A Doutrina Espírita como Terceira Revelação

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A Doutrina Espírita como Terceira Revelação

I) O Que é uma Revelação?

É comum ouvirmos ser o Espiri.smo a “terceira revelação”. Ora, revelação tem origem na palavra la.na revela0o, que significa destampar, tornar visível o que estava oculto. Portanto, revelar é trazer a lume algo já existente, mas que ainda velado, coberto com o véu. Se o Espiri.smo é a terceira revelação, apresenta-se, portanto, como sucedâneo de duas outras revelações, a saber: a primeira, “recebida” por Moisés, no Século XIII a.C. e, a segunda, traduzida por Jesus Cristo, há mais de dois mil anos, e registrada nos Evangelhos

Esta constatação remete-nos à seguinte indagação: por que três “revelações”?

Para buscarmos uma explicação razoável é preciso recorrer aos primórdios da Humanidade. Voltemos, então, às primeiras manifestações de caráter do que hoje denominamos religiosas.

II) Concepção, Percepção, Inteligência

Segundo J. Herculano Pires i , há registros arqueológicos inequívocos demonstrando a concepção da existência de uma causa primeira de todas as coisas. Desde os primórdios de nossa espécie, o ser humano se indaga: de onde viemos, para onde vamos, quem somos nós e, sobretudo, quem creouii tudo que não foi criado pelo homem? A efe.vação dessas indagações aparece, pra.camente, em todos os recantos e em todas as épocas da história humana, nas mais variadas formas de adoração. A concepção de uma inteligência superior ao humano é universal e atemporal, mas as percepções e materializações assumem formas esté.cas variadas e temporais, como a Litolatria (reverência a pedras, monólitos), a Fitolatria (reverência a plantas), a Zoolatria (adoração de animais), os Oráculos gregos, etc.

Essas manifestações fazem parte do “horizonte tribal e do mediunismo primi.vo”, ainda na pré-história humana (Pires, 1979). Apenas a btulo de ilustração, há uma caverna no sul da França, denominada “Chauvet”, descoberta em 1994, e magistralmente documentada em vídeo pelo grande cineasta alemão, Werner Herzog iii . Este sí.o arqueológico data de aproximadamente 32 mil anos atrás, e contém as pinturas rupestres mais an.gas já reveladas pela ciência. Em seu interior há, também, uma espécie de “altar” com o crânio de um animal, provavelmente um urso. Neste local, provavelmente, aconteciam manifestações do que, hoje, denominamos adoração a algo transcendente, além da realidade material humana. Portanto, há ali uma demonstração convincente de que a concepção de algo que transcende as limitações humanas acompanha-nos desde eras as mais remotas, revelando, por conseguinte, um

pensamento inato, um imprin0ng na própria substância do princípio inteligente, referente à existência de uma inteligência superior que nos creou

Ainda segundo J. Herculano Pires (ibid), além do “horizonte tribal”, e de vários horizontes anteriores, como o “agrícola”, o “civilizado, ou oracular”, houve o “horizonte profé.co”, que nos interessa mais precisamente para os obje.vos deste ar.go. Este período se inicia no XVIII Século a.C., na figura de Abraão, o primeiro patriarca bíblico, revelador, ainda segundo judeus e árabes, do monoteísmo, dando origem ao o judaísmo, o cris.anismo e o islamismo. Judeus e árabes, aliás, se dizem descendentes deste patriarca. Enquanto os primeiros descenderiam de Isaac, filho de Abraão e Sara, sua meia-irmã e esposa, os segundos de Ismael, filho de Abraão com a escrava Agar. O que importa, para nós, neste período da história, é o constante aparecimento de pontuais que, missionariamente, revelam as bases do que Kardec denomina, na Codificação, de “Leis Morais”, universais e eternas.

No sen.do substan.vo, são leis universais e eternas, mas, na sua essencialização revelam-se temporais, localizadas em determinados tempo e espaço, onde as interpretações recebem a inevitável influência dos símbolos, signos, significantes e significados do plasma cultural localizado em um determinado tempo histórico. Em outras palavras, as narra.vas são condicionadas pelo edijcio lógico-axiológico de cada época. Daí a necessidade de várias revelações da mesma substância, adaptadas à mentalidade dominante em cada época. Por exemplo, na “primeira revelação”, Moisés recebe a “Lei de Deus” na forma dos “Dez Mandamentos”, mas, pelo contexto em que vivia, a interpreta à luz de seu período histórico, liderando um povo pouco esclarecido e com vícios e preconceitos adquiridos durante o período de servidão no Egito. Então, ins.tui a chamada “lei mosaica”, baseada na “Lei de Talião”, ou “olho por olho, dente por dente”, herdada do Código do Hamurabi, concebida pelo Rei Hamurabi da Mesopotâmia, no século XVIII a.C., e que exercera grande influência nos povos mediterrâneos da época de Moisés.

