Construtores de Arcas

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Pr. Paulo Miguel

Construtores de Arcas Porta da editora Vida



Uma publicação da Editora Porta da Vida 1ª Edição / 2012 Revisão: Capa e diagramação: Rodrigo Freitas de Araújo



Pr. Paulo Miguel

Construtores de Arcas

Porta da editora Vida



Apresentação “Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos e a calafetarás com betume por dentro e por fora.” Gênesis 6: 14 (Versão Revista e Atualizada)

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ste livro procura apresentar de forma simples e clara, a história do famoso personagem bíblico do Antigo Testamento chamado Noé. Discorreremos sobre

seu modo de vida, sua disposição em servir seu Deus com excelência, sua

missão de construir uma magnífica arca, e seu altruísmo pela sua geração. Não resta dúvida alguma, que ao olharmos com visão apurada para a vida deste homem, iremos esquecer-nos de suas faltas, pois todo aquele que reconhece que é humano as tem! A intenção é aprender com suas qualidades, pois através destas, ficou conhecido na história da humanidade como o homem que construiu a arca. . “E nós, como seremos lembrados pela geração futura?” Boa leitura!



Introdução “Porque estou para derramar águas em dilúvio sobre a terra para consumir toda a carne em que há fôlego de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra perecerá. Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos.“ Gênesis 6:17-18 (R.A.)

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uando se usa a principal regra da hermenêutica bíblica que é: procurar

entender quais eram as condições da história relatada, em que cultura o

personagem vivia, etc., até nos parece que esta proposta de Deus para Noé

era uma insensatez. Pois segundo o autor sagrado aquela geração não fazia a menor idéia do que seria um dilúvio, tampouco o próprio Noé. Parecia uma proposta absurda construir uma enorme embarcação, onde nem ao menos havia um rio para navegar. Diz-nos o autor da carta aos Hebreus, que pela fé, Noé divinamente instruído

acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, construiu uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem pela fé. O segredo está diante de nossos olhos, instruído de acontecimentos futuros, Noé apossou-se daquela maravilhosa oportunidade de fazer história. A terra seria devastada pelo dilúvio. Porém, a oportunidade estava aberta: construir uma arca, isto mesmo! É sobre este tema que queremos tratar. As oportunidades que nosso Deus nos dá! Às vezes elas surgem no meio de tormentas, de decepções, de tristezas, de choro e de desânimo. Mas olhe com cuidado, veja a oportunidade, segure-a, não a deixe escapar! Enfim, vamos construir nossa arca?!



Capítulo 1 Como somos reconhecidos no céu? “Eis a história de Noé: Noé era um homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos e Noé andava com Deus.“ Gênesis 6:9 (Bíblia Vida Nova R.A.)

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uando se olha atentamente para este texto, percebemos que a prática de vida

de Noé tinha reflexos no céu. É comum no dia a dia, nos muitos afazeres de

todos nós, pensarmos que estamos passando despercebidos por todos. Mas

neste caso, vemos algo mais sério, pois Noé além de ser observado pelos da sua

geração, o que acontece com todos nós, era visto também do céu. O relato do escritor sagrado começa dizendo da história de Noé. Quando se fala de história é claro que não se pensa somente em algum acontecimento extraordinário, mas sim, de toda a vida deste homem até o presente momento. Todos nós temos uma história a ser contada, o que aconteceu no passado, o que acontece no presente e o que poderá acontecer no futuro. Podemos estar vivendo no presente reflexos de práticas do passado, que podem ser coisas boas como aconteceu com nosso personagem. Todavia, pode ser que alguém esteja vivendo momentos não tão bons, por práticas do passado. Esta é a famosa lei da semeadura que a Bíblia nos ensina: tudo o que se planta colhe! E quando falamos do presente, deste momento, meu momento, e seu momento, entendemos que o presente nos dá a oportunidade de definirmos nosso


futuro, pois todos nós sonhamos com um futuro bom. Deus também pensa assim! Desta forma, Deus agora nos convida a repensarmos nossa postura. Diz o texto que Noé era homem justo diante de Deus. Justo, conforme o pequeno dicionário Brasileiro da língua portuguesa é: “Conforme a justiça, imparcial, reto, apertado”. (Pag. 710.) Noé era um homem que praticava a justiça, assim que ele era visto no céu. Diz R. N. Champlin em sua obra, que a palavra portuguesa “Justiça”, vem do latim, “jus”, “Direito”, “Lei”. A justiça consiste na preocupação exata e escrupulosa pelos direitos alheios e pelo relacionamento do indivíduo com o Juiz Supremo, Deus. A justiça requer atos de retidão e não meras palavras, ou aceitação de certos ideais. O homem justo age corretamente, de forma altruísta. De acordo com a teologia cristã, ninguém pode ser justo por si mesmo, a justiça é um dos atributos comunicáveis de Deus, sendo investida no homem através de Cristo por meio da conversão, da santificação e do continuo ministério do Espírito Santo. (Antigo Testamento interpretado versículo por versículo, livro 6, pag. 4.602.) A justiça é um produto das operações do Espírito de Deus, cultivadas em nosso ser. Dessa forma, os atributos da justiça, que pertencem a Deus, são reproduzidos nos crentes. A justiça, bem como os demais valores éticos, são travados ou mesmo anulados pela rebeldia e carnalidade dos homens. Assim como o Espírito de Deus transmite sua bondade aos homens, o espírito do mal pode transmitir sua maldade para os que praticam a injustiça. Por fim, Noé era visto no céu como um homem que praticava a justiça, eis aí o primeiro diferencial na vida deste homem. Também ressalta o texto que Noé era homem íntegro. Os “Biblistas” nos ensinam que uma pessoa integra é uma pessoa correta, completa. Afirmam ainda que não adianta ser pessoa correta até certo ponto, desvirtuando-se no caminho, ou corrompendo-se. Comparam a vida como uma melodia que necessita ser tocada do começo ao fim, sem erros ou desafinações. Desta forma procede o homem íntegro. As circunstâncias não devem mudar o homem, mas o homem deve mudar as circunstâncias, permanecendo-se íntegro.


As escrituras sagradas também fazem menção da vida de certo homem chamado Jó. “Na terra de Uz morava um homem chamado Jó. Ele era bom e honesto, temia a Deus e procurava não fazer nada que fosse errado.” Jó 1:1, (Bíblia na linguagem de hoje.) O texto diz que o próprio Deus quando falava com satanás, testificou de Jó dizendo: “Você notou o meu servo Jó? “Deus pergunta: “Você viu o procedimento do meu servo? Sua conduta?” Deus prossegue em sua fala: “No mundo inteiro não há ninguém tão bom e honesto como ele. Ele me teme e procura não fazer nada que seja errado.” Percebemos claramente que as ações de Jó chegavam ao céu como aroma suave; parece-nos que Deus sente orgulho de testificar daquele bom servo, pois Ele usa a expressão “meu servo”. Só estaremos enquadrados no perfil de servos de Deus quando estivermos dispostos a honrá-lo com nossos atos! Por fim, nos falam às escrituras que nosso personagem andava com Deus. Andar com Deus é mais difícil do que nos parece. Em primeiro lugar, andar com Deus é submeter-se a Ele em tudo, é reconhecer que somos servos e Ele é Senhor. Ao servo cabe obedecer sem peso algum, com alegria. Ao senhor cabe ordenar, dirigir, cuidar, proteger, etc. Os papéis aqui jamais poderão ser invertidos, não esqueça querido leitor que o homem é servo, Deus é Senhor! Andar com Deus fala de estar de acordo com aquele que fez o caminho; fala de não questionar o porquê de algumas curvas? Porque descer se eu esperava subir? Porque existem tantas pedras machucando meus pés? Porque caminhar debaixo de sol quente ou no frio da noite? Enfim, porque não usar aquele atalho? Por tudo isto diz o profeta Amós: “Por acaso duas pessoas viajam juntas, sem terem combinando antes?” Ao concluirmos esse capítulo aprendemos que Noé era conhecido no céu como um homem que fez uma opção de vida, opção de não se deixar moldar conforme as regras do sistema, mas sim, de viver uma vida reta aos olhos de Deus, opção esta, que o levou a ser conhecido nas páginas das sagradas escrituras com o codinome de “O justo Noé”



Capítulo 2 Como somos conhecidos na Terra? “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicava sobre a Terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. Então, arrependeu-se o Senhor de ter feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.’’ Gênesis 6:5-6 (Bíblia Scofield A.C.R.F.)

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os olhos de Deus o mundo está mergulhado num verdadeiro caos, tanto espiritual quanto social, pois o que temos visto são homens que andam segundo a vontade de seu próprio coração, não se importando com Deus, tampouco com seu

semelhante. Parece que a lei que rege nossa era, é a lei do mais forte, do mais esperto, daquele

que deseja crescer a qualquer custo, mesmo que para isto precise passar por cima de seu companheiro, ou de quem estiver na sua frente . A frase “amor ao próximo” já não surte mais efeito em nossa vida, pois a mensagem que o sistema prega é completamente diferente, ela diz: “ame a si mesmo e só a si mesmo, se você está bem, então vai tudo bem! Não importa como Deus te vê tampouco como os outros te vêem.” O texto diz que Deus viu que a maldade do homem se multiplicava a cada dia. Mas, quem se importa com isto? Alguns dizem: “Eu gosto de viver assim, sou dono do meu nariz e ninguém tem nada com isto!” (jargão popular). Deus continua dizendo que os pensamentos dos seus corações eram só de maldade. O que Deus dizia era que o mal estava tendo domínio completo sobre seus corações; que eles já não eram regidos pela lei do amor a Deus e a seu próximo, mas que o mal havia dominado suas vidas e agora os


os conduzia ditando suas regras de injustiça. As práticas daqueles homens (pecado, maldade e rebeldia) estavam chegando à presença do criador. A humanidade estava em estado de putrefação espiritual, e este odor chegava às narinas do Todo Poderoso causando-lhe náuseas, ou seja, Deus sentia enjôo das práticas de sua criatura, o homem havia se desvirtuado e agora, encontrava-se em situação decadente. Diante disto era preciso haver uma intervenção imediata do criador para que sua obra mais excelente não se perdesse. “As escrituras dizem que Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos.” Gênesis 6:9 (Bíblia das Profecias R.A.) Entendemos aqui que Noé não se deixa contaminar por aquela geração tão perversa que estava à sua volta, mas sim, que ele apesar de estar vivendo em um sistema corrupto, não praticava a corrupção, ou seja, este homem era um grande diferencial no meio de sua geração. Não restam dúvidas que este homem também teve bastante oportunidades para viver uma vida dissoluta e desregrada, mas, ele fez uma opção de vida: viver com Deus! O escritor Sagrado escreveu: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreiese o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas.” Eclesiastes 11: 9. (Bíblia das Profecias R.A.) O texto diz claramente que o homem criado por Deus como ser pensante, único e dotado de poder de escolha, tem total liberdade para uma opção de vida, ou seja, existem aqueles que fizeram uma opção de viver uma vida reta, tanto aos olhos de Deus como também diante de seus semelhantes, e estes serão lembrados como justos! Por outro lado existem aqueles que escolhem outro tipo de conduta. (Isto é classificado como livre arbítrio). Alguns passarão sua vida praticando a bondade e serão lembrados por isto, outros passarão sua vida praticando a maldade e também serão lembrados por isto. Nos tempos de Noé era assim: Viviam sem se importar com os outros, o que valia era o bem estar próprio. Uns escolheram passar sua vida enganando, tirando vantagem, ficando com aquilo que não era seu, traindo, mentindo, machucando, ofendendo, etc., porém Noé tinha uma opção de vida diferente: Fazer o bem! É como se o texto dissesse: “Faças uma


opção de vida, mas, também arque com as conseqüências”, pois, está escrito: Deus te pedirás contas! Esta escolha da qual estamos falando, está diretamente ligada à moral, ao caráter. Quem estuda esta área diz que caráter é o termo que designa o aspecto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir de cada indivíduo, esta qualidade é inerente somente a uma pessoa, pois é o conjunto dos traços particulares, o modo de ser desta, sua índole, sua natureza e temperamento. O conjunto das qualidades, boas ou más, de um indivíduo lhe determinam a conduta e a concepção moral, seu gênio, humor e temperamento. Este sendo resultado de progressiva constitucional do sujeito às condições ambientais, familiares, pedagógicas, sociais e religiosas. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)

Pensamento ‘Reputação é o que você faz quando todos olham. Caráter é o que você faz quando ninguém está olhando’’(Autor: Parke Kalhenberg) Como somos vistos por nossa geração? Esta é a pergunta. Depois de terminado nosso tempo aqui nesta terra, como seremos lembrados por aqueles que vão nos suceder? O que pensam, o que falam da nossa vida é importante pra nós? Tudo isto é decidido no nosso presente, ou seja, hoje! Também só pode ser decidido em vida! O historiador Flávio Josefo em sua famosa obra “A História dos Hebreus” conta fatos da vida de Herodes, o Grande. Este homem é conhecido na história como o homem mais sanguinário de todo a sua geração. Pois, em busca desenfreada pelo poder, e depois para mantê-lo, este rei mandou matar a mulher que amava e também alguns de seus filhos. Foi ele quem mandou matar todas as crianças, quando soube do nascimento de Jesus.Herodes passou sua vida colecionando inimigos, devido a atos cruéis que praticara durante a vida. Diz-nos a história que ao pressentir que sua hora de morrer estava próxima, pois uma terrível enfermidade tomara conta de seu corpo causando-lhe dores terríveis e insuportáveis, ele manda vir para a região de Jericó, sob pena de morte aos que faltassem, todos os Judeus mais ilustres. Ao chegarem, os fez encerrar no hipódromo, sem perguntar se eram culpados ou inocentes.


