A EMPRESTADORA DE LIVROS

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A emprestadora de livros

Carolina Danemberg de Miranda Roberta Barcellos Danemberg


A emprestadora de livros

ISBN 978-65-00-35733-2

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desse livro poderá ser reproduzida por qualquer processo, sem a permissão expressa das autoras.

Rio de Janeiro, Brasil. 2021


Dedico à Mel, que mesmo sendo uma cachorra e não podendo falar a nossa língua, eu gosto muito dela e que ela se lembre desse livro para sempre. Carolina


Dedico à Carolina, minha inspiração, que me pede para contar história antes de dormir, que se empolga com os meus improvisos e que por diversas vezes improvisa junto. Roberta


CLARA, A EMPRESTADORA DE LIVROS

Era uma vez uma menina chamada Clara.

Ela adorava livros, era apaixonada por eles. Via-os em todos os lugares. Olhava uma cena e já lembrava de alguma história. Gostava realmente dos livros e de tudo que lia neles. Tanto que às vezes enquanto estava lendo começava a tagarelar. Falava, falava e falava tanto que contava até mesmo o final, sem perceber, de tão empolgada que ficava.


Mas havia um detalhe, Clara não tinha livros. Só os livros que as pessoas a emprestavam. E Clara tinha um grande sonho: ter a sua própria biblioteca para que pudesse emprestar os livros também.

ORA DE LI ESTAD VRO R P S EM

Ela queria ser a “emprestadora de livros”. E também a leitora de todos, para indicar a cada um o livro que mais combinar.

- Seria o máximo!, sonhava ela.


Clara estava muito animada com a ideia, mas não sabia como poderia fazer já que não tinha livros nem dinheiro para comprá-los. Foi então que teve a ideia de conversar com sua mãe, que respondeu: - Minha filha, que lindo você querer comprar livros para emprestar às pessoas - falou a mãe emocionada. Eu não tenho muito dinheiro para ajudar. Vou te dar um pouquinho e espero que consiga comprar o que gostaria, mesmo sendo pouco.

A mãe passou a dar-lhe todos os meses cinco reais.


Clara, muito empolgada, foi procurar nas livrarias algum livro que custasse até cinco reais. Procurou, procurou e procurou... Não encontrou nada. Continuou insistindo até que em uma livraria, lá no fundo, viu mini livros que custavam somente dois reais.

Voltou para casa com dois mini livros e contou para todos sua conquista, muito feliz e orgulhosa. Eram os primeiros livros da sua biblioteca. E assim foi, todo mês comprava mais dois mini livros.


Até que uma pessoa, sabendo que ela gostava tanto de livros disse: - Clara, meu filho cresceu e ele não quer mais esses livros. Você aceita?

Os olhos dela brilharam, as pupilas dilataram. Clara ficou pulando de alegria. Claro que Clara levou os livros para casa! Eram só quatro, mas eram para a biblioteca da futura EMPRESTADORA DE LIVROS.. De repente, mais gente soube desse gesto e fez a mesma coisa. A quantidade de livros foi aumentando, aumentando... E todo mês Clara comprava dois mini livros.


Mas espera aí, se cada mini livro custava dois reais e ela tinha cinco, o que fazia com um real que sobrava? Clara poderia comprar um mini mini mini livro que custasse um real. Mas ele existe? Acho que não, nunca vi. Clara poderia comprar um mini livro a cada dois meses. Mas preferiu guardar até o dia que aparecesse “O livro”. Não o de dois reais, mas aquele que seria “O livro”. Ela não sabia nem qual seria mas ela falou, muito decidida:

- Quando for “O livro” eu saberei e terei dinheiro para comprá-lo.

Talvez um livro dourado que tivesse todas as histórias do mundo, infantis é claro, porque a Clara era uma criança.

Já de noite e cansada, Clara decidiu dormir.


Quando Clara acordou seu livro preferido havia

O D I M U S


Clara foi logo procurar na floresta que havia perto da sua casa.. Ela foi procurando, procurando e pelo caminho viu dinossauro e lobo mau. Dinossauro? Lobo mau? Sim, caminho bem estranho que ela fez.


