Ruminantes 15

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Alimentação

pedro castelo Engº agrónomo, reagro sa. pedro.castelo@reagro.pt

RAÇA MERTOLENGA

MELHORAR A EFICIÊNCIA NAS ENGORDAS É do conhecimento geral que os preços das matérias-primas para a alimentação animal devem continuar a preços razoáveis durante os próximos meses, no entanto o preço dos animais ao desmame deverão permanecer elevados.

Protocolo definido São vários os fatores e já muito discutidos, deste modo torna-se imprescindível apostar cada vez mais na eficiência alimentar para garantir resultados técnicoeconómicos positivos. Devido a uma constante preocupação em ser cada vez mais eficientes, ou seja, produzir ao menor custo possível, fizemos em conjunto com a Associação de Criadores de Bovinos Mertolengos (ACBM) um protocolo para encontrar um caderno de encargos mais adaptado à raça que permita ter o melhor rácio custo/ benefício possível. Assim, realizamos dois programas alimentares que diferiam no valor de proteína do alimento concentrado, sendo que todos os outros parâmetros (energia, fibra bruta, NDF, amido, Ca e P) se mantiveram constantes – Tabela 1. Alterando apenas um parâmetro seria possível

Proteína

observar o impacto que tinha sobre as performances e consumos. Deste modo, o protocolo definido aplicou-se a machos Mertolengos em recria, inscritos no Livro Genealógico e com destino à comercialização como Vitelão Mertolengo DOP, o que significa uma idade ao abate entre 12/13 meses e um peso de carcaça por volta dos 150/160 kg.

Ensaio Assim, para verificar o objetivo descrito anteriormente, procedemos à realização de um ensaio no Centro de Testagem e Recria da Raça Mertolenga em Évora, entre 29 de Janeiro e 23 de Abril de 2014. Foram considerados 2 lotes homogéneos (raça, peso e idade) de 12 animais. No início do ensaio os animais do lote A tinham em média 223 kg de peso vivo e 9,2 meses de idade,

Farinha ACBM Lote A

Farinha ACBM – Ensaio Lote B

Proteína Bruta (%)

16

15

PDIN (g)

116

108

PDIE (g)

113

108

PDIA (g)

57

53

tabela 1 Valores de proteína dos alimentos concentrados.

26 outubro . novembro . dezembro 2014 Ruminantes

enquanto os do lote B tinham uma média de 252 kg de peso vivo e 9,5 meses de idade. Os animais foram pesados em jejum de 21 em 21 dias durante o ensaio. Os animais do lote A tiveram acesso à farinha ACBM com 16 % de proteína bruta (PB) enquanto os animais do lote B tiveram acesso à farinha ACBM Ensaio (15% PB). Ao longo de todo o período do ensaio foi contabilizada a farinha e a palha consumida por cada lote, garantindo que em nenhum momento faltasse alimento concentrado, água

ou palha aos animais. Estes dados foram fundamentais para uma análise técnicoeconómica posterior. Analisando os dados da tabela 2, podemos concluir que os ganhos médios diários (GMD) por animal foram superiores no lote que tinha à disposição a farinha com nível proteico mais elevado (1345 g/dia) quando comparado com o outro grupo (1321 g/dia), durante a totalidade do período. Curiosamente, o consumo médio diário de alimento concentrado por animal no lote A foi inferior (7,738 kg/


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