia de muita felicidade!” Rosane relata.

O samba é resistência e as mulheres reexistem através dele.

História do Grupo Samba na Roda da Saia RODANDO A SAIA – COMO FUNCIONA, POR ONDE ANDAMOS E O QUE CANTAMOS. “É no samba de roda, eu vou. No babado da saia eu vejo. A morena girando a renda. É prenda pro seu orixá!” Intérprete Roberta Sá. Mensalmente, o grupo se reúne em Para Rosane Pires Viana o “samba existe porque houve mulheres que o protegeu e nós continuamos essa história de proteção no Samba na Roda da Saia”. Ela é a idealizadora e produtora artística do grupo Samba na Roda da Saia (SRS) que é uma banda composta apenas por mulheres, na formação da harmonia musical, da percussão, dos vocais e também jornalistas, assistentes, fotografia e Projetocoordenação.Samba na Roda da Saia existe na perspectiva de evidenciar o protagonismo das mulheres no samba de Minas Gerais. Esse projeto traz a força das mulheres periféricas que carregam consigo inventividade e criatividade sem perder a malandragem, resistência e atitude buscando a reconstrução do lugar da mulher no samba. Essas mulheres processam movimentos protagonistas e de alteração do caminho sinalizado pelo patriarcalismo, produzem rasuras e rompem paradigmas. A proposta do SRS é de desvelar do imaginário da sociedade a ideia de que as sambistas possuem papéis coadjuvantes na história do samba Palavras-chave:brasileiro. samba; feminismo negro; empoderamento; reexistência. QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA! “Sonho meu, sonho meu, vai buscar quem mora longe, sonho meu. Vai buscar essa saudade, sonho meu, e a sua liberdade, sonho meu...” Dona Ivone Lara. No repertório organizado para as apresentações não falta jamais a companhia de Dona Ivone Lara - primeira compositora eivada do desejo de empoderamento, que buscou sair do lugar de coadjuvante para ocupar a cena como protagonista de sua história de compositora da Escola de Samba Império Serrano. Historicamente, espaços negros de religiosidade, cultura, arte e resistência vêm sendo liderados pelas mulheres, desde tempos que remontam ao processo escravagista brasileiro, no qual tivemos a atuação protagonista de mulheres como Teresa de Benguela, Dandara, Luiza Mahim, Aqualtune, Acotirene – guerreiras negras que alicerçaram quilombos, construíram dezenas de fugas e que carregaram em suas cabeças ideias e sementes para novas paragens. Nessa medida, também o samba tem sido um espaço de tradição

Na contemporaneidade, nós mulheres negras, inseridas no samba, vimos resistindo e construindo nossa existência de forma coletiva, buscando espaços de visibilidade dentro de uma das matrizes negras que é o cooperativismo. Somos umas pelas