Eis o plano deste insano Rei; Herodes sabia que sua morte seria um alívio para todo o povo, o reino aguardava o fim da vida daquele homem com muita ansiedade, ao contrário do que se vê nos funerais: lamentos, choros, saudades; ele sabia que o povo iria celebrar, pois agora estariam livres de sua tirania. Como se não bastasse toda atrocidade que cometera em vida, o Rei dá uma última ordem à sua irmã dizendo: (Quando eu der meu último suspiro, dizei aos soldados que invadam o hipódromo e matem a todos, pois quero que haja grande luto em todo o reino, e não festa.) Herodes, o Grande, é lembrado na história como um homem sem misericórdia, como um carrasco, como alguém que pensava somente em si próprio! Ele passou sua vida odiando e sendo odiado. Diz também o texto sagrado do Rei Jeorão: “Era ele da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar e reinou oito anos em Jerusalém. E se foi sem deixar de si saudades; sepultaram-no na cidade de Davi, Porém não nos sepulcros dos Reis.” (II Crônicas 21: 20 R.A.) Imaginem, alguém que passa por esta terra, e suas ações e práticas, são tão terríveis, que ao morrer causa alívio aos que ficam! Pessoas de caráter tão deformado, que no seu funeral não se fala abertamente em respeito à família, mas se pensa: (O mundo está melhor sem ele.) Como as pessoas nos vêem? Será que deixaremos saudades ao deixar este mundo? O Rei Jeorão morreu sem filhos, sem mulher e sem amigos. Sua história foi apagada. 09

A história diz que Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos. Noé andava com Deus, este homem escolheu andar com Deus porque era diferente. Diferente no ser, no viver, no proceder, diferente de sua geração, que havia escolhido andar segundo seus corações.

Pensamento ‘Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo do seu caráter’’(famoso discurso de Martin Luther King Jr na marcha para Washington, 1963)


Bem queridos leitores, acredito que nestes dois capítulos, concluímos a base para nossa construção. Todo grande projeto necessita de um alicerce forte, pois ninguém quer correr risco de ver todo seu trabalho vir ao chão por não ter preparado a fundação de acordo com o tamanho da construção. Estamos falando de uma grande construção que requer trabalho árduo em sua fundação. Existem pessoas que acreditam que gastar tempo em alicerces é perder tempo, mas é claro que esse não é nosso caso. Aprendemos juntos que a base da construção da Arca de Noé era sua moral, sua conduta de vida, sua justiça e seu proceder, tanto diante de Deus, como aos olhos de seus conterrâneos. Noé foi chamado para construir a arca não porque era rico, acadêmico ou qualificado, não! Foi chamado porque era homem de caráter! Todo aquele que tem um grande projeto, precisa saber que este deve estar alicerçado acima de tudo em Deus, mas também no seu caráter, na sua índole. A partir de agora já podemos começar a trabalhar em nossa arca.


Capítulo 3 Noé, o homem chamado para construir a arca! “Pegue madeira boa e construa para você uma grande barca. Faça divisões nela e tape todos os buracos com piche, por dentro e por fora’’ Gênesis 6:14 (Bíblia N.T.L.H.)

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oncordamos nos capítulos anteriores que a escolha deu-se por Noé devido a sua integridade diante de Deus e do povo. Mas, diante destas coisas podemos questionar perguntando à historia: Se existissem mais pessoas com a índole de

Noé em seu tempo, como se daria esta escolha? Qual o método que Deus usa em seu

processo de escolha? Como funciona sua seleção? Será que Deus tem filhos preferidos? Somos diferentes aos seus olhos? Quando se lê a história de Caim e Abel de forma grosseira, realmente poderemos interpretar o texto errôneamente entendendo aquilo que o autor jamais quis dizer, porque é muito comum ouvir pessoas dizendo que Deus aceitou o sacrificio de Abel e rejeitou o de Caim. Mas o capítulo 4, versículo 6, de Gênesis é muito claro: “Então o eterno disse: Porque você está com raiva? Porque anda carrancudo? Se você tivesse feito o que é certo, estaria sorrindo; mas você agiu mal, e por isso o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você precisa vencê-lo.” Gênesis 4:6 (Nova Tradução na Linguagem de Hoje.) Aqui se entende claramente que Deus não havia feito opção por sacrifício, tampouco por Abel ao invés de Caim, mas que a procedência daquele que oferecia o sacrifício definiu a aceitação ou não. Pois bem, diante disto podemos afirmar que Deus


não tem filhos preferidos. I Coríntios 12:13 diz: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. Na verdade, Noé foi desafiado por Deus para trabalhar num grande projeto, um projeto de vida, pois Deus disse: “Faça uma arca para ti!” Veja bem que não era Deus que precisava da arca e sim Noé! Da mesma forma estamos sendo desafiados por Deus para trabalhar na construção de nossa arca. Ficamos pensando no estado de espanto que este homem ficou ao ouvir de seu Deus que ele deveria construir uma embarcação com tais dimensões para aquela época. Talvez tenham passado pensamentos por sua cabeça dizendo: “Mas, isto é impossível”; “não se pode fazer uma embarcação deste tamanho”; “eu não posso fazer”; “não sou a pessoa certa”; “talvez outro consiga, eu não!” O medo diante de grandes desafios é natural, isto faz parte de nossa natureza. O mais importe aqui é saber que Deus havia escolhido Noé para realizar aquele projeto e dizia: “Noé, você pode sim!” Será que este mesmo Deus não pode estar falando agora conosco dizendo: “Hei! vocês podem sim!” Não podíamos deixar de mencionar o ilustre Moisés. Sendo ele Judeu, por um plano divino, foi criado como um egípcio, instruído em toda a ciência do Egito. Moisés, aproximadamente com quarentas anos de idade, descobre sua verdadeira identidade e diante disso precisa fugir para o deserto. Passam-se mais quarenta anos e um belo dia ele é desafiado por Deus para iniciar um grande projeto, podemos dizer aqui, construir sua arca. Está escrito: “Vem agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito. Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel? Êxodo 3: 10-11 (R.A.) Diante desta proposta, percebe-se o espanto deste homem, pois ele não se achava à altura de realizar um projeto desta magnitude. Isto às vezes acontece conosco também, pois quando somos desafiados para tamanha obra dizemos: Quem sou eu? Este negócio não é pra mim! Não tenho qualificações para isto! Melhor chamar outro. Começamos a argumentar com Deus, como se Ele não nos conhecesse. Queridos


Tu, pois, lhe falarás e lhe porás na boca as palavras; eu serei com a tua boca e com a dele e vos ensinarei o que deveis fazer. Ele falará por ti ao povo; ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus. Êxodo 4:15-16 (R.A.). O autor Márcio Camargo diz em sua obra: Imaginem como foi difícil para Noé cumprir sua missão ao receber seu chamado. O Senhor, lá do céu, disse para Noé que ele deveria construir uma arca de madeira, pois o mundo sofreria um grande dilúvio. Deus orienta Noé em relação aos detalhes de seu trabalho, o tipo de madeira, as dimensões da arca, enfim, todas as instruções necessárias para o trabalho. (A Arca de Noé Repensando a liderança, pág.19) Neste momento da história podemos dizer que Deus propôs uma parceria a seu servo Noé. Trabalho em conjunto; a Deus caberia instruir e orientar, e a Noé obedecer e trabalhar. Estamos falando aqui de muito trabalho e dedicação, pois aquele projeto requereria de Noé, tempo, dedicação, empenho, coragem e dinheiro. A história da humanidade tem sido escrita dia a dia desta forma: Homens e mulheres comuns, de carne e osso, como você e eu, que um dia aceitaram um desafio, este de viver num mundo como o nosso. Mundo de diferenças sociais, de maldades, de confusões, de intolerâncias, mundo violento. Mas ao serem desafiadas para executarem projetos, doaram-se aos outros, mergulharam de cabeça, sonhando um sonho que poucos sonham, e através de suas vidas, cursos da história foram mudados, vidas foram salvas e o bem venceu o mal! Enfim, afirmamos que o mundo ficou melhor através de seus trabalhos e de suas vidas! Sou grato a Deus porque Noé existiu, porque ele aceitou o desafio e hoje desfrutamos de seu árduo trabalho. Diante disto, permita que pessoas venham desfrutar também de seu projeto no futuro.



Capítulo 4 A arca de Noé tinha começo! “Pegue madeira boa e construa para você uma grande barca. Faça divisões nela e tape todos os buracos com piche, por dentro e por fora. As medidas serão as seguintes: cento e trinta e três metros de comprimento por vinte e dois de largura por treze de altura. Faça uma coberta para a barca e deixe um espaço de meio metro entre os lados e a coberta. Construa três andares na barca e ponha uma porta num dos lados’’ Gênesis 6:14-16 (Bíblia N.T.L.H.)

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epois de recebida a visão e instruções quanto à construção da arca, agora era a hora de começar a trabalhar. De posse do projeto e com o auxílio permanente de Deus, Noé era convocado a fazer sua parte nesta sociedade. O projeto precisaria

sair do papel ou da cabeça, e começar a ganhar formas! Chamamos isto de início ou

começo. Ficamos pensando na reação das pessoas ao ouvir o sonhador Noé dizendo: Deus me mandou construir uma embarcação de cento e trinta e três metros de comprimento! Todas as coordenadas já estão comigo, inclusive o tipo de madeira que devo usar! Não nos parece loucura? Quando contamos nossos objetivos para pessoas erradas é comum ouvir este tipo de exclamação: Isto é loucura! Não vai dar certo! Já vi esta cena e sei o final! Porém, nosso personagem já tinha ouvido seu Deus falar e agora não precisava de argumentos desanimadores de pessoas incrédulas. O salmista diz que guardou a palavra de Deus dentro de seu coração, para não pecar. O grande problema, é que às vezes valorizamos muito a palavra de homens. Não quero dizer com isto que se deve desprezar as boas palavras de verdadeiros amigos, mas, que a palavra de Deus está acima de tudo. Noé era convicto disto!


Ao olharmos agora para as entrelinhas do texto sagrado, podemos ver nosso destemido irmão com várias ferramentas artesanais em suas mãos, prontas para iniciar seu projeto. O que ele tinha em comparação com o que temos nos dias atuais, era muito pouco ou quase nada. Vamos pensar e imaginar como era há milhares de anos atrás, um machado, uma serra, um martelo, um prego etc. Pois bem, foi com estas ferramentas artesanais que ele construiu aquela enorme embarcação. O que temos em mãos para começar é muito pouco? É quase nada? Deus quer usar aquilo que você tem à disposição. Talvez se fossemos nós os escolhidos para libertar o povo do Egito, pediríamos armamentos de guerra, não é mesmo? Mas, Deus escolheu Moisés e disse: “Vai com um cajado de pastor e serei contigo.” Da mesma maneira, Ele está falando conosco dizendo: “Vai com aquilo que você tem nas mãos e Eu serei contigo!” O tão esperado dia chega, o sol está para nascer e o dia será longo. Noé acorda animado, coloca um machado artesanal no ombro e diz: vou para a floresta cortar um tronco para fazer tábuas, pois preciso fazer minha arca! Percebemos claramente que ele sabia da sua responsabilidade. Nesta aliança com o Todo Poderoso a construção da arca cabia a Noé. Noé sabia que ele não deveria orar pedindo que Deus enviasse alguns Anjos arquitetos, carpinteiros ou marceneiros para começar o trabalho. Pois Deus jamais fará aquilo que podemos fazer, e sim, fará o impossível, aquelas coisas que estão além de nossos limites. O Deus de Noé conhecia os limites de seu servo. Ele jamais pediria algo impossível de ser feito. Portanto, quando Ele disse: “faça uma arca”, é porque sabia que seu servo era capaz para aquela tarefa. Ao olharmos para nosso personagem cortando seu primeiro tronco, abrindo-o para fazer tábuas e iniciando sua construção, ficamos maravilhados. Pois este é o ponto de partida de um grande projeto. Podemos chamar isto de coragem! Coragem para iniciar, para começar. Todos os magníficos edifícios que conhecemos, começaram praticamente a partir do nada em comparação ao que são hoje, como por exemplo, com uma pequena estaca de marcação, uma broca de sondagem do terreno, um operário solitário, etc. Certa vez, fui convidado para participar da inauguração da sede de uma transportadora; fui convidado como Pastor para abençoar aquele local, seus funcionários e suas atividades. Porém naquele dia aprendi muito! Num dado momento da festa nosso anfitrião, um senhor de meia idade começou a falar relembrando de coisas que haviam acontecido há anos atrás; muito emocionado e com a voz embargada, sua fala foi nestes termos: Estou feliz neste dia, pois é dia de vitória! Lembro-me que há vários anos atrás;