III) Os Precursores do Cris?anismo e do Espiri?smo

Nos séculos seguintes, a humanidade mediterrânea passa por grandes transformações. Surge o chamado “período clássico”, na Grécia an.ga, que a.nge seu ápice no século IV a.C., com reencarne de grandes pontuais, dentre eles, Sócrates, Platão e Aristóteles. Sendo que os dois primeiros são considerados os precursores da Doutrina Cristã e do Espiri.smo. Sócrates, principalmente, que pagou com a própria vida pela acusação de corromper a juventude, ao combater as crenças tradicionais e os preconceitos religiosos de sua época, proclamando a doutrina do Deus único, a imortalidade da alma e a existência da vida futura post mortem iv Estava, portanto, iniciada a pavimentação do caminho para, mais ou menos quatro séculos depois, o advento da “Segunda Revelação” por intermédio de Jesus.

Conforme afirma Kardec, Jesus não veio destruir a lei, ou seja, a Lei de Deus, mas recontextualiza-la aos novos tempos, pós-período clássico, pós Alexandre, Cícero, Império Romano, etc. A “Lei de Talião” precisava ser subs.tuída pela Lei do Amor: “Amar

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a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”. Era preciso, então, que a Lei es.vesse difundida entre todos os povos da Terra, porque todos são filhos do mesmo Creador, Deus. Jesus afirma, dentre outras coisas, que a “verdadeira vida é a vida do espírito” que, pela linguagem da época, foi registrado como “Reino dos Céus”. Falou comumente por parábolas, adequando as verdades eternas ao entendimento possível de seus contemporâneos. Portanto, muitas coisas deixarem de ser ditas expressamente, mas permaneceram no subtexto de suas preleções, registradas nos chamados “Evangelhos de Jesus Cristo”, pelos seus seguidores, como Marcos, João, Mateus e Lucas, segundo os historiadores da religião.

Mas, a marcha da história é implacável. Nos séculos seguintes, outros pontuais reencarnam e dão con.nuidade à pavimentação do caminho para a busca da verdade pelo espírito.

No século II d.C. reencarna Orígenes de Alexandria. Inspirado em Platão, dentre outras reflexões próprias do período de assentamento do que viria a ser a Doutrina Católica, asseverava a “pré-existência da alma”. Com efeito e por consequência, admi.a a reencarnação. Estas afirmações foram objeto de sérias controvérsias entre os clérigos de sua época e posteriores. Até que, no Segundo Concílio de Constan.nopla, em 553 d.C., a admissão da reencarnação foi abolida da doutrina católica, segundo consta, pela pressão da Imperatriz Teodora sobre o Imperador Jus.niano que, por sua vez, instou o Papa Virgílio, que presidia o evento, a denegar o dogma da reencarnaçãov .

Dois séculos depois de Orígenes, reencarna Agos.nho de Hipona, que afirmava, com a “Teoria da Iluminação Natural”, a iluminação interior como meio de alcançar a felicidade quando do encontro com o conhecimento da verdade, ou seja, a verdade residiria em cada um, bastando perscrutá-la no seu interior. Da mesma forma, também inspirado em Platão, arguiu a importância do livre-arbítrio, pra.cado com responsabilidade, para afirmar o caráter ontológico do bem, diante da inexistência do mal enquanto en.dade. Em outras palavras, o mal não existe, o que existe é o bem. O mal é apenas a ausência do bem que, pelo uso indevido do livre-arbítrio, dá-se azo a sua manifestação. É semelhante à escuridão, que é apenas a ausência da luz. A luz existe, a escuridão não.

Mas, apesar das controvérsias que se seguiram, culminando com o lamentável período da inquisição católica, a essência das filosofias de Orígenes e Agos.nho permaneceu latente e alimentada pelas crenças da primeira-mão.

IV) Razão, Fé e Ciência

Passados os mil anos do medievo, surge o período chamado “Renascimento”. Foi uma grande ruptura no edijcio lógico-axiológico que sustentara a mentalidade medieval, assentada no geocentrismo e na visão teocêntrica, tendo a chamada “revelação” como verdade absoluta e incontestável, apesar das várias interpretações e revisões operadas pelo clero, desde o Concílio de Nicéia, em 325 d.C , quando o Império Romano se torna cristão por determinação do imperador Constantino I.