bares, restaurantes, Casas de Shows, Teatros ou espaços culturais da cidade – como o Centro Cultural Juvenas, no bairro Serrano, a Choperia Santa Tereza e o Bar e Restaurante Marmoretto, os dois últimos em Santa Tereza. Espaços em outras regiões como Pampulha, Noroeste e Centro Sul também foram palcos dessa proposta – para fazer e pensar o Samba mineiro, apresentando músicas consagradas no cancioneiro brasileiro, de Jovelina Pérola Negra à Fabiana Cozza, passando por Clara Nunes, Mart’nália, Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara, Leci Brandão e as dezenas de nomes femininos de peso que temos na história do Samba no país. Entretanto, somos lúcidas o suficiente para sabermos que não rompemos totalmente essa barreira porque a visibilidade do samba ainda é masculina e, porque não afirmar que também é machista. Nossa participação é grande, nossa visibilidade como mulheres ainda é pequena, como mulheres e negras ainda menor. A atuação coletiva tem sido um esforço e uma estratégia muito poderosa de rompimento desse ciclo perverso que camufla a verdadeira situação de apagamento da produção de tantas mulheres que trazem consigo todo o sentimento, força, alegria, poesia e malemolência que o samba exige, transborda dessas mulheres que atuam no Projeto. Uma sobe e puxa a outra – as mulheres do Projeto Samba na Roda da Saia ocupam espaços outros a partir de sua participação no projeto, alcançam visibilidade ainda maior, são mais contratadas e, sempre estamos inserindo mulheres jovens iniciantes em suas carreiras. Buscamos atingir objetivos no desenvolvimento do Projeto Samba na Roda da Saia, principalmente construir e possibilitar condições para que as mulheres protagonizem sua própria história de sambistas, sendo intérpretes, compositoras, musicistas, produtoras, fotógrafas, jornalistas. Esperamos com esse trabalho, inserir mulheres que já estão numa situação de protagonismo feminino negro, pois as mulheres desse grupo já têm cada uma, longa carreira na música mineira e brasileira, algumas com formações autodidatas, outras tendo passado por espaços formadores de músicos de Belo Horizonte e Região Metropolitana, não deixando em absoluto nenhuma lacuna para que os homens, incomodados que sempre ficam com a autonomia feminina, possam apontar dedos para falhas ou imperfeições. Há outros movimentos que realizamos com o desenvolvimento do projeto, como destacar as mulheres envolvidas com o samba na cidade de BH, bem como dar vez ao público feminino que tem atuado há tempos nesse espaço de cultura popular de mostrar o quanto são competentes. Fazer junto um grande momento de superação de paradigma na medida em que ressignificamos o que está no imaginário das pessoas – o que é uma roda de Samba composta por mulheres? Ao possibilitar visibilidade ao produto final do trabalho desenvolvido por muitas mulheres, desmistificamos a ideia de que o samba é um espaço masculino e que às mulheres cabem os papéis coadjuvantes, tanto no samba quanto na vida. Nesse sentido, construímos em conjunto com as mulheres um espaço de protagonismo feminino negro com a quebra de paradigmas do tipo: e afinal, espaços negros de arte, cultura, resistência e religiosidade vêm sendo historicamente liderados por mulheres, porque então o samba de Minas contemporâneo não poderia ser? As ações do “Projeto Samba na Roda da Saia” vão além do protagonismo no samba pelas mulheres nele envolvidas, há toda uma cumplicidade que ocorre nas rodas de samba feminina que são difíceis de mensurar, entretanto podemos elencar alguns dos bons resultados vivenciados: Somos cada vez mais cúmplices no que tange aos cuidados de uma mulher para com a outra, os problemas de uma passam a ser de muitas e a busca por soluções se tornam coletivas. Há uma constante parceria no processo de empoderamento, circulam informações sobre cursos, ensaios, espaços e momentos de trabalho coletivos, há uma união intensa e o buscar avançar tem sido a marca desse projeto. Na hora do preparo para subir no palco uma cuida da outra, os lações e ojás são colocados por todas as mãos, os amarrados nos cabelos e a preocupação com a maquiagem se tornam momentos de muito prazer.

YouTube: Samba na Roda da Saia outras. Como o Projeto Samba na Roda da Saia é uma narrativa de mulheres, sabemos por conta de toda a trajetória histórica e pelo machismo de nossa sociedade que todos os olhares a nós lançados são bem pouco acolhedores, não nos abrigam e nos cortam como flechas. Mas, não nos sentimos acuadas, a desconfiança, o desprezo, a surpresa por conta de nossa competência têm sido elementos e ingredientes para a continuidade de nossa história de resistência. O Projeto Samba na Roda da Saia é um projeto que fratura o discurso hegemônico e configura rasuras num cânone marcadamente masculino da música popular brasileira que é o samba. Somos tradição de resistência que remete a nossa ancestralidade e nós repudiamos a história colonialista e resgatamos uma pertença de mantenedoras dessa tradição negra. Carregamos a bandeira do samba numa perspectiva guerreira e de militância, por mais mulheres no Samba.

Encontre Samba na Roda da Saia nas redes sociais: Instagram:@sambanarodadasaiaFacebook:/sambanarodadasaiaBH

TERESAGRUPO “Beijo de Amor não tem dor é só prazer é só desejo. Vem nas cores da felicidade eu vou te encher de beijo. Música Beijo de Amor.” GrupoRemasterizadaTeresae composição de Natália Pessoa.

Encontre Grupo Teresa nas redes sociais: Site: YouTube:Instagram:grupoteresa.com.br@grupoteresaGrupoTeresa