Lembro-me que ao pegar entregas nas transportadoras, nos era dado o dinheiro do combustível e pedágio, mas às vezes não tínhamos nenhum dinheiro a mais, sequer para o almoço. Não foi uma tampouco duas vezes, que isto aconteceu! Quando estávamos em lugares onde havia a possibilidade de desvio dos pedágios por estradas alternativas, o fazíamos e assim naqueles dias conseguíamos almoçar comprando uma marmitex com o dinheiro que não foi usado no pedágio; algumas vezes só podíamos comprar uma marmitex e ela tinha que ser dividida entre meu irmão e eu. Ele ainda completou: A vida não foi fácil, mas nós vencemos, dirigindo-se neste momento, a seus irmãos e pai. Estávamos emocionados ao ouvir as palavras de nosso amigo e sua história. Aquele lugar tornou-se na verdade uma sala de aula para mim! Olhei para o galpão com as dependências da transportadora e tudo era muito bonito e amplo, porém a lição ainda não tinha acabado! Percebi que não havia nenhum caminhão no pátio. De repente, ouvi a voz de nosso amigo dizendo: Abra o portão para que os caminhões de nossa transportadora entrem; o porteiro, então abriu o portão e os caminhões pequenos seguidos dos grandes, depois carretas começaram a entrar, e eu, comecei a contar: “um, dois, dez, quinze, vinte, trinta, quarenta caminhões”, seus motoristas, ajudantes e pessoas do escritório no geral; chorei e disse: Deus me ensinou hoje! Pois estou olhando para um homem que começou com um caminhão velho, comendo marmitex com o dinheiro do pedágio e hoje estamos olhando para um belo prédio próprio, para dezenas de caminhões e funcionários, e para um homem de coração agradecido a Deus, que acreditou naquilo que muitos não acreditaram; acreditou num projeto, começando com quase nada e fazendo história. O primeiro tronco que Noé cortou; as primeiras tábuas confeccionadas na vida de meu amigo eram seu caminhão velho, sua disposição, sua coragem e seu esforço, pois no seu coração ele não via um caminhão velho, tampouco uma marmitex a repartir para dois, mas sim, uma forte empresa no futuro. Também da mesma forma, nosso irmão Noé não via um tronco, umas poucas tábuas, ele via uma grande e bela arca no futuro. O que estamos vendo neste inicio de projeto? Só algumas tábuas? Um caminhão velho? Ou uma marmitex para ser dividida? Ou será que estamos olhando para nossa arca pronta, mesmo sem ela ainda não existir, olhando para nosso sonho realizado, para nosso projeto acabado? Enfim, vamos começar e um dia o trabalho estará completo!15 Neste dia iremos olhar para o passado percebendo que as dificuldades só ficaram em nossa memória, e descobriremos que todos que alcançaram posições nesta vida, tiveram que vencer. Diante disto acreditamos que um dia reconheceremos que valeu a pena lutar por um objetivo, um sonho, uma realização, Valeu a pena viver!



Capítulo 5 A arca de Noé tinha meio! “Pegue madeira boa e construa para você uma grande barca. Faça divisões nela e tape todos os buracos com piche, por dentro e por fora. As medidas serão as seguintes: cento e trinta e três metros de comprimento por vinte e dois de largura por treze de altura. Faça uma coberta para a barca e deixe um espaço de meio metro entre os lados e a coberta. Construa três andares na barca e ponha uma porta num dos lados’’ Gênesis 6:14-16 (Bíblia N.T.L.H.)

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ste estágio, entre começo e fim do projeto, talvez seja o mais difícil. É neste momento que há muitas desistências, pois com a saída do projeto do papel, as euforias do começo já passadas, agora muitas dificuldades surgem, e é neste

exato momento que muitos fazem a opção de parar, desistindo do projeto. Não são poucas as pessoas, que ao conversarmos, percebe-se com muita

facilidade certa frustração ocasionada por desistências e coisas inacabadas em suas vidas. Passar este processo de começo, meio e fim não é fácil, na verdade é um grande desafio, pois a todo o momento estamos sendo desafiados pelos problemas que tentam nos fazer desistir, infelizmente, muitos ficam com esta última opção. Existem pessoas que fazem a opção de desistir da vida ainda no meio dela, outras desistem de terminar a vida junto a seu cônjuge; algumas desistem de terminar conversas importantes, enfim, desistir é ter coisas inacabadas na vida, situações mal resolvidas. Coisas simples e complexas também. O texto sagrado nos dá não poucos exemplos de pessoas que estavam dispostas às desistências por surgirem problemas em seus caminhos. E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirares de lá, para que morramos neste deserto? Porque nos fizeste isto? Que nos tem tirado do Egito? Não é que sirvamos os egípcios?


É assustador o som das palavras deste povo! Imaginem só um povo que sendo resgatado das mãos de um Rei tirano (Faraó), onde viviam na condição de escravos, sendo maltratados dia após dia, agora gozando da posição de homens e mulheres livres que marchavam em direção a um sonho, abrem mão de tudo isto no primeiro obstáculo que surge em seu caminho. Primeiro dizem: Preferimos estar mortos a enfrentarmos esta situação! Segundo, era melhor morrermos como escravos no Egito do que morrer como homens livres no deserto! Terceiro, melhor era servir os egípcios do que morrermos no deserto! A euforia do começo havia passado, a jornada fora iniciada, e agora os percalços surgem! O que fazer? Será que voltar é melhor do que continuar? E o que nos chama mais atenção é o pedido deles: “Deixa nos ser escravos novamente!” Diante de tudo isto Deus dá o comando, a ordem: Diga ao povo que marche, continue caminhando. Era momento de passagem, passar pelo mar de forma literal, sim, porém a grande lição é que devemos passar pelos obstáculos e não parar neles. Quando estamos falando de passar por este estágio, que é o meio do projeto, falamos que este momento não é permanente. O início de um projeto não é permanente, e sim um processo, pois ninguém passa a vida toda iniciando um projeto. Sendo assim, também o meio do projeto não é permanente, e sim um processo de passagem. Sendo assim, o que é permanente é o fim do projeto, onde todos almejam chegar. É o ciclo fechado! O plano de Deus era que seu povo começasse aquela grande jornada rumo à terra da promessa; que passassem por todos os obstáculos que surgissem; isto chamamos de meio do projeto, e que por final alcançassem seu objetivo, tomar posse da promessa, projeto terminado! Infelizmente quase todos daquela geração não conseguiram terminar a jornada, e não a terminaram porque desistiram. Fizeram a opção de ficar no meio do caminho e suas histórias morreram com eles, seus sonhos foram abortados, olharam para trás, quando deveriam olhar para frente; temeram continuar caminhando em busca do sonho, duvidaram de si mesmos e de seu Deus, e a história deles, terminou da seguinte forma: “seus corpos foram sepultados no deserto.” Ficamos pensando que nosso personagem principal, um dia cortou seu primeiro tronco na floresta e iniciou a construção daquela enorme embarcação


Também chegou o dia em que ele percebeu que os anos haviam passado e ao olhar para aquela arca, que estava ainda informe, o esqueleto da arca estava montado, a base, as estruturas, mas ela ainda não era uma arca, pois estava em construção. Ainda havia muito trabalho, Noé teria que continuar levantando cedo, abrindo mão de algumas coisas que gostava de fazer, derramando bastante suor, pois a arca precisava ser terminada. Deus o havia chamado para construir uma arca e não uma estrutura de arca! O trabalho precisava ser terminado! O trabalho precisa ser terminado! Às vezes ouço esta palavra, e sei que é meu Deus falando comigo; Ele continua dizendo: Vamos em frente, não desista, acredita, confie, não deixe os obstáculos te parar, passe por eles, aprenda com eles. Deus é nosso maior incentivador! Será que existem coisas que precisam ser terminadas em nossas vidas? Quando olhamos para nós mesmos, vemos o que? Coisas pelo começo, coisas pela metade, estruturas levantadas e abandonadas ou vemos uma bela arca pronta?



Capítulo 6 A arca de Noé teve fim! “E Noé fez tudo conforme Deus tinha mandado’’ Gênesis 6:22 (Bíblia N.T.L.H.)

Q

uando usamos esta expressão dizendo que a arca de Noé teve fim, na verdade,

queremos dizer que chegou o dia em que o trabalho de construção daquela

enorme embarcação havia acabado. Projeto finalizado! Enfim havia chegado a

hora de desfrutar e descansar de vários anos de trabalho árduo; tanto é verdade que o nome de nosso herói, Noé, no original é: “Noach” que significa: repouso, descanso. Isto é lindo, pois conforme vimos nos capítulos anteriores, chegou o dia em que ele

começou a trabalhar em seu projeto cortando o primeiro tronco, fazendo tábuas para uma arca que só existia, até então, no seu coração. Também houve o dia em que ele olhou e viu uma grande estrutura pronta que ainda não era a arca, mas que ganhava forma a cada dia, e por isto Noé sabia que havia ainda muito trabalho a ser feito. Porém, do dia que estamos tratando agora, ele jamais se esqueceria! É como se tivéssemos condições de olhar para milhares de anos atrás e ver nosso personagem pregando o último prego, passando a última demão de piche nos seus retoques finais. Chegar num momento igual a esse é privilegio de poucos; é apenas para quem percorreu um duro caminho, continuando quando muitos desistiam, insistindo quando diziam: “não dará certo.” Na verdade este é um momento ímpar, incomparável na vida de um homem ou mulher. Quem viveu um momento igual a este sabe do que estamos falando. É como se um filme passasse em nossa mente e agora todos os problemas que enfrentamos e os desafios que se apresentaram durante os vários anos de trabalho para a execução do


projeto, quando comparados com aquilo que está diante de nossos olhos tornam-se insignificantes; pois qualquer problema, por maior que seja diante de um projeto pronto é insignificante! Parece até que vejo Noé, diante daquela enorme embarcação, enxugando o rosto banhado de suor e muito emocionado dizendo: “Foi difícil, mas consegui! Gastei vários anos de minha vida, fiz muitos investimentos, acreditei no impossível, mas valeu à pena, pois minha arca esta pronta!” Que lição maravilhosa. No ano de 1984, nos jogos olímpicos de Los Angeles, uma cena muito forte correu os principais jornais do mundo. A suíça de nome Gabrielle Andersen Scheiss, que não foi uma heroína do esporte por um grande feito e nem venceu nenhuma competição importante, não conquistou nenhuma medalha olímpica, tampouco é considerada um nome vencedor do esporte Suíço, participava da maratona feminina. Era a primeira vez que as mulheres disputavam a prova nas olimpíadas e trinta e sete atletas iniciaram-na. Após duas horas e vinte e quatro minutos de prova a norte-americana, Joan Benoit, cruzou a linha de chegada conquistando o primeiro lugar, seguida pela norueguesa, Grete Waits, com o segundo lugar, logo em seguida cruzando a linha de chegada a portuguesa, Rosa Mota, como tempo de duas horas e vinte e seis minutos conquistando a medalha de bronze. As atletas iam terminando suas participações nas olimpíadas sob muito calor na cidade de Los Angeles. Gabrielle que tinha trinta e nove anos na época, não vinha bem na prova, não apenas com relação a sua colocação que era a última, mas fisicamente. Desidratada e sofrendo de hipertermia, a atleta recusava-se a receber ajuda médica para não ser desclassificada. Perto do final, não aceitou água no ponto de distribuição e entrou no Estádio Coliseum notavelmente debilitada. Restavam quatrocentos metros para o fim da prova. Recomendada pela equipe médica a desistir, Gabrielle tirou força da fraqueza; incentivada pelos aplausos dos torcedores que acompanham aqueles metros finais como sendo únicos na história do atletismo. A suíça tinha dificuldades em manter-se de pé. Seu rosto transfigurado pelo excessivo esforço e o andar arrastado devido às fortes câimbras que sentia. Ela dizia: “não me toquem”, ignorando os pedidos médicos para que desistisse, dizia: “Não posso ser desclassificada.” Nos últimos cem metros, ela levou cerca de cinco minutos e quarenta e quatro segundos percorrendo e cambaleando de um


de um lado para outro diante dos olhos de milhares de pessoas. Completou a prova na trigésima sétima posição, que era a última. A meta desta mulher era cruzar a linha de chegada, independente da posição; seu desejo era terminar o que havia começado. Nunca na história dos esportes alguém foi aplaudido por ser o último a chegar; Gabrielle foi! Milhares de pessoas em pé com lágrimas nos olhos aplaudiam Gabrielle; ela cruza a linha de chegada e cai nos braços dos médicos praticamente desmaiada. Após a recuperação, Gabrielle justificou seu esforço pelo fato de estar com trinta e nove anos, o que não daria a ela outra oportunidade de disputar a olimpíada novamente, sendo assim honraria seu diploma de participação completando a prova. Quando vi esta cena tremi, pois Deus falava comigo e dizia: “Não perca a oportunidade de fazer história.” Assim como esta mulher marcou sua geração com sua história nós também podemos. Deus quer que façamos isto! Bruce Wilkinson disse: “O senhor ainda esta à procura de voluntários. Ele quer pessoas comuns, que confiam na bondade de seu coração doador. Gente que pedirá pelas bênçãos que ele deseja derramar. Ele quer homens e mulheres que saibam que nada são, mas que imploram: Senhor, permita-me fazer mais por ti! Homens e mulheres que servirão a ele fielmente quando tiverem suas fronteiras alargadas. Ele quer servos que conheçam suas próprias limitações. Que dia após dia lançam-se nas mãos poderosas do Senhor, sabendo que através deles, ele realizará sonhos que jamais seriam alcançados de outra forma.”(Além de Jabez pág. 218) Noé fez história como Gabrielle a atleta suíça, não por ser o mais rápido em construções de arcas, mas sim, por terminar seu projeto, escrevendo seu nome na história da humanidade. Seu nome esta registrado na famosa galeria bíblica dos heróis da fé do livro chamado Hebreus. Homens e mulheres dos quais o mundo não era digno, errantes pelos desertos, pelas covas, desprezados. Os quais por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam bocas de leões, apagaram a violência do fogo, escaparam do fio da espada e da fraqueza tiraram forças, fazendo-se poderosos. Usamos esta expressão Bíblica “força da fraqueza”, quando falávamos da atleta Gabrielle. Foi proposital, pois o que queremos dizer é que Noé encontrou muitos motivos


para desistir, assim como Gabrielle. Imaginem quando as situações, nos dizem: “Desista, pare!”. Quando a fraqueza é tão grande que estamos cambaleando de um lado para outro, e as pessoas dizem: “não vale a pena este esforço.” É neste momento que somos convidados por nosso Deus a tirar força da fraqueza. Parece loucura, mas é isto mesmo que você esta ouvindo, com Deus você pode sim tirar força da fraqueza. É quando você diz: “não vou parar, tenho que terminar meu projeto! Não vou cair, preciso cruzar a linha de chegada!” Lembre-se que o final das coisas tem um sabor de conquista, sabor de missão cumprida. Marque sua geração, escreva seu nome na história, não passe por este mundo despercebido!



