Catálogo Centenário Manoel de Barros

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CENTENÁRIO



CENTENÁRIO MANOEL DE BARROS 2017/2018

ORGANIZAÇÃO e CURADORIA Ruth Albernaz Aclyse Mattos Imara Quadros José Serafim Bertoloto Gervane de Paula


“Venho de um Cuiabá e de ruelas entortadas. Meu pai teve uma venda de bananas no Beco da Marinha, onde nasci. Me criei no Pantanal de Corumbá, entre bichos do chão, pessoas humildes, aves, árvores e rios. Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar entre as pedras e lagartos. Fazer o desprezível ser prezado é coisa que me apraz. Já publiquei 10 livros de poesia; ao publicá-los me sinto como que desonrado e fujo para o Pantanal onde sou abençoado a garças. Me procurei a vida inteira e não me achei – pelo que fui salvo. Descobri que todos os caminhos levam à ignorância. Não fui para a sarjeta porque herdei uma fazenda de gado. Os bois me recriam. Agora eu sou tão ocaso! Estou na categoria de sofrer do moral, porque só faço coisas inúteis. No meu morrer tem uma dor de árvore. “ Auto-retrato falado Manoel de Barros


Foto cedida por Vera Campos, aďŹ lhada de Manoel de Barros


TRAVESSURAS ENCANTADAS DE MANOEL DE BARROS NO SEU LINDO E UNIVERSAL QUINTAL DE PALAVRAS Fernando Tadeu de Miranda Borges

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No dia 13 de novembro de 2014 o criador de um quintal de palavras maior do que o mundo silenciou e o céu cuiabano debulhou em lágrimas. Nessa data faleceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o poeta sul-americano, nascido no Beco da Marinha, em Cuiabá, Mato Grosso, Manoel de Barros, imortalizado pelas suas maravilhosas travessuras com as palavras. Poeta de muitos lugares (Cuiabá, Corumbá, Rio de Janeiro, Campo Grande), cantou a natureza, o chão, os animais e as insignificâncias significantes do seu quintal em meio a belas tempestades de ventos e trovões. Manoel de Barros refletiu sobre a vida, as inquietudes infinitas da existência, a presença do nada, o silêncio das pedras, o segredo das árvores e os modos dos passarinhos na fotografia do tempo com tempo no mundo do tempo sem tempo. E nessas travessuras encantadas as árvores foram escutadas, o silêncio fotografado pela poesia e os passarinhos adoçaram o indecifrável vazio da vida. Que as borboletas de Manoel de Barros possam continuar dando cores aos quintais, propiciem novas travessuras e novas invenções, e alarguem de palavras o silêncio movimentado e tumultuado do mundo! 1

Pró-Reitor de Cultura, Extensão e Vivência da Universidade Federal de Mato Grosso

Fotografia cedida por Vera Campos, afilhada do Manoel de Barros


NO QUINTAL DE MANOEL 1

Aclyse Mattos

A Exposição Centenário de Manoel de Barros é literalmente um sonho. Um sonho de artistas, poetas, estudantes e apaixonados pela originalidade desse cuiabano que expandiu as possibilidades da poesia ao incorporar o silêncio, a sintaxe inusitada e o olhar para as coisas pequenas que tanto significam. Parece um paradoxo que em tempos de ritmo frenético, de acelerada modernidade, tecnologia e maquinário, o poeta Manoel alcance tamanha comunicabilidade através da natureza, da simplicidade, do vagar lento como as águas pantaneiras. Parece um paradoxo, mas é figura de poesia. Algo em cada um de nós permanece com o olhar curioso, criativo e alumbrado da criança que fomos. Um olhar que alimenta o imaginário. Esse olhar próximo, íntimo, que sabe que não sabe e talvez por isso se encante. De certo modo Cuiabá é uma cidade de poetas. O Pantanal é um espaço de poesia. A distância em que nos encontramos do eixo de poder nos carrega a todos daquele olhar que viaja até a linha do horizonte sonhando possibilidades que escapam como o sol poente, para logo se voltar para os cajus e formigas do quintal, o colorido dos lírios e o voo azul dos sanhaços. “Para encontrar o azul eu uso pássaros” disse Manoel. Fugidia é a poesia. Mesmo que o poema tente segurar o tempo. Ele sempre voa. Como os pássaros no azul de Manoel. 1

Poeta, escritor, professor, pesquisador, sonhador, cuiabano. Livros: Quem muito olha a lua fica louco; Festa; Natal Tropical; O Sexofonista; Assalto a mão amada.