Nesse momento inicial o grupo era formado apenas por violão, pandeiro e voz e não havia o nome, nem a ideia se continuaria ou não a passou lentamente e os encontros aumentaram cada vez mais. Os “ensaios” aconteciam cada vez com mais frequência, sempre aos finais de semana, rendendo aquela cerveja e muita prosa noite adentro. Ainda sem nome, sem muito jeito, nem experiência, a brincadeira foi ganhando forma e as integrantes resolveram assumir de vez o compromisso com a música. Com muito amor, estudo e dedicação vieram o repertório, os arranjos, o nome: nascia ali o Grupo Teresa. TERESA, com S de samba. “Mas quem de vocês é Teresa?” Sempre nos perguntam quem de nós é Teresa e essa pergunta chega até nós por diferentes caminhos, em diferentes momentos, porém, em todas as vezes temos sempre a mesma resposta: “NÓS somos Teresa!”. Afirmamos isso com convicção, pois o significado do nome está vinculado à ideia da corda feita com diferentes pedaços de panos. Esses pedaços separadamente não têm a resistência nem o tamanho necessário para substituir uma corda. Contudo, quando esses pedaços se unem, se transformam em uma corda forte e longa, que possibilita a liberdade para quem a utiliza. É essa a ideia do nome. É essa união que forma Teresa, por isso, nós somos Teresa, pois somente quando as integrantes se reúnem é possível fazer o samba, o som. O som que liberta. E nessa liberdade de ficar e partir, que muitas mulheres fizeram parte do Teresa. Instrumentistas, produtoras e muitas outras profissionais que sempre agregaram muito valor à nossa história. A formação atual conta com quatro

Oexistir.tempo

instrumentistas, sendo Fernanda Régila a única remanescente da formação inicial. Fernanda é percussionista e segue acompanhada da Paloma Alves, também percussionista, ambas nascidas e criadas em Belo Horizonte, da Natália Pessoa vocalista e cavaquinista, natural de Mariana e da Flávia Cardoso violonista, de Campo Belo. Em 2020 o grupo completou dez anos de existência, mas diante do cenário mundial de crise na saúde, viu seus planos de comemorações serem adiados.

O Grupo começou despretensiosamente em 2010, na “brincadeira” de aceitar um convite de fazer uma apresentação entre amigos em um bar famoso pelas madrugadas em Santa Tereza.

Apesar do ambiente cultural desconfigurado nacionalmente, Teresa segue com muita luta e esperança para lançar o primeiro CD de músicas autorais. Com composições de Natália Pessoa, Paloma Alves, Zaíra Magalhães e Fernanda Régila o CD conta com 13 canções que falam sobre amor, tema principal de todas as músicas. “A cada esquina uma breve história sobre formas de amar” teve a direção musical de Fernanda Vasconcelos e contou com o trabalho de mulheres em quase todo o seu processo, do planejamento à execução. É assim que construímos nossa história: valorizando o trabalho das mulheres no mercado. Apoiando, incentivando, investindo. O Grupo Teresa traz na alma a força da resistência, base que sustenta a nossa caminhada. Passo após passo, dia após dia, Teresa canta com amor, canta o amor. Teresa canta! Como forma de transgredir, de reinventar, de sobreviver. Teresa encontra na união, o jeito de se libertar. Teresa vive! Quem como representante narra a trajetória do grupo é a Fernanda Régila, natural da capital mineira, Belo Horizonte, nascida em vinte e cinco de março de 1988 e que foi convidada por uma amiga a tocar pandeiro. Para Fernanda o samba é sua fonte de renda, sua dedicação diária, seu amor, minha formação e seu trabalho, quando se reúne com mulheres dos sambistas é sempre um momento muito especial.

Posfácio

por Tia Ciata, Clementina de Jesus, Elizeth Cardoso, Clara Nunes (mineira), Beth Carvalho, Dona Ivone Lara e tantas outras mulheres, permite que dia a dia, nós mulheres sambistas possamos nos fortalecer, dar continuidade e manter viva uma das riquezas da nossa cultura, que é o Samba. Aplausos para o projeto “Samba na Roda da Saia” que segue com o objetivo de reconhecer, divulgar e valorizar o samba feminino e o protagonismo de mulheres sambistas de Minas Gerais. Registrar nossas histórias em um livro é motivo de comemorar , agradecer e celebrar. Afinal … “Foram me chamar /Eu estou aqui, o que é que há?...” (D. Ivone Lara) Nós estamos aqui! Eternizadas e agradecidas por estarmos caminhando juntas e na mesma GRATIDÃOdireção!

O livro Volume I “Mulheres Sambistas de Minas Gerais” traduz o caminho percorrido por várias mulheres mineiras, que através da voz, da dança e da percussão, relatam suas vivências através do Samba. Apresentamos as histórias e memórias coletivas de mulheres que com o samba, exercem sua profissão e também Orenasceram.legadodeixado

Rosane Pires Viana, por todas as oportunidades que nos proporcionou nos palcos deste país! Assinado: mulheres sambistas que passaram pelo projeto, Samba na Roda da Saia

Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.