Capítulo 7 Superando Desafios: Noé acreditava em seu projeto!! “Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo totalmente temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé’’ Gênesis 6:22 (Bíblia N.T.L.H.)

Q

uando dizemos que Noé acreditava em seu projeto, queremos mostrar que havia

convicção em seu coração quanto ao chamado para construir a arca, ou seja,

quando alguém passava naquela região e dirigindo-se a Noé, perguntava-lhe:

Meu bom velho o que fazes aqui com tanta madeira e ferramentas? Ele respondia

convicto e sem titubear: Estou construindo minha arca, pois Deus mandou! Isto é convicção, é certeza do que se está fazendo! É alguém que tem plena convicção de seus ideais! Não havia dúvidas em seu coração, tampouco em sua mente. Diz-nos o texto sagrado que, instruído divinamente acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, ele iniciou a construção de sua arca, uma arca que seus olhos ainda não viam, mas que já estava formada em seu coração: isto é definição de fé! A grande lição a aprendermos é que Noé acreditava naquilo em que estava fazendo. Ainda que as pessoas de sua geração duvidassem dele e de sua arca, ele estava convicto; nosso personagem sabia que era capaz sim, de construir uma arca. Diante disto aprendemos que ainda que pessoas venham duvidar de nossa capacidade e trabalho, precisamos acreditar em nós mesmos, pois, se estamos trabalhando em nosso projeto e não acreditarmos nele, quem acreditará? Outros podem duvidar daquilo que faço, eu jamais!


Uma história fascinante sobre acreditar em seu trabalho, tem o personagem das sagradas Escrituras Neemias. Ele ao se dispor à reconstrução dos muros da cidade de Jerusalém, que se encontrava em ruínas, encontrou forte oposição contra seu trabalho por parte de Sambalate, governador da província, e Tobias, homem muito influente entre seu povo. “Eles diziam abertamente tentando intimidar Neemias: O que é que esses Judeus miseráveis estão fazendo? Será que eles pretendem reconstruir a cidade? Será que eles pensam que, oferecendo sacrifícios, poderão acabar o trabalho em um dia? Será que dos montes de entulhos e das pedras que foram queimadas eles podem tirar pedras para a construção? Que tipo de muralha eles poderão construir? Até mesmo uma raposa poderia derrubá-la! Diziam isto desprezando Neemias e seu trabalho. (Neemias 4:1-3, Nova Versão na Linguagem de Hoje) Esse governador de Samaria tinha uma fisionomia contrária, esta que, Neemias precisou encarar. De fato ele era a “laranja mais azeda do pomar” e estava destinado a dar a Neemias muita tribulação. Quase tão azedo quanto ele foi Tobias; eles tentaram espantar Neemias para que parasse suas operações, porém, Neemias não se deixara intimidar facilmente, pois contava com o favor do Rei, de modo que não se importava com outras carrancas. Além disto, Deus estava sorrindo para ele, de modo que nenhuma oposição teria sucesso contra seu projeto. Neemias teve coragem para peitar seus opositores com seu trabalho!

- ‘Coragem insiste em ser igual aos problemas enfrentados’ (La Pasionaria) - ‘Nada é algo demais para os mortais corajosos’ (Horácio) - ‘Quando uma porta se fecha, outra abre’ (Cervantes) - ‘Os céus nunca ajudam, o homem que não age’ (Sófocles) - ‘Tende ânimo. Sou Eu. Não temais’ (Jesus Cristo)


No ano de 1980, a Igreja Cristã Pentecostal da Bíblia iniciava seus trabalhos na cidade de Arujá. O jovem casal Natalino e Cleide Bisigati acabavam de entregar suas vidas aos cuidados do Senhor Jesus. Cleide, quando criança, já ouvira falar do Evangelho, Natalino não. O Evangelho de Jesus havia proporcionado uma guinada de 180 graus na vida dele, tanto que a partir do momento que foi confrontado na sala de sua casa pelo Evangelho, nunca mais foi o mesmo. Uma conversão instantânea que chocava seus amigos de trabalho, estes mesmos, que sabiam de sua apreciação exagerada por bebidas alcoólicas. Eles diziam: “Isto não vai longe! É fogo de palha, logo termina!” Porém, Natalino sabia que não era mais o mesmo homem! E isto bastava para ele! O jovem casal conta: O começo dos trabalhos não foi fácil! Pois a Igreja que havia começado na sala da casa do casal, começa a ganhar corpo tendo necessidade de um ambiente maior. Um primeiro salão é alugado e logo após, com a doação de um terreno, começa a construção do primeiro templo em Arujá. O terreno era composto de uma edícula nos fundos, projetado para o futuro templo, que estava já no coração de Cleide e Natalino. Natalino narra ainda com voz embargada e lágrimas nos olhos remetendo sua mente há cerca de trinta anos atrás. Sempre no segundo sábado de cada mês era realizado o culto de Santa Ceia na pequena igreja. Era o começo de tudo, inclusive do ministério do casal. Havia poucas pessoas, e a aparelhagem precisava ser improvisada. Nestes dias eles usavam a penteadeira de Cleide como mesa na Ceia, esta era desmontada na sua parte superior e colocada sobre seus ombros no percurso de cerca de trezentos metros de distância entre a Igreja e sua casa. Segundo Natalino, este dia não pode ser esquecido, pois neste trajeto sempre o mesmo pensamento vinha em sua cabeça: O que as pessoas que presenciavam esta cena mensal poderiam pensar do homem com a penteadeira nos ombros? Alguns podiam pensar que ele era louco, outros podiam dizer: Este negócio não tem como dar certo, ainda mais com uma penteadeira! Verdadeiramente Natalino e Cleide cortavam o primeiro tronco de árvore para a construção de sua arca. Quem vê uma Arca construída, também nunca esquece que ela começou um dia com um tronco e muita vontade de trabalhar de alguém! Cleide emprestava a penteadeira e Natalino carregava, a obra estava iniciada. A Igreja crescia e cresciam também os desafios! Certo dia algumas pessoas


pediram a palavra numa reunião de ministério que ocorria freqüentemente, e disseram ao jovem Pastor: Nós temos pessoas mais capacitadas que você; pessoas qualificadas para tocar este projeto adiante, elas sim, deveriam estar no seu lugar! Eu me pergunto, quantos de nós continuaríamos trabalhando na construção da Arca, depois de ter ouvido algo semelhante? Você continuaria? Natalino continuou, pois, sabia quem o havia convocado para aquele trabalho! Você pode se perguntar o porquê de compartilhar a história deste casal. Compartilhamos porque eles não pararam, nem se intimidaram diante dos desafios! Sabe por que Noé é conhecido como o homem que construiu a Arca? Porque quando seus ouvidos ouviram tais palavras como estas, a voz de Deus soava mais forte em seus ouvidos dizendo: Faça a Arca! Naquele dia a voz de Deus soou como nunca aos ouvidos de Natalino dizendo: “Faça seu trabalho!” Os anos vão passando, as conquistas chegam, a primeira igreja já não comporta a quantidade de membros, e assim um novo lugar é comprado e ampliado. Várias congregações nascem nos bairros de Arujá, através da Igreja mãe, era Deus dizendo: “Estou aprovando seu trabalho.” Deus sabe como honrar seus servos fiéis. Quase trinta anos de trabalho, dedicação, desgaste físico, emocional tinham passado. Partes de suas vidas haviam sido doadas à obra do bom Deus. Enfim, a arca de Natalino e Cleide já estava quase pronta, e eles sentiam-se pregando os últimos pregos, passando a última demão de piche na arca, mas, quem os havia contratado para o trabalho reservava uma surpresa para eles, pois, em Abril de 2005 o homem que pedia emprestada a penteadeira de sua esposa para celebrar a Ceia do Senhor era eleito pela convenção, Presidente Nacional das Igrejas Cristã Pentecostal da Bíblia do Brasil. Pois bem meus amigos, temos nas sagradas escrituras a história de Noé que começou sua arca com um tronco de madeira e temos a história contemporânea da Missionária Cleide e do Bispo Presidente Natalino de Jesus Bisigati, que começaram seu ministério com uma penteadeira nos ombros. A Bíblia diz que tudo quanto Deus mandou Noé fazer, ele fez. Cleide ao final da entrevista disse: “Tudo que passamos, todo trabalho, o desgaste, o tempo gasto, valeu a pena!” Natalino acrescenta: “Faríamos tudo de novo!” Neste momento minha mente volta milhares de anos atrás, nas páginas das Sagradas Escrituras. Olho para Noé cansado,


muitos anos haviam se passado, seu corpo já não era mais o mesmo, suas mãos traziam as marcas do trabalho duro, cabelos brancos, as expressões faciais, cada uma delas tinha uma história. Mas vejo Noé, o corpo esta envelhecido, ouço o choro daquele homem, soluços, lágrimas banham seu rosto, mas ele não está triste! Noé olha para um ponto fixo. Eu pergunto: “Noé o que vês?” Ele diz: “Olhe atentamente e verás!” Quando olho, vejo uma Arca pronta, vejo o trabalho de um homem, sua vida! Verdadeiramente, Noé acreditava no seu projeto. E você, acredita no seu?


Capítulo 8 Investimentos feitos na arca. “Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo totalmente temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé’’ Gênesis 6:22 (Bíblia N.T.L.H.)

Q

uando nosso personagem principal aceita o desafio de construir aquela enorme embarcação sabia que a Arca só seria real em sua vida, através de vários

investimentos, ou seja, agora a construção da Arca era prioridade em sua vida.

Noé classificou isto no seu dia a dia, como algo muito importante; existem as coisas que

são menos importantes; aquelas que podem esperar um pouco mais e as que são feitas com o tempo restante. A Arca está classificada aqui como muito importante, prioridade, pois a Arca não era um “hobby” na sua vida, que poderia ser construída nos finais de semana ou na sobra do tempo do dia, não! O texto Sagrado fala que sua geração, comia, bebia, casava e dava-se em casamento, enquanto Noé trabalha na construção. É claro que aqui não está se falando que comer, beber e casar é pecado, apenas mostrando a prioridade. Muitas vezes nossos projetos exigem um pouco mais de nós, e sabemos que para alcançar alguns objetivos teremos que abrir mão de coisas que gostamos de fazer, sacrificando algum “hobby”. Quem deseja subir os degraus acadêmicos sabe que terá que esmerar-se muito nos estudos, às vezes entrando noite à dentro com livros, outras, fazendo dos finais de semana dias normais de atividades. Noé sabia que o tempo gasto na arca não era perdido, e sim, um investimento no seu projeto. Lembre-se disto quando for questionado por alguém que diz “meu amigo já chega, deixa isto pra depois; vamos curtir a vida; você tem tempo ainda; isto da para esperar.”