PARA ENCONTRAR O AZUL EU USO PÁSSAROS Tributo ao Centenário de Manoel de Barros Ruth Albernaz¹ Imara Pizzato Quadros² José Serafim Bertoloto³ Gervane de Paula⁴ Deus disse: Vou ajeitar a você um dom. Vou pertencer você para uma árvore. E pertenceu-me. Escuto o perfume dos rios. Sei que a voz das águas tem sotaque azul. Sei botar cílio nos silêncios. Para encontrar o azul eu uso pássaros. Só não desejo cair em sensatez. Não quero a boa razão das coisas. Quero o feitiço das palavras. (Manoel de Barros)5

Manoel de Barros é um dos grandes nomes da poesia mato-grossense. É a partir desse legado que temos a honra e o dever de oferecer uma homenagem em seu centenário. O poeta é cuiabano e possui raízes em Nossa Senhora do Livramento-MT. Ele revelou: O que escrevo resulta de meus armazenamentos ancestrais e de meus envolvimentos com a vida. Sou filho e neto de bugres, andarejos e portugueses melancólicos. Minha infância levei com árvores e bichos do chão. Penso que a leitura e a frequentação das artes desabrocha a imaginação para um mundo mais puro. Acho que uma inocência infantil nas palavras é salutar diante do mundo tão tecnocrata e impuro. Acho mais pura a palavra do poeta que é sempre inocente e pobre.6

A concepção deste trabalho se desenha com a realização de uma exposição coletiva intitulada “Para encontrar o azul eu uso pássaros”, a partir da perspectiva de 32 artistas convidados a produzirem obras inspiradas em poemas de Manoel de Barros. As linguagens escolhidas para compor o conjunto dialógico da exposição foram: pintura sobre papel, sobre tela, escultura, instalação, fotografia, xilogravura, videoinstalação, intervenção, música e poesia.

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Os artistas convidados são: Aclyse Mattos, Adir Sodré, Benedito Nunes, Carlos Lopes, Cristina Campos, Dalva de Barros, Eduardo Mahon, Gervane de Paula, Gonçalo Arruda, Helder Faria, Ivens Scaff, Lúcia Picanço, Lucinda Persona, Luiz Carlos Ribeiro, Luiz Renato, Marcelo Velasco, Márcia Bomfim, Márcio Aurélio, Marília Beatriz, Nilson Pimenta, Otília Teófilo, Reinaldo Mota, Rodolfo Carli, Rogério Andrade, Rosylene Pinto, Ruth Albernaaz, Valques Rodrigues, Vera Capilé, Vitória Basaia, Wander Mello, Yael Costa, Zeilton Mattos; e outros participantes no período expositivo, com saraus e oficinas. Com essa exposição, vislumbramos: celebrar o centenário do poeta Manoel de Barros; fortalecer a cultura mato-grossense; aproximar o público apreciador de uma visão integrada que associa as artes visuais com a poesia; fomentar o tema de forma transversal (pluralidade cultural, ambiente e temas locais) no ensino de Arte, Literatura e História de Mato Grosso em instituições de ensino, inclusive na Universidade Federal de Mato Grosso; propiciar o encontro de um coletivo de artistas para criar e difundir a poesia de Manoel de Barros. A exposição “Para encontrar o azul eu uso pássaros” oportuniza ao público apreciador um contato singular com a obra de Manoel de Barros e com este coletivo expressivo de artistas do nosso Estado, desde os já consagrados até os jovens em formação. Desejamos a todos uma boa apreciação!

