SERGIPE - CULTURA E DIVERSIDADE

Page 126

Maracatu Por não ser um auto, o Maracatu não possui um enredo para sua exibição. Representa uma herança dos séquitos negros que acompanhavam os Reis do Congo, eleitos pelos escravos para coroação comemorada com batuques no adro em homenagem ao Santo protetor. O cortejo real é lembrança da célebre Rainha africana, Ginga de Matamba. A indumentária é constituída de vestidos em cores extravagantes (estampados e lisos), chapéus de pano com abas moles, lembrando tocas que as sinhazinhas usavam para dormir. São personagens: Rei, Rainha, Príncipe, Princesa, Vassalos, Ministros, Cavaleiros, Lanceiros, Buzineiros, Porta-bandeira, Tocadores e Calungas, que são bonecas com poderes sobrenaturais, representando as divindades (orixás) cultuadas como Oxum e Xangô. O cortejo itinerante sai pelas ruas dançando, dando umbigadas, saracateios e fazendo reverências, ao som das marchas, ritmos batidos, marcadores, lembrando cantos aos orixás. Em algumas músicas percebe-se um acentuado sotaque africano. Por ter perdido a tradição sagrada, o Maracatu integra o ciclo carnavalesco das brincadeiras de rua. Os instrumentos que os integrantes utilizam são tambores artesanais (por eles mesmos confeccionados), chocalhos e gonguê. A madeira utilizada para os instrumentos é o tronco do coqueiro ou da faveira braba. Não existe uma coreografia específica, a não ser a saudação aos tambores e ao grupo que representa a realeza. Em Sergipe, podemos encontrar a manifestação nos municípios de Japaratuba e Brejo Grande (povoado Brejão dos Negros.

Sergipe: Cultura e Diversidade

125


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.