O ex-presidente Norte Americano Abraham Lincoln quando moço, era um simples lenhador. Pôs na cabeça no entanto, que um dia iria presidir os Estados Unidos. Estudou em condições precárias e adversas, sob luz de velas, tornou-se advogado destacando-se na profissão, entrou na vida pública, superou todos os obstáculos políticos, para galgar degrau-após-degrau até chegar ao topo: Presidente dos Estados Unidos, conquistando desta forma seu sonho, e não esperando o acaso. Conta-se a história de um jovem lenhador, forte e ambicioso, este, ansioso para mostrar sua grande habilidade em derrubar árvores, desafiou o campeão da firma, um senhor bem mais velho, num concurso para ver quem derrubava mais árvores em um dia de trabalho. O jovem cortador começou atacando árvore após árvore com uma fúria jamais vista entre os lenhadores. Também, o velho cortador se aplicava à sua tarefa com toda a perícia que os anos de experiência haviam lhe concedido. Quando o jovem foi informado por alguém que o velho lenhador parava para descansar de tempo em tempo embaixo de uma árvore da floresta, sorriu orgulhoso dizendo: “esta já ganhei, pois não perdi tempo.” Entretanto, no final do dia, uma grande surpresa o aguardava. O jovem ofegante encontrou o velho lenhador tranqüilo, e com duas vezes mais árvores cortadas do que ele. Foi então que descobriu que em cada período de descanso, o velho e experiente lenhador afiava seu machado. Quem gasta tempo afiando machado, faz investimento no seu projeto; quem afia seu machado será bem sucedido! Disse Abraham Lincoln certa vez: Se me derem seis horas para derrubar uma árvore, vou gastar as primeiras quatro afiando meu machado. Afiar o machado é fazer investimentos! Foi isto que Noé fez, investiu seu tempo, e também podemos afirmar sem nenhum medo de errar, que ele investiu seu dinheiro. Não sabemos como era a moeda corrente da época, se existia espécie ou trocas de objetos, mas é certo que ele teve que comprar ferramentas da época, talvez alguns animais para mover os troncos, etc. Ele investiu naquilo que acreditava, pois quem está disposto a investir em seu projeto, logo o verá pronto. Quando Lincoln tomou posse como presidente toda a classe dominante sofreu um choque. Pois, imagine um lenhador, filho de sapateiro, assumir a presidência do maior país das Américas. Convocado pela classe política, um Senador diante das galerias lotadas fez uma pergunta irônica: “o senhor pretende administrar os Estados Unidos como se fosse uma grande floresta ou sapataria? Porque seu pai era sapateiro, e não tem como negar, pois estou usando um sapato feito por ele!”


Lincoln, tranqüilo e sereno respondeu: É bom o senhor trazer a lembrança de meu pai neste momento, pois ele gostaria de estar aqui. Meu pai não era um simples sapateiro, era o melhor sapateiro dos Estados Unidos, e quem me comprova isto é o senhor, pois depois de tanto tempo que ele morreu o senhor ainda esta usando um sapato feito por ele. Completou ainda: Mas não apenas meu pai foi sapateiro, eu fui lenhador, e depois de um dia exaustivo de trabalho, ainda ia estudar direito por correspondência para poder ter o direito de ser presidente de vossa senhoria. Concluiu olhando para a platéia que o assistia dizendo: Orem por mim, para que eu seja tão bom presidente, quanto meu pai foi bom sapateiro. Quando se faz investimentos em projetos futuros, principalmente aqueles duvidosos aos olhos alheios, corremos o risco de ouvir comentários dos que não compartilham do sonho dizendo: Você está perdendo seu tempo, está jogando dinheiro fora. Quantas vezes Noé ouviu este tipo de comentário quando construía sua arca? Acreditamos que foram muitas, porém, nem por isto ele cessou seus investimentos. Existe um texto sagrado que diz: “Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.” (Eclesiastes 11:1 R.A.)25 Tentar digerir esta recomendação bíblica sem estudá-la, é correr riscos de achar que este conselho é insano, uma verdadeira loucura; pois lançar um pão na água é perdêlo; é perder tempo e dinheiro! Mas ao estudá-la perceberemos que isto é investimento seguro! A palavra aqui traduzida por “pão” na língua original é “semente,” grão de trigo para a plantação! O que se fala é de um antigo costume egípcio que se dava às margens do rio Nilo; quando o rio na época de cheia inundava suas margens, alguns agricultores da região saiam a semear nas margens inundadas. Literalmente eles lançavam as sementes sobre as águas que cobriam o solo. Quando um leigo via aquela cena, assustado dizia: “este homem é louco, está jogando sua semente fora!” Porém, aquilo não era loucura e sim investimento! Diz-nos a história, que os dias passavam, as águas baixavam, e as sementes que estavam soterradas naquela lama pareciam que haviam se perdido; alguém poderia dizer “você perdeu sua semente, ela esta soterrada na lama”, mas o agricultor sabia que isto não estava acontecendo. Terminava o tempo da cheia, as águas baixavam e o sol se


impunha secando a terra. Neste momento, aquela semente que parecia perdida germinava e começava a crescer. A história diz-nos que aquela era a melhor safra da região, produzia os melhores e mais saborosos grãos. “Quem fica esperando que o vento mude e que o tempo fique bom nunca plantará nem colherá nada.” (Eclesiastes 11:4. Nova tradução na linguagem de hoje.)



Capítulo 9 Visão de empreendedor. “Empreendedor é o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente, aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovadora, de se dedicar às atividades de organização, administração e execução, principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e bens em novos produtos, mercadorias ou serviços, gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. É ainda, o profissional inovador que modifica, com sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano. O termo também é utilizado no cenário econômico para designar o fundador de uma empresa ou entidade, é aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não existia.” (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)

A

firmamos que Noé tinha uma visão apurada de empreendedor, pois quando houve a proposta da parte de Deus para a construção da Arca, ele consegue ver o que toda sua geração não via. Empreender é ver aquilo que outros não conseguem ver!

O mundo iria acabar através de um grande dilúvio, e o único objeto de salvação era

justamente a Arca que precisava ser construida. Noé viu isto! Sua geração viu apenas desgaste e trabalho desnecessário. Nosso personagem viu a única oportunidade de salvação que existia, pois descobriu que através de seu trabalho, ele proporcionaria um futuro sólido, para si e seus decendentes; ou seja, a vida lhe mostrou uma oportunidade, ele viu e agarrando-se a ela, inseriu seu nome na história. No ano de 1904, em uma cidade do interior (SP), nascia um homem, que no futuro seria conhecido como o empreendedor do século. Fundador de um dos maiores banco privado da América Latina, com patrimônio gigantesco e milhares de funcionários, ele dormiu um dia num banco de praça. Tinha cerca de 16 anos e acabara de fugir da fazenda de café onde empunhava a enxada, no interior de (SP). Quatro anos antes, quando cursava o quarto ano primário, seu pai, que era lavrador e tinha 13 filhos, o tirara da escola para que ele o ajudasse na plantação. Ele fugiu de casa devido a alguns problemas familiares que enfrentava no momento, e pegou no sono ao relento, num


num banco de praça na cidade. De madrugada foi acordado por um mendigo que lhe pediu um trocado. Revirando os bolsos só achou uma moeda. Então ele pensou, parece mentira, mas tem gente que tem menos do que eu. Este jovem estava sem rumo na cidade quando entrou num restaurante. O dono olhou para o rapaz de mãos calejadas e lhe ofereceu algo para comer. Não, respondeu ele; primeiro eu quero trabalhar e só depois vou aceitar o prato de comida. Diante disto não demorou muito para que encontrasse emprego numa tipografia, trabalhou também como Office-boy numa filial de um antigo banco do Estado de São Paulo, e foi nesta época que começou a sonhar com a idéia de subir na vida, e algum dia tornar-se alguém bem- sucedido. Dois anos depois ele já ocupava o cargo de gerente. Mais do que à ambição, ele atribui seu sucesso a um detalhe aparentemente secundário, dizia; todo meu sucesso profissional eu atribuo à asma. Ele não conseguia dormir a noite devido à asma que sofria, e, por isso lia tudo sobre as atividades bancarias do momento. Assim superou muitos funcionários mais letrados do que ele. O projeto de virar banqueiro começou a se concretizar quando adquiriu um banco falido da região. Este banco era tão insignificante no mercado, que ele próprio fazia piadas com o nome do tal banco. A sede do banco é transferida para a capital, e ele num projeto inovador e pioneiro separa a administração do banco das agências, dizendo que os altos executivos do banco deveriam se afastar dos problemas corriqueiros das agências, com isso, sobraria tempo suficiente para eles se dedicarem aos grandes negócios. Outra inovação foi que este foi o primeiro banco a aceitar os pagamentos de contas de pessoas simples, como27água e luz. Com sua visão aguçada, ele fez com que rapidamente este banco se transformasse no maior banco privado da América Latina, posição esta que jamais perdeu. Fez história e cunhou esta frase, “só o trabalho pode produzir riquezas” Fonte: Revista ISTOÉ / Edição 1570 – Especial 10 – O Empreendedor do Século Eis a oportunidade à nossa frente, cabe a nós agarrá-la, mesmo outros dizendo que ela é um grande problema. Porém, a visão aguçada nos mostra aquilo que outros não vêem e nos leva a fazer aquilo que outros não fazem! Eis a oportunidade à nossa frente, cabe a nós agarrá-la, ou ela passará, deixando saudades. O jovem percebeu que aquele momento difícil que vivia, dormindo ao relento devido a um problema familiar, poderia ser um divisor de águas em sua vida. Do aparente fracasso, fez ponto de partida para o sucesso!


O famoso empreendedor da Bíblia chamado Abraão Começou sua historia com uma verdadeira aventura, na verdade ele ariscou tudo, quando aceitou a proposta de seu Deus para empreender um gigantesco projeto que envolvia ele, sua família e seus descendentes, que conforme está registrado na história seria como a areia do mar. Deus disse a Abraão: Deixe a sua terra e seus parentes. Vá para uma terra que eu mesmo vou te mostrar. Faça isso, e eu farei de você o pai de uma grande nação. Abençoarei você e farei que seu nome fique famoso, E você será uma benção para outros, (Gênesis 12:1-2, Bíblia Viva.) Ele deixaria amigos, família e terra natal. Levaria seus filhos a uma terra estrangeira, forçando-os assim a aprender outra língua, vivendo num lugar estranho. Não é fácil arrancar todas as raízes e começar tudo de novo, disse R.N. Champlim em sua obra. Alguns saem como aventureiros, outros ganham dinheiro para fazer isto, outros ainda vão impelidos pela vontade de vencer. Aqueles que vão e perseveram têm por trás de si a vontade de Deus, e é isso que da poder de permanência ao empreendimento. Abraão foi um pioneiro, ou seja, alguém que vai para o deserto e ali prepara o caminho para outros. O pioneiro abre uma vereda, e aqueles que o seguem abrem uma estrada, assim foi com Abraão. Todos conhecemos a historia de Colombo que descobriu um novo mundo, ele sequer tinha um mapa na mão, e atravessou o oceano numa embarcação para a grande descoberta. A parte ocidental dos Estados unidos foi conquistada com grande determinação. Champlim diz que a grandeza do pioneiro é que ele prossegue apesar de suas perdas óbvias, olhando para um grande ganho remoto. Um País desconhecido esperava Abraão, e ele estava disposto a desbravar este. Todos os grandes projetos custam alguma coisa para os que nele se aventuram, porém todo risco acaba pagando seus dividendos. Deus tinha em mira coisas maiores para ele. Precisaria haver um esforço enorme de Abraão para que a promessa tivesse cumprimento, Deus tem um plano para nós, porém nossa parte precisa ser feita.



Capítulo 10 Visões de uma mesma situação.

N

o capítulo anterior falamos das pessoas que têm visão apurada, agora iremos falar de pessoas que conseguem ter visões diferentes de uma mesma situação, aquelas que olham para um projeto e são motivadas, e as que olham e ficam

desencorajadas. Podemos afirmar que isto aconteceu com Noé, pois quando ele recebeu as

instruções para a construção da Arca, e vendo que havia muito trabalho a ser feito, ficou motivado dizendo: preciso começar logo meu trabalho! Ele sabia que seu esforço era necessário! Em contra partida encontramos sua geração dizendo: Não dá pra construir uma embarcação deste tamanho, isto é perca de tempo! Chamamos isto de visões diferentes! Os que acham que dá, e fazem, e os que acham que não dá, e não fazem! Aqui cabe bem a história dos dois vendedores de sapatos que foram enviados por sua empresa a um País da África, para uma sondagem de território, pois a empresa verificava a possibilidade de implantar uma filial naquele país. Segundo a história, depois de vários meses de sondagem, os dois vendedores já estavam com seus relatórios prontos para enviar a seus superiores. Escreveu o primeiro nestes termos: “Senhores, conforme vossa solicitação, estive investigando este país por vários meses, e constatei que por um costume, aqui são pouquissímas as pessoas que usam sapatos. Portanto, de posse desta informação, vos afirmo que é inviável abrirmos uma filial neste lugar, pois correremos o risco de abrirmos falência nos primeiros meses, já que aqui ninguém usa sapatos.”


Escreveu o segundo dizendo: “Senhores, conforme vossa solicitação, estive averiguando este país por vários meses, e foi constatado por mim, que pouquissímas pessoas usam sapatos aqui devido a um costume, portanto quero vos afirmar que diante destas informações, vocês deveriam começar comprando novas máquinas, e contratando novos trabalhadores, pois aqui vamos arrebentar vendendo sapatos. Nosso produto será um sucesso! Aqui são poucas as pessoas que usam sapatos!” É muito interessante a forma que as pessoas veem as coisas! Aquilo que alguns veem como perda de tempo, outros veem como oportunidade. Alguns olham e enxergam grandes problemas, outros olham e enxergam bênçãos maiores que o problema. O que dizer dos doze espias que foram enviados por Moisés a espiar a terra de Canaã? Diz o texto sagrado: “Ao cabo de quarenta dias, voltaram de espiar a terra, caminharam e vieram a Moisés, e a Arão, e a toda a congregação dos filhos de Israel no deserto de Parã, a Cades; deram-lhes conta, a eles e a toda a congregação, e mostraram-lhes o fruto da terra. Relataram a Moisés e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel; este é o fruto dela. O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades, mui grandes e fortificadas; não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós.”(Números 13: 25-28,31 Revista e Atualizada) Já fazia decadas que a nação israelita caminhava pelo deserto em direção a tão sonhada terra da promessa. E enfim, o grande dia da conquista da terra estava mais perto do que nunca. Segundo o texto, Moisés reúne aquela grande massa de pessoas, e dentre os príncipes segundo suas tribos, ele escolhe doze homens. Esses príncipes seriam enviados a espiar a terra de Canaã com a responsabilidade de fornecer relatório conforme aquilo que iriam ver naquela investigação da terra. Eles passaram aproximadamente quarenta dias observando Canaã, viram a fertilidade, os rios, as montanhas, os animais, as cidades, os frutos e também os habitantes daquela terra. É de extrema importancia frisar que eles foram espiar a terra porque careciam de provas paupaveis a respeito da grande benção que seria aquela terra para nação, ou seja, mesmo Deus já havendo falado de antemão que a terra era larga e boa, terra que manava leite e mel, parece que eles precisavam ver e tocar. Isto faz parte da natureza do ser humano.