1 Doutora em Biodiversidade, pesquisadora em Cultura e Etnoecologia, artista visual e curadora da exposição. 2 Professora Doutora em Educação, curadora, docente e pesquisadora em Arte. 3 Professor Doutor em Comunicação e Semiótica da PUC-SP, crítico e curador de Arte. 4 Artista visual e curador independente. 5 BARROS, Manoel de. Retrato do artista quando coisa. In: Manoel de Barros. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010, p. 369-370) 6

BARROS, Manoel de. O poeta. Disponível em: <http://www.fmb.org.br/>. Acesso em: 20 jul. 2016


MANOEL DE BARROS: O DEMIURGO DAS TERRAS ENCHARCADAS Cristina Campos1

O poeta cuiabano Manoel de Barros nasceu no bairro do Porto, em 19.12.1916. Mudou-se com a família para o pantanal de Corumbá-MT ainda bebê, onde cresceu brincando num terreiro defronte a um acampamento, entre currais e coisas desimportantes que marcaram fundo sua obra. Aos oito anos, foi estudar em regime de internato, em Campo Grande-MS e depois no Rio de Janeiro-RJ, onde aprendeu latim, francês e adquiriu gosto por Literatura. Ainda lá, graduou-se em Direito, conheceu artistas e escritores – um mundo novo de referências se lhe descortinou. Nos anos 1960, herdou uma fazenda de gado no Pantanal, lutou para equilibrar finanças e, finalmente, dedicou-se integralmente à produção literária. Permaneceu no anonimato até a década de 1980, quando o sucesso chegou. Faleceu no dia 13.11.2014, em Campo Grande-MS. A poética barreana fixa-se nas coisas do chão pantaneiro da infância – pedras, bichos, ciscos, árvores – e em elementos que a sociedade de consumo descarta. Seus tipos humanos preferidos são vagabundos, andarilhos, ciganos, que gradativamente se aproximam de seres lendários, como o Lobisomem e o Pé de Garrafa. Sua temática explora principalmente uma autobiografia inventada e a metalinguagem, valorizando o “criançamento das palavras”. A obra manoelina provoca-nos a olhar para o chão de nossa terra de modo criativo, afinal barros são maleáveis e vocacionados a adquirirem novas formas, estimulando-nos (todos) a ver o mundo com os olhos livres. Pesquisadora e escritora ocupa a Cadeira 16 na Academia Mato-grossense de Letras

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Artistas participantes e fragmentos de


Estátua de Manoel no Porto Manoel de Barros Manoel de bronze Passam os carros Olham de longe Tocam as gentes Andam de perto Manoel por certo Volta ao seu bairro Canta assim quieto Canto é uma praça Mundo é o quintal Jus ao poeta: Barros, Manoel Busto de versos Pedra de céu

Aclyse Mattos

Cuiabá, 01 de agosto de 2016 (Centenário de Manoel - Estátua para passarinhos)


Adir Sodré Performance e instalação/ Materiais diversos/ dimensões variáveis 2017


“Invento para me conhecer” Menino do Mato. In: Poesia Completa pag. 457. São Paulo: Editora Leya, 2013.

Sem título 142 x 142 cm Óleo sobre tela Benedito Nunes

Contemplação / Pintura-objeto com Materiais diversos / Dimensões variaveis / 2017


Queria que os passarinhos do lugar escolhessem minhas margens para pousar. E escolhessem minhas árvores para cantar. Eu queria aprender a harmonia dos gorjeios. Menino do Mato. In: Poesia Completaz pag. 30. São Paulo: Editora Leya, 2013

Carlos Lopes Sem título / Óleo sobre tela / 142 x 142 / 2016


Um olhar transpassado de azul: – desentorta o espírito; – bota gorjeio em bico de sanhaço; – locupleta-se de infinitude. Cristina Campos


...que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.

“Sobre importâncias”, no livro “Memórias inventadas – as infâncias”. São Paulo: Planeta, 2010

Dalva de Barros Retrato de Manoel de Barros (detalhe da obra) / Óleo sobre tela / 40 x 50 cm / 2017


gota que canta vira chuva o choro não: é água muda Eduardo Mahon


Queria que os passarinhos do lugar escolhessem minhas margens para pousar. E escolhessem minhas árvores para cantar. Eu queria aprender a harmonia dos gorjeios.

Gervane de Paula A Fazenda / Instalação / Materiais diversos / Dimensões variáveis / 2017


As coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis. Elas desejam ser olhadas de azul – Que nem uma criança que você olha de ave. In: Livro das Ignorãnças, 1994.