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O Renascimento, ou Renascença, surgiu na Itália, a par.r do Século XIV e se estendeu por toda a Europa até o Século XVII. O marco específico desta inflexão histórica é a revolução nas artes, com a introdução da perspec.va na representação do mundo, das coisas, das pessoas, colocando o homem como o centro do pensamento do próprio homem, inaugurando, assim, o antropocentrismo, que começara a se sobrepor ao teocentrismo dominante na era anterior. Leonardo da Vinci é um dos grandes expoentes do período Este movimento significou, basicamente, o renascimento do indivíduo como protagonista de sua existência, superando a interpretação do mundo, até então condicionada pelo olhar de terceiros, par.cularmente do clero católico.

V) A Eslé?ca do Tempo

O acontecimento emblemá.co, de curta duração, foi a invenção da prensa, por Johannes Gutenberg, em 1450, em Morúngia (Mainz), cidade do então Sacro Império Romano-Germânico, hoje Alemanha. O primeiro livro impresso foi um exemplar da Bíblia e levou cinco anos para ser concluídovi . Mas, a par.r de então, o método foi aperfeiçoado e outras publicações foram sendo difundidas por toda a Europa.

Com o tempo, aumentou a demanda por letramentovii e as pessoas passaram a ler o mundo através de seus próprios olhos o que, na média duração, permi.u o aumento do senso crí.co na sociedade, levando a uma intensa e extensa alteração na conjuntura histórica e à inevitável decadência do sistema feudal.

Entre Gutenberg e Allan Kardec, houve outros grandes acontecimentos disrup.vos: a luneta de Galileu viii , que comprovava experimentalmente a teoria heliocêntrica de Copérnico, inaugurando assim a ciência moderna; e René Descartes, que publica, em 1637, o famoso “Discurso sobre o Método”, inaugurando a filosofia moderna. Estes dois acontecimentos iniciaram a pavimentação do caminho que levaria à superação defini.va do fideísmo escolás.co: Isaac Newton publica, em 1687 sua obra angular “Princípios Matemá8cos de Filosofia Natural”(Philosophiae Naturalis Principia Mathema0ca), lançando as bases da mecânica clássica.

Assim, estavam dadas a coordenadas para as grandes transformações, de longa duração, que viriam dali em adiante.

VI) A Aliança da Ciência com a Religião e A Terceira Revelação

Apesar dos importantes avanços trazidos pela revolução cienbfica nos Séculos XVII e XVIII, a prepotência escolás.ca do monopólio da verdade é grada.vamente subs.tuída pela “arrogância do saber ” da ciência, que passa a diminuir a importância das explicações religiosas e filosóficas, na busca da verdade, expurgando-as pra.camente do meio acadêmicoix. No entanto, em 1857, vem a lume a obra angular da Doutrina Espírita: Allan Kardec publica o “Livro do Espíritos”, no qual, como o grande acadêmico que era, lança mão do novo método da ciência para “revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo material” x . Kardec nos mostra não exis.r o sobrenatural, os

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fenômenos até então incompreendidos, revelando a presença dos espíritos desencarnados entre nós, seguem leis naturais e universais, não pertencendo, portanto, ao domínio do fantás.co e do maravilhoso (ibid.), como acreditavam seus contemporâneos.

A busca profundamente equivocada pelo exclusivismo por parte, de um lado, da ciência e, de outro, da religião, revela uma visão obtusa de seus operadores que, olhando pelo viés de pontos de vistas reducionistas, passaram a repelir-se mutuamentexi Mas, Kardec, pela observação atenta e academicamente disciplinada, constatou que os fenômenos espíritas podem ser compreendidos pelas razões religiosas e, também, pelas razões cienbficas e filosóficas. Enquanto a ciência se ocupa em revelar as leis do mundo material, a religião dedica-se a revelar as do mundo moral. A filosofia permite o amálgama entre estes dois mundos, o material e o espiritual, suas naturezas, suas consequências e desdobramentos e, sobretudo, a compreensão da substância, da essência e do significado da existência do ser do ser humano – o espírito - enquanto “ser no mundo” (do dasein fenomenológico).

Finalmente, Kardec assenta, na Codificação, os cinco princípios básicos, pilares permanentes da Doutrina Espírita: Deus, com causa primeira de todas coisas, um Deus imanente e, ao mesmo, tempo transcendente; Jesus, como referência maior da moral, “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” ; a reencarnação como alicerce da jus.ça do Creador, quando coloca sob a responsabilidade de cada um a edificação de sua existência, aprendendo com os erros e acertos dos desafios que a matéria apresenta em cada existência corpórea; a comunicação entre os polissistema material e espiritual, que afirma a con.nuidade da vida depois da vida, permi.ndo a interação entre encarnados e desencarnados; e, o livre-arbítrio, como instrumento inalienável para a evolução e o progresso do espírito, na busca maior pelo autoconhecimento. Eis aqui os pilares da “ Terceira Revelação” da “Lei Divina ou Natural”, que acompanha os espíritos desde a creação.

