Em Órbita n.º 45 - Agosto de 2004

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Em Órbita

15 de Julho – Delta-2 7920-10L (D304) Aura (EOS CHEM 1) O último elemento do denominado EOS (Earth Observing System) da NASA foi colocado em órbita no dia 15 de Lançamento orbital n.º 4.336 Julho de 2004. O satélite Aura tem como principal Lançamento E.U.A. n.º 1.290 (29,751%) objectivo observar de forma detalhada a atmosfera terrestre Lançamento Vandenberg AFB n.º 571 (13,169%) e tentar compreender como é que o fumo, os aerossóis e outros poluentes são transportados na atmosfera e afectam a qualidade do ar que todos nós respiramos. O Aura irá também monitorizar as alterações no clima terrestre e procurar sinais de recuperação na camada de ozono da atmosfera após anos de ataque por parte dos clorofluorcabonetos (CFC). Na realidade o Aura representa um verdadeiro laboratório de química em órbita terrestre e é um instrumento tão potente e valioso que bastaria trabalhar por um só dia que seria capaz de reunir mais informação acerca do ar do que até aqui se haveria conseguido com qualquer instrumento anterior em órbita. O Aura (representação artística ao lado cedida pela NASA) transporta vários instrumentos a bordo sendo o mais importante o TES (Tropospheric Emission Spectrometer). Este instrumento irá estudar uma camada da atmosfera na qual a maior parte da Humanidade vive. A troposfera começa junto ao solo e tem uma espessura de 10 km até à estratosfera, onde a camada de ozono protege o planeta da radiação ultravioleta. As observações da troposfera realizadas a partir do espaço são difíceis devido à interferência das nuvens que se encontram entre o satélite e a camada mais inferior da atmosfera. Porém, o TES está concebido para observar na vertical e na horizontal ao mesmo tempo. Esta configuração será capaz de detectar a poluição do ar causada de forma natural (vulcões ou fogos florestais) ou pela acção do Homem (queima de árvores ou outra biomassa nos trópicos e biprodutos industriais na América do Norte ou na China). Por vezes a poluição é considerada como um problema local, porém devemos ser capazes de compreender como é que um foco de poluição pode viajar desde os Estados Unidos para a Europa. As poeiras dos desertos da China podem permanecer suspensas sobre o Oceano Pacífico e afectar a qualidade do ar no extremos Noroeste desse oceano, e da mesma forma o ar poluído dos fogos florestais no Canadá pode-se estender desde Nova Iorque até à capital americana. O Aura estará também atento de forma especial á camada de ozono. A camada de ozono encontra-se a ser constantemente vigiada desde os anos 70 quando as medições levadas a cabo pelos satélites começaram a indicar uma diminuição da quantidade de ozono devido à acção dos CFC originados pelo Homem. O OMI (Orbital Monitoring Instrument) irá registar as alterações na camada de ozono bem como os níveis de dióxido de nitrogénio e de outros poluentes. O OMI irá assim auxiliar os cientistas a distinguir entre o ozono construtivo e o ozono poluidor. Os instrumentos do Aura serão capazes de detectar os níveis dos gases causadores do efeito de estufa e de medir a formo como as partículas de aerossol reflectem ou absorvem a luz solar, que pode assim contribuir para alterações climáticas tais como o aquecimento global. Instrumentos a bordo do Aura O Aura transporta quatro instrumentos cujas tecnologias foram desenvolvidas para serem utilizadas a bordo de satélites de monitorização ambiental. Cada instrumento proporciona capacidades únicas e complementares que serão capazes de levar a cabo observações globais diárias da camada de ozono terrestre, da qualidade do ar e de obter dados sobre parâmetros fundamentais do clima. O quadro seguinte sumaria os parâmetros atmosféricos medidos pelos quatro instrumentos. As altitudes em que cada instrumento irá obter os seus dados está representado na escala vertical e em vários casos os dados são obtidos por vários instrumentos nas mesmas altitudes o que permite perspectivas independentes e calibração cruzada das medições. •

High Resolution Dynamics Limb Sounder (HRDLS) – este instrumento é um radiómetro que irá observar o limite superior da troposfera, estratosfera e da mesosfera para determinar a temperatura; a concentração de O3, H2O, CH4, N2O, NO2, HNO3, N2O5, CFC11, CFC12, ClONO2 e dos aerossóis; e determinar a localização das nuvens

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