Gonçalo Arruda Sem título / Mista sobre tela / 80 x 110 cm / 2016


Venho de um Cuiabá e de ruelas entortadas. Meu pai teve uma venda de bananas no beco da marinha, onde nasci. In: Poesia Completa. São Paulo: Ed. Leya, pag. 324.

Helder Faria FOTOGRAFIA INFRAVERMELHA N° 24 / Fotografia em infravermelho / Detalhe / 21 X 223 cm / 2017


Nequinho Amassa Barros Molda ventos Persegue ermos Torce versos Em demanda de InsigniďŹ câncias Ivens Scaff


Aprendi que o artista não vê apenas. Ele tem visões. A visão vem acompanhada de loucuras, de coisinhas à toa, de fantasias, de peraltagens. Eu vejo pouco. Uso mais ter visões. Nas visões vêm as imagens, todas as transfigurações. O poeta humaniza as coisas, o tempo, o vento. As coisas, como estão no mundo, de tanto vê-las nos dão tédio. Temos que arrumar novos comportamentos para as coisas. E a visão nos socorre desse mesmal. In: Livro sobre nada, 1996.

Lúcia Picanço A festa I / Acrílica sobre tela / 50 x 80 cm / 2016


Manoel de Barros A palavra ĂŠ seu tempo Converteu-se na secreta forma da poesia O corpo feito ĂĄrvore, guardando todas as chuvas. Lucinda Persona


CARREGANDO ÁGUA NA PENEIRA Carregando Água na Peneira é uma inserção cênica-poética concebida e interpretada pelo ator e dramaturgo Luiz Carlos Ribeiro, um dos intérpretes pioneiros da poética do saudoso Manoel de Barros. São recortes de estrofes de poemas, fragmentos de contos, causos pantaneiros, onde a alma, o humor refinado e crítico do nosso homenageado, Manoel de Barros, é o ponto marcante dessa intervenção artística. Texto: Lúcia Palma

Luiz Carlos Ribeiro

Inserção cênica-poética / 15 min / 2017 / Participação especial Pescuma


A vida nĂŁo seria a mesma sem o eterno arrastar-se da lesma Agora comendo grama Pela raiz Vai Seja o que sempre quis!

Luiz Renato


Uma coisa que o homem descobre de tanto seu encosto no chão é o êxtase do nada. In: Concerto a céu aberto para solos de ave, pg.52.

Marcelo Velasco Na linha do olhar / Dimensões variáveis / instalação com esculturas em fibras de vidro/ 2017


Quando meus olhos estão sujos de civilização, cresce por dentro deles um desejo de árvores e aves. In: Poesia Completa, pg. 184. São Paulo: Editora Leya, 2013.

Marcia Bomfim Sem título / Xilogravura de topo / 68 x 72 cm / 2017


...o rio encosta as margens na sua voz azul. Concerto a céu aberto para solos de ave In: Poesia Completa pg. 291. São Paulo: Editora Leya, 2013.

...o rio encosta as margens na sua voz azul. Concerto a céu aberto para solos de ave [1991] In: Poesia Completa pag. 291

Marcio Aurelio Fundo de rio / Acrílica sobre piçarras esculpidas / 30 x 60 cm / 2017


Tomo goles de azul por que? Embebedando-me de azulões e escorrendo Sanhaçosque dependurados em meus braços apressam visões em terras de revoadas azuladas.

Marília Beatriz


Os sonhos não tem comportamento. Sempre havia de existir nos sonhos daquele menino o primitivismo do seu existir. E as imagens que ele organizava com o auxílio das suas palavras eram concretas. Ele até chegou um dia a pegar na crina do vento. Era sonho? Menino do Mato. In: Poesia Completa. São Paulo: Ed. Leya, Pg 464.

Transparências e retalhos sem nome Colagem Textil Dimensões variáveis

Nilson 2017 Pimenta

Sem título / Acrílica sobre tela / 60 x 80 / 2017


As coisas que não tem nome são mais pronunciadas por crianças. O Livro das Ignorâncias, 1994.

Otília Teófilo Transparências e retalhos sem nome / Colagem textil / Dimensões variáveis / 2017


Eu queria ser banhado como um rio… Livre é quem não tem rumo. Caderno de Aprendiz. In: Poesia completa pg. 457. São Paulo: Editora Leya. 2013.

