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Esmeralda Ribeiro

(1957)

Poeta, editora e tradutora, nascida em São Paulo. Publicou Joio & trigo (1982), Areal (1995), Alba (2001), Lilases (2003), Marco Polo e a Princesa Azul (2008), O mais puro amor de Abelardo e Heloísa (2009), Futebol e mais nada: Um time de poemas (2010), Odysseus & O livro de Pandora (2012), Breve anunciação (2013), As liras de Marília (2013), Capitu (2014), Folias e Horizontes (2014), Lições de sábado (2015), Intemperanças (2016), Minha mão contém palavras que não escrevo e Pandora (2017), Lições de sábado 2 e O amor é um tempo selvagem (2018). Traduziu Shakespeare. É membro da Academia Brasileira de Poesia (Petrópolis) e do PEN Clube do Brasil (RJ). Fundou a Ibis Libris em 2000.

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NOMEAÇÃO Tudo tem seu nome, o inominado, o terrível semblante de Deus, a letra esbelta, a fome, a falta de vogais a devorar o nome ancestral. Sou, és. Assim está bem. Recomecemos.

VOLTO-ME E OLHO-ME NOVAMENTE AO ESPELHO Recomponho o cabelo com as mãos e apago as marcas do rosto. Eu fui o que fui, porque quis, mas não preciso carregá-lo comigo. Esquece.

MADRAS

Para Selmo Vasconcellos Abriste o tempo em gomos, fruta inteira dada aos pedaços, para cada parte, um gosto, visível e táctil favo, com que prendes os dedos. Este o tempo degustado, essa fonte maior que a vida, sabor de tudo, num naco.

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