GENÉTICA
Genética Jersey em São Miguel “À luz do mercado atual, a Jersey dá-me as melhores condições de produção.” Entrevista a Maximino Galvão. POR RUMINANTES
Quando pensamos na bucólica paisagem da ilha de São Miguel, nos Açores, imaginamo-la pautada pelo branco e preto das Holstein enquanto pastam. Mas em Santa Bárbara, na Ribeira Grande, podemos encontrar vacas mais pequenas, acastanhadas, que se enquadram igualmente bem na paisagem. Falamos de vacas Jersey e da exploração gerida há dez anos por Maximino Galvão, que tem dado continuidade ao trabalho do seu pai. A paixão pelo negócio, garante, foi-lhe incutida geneticamente, e é com gosto que se dedica a todas as tarefas da exploração, à qual chega diariamente
22 ABRIL . MAIO . JUNHO 2018 RUMINANTES
por volta das seis e meia da manhã. Com pouco mais de uma centena de animais, Maximino encontrou nas Jersey o equilíbrio entre a utilização de fatores de produção e a produção de um leite de excelente qualidade e que vai ao encontro das exigências do seu comprador, a Insulac. Foi disso – e de muito mais – que falou à Ruminantes aquando da nossa passagem pela ilha de São Miguel. Sempre trabalhou com raça Jersey? Porque a escolheu? Inicialmente, no tempo do meu pai, trabalhávamos com genética Holstein,
mas começámos a cruzar desde muito cedo com Jersey. Sempre concordei com esta decisão, e optei por manter a raça na exploração porque, vendendo o leite a uma indústria queijeira e de manteiga, o perfil do nosso leite é muito valorizado. À luz do mercado atual, a Jersey dá-me as melhores condições de produção. Quais as principais características das Jersey? São animais que, não produzindo grandes volumes de leite, conseguem ter leite de elevada qualidade em termos de sólidos, o qual é vendido a um preço mais atrativo para nós produtores.