A arte de infantilizar formigas Reinaldo Gaspar x 60 do x 50mundo cm água e chão se amam [...] / Vídeoinstalação / 3 minutos / 2017 Desde o 78 começo Acrílica sobre objeto


Formiga é um ser tão pequeno que não agüenta nem neblina. Bernardo me ensinou: Para infantilizar formigas é só pingar um pouquinho de água no coração delas. Achei fácil. Arte de Infantilizar Formigas In: Livro Sobre Nada. Rio de Janeiro - Editora Record, 1996 – projeto releituras

Rodolfo Carli A arte de infantilizar formigas / Acrílica sobre objeto / 78 x 60 x 50 cm / 2017


Mensagem Póstuma pra quem não morreu Só quem teve um olhar de luz, com lágrimas coloridas da terra e das águas Só quem conseguiu retirar do vento o som do seu pensamento Só quem por descaminhos percebia a beleza de paus e pedras Só quem enxergava a grandeza das insignificâncias Só quem tinha caminhos sem inícios e princípios que finalizam Só quem olhava pro chão e enxergava o céu Só você, Manoel.

Rogério Andrade


Deixei uma ave me amanhecer. Concerto a Céu aberto para solos de ave. In: Poesia Completa. São Paulo: Ed. Leya, pag. 275.

Rosylene Pinto De barro, Manoel / Escultura em cerâmica figurativa / 44 x 22 x 21 cm / 2016


Deus disse: Vou ajeitar a você um dom: Vou pertencer você para uma árvore. E pertenceu-me. Escuto o perfume dos rios. Sei que a voz das águas tem sotaque azul. Sei botar cílio nos silêncios. Para encontrar o azul eu uso pássaros. Só não desejo cair em sensatez. Não quero a boa razão das coisas. Quero o feitiço das palavras. Retrato do artista quando coisa. In: Manoel de Barros. Poesia completa. Pag 369-370. São Paulo: Leya, 2010,

Ruth Albernaaz Retrato do artista quando coisa / Mista sobre tela / 110 x 80 cm / 2016


Os jardins se borboletam. (Significa que os jardins se esvaziaram de suas sépalas e de suas pétalas? Significa que os jardins se abrem agora só para o buliço das borboletas?) In:Poesia Completa, pg. 358. São Paulo: Leya, 2010.

Valques Rodrigues Sem título / Objeto / 50 x 80 x 135 cm / 2017


Raiar do sol Acorda Que o dia já raiou Sabiá trouxe a ninhada Para tudo apreciar Beija-flor do bico doce Veio aqui só pra espiar Pois o sol trouxe seus raios Pra brincar e pra dançar Acorda Acorda... Música: 3 minutos Vera Capilé


Vitoria Basaia Sem tĂ­tulo / Pigmento natural sobre papel / 200 x 200 cm / 2017


Ainda estavam verdes as estrelas quando eles vinham com seus cantos rorejados de lábios. Os passarinhos se molhavam de vermelho na manhã [...] In: Compêndio para uso dos Pássaros. In: Poesia Completa, pag. 103. São Paulo: Editora Leya, 2013.

Wander Melo Céu de Pássaros / Acrílica sobre Tela / 50 x 80 cm / 2016


Filos sofia Definiões inconstantes Sofia Te ser teFiloster PosseDefinições ou consciência inconstantes Te ser te ter Posse ou consciência

Tecla toca conhecer Tecla tocaperder conhecer Pensar agir Pensar agir perder Momentar Momentar Intimação Intimação Estimação Estimação Idealizar Idealizar

Jogar-te frases Não mais minhas Jogar-te frases Ventania

Não mais minhas Tufão de letrar Ventania Escancarar Perdição Desconcentrar Tufão deEncaraste letrar Escancarar Fatualizar.

Perdição Yael Costa Desconcentrar Encaraste Fatualizar.

Yael Costa


Experimentando a manhã dos galos ... poesias, a poesia é - é como a boca dos ventos na harpa nuvem a comer na árvore vazia que desfolha a noite... Compêndio para uso dos pássaros. In: Poesia Completa, pág. 109. São Paulo: Editora Leya, 2010.