Depois de quarenta dias os doze príncipes voltam trazendo seus relatórios a Moisés e a toda a congregação. Numa única coisa os doze concordavam, afirmaram diante do povo: “Verdadeiramente a terra é boa, e mana leite e mel! Eis aqui seu fruto!” Segundo a história, além dos figos e romãs, eles trouxeram um cacho de uvas gigante que foi transportado por dois homens. Passada a alegria da comprovação da fertilidade da terra, houve uma divisão gritante de visões. A divisão de visão dos príncipes aconteceu desta forma: A visão da maioria, e a visão da minoria! Dizia a maioria: “Apesar de toda a prosperidade que existe nesta terra nós não poderemos conquista-lá, pois o povo que lá habita é poderoso, suas cidades são fortificadas e grandes, e, também vimos gigantes naquele lugar. Definitivamente não dá para conquistar esta terra!” Esta foi a fala de dez dos doze espias, que representavam o povo. O que nos chama mais atenção é o tom de voz que eles usaram, pois além de passar seus sentimentos ocasionados por seu ponto de vista, eles instigavam o povo a desistir de possuir a terra. Eles estavam manipulando o povo com suas palavras dizendo: “Não vale a pena lutar por esta terra!” Aqui fica claro que toda a prosperidade que viram na terra, já não estava mais em suas memórias, e agora só conseguiam lembrar dos obstáculos. Eles disseram que a terra continha mais malefícios do que benefícios! A história diz que eles infamaram a terra, ou seja deram má fama a terra, depreciaram o presente de Deus. Tiveram uma visão míope daquele projeto! A depreciação feita por eles, atingem seu máximo extremo no versículo trinta e três, quando dizem a respeito dos moradores de Canaã: “O povo desta terra é tão poderoso, que éramos aos nossos próprios olhos, como gafanhotos.” Imaginem isto, eles se compararam como gafanhotos diante daquele povo. O gafanhoto é um inseto que, quando no chão, sua visão está cerca de meio centímetro do solo. Este é o ponto de vista do gafanhoto e era também o ponto de vista dos dez espias, meio centímetro a partir do solo. Um ponto de vista totalmente pequeno e baixo! Quando se tem um ponto de vista de meio centímetro a partir do solo, tudo que se vê será extremamente grande. Para o gafanhoto, até um coelho é um gigante. Deus havia tirado este povo da condição de escravos no Egito com o próposito de fazê-los homens livres e donos de uma maravilhosa terra; mas parece que a mentalidade de escravos ainda não havia deixado suas vidas, porque aqui o que vemos é um


pensamento medíocre diante das grandes promessas que Deus havia feito a esta nação! No capítulo quatorze do livro de Números, vemos o resultado da visão míupe dos dez espias. Segundo o texto, o povo chorou a noite inteira em alta voz, queixando-se com Moisés e Arão, e os culpando por aquela situação. A visão distorcida de um projeto, ás vezes faz com que as pessoas venham procurar bodes espiatórios, para justificar seus fracassos. O povo chorava e dizia: “seria melhor morrer no Egito, ou mesmo aqui no deserto, do que ir para esta terra.” Ouvimos aqui um verdadeiro absurdo sendo pronuciado por bocas que estão sendo motivadas por visões baixas e pequenas, visões de gafanhotos! Pois, um povo que estava camihando anos e anos no deserto sem pátria, agora prestes a tomar posse de sua terra, diante de um obstáculo, quer fazer todo o caminho de volta, voltando a antiga condição de escravos, pois quando disseram: “queremos voltar para o Egito, estavam dizendo: Somos escravos!” Pois bem, agora iremos tratar da visão da minoria. Naquele dia era somente dois, contra dez príncipes influentes, e também uma grande massa que havia sido manipulada e deseja agora desistir de seu sonho. Os dois eram: Calebe e Josué. No versículo trinta do capítulo abordado, Calebe faz o povo se calar, dizendo: “fiquem quietos e ouçam!” Aquela não era a única visão! Havia outra, e o povo precisava conhecer, pois esta outra visão, não era apenas a visão de Calebe e Josué, era a visão do próprio Deus! Calebe segue externando a visão dizendo: “Todos nós concordamos e vimos que de fato, a terra é boa e maravilhosa! Também é fato, que o povo que lá habita é poderoso e forte, suas cidades são fortificadas e vimos homens de alta estatura lá! Porém o que é isto diante da grandesa e poder de nosso Deus? Vamos partir e tomar a terra! Porque é certo que vamos conquista-lá!” Eles não tinham dúvidas a respeito da conquista da terra! Sabiam que Deus os havia mandado para ver com seus próprios olhos Canaã, pois a posse da terra já estava garantida antes mesmo do povo sair do Egito. Deus falou com Moisés em cima do monte Horebe dizendo: “vou tirar meu povo do Egito, e vou levá-los a uma terra grande e boa, terra que mana leite e mel!” A terra já pertencia à Israel, e eles não sabiam disto! As Nações que lá habitavam eram invasoras, a terra tinha dono, e Deus estava dispostoa iniciar rapidamente a reintegração de posse! Só dependia deles, só teriam que dizer: nós queremos a terra, porque o demais era com Deus! A visão dos dez espias era focada nos gigantes, povos poderosos e cidades fortificadas. Porém, a visão dos dois espias tinha seu foco, nas uvas, nos figos, na fertilidade da terra, enfim, naquele lugar maravilhoso!



Capítulo 11 Aproveitando as oportunidades.

N

ão é via de regra, mas ás vezes oportunidades surgem em nossas vidas disfarçadas de grandes problemas. Aquilo que parece um gigantesco problema pode ser uma oportunidade que, quando aproveitada, gerará crescimento em

todas as áreas de nossas vidas. Com Noé foi assim! A proposta feita por Deus para que

ele construísse aquela enorme embarcação, não era para ele um enorme problema, era uma enorme oportunidade que ele deveria aproveitar. Falando de aproveitar as oportunidades, não poderíamos esquecer do famoso personagem biblíco Davi, que tem muito a nos ensinar nesta área. Davi chegou onde chegou porque soube aproveitar a oportunidade que o bom Deus lhe deu. Sua história começa dizendo que ele era o filho mais novo de Jessé, e sua atividade era cuidar das ovelhas de seu pai. Embora Davi tivesse sido escolhido por Deus para reinar sobre a Nação de Israel, ele tinha conciência que a sua parte deveria ser feita. Deus o havia ungido como Rei, Davi sabia que após esta unção ele deveria agir como tal! Certo dia, como sempre fazia, Davi é enviado por seu pai para levar comida para seus irmãos que se encontravam na frente de uma batalha. Aquele dia poderia ser diferente dos demais; poderia ser um divisor de águas em sua vida e ele percebeu isto! Em I Samuel, capítulo dezessete diz que os Filisteus estavam em guerra contra Israel. Os Filisteus reuniram seu exército para a guerra e se acamparam entre socó, em Judá, e azeca, em Efes-Damim. Saul respondeu com uma demostração de forças em ordem de batalha no vale de Elá. Assim os filisteus e os israelitas se defrontaram em montes opostos, tendo o vale entre eles. Então Golias, um campeão filisteu de Gate, saiu


das fileiras dos filisteus para enfrentar as forças de Israel. Ele era um gigante de homem; media de altura mais de 2,70 metros. Usava um capacete de bronze e vestia uma couraça de malha que pesava cerca de noventa quilos; tinha umas caneleiras de bronze e trazia um dardo de bronze de vários centímetros de espessura, tendo na ponta uma lança de ferro de quase doze quilos; adiante dele caminhava seu carregador de armas com um enorme escudo. A certa altura ele parou e gritou para os soldados israelitas: Vocês precisam de um exército inteiro pra resolver esta questão? Eu representarei os filisteus, vocês escolham alguém que represente o exército do Rei Saul e vamos resolver isto em um único combate! Se o homem for capaz de matar-me, então nós seremos escravos de vocês. Porém, se eu o matar, então vocês devem ser nossos escravos! Desafio os exércitos de Israel! Mandem um homem que venha lutar comigo! Quando Saul e o exército israelita ouviram este desafio, tremeram de medo. (I Samuel 17: 1 – 11 A Bíblia Viva.) Uma grande oportunidade jazia à frente; e o poder de Deus estava à disposição de Davi, a fim de fazer a oportunidade tornar-se realidade. Ao analisarmos este texto nos surpreendemos com a percepção de Davi. Ele é enviado por seu pai para levar alguns alimentos para seus irmãos que se encontravam no campo de batalha. O exército Filisteu fazia guerra contra Israel. Cada exército estava de um lado, e no meio havia um grande vale onde se travaria a batalha. Os dois exércitos estavam posicionados de forma estratégica no monte, de forma que um poderia ver com facilidade as manobras do outro. Quando Davi chega ao campo de batalha depara-se com uma situação pouco comum. Ele vê um homem saindo do acampamento dos filisteus e dirigindo-se ao vale. É importante frisar que este homem também não era comum, pois segundo a história, além de ser um perito em guerra, ele media cerca de 2,70 metros de altura, uma verdadeira máquina de guerra, um gigante. Este gigante durante quarenta dias pela manhã e a tarde, descia ao vale e insultava o exército israelita, dizendo: Estou esperando, mande-me seu campeão para lutar comigo! Diante deste desafio o exército israelita tremia. Era bastante comum naquela cultura, que para evitar uma grande carnificina provocada por um combate, os exércitos escolhessem um campeão de guerra, que lutaria representando sua tropa. Segundo o código da época, perdendo este campeão, toda a Nação que era


representada por ele se tornaria escrava do exército vencedor Golias fazia este desafio para o homem mais habilidoso, alto e forte, do exército israelita. Ao ler isto, descobrimos que então o desafio era feito a Saul, Rei de Israel, pois o texto sagrado diz: Quis era um homem rico e de grande influência. Ele tinha um filho por nome Saul, o moço mais vistoso em Israel. Dos ombros para cima era mais alto do que qualquer outro homem naquele país! Saul tinha o que a maioria das pessoas considerava bom: Altura, aspecto simpático, força física, juventude, vigor e entusiasmo. Possuía, porém, alma e caráter deficientes, que se não tratados, haveriam de derrubá-lo no futuro. Quando lemos a respeito destas qualidades que Saul possuía é fácil deduzir que o gigante Golias na verdade estava desafiando Saul, que era o homem com mais probabilidade de aceitar aquele desafio. Porém Saul tremeu, assim como os demais de seu exército! O desafio era gigantesco, havia muitas coisas em jogo; o gigante muito habilidoso, forte, e totalmente enraivecido. E agora, o que fazer? Davi olha para aquela cena e vê, não somente uma máquina de guerra pronta para destruir quem estivesse em sua frente, não! Ele vê algo mais! Algo que nem Saul e tampouco algum outro havia visto. Pois eles só conseguiam ver aquele enorme problema; viam a força, o tamanho, a habilidade e ouviam os insultos do gigante, e nada mais! Davi viu tudo isto também, porém, viu uma grande oportunidade surgindo, que não poderia ser perdida. Corria um comentário entre os soldados israelitas que o Rei Saul estava oferecendo um grande prêmio para quem ousasse lutar e derrotar Golias. Davi procurou comprovar a veracidade desta informação. Sim, Saul oferecia um grande prêmio em ouro, daria a mão de sua filha em casamento e isentaria o campeão e sua família de impostos para o resto de suas vidas. Estava aí a oportunidade que Davi precisava! Lembre-se que ele estava caminhando para o trono e esta oportunidade precisava ser aproveitada. É claro que não estamos falando aqui que Davi fez tudo isto por dinheiro, ou interesse, não, estamos falando que naquele dia diante daquela cena terrível, Davi descobriu que ele não havia ido aquele lugar apenas para levar alguns mantimentos para seus irmãos, pois diante daquele problema tão grande para sua nação, o bom Deus lhe oferecia uma oportunidade única. Aquilo que parecia só problemas para outros, Davi viu como oportunidade! Davi sabia que a partir do momento que alguém se dispusesse a lutar com Golias


