Submundods1

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Senhores do Submundo 01

—Vejamos... Ouvi que a caixa está escondida, mas não sei onde. Supostamente, Argos a está custodiando, e nem sequer os próprios deuses podem recuperá-la. Maddox assimilou aquelas notícias com assombro. Argos era uma besta enorme que tinha mais de cem olhos, e podia ver tudo o que ocorria em todo momento. A lenda dizia que Hermes tinha acabado com ele, mas freqüentemente, as lendas eram mentiras que os deuses contavam aos mortais. — Também ouvi outra versão —continuou Ashlyn. — Diz que a caixa está custodiada por Hidra, não por Argos. Entretanto, há um denominador comum para ambas. —Qual é? —Se a caixa aparecer alguma vez, os demônios se verão trancados em seu interior novamente. Isso é bom, não? Ele sacudiu a cabeça. —Possivelmente sim para o mundo, mas sem o demônio, eu morreria. —E como sabe? —Sei. —disse ele com rotundidade, e ficou pensando no que ela tinha dito. Hidra. Uma serpente venenosa com múltiplas cabeças. Se aquilo fosse certo, a caixa estava no fundo de algum oceano. Entretanto, qual das duas histórias tinha que acreditar? Se o resto do que tinha contado Ashlyn fosse verdadeiro, que os demônios voltariam para a caixa quando esta fosse achada... —Poderia... não sei, fazer uma busca mais minuciosa da caixa. Fazer com que seja minha prioridade. — Não! Isso implicaria que ela teria que sair do castelo, e estaria em perigo. —Sei que te disse que me contasse isso tudo, mas agora devemos escolher um tema menos conflitivo. Violência estava aguilhoando sua mente; a cada palavra que ouvia se agitava mais. Embora Maddox acreditasse que o demônio não queria machucar Ashlyn, não estava disposto a comprovar se era certo. Preferia falar de flores e de raios de lua para manter aquela deliciosa paz interior. —E há algum modo de acabar com sua maldição? —perguntou Ashlyn. Não era possível falar das flores. —Não. Não há maneira. —Mas... —Não. Ele não ia permitir que ela tentasse negociar com os deuses com a esperança de encontrar a forma de salvá-lo. Ele não podia alcançar a salvação. Não valia a pena salválo, além disso. Era mais um monstro que um homem, embora às vezes tentasse se convencer do contrário. —E é melhor deixar também esse tema. Ashlyn lhe acariciou o esterno com um dedo, enquanto sua respiração cálida o acariciava. —Então de que tema podemos falar? Ele estendeu os dedos por seu traseiro e o apertou. —Ouviu mais vozes no tempo que esteve lá no quarto? —Por desgraça, sim. Ouvi o que falaram essas quatro mulheres. Às que, por certo, terá que liberar imediatamente. —Ficam. —Por que? —Isso não posso dizer. Ela tamborilou os dedos sobre seu torso. —Pelo menos, me diga o que pensa fazer com elas. São boas. São inocentes. Estão muito assustadas. —Sei, preciosa, sei. —Não vai lhes fazer mal? —insistiu Ashlyn. —Não. Eu não.


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