Zeilton Mattos Manhã com Galos / Acrílica sobre tela / 110 x 110 cm / 2017


Programação 05. dez. 2017 19h – Abertura da Exposição Centenário de Manoel de Barros 19h15 - Música com Vera Capilé 19h30 - Inserção Cênica - poética com Luiz Carlos Ribeiro. 20h - Performance de Adir Sodré 20h30 – Sarau “Um passarinho me recita” Palco aberto. 12. dez. 2017 19h – Sarau “Poesia é pássaro livre que sai dos interiores olhares”. Palco aberto aos artistas. 19. dez. 2017 Aniversário de Manoel de Barros. 18h30 – Palestra com Cristina Campos. Local: Centro Cultural – MACP. 19h30 – Sarau “Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) – sem nome” com Bia Correa, Otília Teófilo, Neneto Sá, Roberto Boaventura, Luiz Renato, Gomes Filho, Fran Frassetto, Mari Gemma, Maysa Rosário, Paulo Wagner, Maria Ligia Caviglioni, Janio Ribeiro, Wagton Douglas, Kwang II, Ge Lacerda e Vera Capilé e participação especial Jefferson Neves no piano. 28. fev. 2018 19 h – Sarau de Encerramento. Participações especiais: Ivan Belém e Vital Siqueira; Vera Capilé e Habel dy Anjos.


AUDIOVISUAL

REITORA

Evandro Aparecido Soares da Silva

Felipe Zulian Guilherme Alves Isabelle Fanaia Reinaldo Gaspar Mota

PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO

FOTOGRAFIA

Myrian Thereza de Moura Serra

VICE-REITOR

Bruno César Souza Moraes

Rosylene Pinto

PRÓ-REITORA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

ARTISTAS PARTICIPANTES

Professora Erivã Garcia Velasco

PRÓ-REITOR DE CULTURA, EXTENSÃO E VIVÊNCIA Fernando Tadeu de Miranda Borges

PRÓ-REITORA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO Lisiane Pereira de Jesus

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA Patricia Silva Osorio

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO Ozerina Victor de Oliveira

PRÓ-REITORA DE PLANEJAMENTO Tereza Christina Mertens Aguiar Veloso

COORDENADORA DE CULTURA Ana Paula F. Dias

SUPERVISORA DO MUSEU DE ARTE E DE CULTURA POPULAR/ MACP Sílvia C. de O. Aragão

EQUIPE MUSEU DE ARTE E DE CULTURA POPULAR/ MACP Anderson José Rezende Matheus Costa Sthephanny Borges

ORGANIZAÇÃO e CURADORIA Ruth Albernaz Aclyse Mattos Imara Pizzato Quadros José Serafim Bertoloto Gervane de Paula

ARTE GRÁFICA Athus Braz Santos Lucas Fernando Vieira Yael Costa

MONTAGEM Rodrigo Leite

Aclyse Mattos Adir Sodré Benedito Nunes Carlos Lopes Cristina Campos Dalva de Barros Eduardo Mahon Gervane de Paula Gonçalo Arruda Helder Faria Ivens Scaff Lúcia Picanço Lucinda Persona Luiz Carlos Ribeiro Luiz Renato Marcelo Velasco Marcia Bomfm Márcio Aurélio Marília Beatriz Nilson Pimenta Otília Teófilo Reinaldo Mota Rodolfo Carli Rogério Andrade Rosylene Pinto Ruth Albernaaz Valques Rodrigues Vera Capilé Vitória Basaia Wander Mello Yael Costa Zeilton Mattos

Albernaz, Ruth. Mattos, Aclyse. Quadros, Imara. Bertoloto, José Serafim. De Paula, Gervane – Organizadores. Para encontrar o azul eu uso pássaros: centenário de Manoel de Barros. Cuiabá, Mato Grosso, 2017. 48f. il. 15x21 cm 1.Manoel de Barros 2. Cultura 3. Arte 4. Poesia. 5. Mato Grosso. 6. Interdisciplinaridade ISBN: 978-85-327-0612-6



UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

Quando eu nasci o silêncio foi aumentado. [Manoel de Barros]


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