Sylviaday todasua

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quando transamos na limusine virou outra coisa. Uma coisa maior.” “Que seja. Você me deu um chega pra lá naquela noite e foi cuidar de Corinne. Como é que você pôde fazer uma coisa dessas comigo, Gideon?” Ele só me largou quando se ajeitou para me pegar no colo e me levar até onde estava meu robe, pendurado em um gancho atrás da porta. Ele me vestiu e depois me sentou na borda da banheira enquanto ia até a pia e pegava meus paninhos de tirar maquiagem da gaveta. Agachado na minha frente, começou a limpar meu rosto. “Quando Corinne me ligou no meio daquele evento, era o momento perfeito pra eu fazer uma idiotice.” A expressão em seu rosto banhado de lágrimas era tranquila e afetuosa. “Você e eu tínhamos acabado de transar, e eu não estava conseguindo pensar direito. Disse pra ela que estava ocupado, e que estava acompanhado, mas quando percebi que ela estava magoada, achei que precisava acertar os ponteiros com ela pra poder seguir em frente com você.” “Não entendi nada. Você me deixou de lado por causa dela. É isso que você chama de seguir em frente comigo?” “Eu pisei na bola com Corinne, Eva.” Ele levantou meu queixo para limpar meus olhos borrados. “Nós nos conhecemos no meu primeiro ano de universidade. Ela chamou minha atenção, é claro, toda linda e meiga, incapaz de dizer uma palavra desagradável sobre quem quer que seja. Quando veio atrás de mim, eu me deixei levar e tive minha primeira experiência sexual de comum acordo com ela.” “Eu a odeio.” Ele abriu um sorrisinho ao ouvir isso. “Não estou brincando, Gideon. Esta conversa está me matando de ciúme.” “Com ela era só sexo, meu anjo. Com você, por mais violento e selvagem que seja, eu sempre faço amor. Desde a primeira vez. Você é a única pessoa capaz de fazer com que eu me sinta assim.” Suspirei. “Está bem. Estou um pouquinho melhor.” Ele me beijou. “Acho que dá para dizer que nós namoramos. Só fazíamos sexo um com o outro e íamos a vários lugares juntos. Ainda assim, quando ela disse que me amava, foi uma surpresa. Uma surpresa agradável. Eu gostava dela. Da companhia dela.” “E pelo jeito ainda gosta”, resmunguei. “Me deixe falar.” Ele me castigou batendo com o dedo na ponta do meu nariz. “Pensei que eu poderia estar apaixonado também, da minha maneira... da única maneira que eu conhecia. Não queria ver Corinne com outra pessoa. Então aceitei quando ela propôs o casamento.” Eu me afastei para olhar bem para ele. “Ela propôs o casamento?” “Não precisava ficar tão surpresa”, ele falou, irônico. “Você está acabando com meu ego.” O alívio tomou conta de mim com tamanha velocidade que fiquei até tonta. Atireime sobre ele, abraçando-o com a maior força de que era capaz. “Ei.” Ele retribuiu o abraço com a mesma avidez. “Está tudo bem?” “Melhorando.” Agarrei seu rosto entre as minhas mãos. “Continue falando.” “Aceitei pelos motivos errados. Estávamos saindo fazia dois anos, e nunca tínhamos nem dormido juntos. Nunca falamos sobre as coisas que eu converso com você. Ela não me conhece, pelo menos não de verdade, mas ainda assim acabei me convencendo de que ser amado bastava. E quem seria capaz de fazer isso melhor que ela?” Gideon passou a concentrar sua atenção em meu outro olho, removendo as manchas


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