Fanzine - Saúde Coletiva, 2016-1

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S E ZIN

de

Saúde Coletiva

questões de gênero, raça/etnia e diversidade sexual


Organização: Daniel Canavese de Oliveira, professor do curso de Saúde Coletiva da UFRGS. Mestre em Saúde Coletiva pela UFRJ e Doutor em Ciências da Saúde pela USP. Regente da UPP Pesquisa e Bioestatística II.

Odaísa Cristiane Faresin, estudante do curso de Saúde Coletiva da UFRGS, monitora da UPP Pesquisa e Bioestatística II.

Editorial

sad.eco.br

Mauricio Polidoro, professor, coordenador de extensão do IFRScampus Restinga e líder do grupo do CNPq de ensino-pesquisa-extensão Saúde, Ambiente e Desenvolvimento.

Edição: Daniel Canavese de Oliveira, Odaísa Cristiane Faresin.

Autoras e autores: Daniel Canavese de Oliveira, Ana Cristina de Oliveira, Ana Elvira Valério Martins, Camila de Souza Silva, Cássia Jaqueline da Silva Santos, Clarrisa Einsfeld de Lima, Daiane Munari Dolejal, Elissandra Silva, Fabiana Oliveira Nobre, Flavia Martins Freitas, Francisco Glecirio Fagundes da Conceiçao, Glória Jóris Raphael, Haylla Travassos Caires, Jeferson Souto Pinheiro, Jonas Brum Gonzalez, Leonardo Martins de Magalhaes, Liege Melendo Beck, Luiz Alex dos Santos Gonçalves, Marina Soares Buralde, Mirlei Santos da Silveira, Silvio Cantos Santos, Simone Ramos de Oliveira, Thais Sousa Costa, Veronica Lucas de Oliveira Guattini, Virginia Funk Kroth.


Z77

Zines de saúde coletiva; questões de gênero, raça/etnia e diversidade sexual / [recurso eletrônico] / organização: Daniel Canavese de Oliveira, Odaísa Cristiane Faresin, Mauricio Polidoro ; edição: Daniel Canavese de Oliveira, Odaísa Cristiane Faresin; autores e autoras: Daniel Canavesi de Oliveira ... [et al.] – Porto Alegre : Curso de Graduação em Saúde Coletiva, UFRGS, 2016. 71 p. – il. ISBN: 1.Saúde coletiva – Fanzine. 2. Diversidade sexual. 3. Gênero. 4. Etnia. I. Oliveira, Daniel Canavese de. II. Faresin, Odaísa Cristiane. III. Mauricio Polidoro. NLM: WA100 Bibliotecária responsável: Jacira Gil Bernardes – CRB 10/463


Apresentação

“Arte não tem pensa:
 O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.
 É preciso transver o mundo” Manoel de Barros

No caminho por estratégias de ensino-aprendizagem para a graduação em Saúde Coletiva articuladas com o pensamento complexo foi possível um feliz contato com as zines. Algumas de suas potências, como forma de comunicação marginal de temas do cotidiano e o convite para elaboração por qualquer pessoa, parecem ser necessárias para a Unidade de Produção Pedagógica de Pesquisa Bioestatística. Há tempos assuntos articulados com métodos quantitativos precisam tornarem-se mais “vivos” no cotidiano de estudos de um(a) sanitarista e, quiçá, de outros(as) profissionais. Acredito, pois, que os indicadores devem ser animados por assuntos do nosso redor, as médias e medianas por situações que nos passam e as mensurações por aquilo que devemos mudar de imediato – as inequidades, o racismo, a discriminação, para citar alguns. Análises, descrições e comparações diante da concepção ampliada de saúde são objeto da(o) sanitarista e o seu múltiplo mundo do trabalho. Para tanto é preciso não apenas ferramentas, é preciso sensibilidade e… arte! A experiência reunida a seguir é memória dos nossos momentos de debate sobre saúde e suas interações com questões de gênero, raça/etnia e diversidade sexual. Durante um período letivo articulamos diferentes dados e tópicos da bioestatística, além de estratégias de divulgação das informações quantitativas com o apoio das zines. Entre os recortes dos temas, das revistas e dos jornais, fomos percebendo experiências mais intensas e conexões mais vívidas dos saberes, por isso resolvemos partilhar.

Daniel Canavese de Oliveira Porto Alegre, 2016.


As pontes e os apoios

O curso de graduação em Saúde Coletiva da UFRGS, espaço de ensino público para se pensar saúde pública, para exercitar o sonho de um processo de

ensino-aprendizagem

complexo,

criativo,

libertador

e

genuinamente

humano. Gabriel Savaris Ignácio e Mariane Radke - colaboraram com uma oficina muito especial sobre os zines e fanzines. Partilharam seus conhecimentos artísticos, de Saúde Coletiva, Psicologia e também suas experiências em lidar com temas como gênero e diversidade, transversais aos assuntos de Bioestatística que seriam um dos focos da UPP. Foram entusiastas e apoiaram o desenvolvimento desse processo. Agradeço pelo encontro. Camila Puni - inspiradora do uso pedagógico e artístico do fanzine. Colaborou

com

subsídio

técnico

e

teórico,

deu

suporte

a

dúvidas,

fez

sugestões e ficou na torcida e apoio incondicional para a conquista desse desafio.