Algumas observações finais. Na análise histórica das três revelações, depreendese claramente um padrão: o registro temporal de cada revelação não foi obra de um único narrador, mas de vários. O An.go Testamento, por exemplo, personificada em Moisés, foi registrada por quarenta escribas, segundo pesquisas, durante mais de mil e seiscentos anos. Os Evangelhos atribuídos a Jesus foram registrados por, pelo menos, quadro dos seus seguidores, Mateus, Marcos, Lucas e João, sem considerar os registros apócrifos, todos narrados muito tempo após o desencarne de Jesus. A Codificação da Doutrina Espírita, como o próprio nome diz, não foi uma teoria inventada por Kardec, mas o registro de inúmeras manifestações de espíritos, através de vários médiuns, em tempos e lugares diferentes. O que se pode depreender desta constatação?

Aqui levanto uma hipótese: foi proposital. Por um lado, se fosse obra de uma única pessoa, seria fácil combater e, até mesmo, desacreditar por completo os registros; por outro, a diversidade de interpretações, de registros e compilações, permi.u que todas as culturas daquelas épocas pudessem se expressar de acordo com os respec.vos possíveis e, assim, tornarem os textos adequados ao grau de compreensão de cada povo. Daí a necessidade de três revelações que, no meu modo de ver, induz à necessária recontextualização das diversas linguagens rela.vas a cada época da Humanidade.

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i PIRES, J. Herculano. “O Espírito e o Tempo: Introdução Antropológica ao Espiri;smo”. Edicel, São Paulo : 1979, 3ª Edição.

ii “Crear é a manifestação da Essência em forma de existência – criar é a transição de uma existência para outra existência”, portanto, “crear” refere-se à creação divina, do Creador, enquanto “criar” refere-se a qualquer criação a parHr do que já existe. ROHDEN, Humberto. “O Pensamento Filosófico da An;guidade: O Drama Milenar do Homem em Busca da Verdade Integral”, Vol. I, 4ª Edição. Ed. Alvorada, São Paulo.

iii HERZOG, Werner. “A Caverna dos Sonhos Esquecidos”. Documentário, 2011.

iv KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o EspiriHsmo”.

v Segundo relatos históricos, a Imperatriz Teodora, que trabalhara em um bordel como atriz, soube que as prosHtutas de ConstanHnopla manifestavam orgulho de ter uma imperatriz que esHvera próxima da profissão. Sabendo disso, Teodora mandou assassinar todas as prosHtutas da cidade, em torno de 500. Quando lhe explicaram os propósitos da reencarnação, ficou ensimesmada com o que fizera às suas “excolegas”. Daí a carga sobre JusHniano para abolir o dogma da reencarnação. Há controvérsias sobre estas passagens entre historiadores.

vi Até 1450, todas a obras existentes era produzidas manualmente nos Mosteiros católicos, pelos chamados monges copistas, o que condicionava a disponibilidades destes livros a pouquíssimas pessoas letradas, principalmente as ligadas ao clero

vii A educação pública surgiu em 1717, na Prússia, tornando obrigatória a escola para crianças entre cinco e doze anos.

viii Galileu, por volta de 1609, aperfeiçoou o telescópio inventado no ano anterior por Hans Lippershey, na Holanda, e passou a observar os astros, constatando que o planeta Júpiter contava com quatro luas visíveis pela luneta refratora. Com efeito, publicou suas descobertas na obra “O Mensageiro das Estrelas” (Sidereos Nuncius), em 1610. Estas descobertas custaram-lhe caras A Inquisição católica obrigou-o a “abjurar, amaldiçoar e detestar ” suas opiniões e o condenou à prisão domiciliar pelo resto de sua vida, quando faleceu, em 1642, aos 77 anos

ix A Filosofia abandona, gradaHvamente, a metamsica e se transforma em apenas um curso acadêmico, voltado à formação de bacharéis em filosofia, que dialogam hermeHcamente entre si, com quase nenhuma repercussão nas descobertas, invenções e inovações da ciência e da tecnologia.

x Kardec, op.cit.

xi Aqui convém recordar o famoso colóquio entre o grande matemáHco Pierre Simon Laplace (1749-1827) e Napoleão Bonaparte, que elogiou suas obras “Exposi;on du système du monde” e “Méchanique céleste “ , mas quesHonou não encontrar em suas explicações qualquer menção ao Creador. No que Laplace, de forma inflexível, respondeu: “Je n'avais pas besoin de ceCe hypothèse-là” (Eu não necessito desta hipótese).

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Autor: rui simon paz

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Data de criação: 08/05/2023 17:47:00

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