,

o próprio Deus estaria a favor desta pessoa, pois o gigante não insultava apenas Saul e o exército israelita, ele insultava o próprio Deus. E naquela ocasião, não era o exército israelita que buscava um campeão para representá-lo diante de Golias, mas era Deus buscando um representante seu, para aquela batalha. O que valeria ali, não eram força, habilidade ou tamanho, e sim, a disposição para aproveitar a oportunidade. É comum termos medo de algumas situações que surgem em nossos caminhos, somos humanos! Davi também era, e ele sabia disto! A história comprova, ele era apenas um rapaz, insignificante diante das qualidades de Golias, conhecido como o filho menor de Jessé, era pastor de ovelhas, só isto! Ás vezes nos sentimos assim! Pequenos, fracos, temerosos diante de circunstâncias da vida. Estamos sendo desprezados, insultados por poderosos exércitos inimigos, mas será que no meio desta afronta, deste desprezo, deste sofrimento, Deus não esta dizendo: “eis aí a oportunidade, pegue-a!”34

Golias

foi a oportunidade que Davi teve de passar para um novo estágio em sua vida, talvez Deus esteja te dando oportunidades, através de alguns “Golias” que se apresentam diante de você! Davi sabia que teria que passar por cima daquele gigante para chegar onde Deus queria que ele estivesse. Você precisa passar pelo seu; aproveite a oportunidade! Segundo o texto, Golias ao ver Davi o desprezava dizendo: Sou eu um cão para que você venha a mim com pedaço de pau?; Gritava furioso e amaldiçoava Davi. Davi entretanto, gritou em resposta: Você vem a mim com uma espada e uma lança, mas eu vou a você em nome do Senhor dos exércitos de Israel. O verdadeiro Deus, a quem você dirigiu insultos. Hoje mesmo o Senhor me dará a vitória sobre você. E o mundo inteiro saberá que existe um Deus em Israel! E Israel ficará sabendo que o Senhor não depende de armas para realizar seus planos, Ele trabalha sem levar em conta os recursos humanos! Deus entregará vocês nas nossas maõs! Em contraste com seus compatriotas, que se aterrorizavam simplesmente ao ver o gigante, Davi correu para enfrentá-lo com uma coragem a toda a prova, o que deve ter surpreendido todos os circunstantes. O tempo das ameaças mútuas havia chegado ao fim; ações agora colocariam fim à questão. Foi um momento de grande coragem para o jovem saído dos campos, que percebeu a oportunidade, aceitou o desafio e fez história. Davi encontrara uma causa digna para sua ousadia e para testar sua fé e coragem. Um homem bom é alguém que reconhece uma causa digna! A causa estava lá, Davi entendeu que era à sua espera! O risco era grande, o perigo enorme, mas valeria a pena


mas valeria a pena correr o risco e enfrentar o perigo pela causa! Porém, é preciso um homem bom e corajoso para aproveitar a ocasião e realizar o que deve ser feito. Davi tinha estas qualidades! A bondade emanava do seu ser; a coragem não lhe faltava e a ocasião era apropriada! Oportunidade de deixar a condição de um simples pastor de ovelhas, para Príncipe da nação de Israel, casando-se com a filha do Rei, também de ganhar uma boa quantia em dinheiro, fato este que melhoraria muito sua vida, e por fim, isentar toda sua família dos pesados impostos da época. Cada geração precisa provar seu próprio valor espiritual. Davi se destacou no meio de sua geração e família, não porque era o filho preferido, mas porque provou seu valor, mostrando que estava ali não somente para preencher um espaço vazio, e sim para aproveitar aquela oportunidade que Deus lhe dava! Cada indivíduo tem sua própria prova pessoal a enfrentar. Ninguém pode repousar sobre a glória de seus antepassados ou sobre o valor de seus pais. Cada homem tem sua própria batalha particular a combater, e o seu próprio destino a cumprir.

‘Quando escrito em chinês a palavra crise compõe-se de dois caracteres. Um representa perigo e outro oportunidade’’ (John F. Kennedy - ex-presdiente dos EUA)


mas valeria a pena correr o risco e enfrentar o perigo pela causa! Porém, é preciso um homem bom e corajoso para aproveitar a ocasião e realizar o que deve ser feito. Davi tinha estas qualidades! A bondade emanava do seu ser; a coragem não lhe faltava e a ocasião era apropriada! Oportunidade de deixar a condição de um simples pastor de ovelhas, para Príncipe da nação de Israel, casando-se com a filha do Rei, também de ganhar uma boa quantia em dinheiro, fato este que melhoraria muito sua vida, e por fim, isentar toda sua família dos pesados impostos da época. Cada geração precisa provar seu próprio valor espiritual. Davi se destacou no meio de sua geração e família, não porque era o filho preferido, mas porque provou seu valor, mostrando que estava ali não somente para preencher um espaço vazio, e sim para aproveitar aquela oportunidade que Deus lhe dava! Cada indivíduo tem sua própria prova pessoal a enfrentar. Ninguém pode repousar sobre a glória de seus antepassados ou sobre o valor de seus pais. Cada homem tem sua própria batalha particular a combater, e o seu próprio destino a cumprir.



Capítulo 12 No projeto de Noé cabiam mais pessoas.

A

história nos mostra que Noé trabalhou praticamente só na construção da arca, pois toda aquela geração via seu trabalho como tempo perdido e julgava não ser necessário, empreender tanto esforço para construir uma embarcação daquele

porte. Diante disto, ele não conseguiu ninguém que o ajudasse a construir a arca. Porém quando olhamos para Noé, vemos um homem de postura nobre; alguém de

elevadíssimo caráter, disposto a compartilhar aquilo que tinha de melhor. Infelizmente parece que as pessoas andam na contra mão disto, pois escondem o melhor, e só compartilham o pior! Noé sabia que aquela arca era o único meio de salvação existente. Ele sabia que deveria construir a arca e depois entrar nela para salvar-se do dilúvio. Isto estava claro! Penso aqui que diante de situações como esta, pessoas agem de formas diferentes. Imaginem se estivéssemos no lugar de Noé? Como seria nossa reação diante das circunstâncias que ele enfrentava todo dia? Sua geração não dava nenhum valor à arca que ele construía, tampouco às suas palavras que diziam: “Vai haver um dilúvio, e quem não entrar na arca irá morrer!” Os conterrâneos de Noé o desprezavam-no e a seu trabalho, porém ele não desistia de insistir com eles dizendo: “Vocês precisam entrar na arca!” Na vida de nosso personagem não havia pensamento mesquinho, pequeno e exclusivista. É como se ele dissesse com este gesto: “vocês não me ajudam no trabalho, tampouco acreditam nele, porém quero vos dizer, que quando a arca estiver pronta, todos vocês poderão entrar nela.” Ele sinalizava: Podem desfrutar do meu trabalho, eu não ligo. Quem quiser entrar, que entre! Que nobreza!


Aqui se entende um dos motivos pelo qual este homem foi chamado por Deus para ser o construtor da arca: sua nobreza, seu caráter e sua disposição de compartilhar aquilo que era seu com outros. Noé estava convicto: Deus me mandou construir uma enorme embarcação, de aproximadamente 133 metros de comprimento, 22 metros largura e 13 metros de altura. Se para os nossos dias estas dimensões são gigantescas, imaginem pra época. Com isto Noé dizia para o povo: Na minha arca tem lugar para você também! E nas nossas arcas, existe lugar pra outras pessoas também? Algumas pessoas têm projetos pequenos, neles só cabem eles mesmos, e apertados. Pode acontecer que no projeto do marido, não tenha lugar nem pra esposa, ou no dos pais não venha ter lugar para seus filhos, e assim sucessivamente em todas as áreas da vida. São pessoas que interpretaram mal seus projetos, deixando de construir arcas, e passando a construir canoas. Projetos individuais e só isto! Aqueles que julgam que o individual está acima do coletivo; agir assim é estar na contramão do projeto de Deus! Deus havia convocado Noé para construir uma arca, não uma canoa! E você? No momento constrói o que, Arca ou Canoa? Diante disto é de extrema importância reconhecer que o projeto está pequeno, e estar disposto a ampliá-lo. O autor sagrado nos da uma rica lição sobre ampliação: Disseram os discípulos dos profetas a Eliseu: eis que o lugar em que habitamos contigo é estreito demais para nós. Vamos pois até o Jordão, tomemos de lá, cada um de nós uma viga, e construamos um lugar em que habitemos. Respondeu ele: Ide. Disse um: Serve-te de ires com os teus servos. Ele tornou: Eu irei. E foi com eles. Chegado ao Jordão, cortaram madeira. ( II Reis 6: 1-4, Revista e atualizada. ) O texto fala de Eliseu e seus discípulos. Eliseu era o Profeta levantado por Deus para aquela época, e também o mestre da escola de profetas. Provavelmente a fama do Profeta que havia recebido porção dobrada da unção de Elias, já tinha chegado a vários lugares, despertando o chamado profético em muitos jovens. Diante disto, passa a haver uma necessidade de ampliar o lugar. O que nos chama a atenção é que um discípulo, e não o mestre que percebe uma dificuldade coletiva. Aquele discípulo incomodado pela limitação do ambiente faz uma proposta para Eliseu. Os limites colocados por aquele espaço estavam incomodando aquele homem, diante disto, seu coração lhe propôs romper as paredes. Enquanto


Enquanto estivermos satisfeitos com nosso ambiente, não teremos disposição para ampliá-lo! O discípulo usou a palavra “estreito”, que na língua original é: “rutsar ”, traduzida como “adversário”, ou seja, aquelas paredes eram adversárias do crescimento da escola de profetas; elas se opunham ao crescimento e precisavam ser removidas. A segunda lição que este homem nos dá, é que ele usa o termo “Nós” (plural, coletivo); ele não usa um termo singular, para falar de si próprio, ou apenas de sua necessidade, mas sim da necessidade do grupo; e mais, ele pensa nos limites que eram impostos pelas paredes ao seu grupo e também nas demais pessoas que viriam no futuro, juntando-se a eles. Ele poderia conformar-se dizendo: “o espaço é suficiente para mim!” Porém ele preferiu dizer: O espaço é estreito para nós, e precisa ser ampliado com urgência. A terceira lição está bem explícita no texto; o discípulo começa a influenciar e mobilizar aquele grupo para o trabalho, este que não beneficiaria apenas os construtores, mas principalmente aqueles que viriam desfrutar do ambiente da escola no futuro. A visão aqui era: Deixar as demais pessoas participarem do fruto de seu trabalho. Só os verdadeiros nobres compartilham deste tipo de visão. Aquele discípulo entendeu que através de seu trabalho ele poderia abençoar outras pessoas; entendeu que Deus o havia colocado naquele lugar com um propósito; ele havia tomado da água daquela fonte, e queria que outras pessoas também tomassem daquela boa água. A fonte estava lá, e era inesgotável, só precisaria ser ampliada! Ele se dispôs a ampliá-la. Cometeríamos uma verdadeira injustiça fechando este capítulo sem falar da história de José do Egito, pois no projeto deste homem tinha lugar até para aqueles que tentaram matá-lo: Eu sou José, disse ele aos irmãos. Meu pai ainda está vivo? Mas os irmãos nem puderam responder, tal foi o espanto. Cheguem mais perto, disse José. Eles chegaram. José continuou: Eu sou José, o irmão que vocês venderam ao Egito. Agora, nada de tristeza! E não fiquem com raiva de vocês mesmos, por me terem vendido. Deus me mandou na frente de vocês para conservar a vida, por meu intermédio. Porque o mundo já passou por dois anos de fome, e a fome vai durar mais cinco anos. Durante este período de tempo, ninguém terá plantações nem colheitas. Deus me mandou primeiro que vocês. Fez isto para continuar a sua linhagem e os seus descendentes, e para manter a vida de vocês por meio de um grande livramento. Assim, se vê que não foram vocês que me mandaram para cá, mas, sim, Deus. E Deus


fez de mim um verdadeiro pai para Faraó, senhor da casa dele e governador de todo o território egípcio. José era ainda um menino, com cerca de 17 anos, quando tem sua liberdade surrupiada por seus próprios irmãos. A história nos diz que um sentimento mesquinho e invejoso havia tomado conta da vida de seus irmãos, fazendo que eles olhassem José como um inimigo. Certo dia enviado por seu pai a seus irmãos, um plano maquiavélico para tirar a vida do jovem entra em ação. O sentimento dos irmãos era unânime: Vamos acabar com ele. Primeiro pegam seu irmão mais novo e atiram-no numa cisterna vazia para decidir como fariam para tirá-lo de seus caminhos. Fico pensando o que passava na cabeça do jovem naquele momento em que se encontrava dentro da cisterna, e seus irmãos em cima ao lado de uma fogueira, jantavam e decidiam seu futuro. Será que era um sentimento de raiva, medo, decepção? Acredito que não! Bem, neste exato momento José iniciava a construção de uma arca, que lhe custaria muito choro, solidão, dores e muito trabalho duro. Os acontecimentos na vida do jovem estão em ordem crescente, ou seja, vão piorando dia a dia! José foi tirado da cisterna, não porque as coisas estavam melhores, e sim, porque pioravam, pois pior do que ser lançado na cisterna, foi ser vendido como escravo por seus irmãos! Agora privado da condição de filho mais novo e amado, o moço desce amarrado para o Egito! No Egito, as coisas atingem um nível ainda pior, pois, numa feira livre, como animal ou mercadoria o moço é vendido pela segunda vez para um certo Potifar, que era o comandante da guarda do Rei, porém o texto não deixa dúvidas, Deus era com José! Como? Não pode, nesta situação? Sim! Deus era com José! Neste momento de sua vida, José encontra certo refrigério na casa do comandante, porém as coisas ainda não haviam terminado, e ele tinha um longo caminho para percorrer. Por estar com ele à prosperidade de Deus, tudo o que José tocava progredia! Estas qualidades chamam a atenção de quem estava perto, principalmente da mulher de Potifar. Mulher esta, que estava disposta a fazer de tudo, até mesmo passar por cima de outros para conseguir o que queria. Ao intentar jogar-se aos braços de José é rejeitada por ele, pois um homem de caráter como José, jamais trairia seu senhor, tão pouco seu Deus! Enlouquecida pela rejeição que sofrera, agora acusa o moço de tentar contra sua dignidade, esta que ela jamais possuiu! Bem, era a palavra de uma certa dama, contra a de um escravo; diante disto, ele é arrancado daquele lugar que lhe trazia certo refrigério e é lançado na prisão.