Artista

admirável,

autora

do

"Didática

Zine"

e

de

inúmeros

fanzines. Muito obrigado. Odaísa Faresin - monitora da UPP, empreendedora e que incansavelmente apoiou, deu ideias, sugestões e desenvolveu inúmeras etapas desse processo permitindo que ele tivesse êxito e, também, viabilidade. O IFRS - campus Restinga que proporcionou a incursão dos zines da Saúde

Coletiva

no

lugar

onde

eles

deveriam

estar

e

serem

feitos:

em

conjunto com a comunidade. O professor Freddy Cuzco e o coordenador de extensão professor Mauricio Polidoro. Haylla Travassos Caires pela feitura da capa, demais! Todas e todos estudantes do curso de graduação em Saúde Coletiva da UPP Pesquisa e Bioestatística II do primeiro semestre de 2016 que fizeram parte desse projeto. Um carinho especial àquelas estudantes que estiveram nas oficinas no IFRS.


Prefácio

É por uma superfície livre, movente, raivosa por vezes até colaborativamente que entramos no universo dos zines. Ao tocar em diferentes tipos de papel, canetas e purpurinas, tocamos também em

nossos

processos

de

subjetivação.

Quando

zinamos

movemos,

removemos e renovamos aqueles estagnados pensamentos. Com essas folhas dobradas ao meio há ainda a possibilidade de materializar e

criar

na

carnatura

das

palavras-imagens

questões

urgentes,

temas necessários ou pouco falados. Nesse movimento deparei-me por entre os zines aqui reunidos – com a seguinte frase: “ciência quem és tu? És única ou muitas?”, uma daquelas questões que nos fazem indagar mais e mais. Talvez essa seja uma das motivações dessa zine-compilação, desse amontoado de frescas ideias no campo da Saúde Coletiva. Quando falamos de zines falamos sobre essas mídias táteis criadas

de

colagens, diversos

maneira

frases e

que

e

autônoma, textos;

costumam

geralmente

seus

ser

feitos

conteúdos

e

fotocopiados,

à

mão

com

materiais

são

mas

podem

ser

impressos, batidos na máquina de escrever ou offset digital. Uma descrição rasa (porém necessária), para aquilo que os zines fazem conosco. Seria preciso detalhar a potência política-artística que a

feitura,

quentes

a

pesquisa,

recém-saídos

da

os

saberes,

máquina

-

as

mãos

-

tocando

possibilitam.

Mãos

papeis abrindo

tesouras, nas pontas dos dedos há cola, pedaços de jornal e gana por transformação.


Aqui o fanzine é zine-zona de passagem ao infinito. Colagens e

mais

colagens,

frases

ressoando

cobranças

políticas,

intervenções nas teorias e também uma difusão fotocopiada. Há é uma

fotocopiarte.

Percebo

aqui

uma

partilha

de

saberes

subterrâneos a tremer as estruturas da ciência única, da grande mídia,

da

educação

formalista

e

de

nossas

próprias

práticas

educativas. Nesse sentido não poderia dizer o que vamos encontrar aqui, pois são poucas as páginas-respostas e muitas as páginasperguntas.

Camila Olivia Melo Rio de Janeiro, 2016.


Sumário

Outros olhares da/na ciência………………………….……………………………………………………..………………3 Questões de Gênero……………………………………………………………………………………………………………………………….4 Homofobia………………………………………………………………………………………………………………………………….5-12 Igualdade de Gênero…………………………………………………………………………………………………….14-15 Questões de Raça e Cor………………………………………………………………………………………………………………….16 Igualdade Racial………………….…………………………………………………………………………………………17-32 Racismo e Preconceito……………………………………………………………………………………………….34-38 Violência Contra a Mulher………………………………………………………………………………………………….39-46 Saúde da Mulher…………………………………………………………………………………………………………………………….47-48 Doenças Sexualmente Transmissíveis…………………………………………………………….49-52 Mortalidade Materna…………………………………………………………………………………………………….53-55 Padrão de Beleza e comportamento………………………………………………………………….56-58 Igualdade de Direito………………………………………………………………………………………………….59-61 Câncer de Mama……………………………………………………………………………………………………………………52-53


Outros olhares da/na ciĂŞncia


3

Silva, E.


QuestĂľes de GĂŞnero Homofobia


5


6


7


8


9


10


11


12


Questões de Gênero Igualdade de Gênero


14


15


Questões de Raça e Cor Igualdade Racial


17


18


19


20


21


22


23


24


25


26


27


28


29


30


31


32


Questões de Raça e Cor Racismo e Preconceito


34


35


36


37


38


ViolĂŞncia Contra Mulher


40


41


42


43


44


45


46


SaĂşde da Mulher


48


Saúde da Mulher Doenças Sexualmente Transmissíveis


50


51


52


SaĂşde da Mulher Mortalidade Materna


54


55


SaĂşde da Mulher PadrĂŁo de Beleza e Comportamento


57


58


SaĂşde da Mulher Igualdade de Direitos


60


61


Saúde da Mulher Câncer de Mama


63


S E ZIN

de Saúde Coletiva

questões de gênero, raça/etnia e diversidade sexual


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