A História Secreta da Maçonaria e Ordem RosaCruz

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A VERDADE SOBRE A MAÇONARIA

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até filiar Licio Gelli, um não-católico, à ordem dos Cavaleiros de Malta, e do Santo Sepulcro. Amigo íntimo de Casaroli, normalmente conhecido como o Kissinger do Vaticano devido a seu envolvimento com política exterior, o advogado Ortolani premiou o mestre da P2 com uma entrada incomparável a todas as partes do Vaticano. Como seu mestre Licio Gelli, Ortolani é cidadão de muitos países, pelo menos no papel. Nascido em Viterbo, na Itália, adquiriu posteriormente a nacionalidade brasileira. A utilidade desse arranjo é que não existe tratado de extradição entre a Itália e o Brasil. A lista de membros da P2 crescia cada vez mais. Em 1981, uma grande quantidade dos documentos secretos de Gelli foi apreendida em Toscana, e revelavam que a sociedade secreta possuía quase mil membros só na Itália. Mas esse número era apenas a ponta do iceberg. O serviço secreto italiano está convencido de que há pelo menos mais de dois mil. Gelli posiciona esse número em 2.400. Qualquer que seja esse número, vários serviços secretos europeus concordam em que a identidade da maioria dos membros da P2 ainda não foi revelada e que entre os quais há quase 300 dos homens mais poderosos do que o século XX convencionou chamar de mundo livre. Quando houve a denúncia italiana dos quase mil membros dessa sociedade secreta ilegal, em 1981, um membro da P2, o Senador Fabrizio Cicchitto, enunciou uma verdade fundamental: — Quando se queria alcançar o topo na Itália, durante a década de 70, o melhor caminho era Gelli e a P2. O relacionamento íntimo entre a P2 e o Vaticano era, como acontecia com todos os relacionamentos de GeIli, proveitoso para ambas as partes. Gelli jogou com o medo quase paranóico do comunismo que existia no Vaticano. Gostava particularmente de citar pronunciamentos anteriores à Segunda Guerra Mundial que justificaram o fascismo, inclusive do Cardeal Hinsley, de Westminster, que dissera aos católicos em 1935: — Se o fascismo afundar, a causa de Deus afundará junto. O mais fantástico nos contatos íntimos e contínuos entre o Vaticano e a P2 é que vários cardeais, bispos e padres podiam sorrir benevolentes a essa criança bastarda, a maçonaria ortodoxa. A Igreja Católica considerara os maçons, por muitas centenas de anos, como os filhos do demônio. A organização foi repetidamente condenada e inspirou pelo menos seis bulas papais, completamente contra a maçonaria; sendo a mais antiga in eminente a do Papa Clemente XII em 1738. A Igreja considerava essa sociedade secreta como uma religião alternativa controlada pelos ateus, cuja principal finalidade era a destruição da Igreja Católica. Conseqúentemente qualquer católico denunciado como pertencente a ela era automaticamente excomungado pela Igreja. Não há dúvida de que muitos movimentos revolucionários na história utilizaram-se da maçonaria em suas divergências com a Igrej Um exemplo clássico é o patriota italiano Garibaldi, que arregimentou os maçons do país em uma força que levantou a população contra a dominação papal e resultou em uma Itália unificada. Hoje em dia a Maçonaria tem diferentes significados em diferentes países. Todos os maçons afirmam ser uma força para o bem. Os nãomaçons encaram esta sociedade secreta com diferentes graus de hostilidade e suspeita. Mas até bem recentemente a Igreja Católica manteve uma posição inteiramente firme: a maçonaria é um mal muito grande e todos os que pertencem a ela são, aos olhos da Igreja, anátemas. Se esse era o pensamento da Igreja sobre a maçonana convencional então torna os laços entre a P2 e o Vaticano ainda mais extraordinários: um dos menores e mais poderosos estados sobre a Terra abrigando um estado dentro de um estado. A esmagadora maioria de membros da P2 era, e continua sendo, de católicos praticantes. Embora a Loja P2 italiana jamais se reunisse em sua totalidade (precisariam alugar La Scala para isso), havia indubitavelmente encontros de grupos selecionados. As discussões não se confinavam a lamentar os males do comunismo. Providências ativas eram planejadas para combater e impedir o que Gelli e seus amigos consideravatn o supremo desastre, um governo comunista eleito democraticamente. Houve nas duas últimas décadas diversos atentados a bomba na Itália que nunca foram esclarecidos. Se as autoridades italianas algum dia pegarem Gelli, estarão em condições, se ele resolver falar e

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1/12/2006


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