As exportações chinesas de bens de capital registram, em 2010, a 3ª posição do bolo global, com uma fatia de 8%, semelhante à do Japão. Foi a única a crescer (4 vezes) na década, às custas de sensíveis quedas das fatias dos EUA (hoje em 12%), do Japão e da Coréia do Sul, e da estabilização do nível das exportações alemãs (hoje em 16%). O impacto deste progresso já se faz sentir, e é motivo de preocupação para a indústria de equipamentos no Brasil e no mundo16.
Em termos de gestão estratégica da tecnologia e da inovação, foram observadas certas linhas gerais de atuação em algumas empresas chinesas bem sucedidas nestes setores:
Forte interação com clientes para aprender e orientar esforços de inovação.
Base própria de P&D sendo cultivada desde as origens da empresa, com perspectivas de concorrer inovando como possível.
Transferências de tecnologia contratadas e conduzidas com forte esforço de aprendizado e absorção.
Ligação do P&D com Universidades e Institutos de Pesquisa de forma orientada pelas demandas identificadas nos mercados-clientes-alvo.
Modelos de gestão tecnológica centrados em ciclos continuados de inovação secundária de crescente sofisticação, ambicionando um dia chegar a inovações primárias/originais, para sedimentar forte posição competitiva.
Favorecimento institucionalizado à criatividade e à busca por soluções relevantes.
Busca por trajetórias tecnológicas e competitivas próprias no contexto da competição no setor.
Perspectiva global quanto à tecnologia e à competição em seu setor.
Sistemas de incentivo e remuneração para seu pessoal que procuram mimetizar as pressões do mercado, e os grandes ganhos associados em caso de sucesso, para os empregados individuais, em particular os quadros-chave da empresa.
Estes aspectos pareceram convergir no sentido de efetivamente sustentar a formação e evolução continuada das capacitações inovadoras destas empresas.
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