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4.1 MARQUISE
4.1 MARQUISE
Partindo do pressuposto que o desenho original da borda da marquise não oferece margem dimensional suficiente para que o arremate de novos sistemas de impermeabilização possa ser executado, foi pensado um novo sistema em que este se dá através de chapas metálicas dobradas. As duas principais vantagens desta solução são de reduzir a altura total da borda e de afastar horizontalmente em relação à face vertical o limite efetivo do arremate. A Figura 41 ilustra o desenho proposto aplicado a dois sistemas distintos de impermeabilização – o primeiro, um sistema dependente de uma camada de polietileno da marca Alwitra Evalon, e o segundo, em manta asfáltica, é o mesmo aplicado no restauro mais recente.
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Figura 41 Propostas de arremate da impermeabilização da marquise. Fonte: autor.
Mesmo no segundo caso, em que maior espessura é necessária para proteger a estrutura de infiltrações, ao manter 15 centímetros para a altura da contenção das águas pluviais, obtém-se uma diminuição de 30% na altura total. No entanto, o que tem maior impacto na leitura do bem é seu destacamento da face vertical, agora vista como coisa única. A borda atual pode ser vista a partir de um distanciamento de apenas 2,20 metros da projeção da laje, e sua face contínua indica ser este arremate enviesado algo parte do desenho arquitetônico original. Com o sistema proposto, no caso de impermeabilização com manta, o arremate seria visível a partir de aproximadamente 5 metros de distância, enquanto com Alwitra este número cresce para 8 metros (em se considerando o ponto de menor altura da grande cobertura - Figura 42).

Figura 42 Distâncias de vista da borda da marquise. Fonte: autor
Retomando a discussões dos blocos de sanitários, em análise dos desenhos do restauro de 2009 nota-se na planta que detalha o piso de concreto da marquise a intenção de demolição de ambos os blocos. Enquanto um deveria ser suprimido por completo, naquele próximo ao MAM-SP subsistiria a cabine de força, isolada após a demolição dos sanitários, indicando uma preocupação projetual estritamente técnica em detrimento das características arquitetônicas valoradas – afinal, não seria altamente dispendioso encaminhar a fiação em calha subterrânea a fim de posicionar o equipamento em local mais adequado. Não obstante, tais demolições não ocorreram, sendo aqui apresentado uma opção para tais blocos, caso os atuais não sejam eliminados em sua totalidade.
Os volumes em paralelepípedo medem em planta 24 por 10 metros, atingindo uma altura de aproximadamente 3,50 metros, acomodando 12 conjuntos de bacia e lavatório (seis para cada sexo). A proposta apresentada contempla 16 unidades, inclusos os dois sanitários para pessoas com mobilidade reduzida, sendo que sua projeção máxima em planta limita-se a 14,80 por 5,40 metros. Com suas extremidades configuradas por semicírculos, a presença visual do volume seria significativamente menor, ainda mais se levado em consideração a altura de 2,40 metros, que garante a privacidade enquanto o dissocia completamente da marquise (Figura 43). Sugere-se que este seja pintado de verde, e a instalação de grandes panos de vidro serigrafado adicionariam uma qualidade desmaterializante ao fechamento, camuflando-o no verde do parque circundante.
Quantitativamente, a ocupação em área seria equivalente a 32% do que existe atualmente, enquanto em volume a razão cai para 21%, representeando 1/5 da presença visual atual.

Figura 43 Planta proposta para os sanitários da marquise, em comparação com ocupação atual. Fonte: autor.