Revista Rock Meeting #20

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Depois de “City of Evil”, como costumam dizer, os integrantes correram para o abraço. Seis anos se passaram, e eles se tornaram uma das bandas americanas mais consistentes da atualidade. Mas atenção, “metalcoreanos”: o som deles não é mais para vocês. Na verdade, é difícil até especificar para quem é. Eu poderia resumir o grupo como uma mistura insana de Guns N’ Roses, Dream Theater e Pantera, fato que acaba resultando em um Hard Rock com esteróides e levemente progressivo, mas acho que não há maneira melhor de descrever a música deles como, simplesmente, “Avenged Sevenfold”. Em 2007, eles lançaram outro CD, que recebeu o mesmo nome que a banda, e foi tão bemsucedido, em crítica e vendas, quanto “City of Evil”, mas com um som menos maluco e mais homogêneo. No fim de dezembro de 2009, Jimmy Sullivan (“The Rev”), baterista, morreu por motivos até hoje não muito claros. Mike Portnoy, ex-Dream Theater e ídolo de Jimmy, foi escalado para finalizar as gravações de “Nightmare” e sair em turnê com os outros integrantes pelos primeiros meses de promoção do álbum, tendo, inclusive, se apresentado com o Avenged Sevenfold no Brasil, no festival SWU. Um ano e meio depois da morte de Sullivan, e agora com o novato Arin Ilejay à frente da bateria, M. Shadows, Johnny Christ, Synyster Gates e Zacky Vengeance se recuperam da maneira que podem, recebendo o apoio de fãs ridiculamente devotos por onde passam. “Nightmare”, para muitos, é o melhor CD da banda depois de “City of Evil”. Para mim, em alguns momentos é até melhor. O single eleito como carro-chefe, que também dá nome ao álbum, ficou em primeiro lugar, nos EUA, nas vendas da loja digital iTunes, com mais de 23 mil cópias compradas no dia de seu lançamento. Para os chegados em música recheada de bons instrumentistas e indivíduos com cordas vocais treinadas, melodias pensadas e repensadas e solos de guitarra espalhafatosos e elaborados, o lançamento mais recente do Avenged Sevenfold (assim como os dois álbuns anteriores) é um prato muito cheio, a ponto de transbordar. Minhas faixas preferidas são “Danger Line”, “Natural Born Killer” e “God Hates Us”. Vou começar por ele. Já ouvi muitos lançamentos e pouquíssimos me agradaram. Um deles é o novo álbum da banda holandesa de Symphonic Metal, Within Temptation. Acompanhando a “evolução” do CD através do Facebook da banda, pude conferir algumas músicas novas disponibilizadas por eles. No entanto, nada havia me agradado muito. A temática do CD é sobre história em quadrinhos. A capa mesmo é tão estranha! Completamente diferente dos seus antecessores. Baixei o álbum. Na primeira ouvida, me perguntei: “O que é isso?” Sim, fiquei realmente surpresa. E Within Temptation confesso: não gostei. Como se tratava de uma banda Por Pei Fang Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) que gosto muito, resolvi dar mais uma oportunidade. Fui ouvindo e ouvindo, achando a sonoridade do novo trabalho muito estranha. Até que, um belo dia, ouvi realmente com mais atenção. Adorei! Não é um CD extraordinário, como o “The Heart of Everything”, com canções marcantes e o estilo da banda mais evidente. “The Unforgiving” é completamente alheio ao que a banda vem tocando. Há quem reclamava que a Sharon den Adel (vocalista) tinha uma voz muito aguda, o que irritava um pouco. Mas este novo CD não merece as reclamações de outrora. “The Unforgiving” tornou-se minha audição diária. Tenho que ouvir, pelo menos uma vez, as músicas “Shot in the Dark” e “Sinead”. Gosto muito delas. Para quem gosta de banda com vocal feminino e está entediado com canções de vocal muito lírico, ouça o “novo” Within Temptation. Mas ouça muito! Pode soar estranho, mas consegue arrebatar. Comigo foi assim. 28 Rock Meeting


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