Ela procurou, investigou, até contou para a polícia, mas ninguém sabia onde o livro estava.

Clara teve então uma ideia: perguntar para o mundo inteiro.

E sua busca foi parar na televisão.


Clara ficou tão famosa que até os astronautas e os alienígenas sabiam de sua história.


Toda essa busca deu certo. Lá beeeeem longe, na China, uma girafa contou que tinha visto o livro da Clara com o dono da fazenda onde ela morava. Era um fazendeiro bonzinho que só queria lê-lo, mas como a menina estava dormindo, pegou sem avisar para não acordá-la.

Sabendo disso, Clara foi logo para a China com sua avó. Saíram andando do jeito que estavam, sem pensar muito. Outra apaixonada por livros. Tinha até mesmo uma biblioteca, mas nenhum livro para criança.


O tempo foi passando, passando, passando… e depois de muito caminharem, encontraram a girafa.

Para surpresa e desespero da Clara o livro estava na boca do animal.


A menina, furiosa, deu uma bronca tão grande que a girafa, de tão imensa que era, caiu lá do alto e chegou na Espanha.

Na China ficaram suas pernas e na Espanha sua cabeça. Ou será que foi ao contrário? .

Clara, aproveitando que a girafa havia caído, conseguiu ir na pontinha dos pés buscar seu livro. Foi e voltou correndo bem rápido, mas caiu no riacho e se molhou toda. Só o livro ficou seco.


Clara precisou de um banho bem caprichado, porque até coco de dinossauro tinha na sua bota. Eca! Mas o livro seguiu seco e limpo! Ela correu para casa antes que mais alguma coisa acontecesse e o estragasse. A menina pediu aos pais uma estante “gigante” para sua biblioteca com um pedido diferente: - Ela precisa ter um segurança para eu dormir em paz, sem me preocupar com visitas inesperadas durante a noite.


O dia foi clareando, amanhecendo de mansinho, com o sol entrando, ainda tímido, no quarto da Clara para dar-lhe bom dia!

Até que a emprestadora de livros acordou, abriu os olhos e viu que seu livro estava na estante, do jeito que havia deixado antes de ir dormir.

Percebeu que tudo havia sido um sonho.

- Ufa! - ela respirou muito aliviada. Estava cansada de tanta aventura que viveu. Mas ficou muito feliz porque o livro estava lá, intacto.


Foi por isso que livro continuou perfeito depois de ter passado pela boca da girafa e caído no riacho com a Clara.

Até no sonho ela protegeu o livro, pronto para o próximo leitor. Não novinho porque várias mãozinhas já o tinham manuseado em suas leituras com os empréstimos na Biblioteca.

Ei, vocês ficaram curiosos para saber qual era o livro preferido da Clara? Era o livro da história da Chapeuzinho Vermelho com as versões da Chapeuzinho e do Lobo Mau. Duas versões para a mesma história. Muito divertido! E “O livro”, qual seria? Ah, “O livro” é esse aqui, o nosso livro que você está lendo. Um dia a Clara o encontrará e saberá. Fim.


Sugestões de Atividades: Você também tem um livro favorito como a Clara? E qual a parte que mais achou legal na história da Emprestadora de Livros? Você gostaria de emprestar também como ela? Que tal desenhar os trechos que mais gosta do seu livro preferido e do livro da Clara? Se a história fosse sua, como seria o final? E se ela continuasse, o que aconteceria depois? Que tal criar também sua história para a biblioteca da Clara?


Carolina Tem 7 anos e cursa o 1o ano do Ensino Fundamental. Adora inventar história, interpretar, ler livros e produzir seus próprios textos.

Roberta Mãe da Carolina. Advogada e estudante de Pedagogia. Apaixonou-se pela área da educação nos últimos anos, especialmente, durante o convívio com sua filha. Esse livro é fruto de uma história inventada na hora de dormir. Começou com a mamãe e virou uma divertida brincadeira conjunta.

Contato: @pedagoga.robertadanemberg danemberg@gmail.com


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