TV Cultura

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o ator principal no rio de janeiro... A Ana Muylaert já estava trabalhando com a equipe no “Mundo da Lua”, ela trabalhava nos roteiros junto com o Flávio. Mas o diretor foi embora, o elenco, parte do elenco já estava lá contratado, a parte da produção também estava mais ou menos montada. Mas se renovou tudo, tinha que buscar um diretor novo, tinha que se repensar o projeto, tinha que repensar cenário. Então a gente montou um grupo, que foi o Flávio de Souza, que era o roteirista, eu, que estava agindo como produtora executiva, a Ana, que era uma espécie de roteirista também, mas fazia também uma concepção visual, e o Marcos Weinstock, que fez a parte de cenografia do “Mundo da Lua”. O Marcos Weinstock já estava na casa porque ele fez alguns cenários importantes, fez o “Roda Viva”, que foi importante, ele fez a implantação do “Metrópolis”, que foi importante; ele já tinha feito algumas coisas lá. Então no “Mundo da Lua”, esse grupo, a gente considerou um grupo de criação. E aí a gente formatou, veio um diretor que era o Roberto Vignati, que era um diretor de teatro, diretor de televisão que tinha alguma experiência. Foi um projeto que foi uma loucura. Para mim, foi uma super experiência, porque a gente trabalhava com atores cedidos pela Globo, que eram o Antônio Fagundes, o Guarnieri, a Laura Cardoso, acho que eram os três atores cedidos pela Globo. E eles vinham para gravar, enfim, muito pontualmente. E a gente tinha pouco dinheiro, tinha que se virar. Um projeto de ficção em uma televisão é um dos projetos mais complexos de produção, porque, para fazer ficção se envolve tudo, para mim é

Beth Carmona.

assim, depois que você faz ficção você faz qualquer coisa. Porque é muito complexo, é uma coisa de planejamento diário, muda muita coisa, tem muita novidade, muita, muito... como se diz? Coisas que acontecem no meio, você precisa inventar e pensar, e refazer. E eu lembro que o Fagundes estava fazendo o “Dono do Mundo” na Globo, você imagina... O personagem principal no Rio de Janeiro, e a gente estava em São Paulo. Ele era o pai, a Mira era a mãe, aí a Mira ficou grávida, depois dos primeiros episódios. O Fagundes só podia ir segunda tal hora, tal hora, o Guarnieri tal hora, tal hora, era assim... Então era uma família que tinha que, que tinha que ser uma família mas que a gente lidava com uma loucura de variáveis e ainda com gente, às vezes, de calibre muito alto que chegava lá, entendeu? Querendo tudo. E enfim, eu quase chorava toda noite, estava bem complicado, mas assim que a gente editou os primeiros episódios, eu trabalhei muito com a Ana, foi uma dedicação muito grande e foi um casamento de trabalho muito bom. E quando a gente viu os primeiros episódios eu tive certeza que eu tinha uma coisa maravilhosa na mão, eu tinha certeza. Falava: “Que coisa incrível, que coisa maravilhosa.” Mas nem todo mundo gostava. Quando começamos a exibir não tínhamos muitos episódios, começamos a exibir semanal, e não deu muito retorno. Enfim, ele não teve um retorno tão imediato.” Beth Carmona 201


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