As coisas de fato não estavam boas para o jovem, e ele continuava caminhando em sua longa jornada decrescente. Os acontecimentos ruins pareciam que não tinham fim, porém, a prisão era o último estágio decrescente em sua vida, pois brevemente ele começaria a subir os degraus da honra, degraus estes que só os puros, idôneos, honestos e pacientes sobem! Enfim, por um ato sobrenatural de seu Deus as coisas acontecem na vida de José. Agora o mesmo José que outrora fora tirado da cisterna para ser vendido por seus irmãos, é tirado do cárcere para assumir a posição de primeiro Ministro do Egito, ou seja, o segundo homem de todo o império! Só Deus faz estas coisas, quando nós permitimos! Os anos haviam passado, e não eram poucos; aproximadamente 13 anos, José esteve trabalhando duro na construção de sua arca, porém agora ela já estava quase pronta. Quantos de nós passaríamos 13 anos trabalhando duro para construir uma arca, para depois dividi-la com outros? Não vamos esquecer que os outros mencionados aqui, não eram amigos, mas mesmo assim José tinha disposição de deixá-los participarem de seu projeto! Entendemos isto claramente no texto sagrado que diz que José, após casar-se com Azenate filha de Potífera, o primeiro filho do casal recebeu o nome de “Manassés”, que quer dizer “Que faz esquecer”. Ao dar este nome, José disse: “Deus fez com que eu esquecesse a casa de meu pai e todos os sofrimentos que tive.”(Gênesis 41: 51.) O termo usado por José, “esquecer da casa de meu pai” não significa que ele se considerava órfão, não! A fala dele estava em nível mais elevado, ou seja, esquecer para José significava perdoar! Perdoou as ofensas, as injustiças, as calunias, sim perdoou! Todas as vezes que José ouvia o nome deste menino, no seu ouvido soava perdão! Que nobreza! José de fato assentou-se na segunda cadeira do Egito quando se dá a conhecer a seus irmãos. O momento era de muita tensão principalmente para os irmãos, pois ao descobrirem que o irmão que eles julgaram morto, estava vivo, e era Governador de todo o Egito. A grande preocupação deles era esta: “Se José nos tratar, como o tratamos, iremos morrer!” Porém, José já havia passado deste nível e Manassés soava como nunca em seus ouvidos! Será que eu e você faríamos o que ele fez? O moço disse a seus irmãos: Nada de tristezas; não fiquem com raiva de vocês mesmos, por me terem vendido. Deus me mandou na frente de vocês para conservar a vida. Assim se vê que não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim, Deus. José começou a construir sua arca muito novo,


cerca de 17 anos. Trabalhou duro, sofreu os percalços da vida, porém, quando sua arca estava pronta ele disse: Venham, entrem, desfrutem dela, eu não me importo! Pois Deus me mandou construir uma arca que também cabia vocês! E José chorou, chorou! Não de tristeza ou rancor, chorou porque a arca estava construída e sua família podia ser abrigada.



Capítulo 13 Nunca é tarde demais para começar um grande projeto!!

S

erá que realmente a idade é quem estabelece limites para projetos em nossas vidas? Alguns poderiam afirmar que sim, porém outros diriam com muita ênfase,

não! Estes diriam que a idade na verdade está na cabeça das pessoas e não nos

corpos. O que estamos dizendo é que existem pessoas ainda na flor da idade, na casa

dos vinte anos, porém com uma cabeça de oitenta anos. Em contra partida existem aqueles que trazem no seu corpo as marcas dos oitenta anos de vida, porém suas cabeças ainda são jovens, pois o corpo lhe impõe limites, a cabeça não! Há alguns anos fiquei maravilhado com uma cena que vi numa matéria jornalística. Uma norte-americana, perto dos oitenta anos de idade, junto com vários jovens, participava de uma colação de grau universitário. Mas não pense você, que ela estava acompanhando sua filha ou neta, não! Ela era a mais nova formando da faculdade de medicina daquele ano. Todos os olhares estavam fitos nela, e ela muito orgulhosa de si, segurava aquele canudo com as mãos tremulas pela emoção do momento, mas principalmente, por sua coordenação motora que já não era a mesma. Não podemos nos esquecer que falamos de uma senhora de quase oitenta anos. Uma repórter que cobria aquele evento cumprimenta a nova médica dizendo: “Parabéns Doutora!!” Naquele momento tive uma lição que jamais poderei esquecer, pois muitas pessoas poderiam achar muito estranho alguém, com a idade avançada como ela, assentar-se numa cadeira de faculdade para estudar. Talvez eu mesmo pensasse isto, vendo aquela cena e dizendo: “pra que isto!” Porém, a lição iria começar! A Doutora começa a falar dizendo: “Vocês acham que eu não sei que jamais vou


poderei clinicar ou mesmo prescrever uma receita? Eu sei que não vou poder ter o meu consultório, atender pacientes, etc. Eu sei disto!” Ela com os olhos rasos d'água, voz embargada e dificuldade para segurar o canudo disse: “Este diploma era um sonho antigo; sempre quis fazer medicina, nunca tive condições. Sei que jamais vou clinicar, pois minha idade não permite mais, porém sou médica! E morrerei como médica! Realizei meu sonho!” Quanto vale um sonho? O que estamos dispostos a fazer para realizá-lo? Esta senhora venceu a barreira da idade; não se envergonhou de assentar-se com os jovens para aprender; o corpo lhe impunha limites, a cabeça não! Verdadeiramente, nunca será tarde demais para começarmos a trabalhar em nosso projeto. O nosso personagem principal, Noé, tinha cerca de 500 anos quando Deus o chamou para construir a arca. Alguém poderia dizer: Mas, as pessoas na cultura de Noé viviam mais! Isto é verdade, o texto sagrado diz que Noé viveu 950 anos, porém de posse destas informações, afirmamos que já havia passado mais da metade de sua vida quando foi convocado para aquele enorme projeto, este que duraria mais de um século para ser concluído. Ou seja, Noé não era mais nenhum garoto e a idade lhe impunha limites, sua cabeça não! Existem muitos exemplos, nas Sagradas escrituras e também no tempo contemporâneo, de pessoas que iniciaram seus projetos quando muitos diziam: “É hora de parar”, porém queremos ficar com a grande lição que Calebe nos dá. Calebe era um dos doze espias que foram enviados para espiar a terra de Canaã. Ele foi representando sua tribo Judá. Ao passear por aquela terra durante aqueles quarenta dias, vendo Calebe a fertilidade da terra, seus frutos, as montanhas, os vales, os rios, os animais, etc., Calebe se apaixonou por aquele lugar. Este é o grande problema de algumas pessoas, elas perdem a paixão pelos seus sonhos e projetos. Desistem com muita facilidade daquilo que querem, engavetando seus projetos e abrindo mão de seus sonhos. Quando Calebe pisou em Canaã, ele desejou aquela terra, ele passou a sonhar com aquele lugar, por isso enquanto os dez espias disseram que não daria para conquistar aquela terra! Calebe dizia: Vamos partir e tomar a terra, porque é certo que vamos conquistá-la! Isto é motivação de quem está apaixonado por seu projeto. A história nos diz que do momento em que Calebe pisou na terra pela primeira vez, demorou cerca de 45 anos pra que eles tomassem posse da terra. Quarenta e cinco anos é uma vida! Só espera todo este tempo quem é apaixonado por seu projeto. Também é


importante lembrar que o lugar de espera de Calebe não era muito bom; ele esperou todo estes anos no deserto! Depois que ele teve o primeiro contato com a terra de Canaã, esta que para Calebe era a grande realização de sua vida, segundo o texto caminhou ainda 45 anos para ver seu sonho concretizado. Imaginem alguém na condição de nômade caminhando pelo deserto, ora aqui e ora ali. Vivendo as privações deste território: calor, frio, solidão, etc. Deserto é símbolo de escassez! Porém nem o deserto conseguiu arrancar o sonho da vida daquele homem! Às vezes permitimos coisas fúteis arrancar nossos sonhos com muita facilidade; somos saqueados por alguns momentos da vida, permitindo que estas coisas venham roubar nossos projetos. Calebe, durante estes 45 anos, permitiu que a cada manhã seu sonho queimasse em seu interior dizendo: “Daqui a pouco vamos chegar lá.” Algumas pessoas já não sentem estas motivações; os sonhos não queimam mais dentro delas, elas não suspiram mais, pelos seus projetos, já não pensam neles todos os dias! Quando começamos a sentir estes sintomas, é hora de cuidar de nossos projetos para que eles não venham morrer. Calebe entendeu isto; entendeu que havia saído do Egito para realizar seu sonho, não para morrer no Deserto. A maioria daquele povo terminou sua vida no deserto. Homens e mulheres que pararam de sonhar, deixaram seus corpos sepultados no deserto junto de seus sonhos, não terminaram sua carreira, permitiram que aquilo que seus olhos viam naquele momento definissem seus futuros, ficando com seus projetos inacabados. Calebe não! Ele ousou acreditar que dava para chegar lá se seu Deus o ajudasse. O relato final da história deste homem está nestes termos: Um grupo da tribo de Judá, chefiado por Calebe, filho de Jefoné da família de Quenaz, apresentou-se a Josué em Gilgal. Lembra o que o Senhor disse a Moisés sobre mim e você quando estávamos em Cades-Barnéia? Perguntou Calebe a Josué. Eu estava com quarenta anos de idade quando eu e você fomos enviados por Moisés, de Cades-Barnéia a Canaã, para espionar; eu fiz um relatório sincero. Mas os nossos irmãos que foram conosco fizeram o povo ficar desanimado de invadir Canaã. Mas, como fiquei firme em seguir o Senhor, meu Deus, Moisés me disse: A parte da terra de Canaã por onde você andou pertencerá a você e aos seus filhos para sempre. Agora, como vê, até hoje o Senhor me guardou todos esses quarenta e cinco anos, desde o tempo em que o povo ficou indo para lá e para cá no deserto. Estou agora com oitenta e cinco anos. Sinto-me tão forte agora como quando


Moisés nos mandou naquela missão. Posso sair para combater e voltar depois do combate, como naquele tempo! Agora, pois, peço que me dê a região montanhosa que o Senhor prometeu. Você decerto se lembra de que, quando fomos como espiões, vimos que os enaquins viviam lá em grandes cidades fortificadas. Mas, estando o Senhor comigo, expulsarei aqueles homens de grande estatura.”(Josué 14: 6-12 Bíblia Viva.) Vemos aqui este homem, com oitenta e cinco anos de idade, dando-nos uma lição fascinante. Pois quarenta e cinco anos haviam se passado, mas nem o deserto, a escassez, os limites, as barreiras ou pessoas conseguiram apagar a chama do sonho deste homem, que queimava dia a dia dentro do seu ser dizendo: “vamos chegar lá.” Calebe se sentia tão forte quanto antes, sua disposição era a mesma; ele fez história, pois, nos mostrou que nunca será tarde demais para começar um grande projeto.



Conclusão

D

e fato, a vida e trabalho de Noé nos enriquece, pois olhando para este homem, não vemos nenhum traço de um ser sobrenatural, vemos sim, um homem comum como eu e você; alguém que compartilha das falhas do ser humano, ou seja,

alguém que errou, mas errou tentando acertar! Este era o grande diferencial na vida de

Noé. Ele era justo, era perfeito em relação aos seus contemporâneos, ele andava com Deus. Noé era a pessoa certa para ser usada em um novo começo. Cada pessoa, se for devidamente equipada, pode ser a pessoa certa para certos começos e realizações. Mas cada uma dessas pessoas deve ser equipada como foi Noé. Deus dera inequívocos sinais dos tempos, mas somente Noé teve espiritualidade e discernimento suficiente para interpretar estes sinais. Noé construiria sua Arca, os homens ficariam olhando; haveriam eles de rir-se? Perguntariam por qual razão aquele barco estaria sendo construído em um lugar seco? Algumas pessoas além dos familiares de Noé haveriam de crer em sua história? Não, infelizmente isto não aconteceu! Um gigantesco dilúvio se aproximava e os homens respondiam ao convite de Noé dizendo: “Nós não acreditamos em você! Deixe-nos, pois a vida é boa e precisamos aproveitá-la!” Não sabiam eles que só poderiam aproveitar suas vidas, se estivessem dispostos a construir suas arcas! Porém, Noé haveria de fazer seu trabalho com confiança e paciência; ele tinha fé e dispunha de tempo. Também tinha um alvo a ser alcançado. Fora dado tempo suficiente para completar o seu projeto. Ele teria saúde, forcas físicas, e um propósito espiritual. “Estava fadado ao sucesso”!




SINOPSE

Porta da editora Vida


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