Revista Educação Infantil DRE Campo Limpo

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detinham larga experiência e exímia competência. Paralelamente, participamos da formação, que perdura até hoje, promovida pela equipe de DOT- Educação Infantil, da Secretaria Municipal de Educação, assessorada pela equipe da Profª Zilma de Moraes Ramos de Oliveira, subsidiando-nos para uma atuação mais eficaz nas Diretorias. Mesmo assim, o trabalho era bastante difícil. Por outro lado, compreendo que não poderia ser de outra forma, afinal, as gestões de governo duram quatro anos e os Programas precisam ser implementados neste período, alcançando os formadores e seu público alvo, ao mesmo tempo. Na prática, esse tempo é ínfimo para colhermos resultados quando se trata de educação, onde as mudanças são morosas e, muitas vezes, quase imperceptíveis. Fato é também que esta gestão se reelegeu, perfazendo um período de oito anos, o que favoreceu a sistematização de alguns princípios defendidos na formação, e outros ainda necessitando ter seu alcance expandido por meio de instrumentos eficazes de acompanhamento do trabalho realizado em todas as unidades. Aliás, esse é o “nó górdio” da formação: realizamos a mesma e não disponibilizamos de meios para acompanhar de modo consistente as repercussões nas práticas com as crianças. Emergem alguns indicadores na formação, mas acompanhar in loco seria o mais indicado. O que é muito difícil, pois para isso a equipe de formação deveria ser bem maior, ou estruturada de uma outra maneira. Do Coordenador Pedagógico Deparamo-nos ainda com outro paradoxo: o conteúdo proposto na formação investe contundentemente no papel do coordenador pedagógico como formador de professores, priorizando esta ação em detrimento de uma infinidade de tarefas que o desviam desse foco o tempo todo. Trata-se de um paradoxo, pois ao mesmo tempo em que esse papel é exigido dele, a realidade das unidades educacionais requer que assuma algumas tarefas mais condizentes com o papel de um Inspetor de Alunos ou Secretário de Escola (ATE). Além disso, divide tarefas com o diretor, especialmente nos Centros de Educação Infantil (CEI), onde a gestão da escola conta apenas com os dois profissionais. Seria negligente não citar isso aqui, pois é um obstáculo considerável ao que propomos na formação. Alem disso, há demandas cotidianas que, tanto no CEI, quanto na EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil), afastam o coordenador de suas atribuições, prejudicando a implementação do Programa. Mas isso não impede que esses “bravos” profissionais promovam às crianças matriculadas em suas unidades, a vivência de experiências nas diferentes linguagens e saberes presentes em nossa sociedade. Já há muita produção documentada explicitando isso, o que vem crescendo anualmente. Da dupla gestora A dupla gestora – diretor e coordenador pedagógico – é outro investimento promovido pelo programa. Talvez, a ação mais desafiadora, pois investir na formação conjunta de profissionais com atuações tão próximas e tão distantes não é tarefa fácil. São próximas, no sentido em que ambas atuam em prol de um trabalho que alcance as crianças, em diversidade e qualidade, distantes, pois se fecham em suas demandas diretas – diretor no burocrático e coordenador no pedagógico – afastando-se da prioridade de funcionamento da escola. Para a dupla, se disponibilizar a participar da formação, frequentar assiduamente, realizar as tarefas, analisar resultados, produzir materiais requer um esforço hercúleo deles e do


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