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Natalia Barros

(1962)

Poeta mineira, nasceu no Ceará. É autora dos livros “Jogo de Cintura”, “Jogo de Facas” e do infantojuvenil “Bom Dia, Ana Maria” (Prêmio Jabuti), além das plaquetes “Dez Pretextos”, “Seis Poemas” e “Notas de Viagem” (dentro da Coleção Leve um Livro). Tem poemas publicados em antologias nacionais, impressas e on-line, e também em revistas e suplementos literários. Coordenou e ministrou várias oficinas de poesia desde 1984.

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O anjo combalido nada sente, nada vê Adormece o sono dos heróis Sob a bandeira da inutilidade: Nada fiz, nada sou. O verso foi escrito, reescrito, E a natureza é morta.

DA SÉRIE PAISAGENS

noite de calmaria a praça vigia nosso amor de artilharia santiago, 1984

SOBREVIVENTES Não há mais país, pátria, amigos, tudo é virtual silêncio correndo no dia ao encontro do precário, essencial sentido de seguir. Por que não parar num declive qualquer da memória? Perdi bondes, trens, caronas, agora olhando o céu tão perto das nuvens busco referências na ausência das distâncias, dos limites, das cidades, e em velocidade supersônica meu coração pode parar em um segundo, desconectar geral , em busca de uma sala de amigos, casa sem móveis, violão, cachaça, agito, joão, barreto, sônia, tião, carlinhos, tempo sem pressa. Imprescindível. Não há tristeza, desamparo, amargura. Estamos todos seguros nessa aldeia protegida, da morte vivemos, particulares, produzindo, acessando a palavra inexorável, agora plena de sentido, vigora. Nomeamos os que morreram, enlouqueceram ou apenas partiram, sem dizer adeus seguimos. Alguns lançam garrafas ao mar. Outro dia, encontrei uma mensagem criptografada. AS MULHERES POETASPoesia! NA LITERATURA BRASILEIRA 95

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