Revista Visão - Outubro 2016 - Edição #123

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14 ed. 123

E LE I ÇÕ ES 2016 Antônio Ceron é o novo prefeito de Lages CULTURA A herança em art déco que Lages tem espalhada pela cidade

ENTREVISTA Jean Pierre Rosier, um dos melhores enólogos de SC

COMPORTAMENTO A comunidade LGBT de Lages precisa de visibilidade

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comportamento

foto | Divulgação

foto | Gugu Garcia

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Lages pode ter no futuro um nadador olímpico. Bruno Leite não mede esforços para chegar ao seu objetivo, com 17 anos, dos quais 10 dedicados à natação. Ele conta o que o motivou a entrar para o esporte e sua dedicação como atleta para chegar à Seleção Brasileira. Não deixe de apreciar o melhor conteúdo e informação. Tenha uma ótima leitura e um excelente mês de outubro. Equipe de Redação | Revista Visão

Um assunto com pouquíssima visibilidade, mas que precisa ser entendido e debatido em Lages: LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis e Transexuais). Conheça a história da vivência e militância de quem é LGBT no cotidiano lageano, que pouco dá visibilidade à essa comunidade.

Veja nesta edição também sobre a história do art déco, um estilo que compõe grande parte do acervo predial e residencial de Lages e que fez parte do desenvolvimento econômico do município no século passado. Além de saber por que é preciso mantê-lo vivo para a cidade.

Lages tem um novo prefeito

Estão eleitos os novos prefeitos e vereadores. Em Lages, Antônio Ceron venceu as eleições, com 38,05% de votos e vai administrar o município pelos próximos quatro anos. Veja como foi a festa do candidato e a movimentação política no dia das eleições, em Lages e região.

Na entrevista do mês, o enólogo Jean Pierre Rosier, da Vinícola Abreu Garcia, conta um pouco de sua história e trajetória no mundo dos vinhos, além de mostrar como desenvolve seu trabalho na vinícola serrana e como conhecedor da bebida, os principais benefícios desta, que se tornou uma das atividades econômicas importantes da Serra Catarinense.

PRIMEIRAS PALAVRAS

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Foto Gugu Garcia

Tema A vitória de Ceron

Antônio Ceron PSD, da coligação Lages Levada a Sério, é o novo prefeito de Lages.

Capa do mês ed. 123

Nossa gente

Diretor Geral.............................. Gugu Garcia Diretor de Redação .................. Loreno Siega - Reg. Prof. 2691/165v-PR Repórter ...................................... Vinicius Prado Gerência e Dir. de Criação .... Eder Pitz de Lima Diagramação e Arte ................. Chelbim M. Poletto Morales Assinaturas ................................. Luiz Wolff Comercial ................................... Jean Campos ....................................................... Suely Miyake Administrativo ........................... Adriana da Luz Distribuição ................................ Robinson Marcelino

Impressão SulOeste Tiragem 3.000 exemplares

Fale conosco

Redação R. Dr. Walmor Ribeiro, 115 - Coral 88.523-060 Lages/SC - 49 3223.4723

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Não é permitida a reprodução parcial ou total das reportagens, entrevistas, artigos e imagens sem prévia autorização por escrito do editor. A Revista Visão não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nos artigos assinados.


PARA COMEÇAR

Veja nesta edição

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Cultura .............................................................................20

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Reportagem - Capa..................................... 14

O art déco representava o “futuro” no século XX. E Lages seguiu a tendência das metrópoles. Por isso possui uma variedade de edificações no estilo. Saiba a importância do movimento e por que preservá-lo.

As visões do nosso olheiro sobre as entediantes propagandas eleitorais, que mesmo após a nova regulamentação, continuam a “assombrar” os espectadores nos períodos eleitoreiros.

Visões Ozóide ......................................................60

Com apenas 17 anos o nadador Bruno Arruda Leite já conquistou mais de 150 medalhas em competições. O lageano, dedicado, tem o sonho e meta de chegar ‘à Seleção Brasileira.

Esporte.............................................................................50

Lages tem uma clínica especialista em alergia e imunologia: Alergo Clyn. Sob o comando da alergologista Dra. Maria do Carmo S. Manica, que tem 25 anos de experiência na área.

Vida e Saúde .........................................................48

Veja oito ideias de paisagismo e jardinagem para fazer em sua casa, ou até no seu apartamento. Traga um pouco da natureza para perto de si.

Decoração ..................................................................46

Os melhores pratos da culinária japonesa num só lugar, pelas mãos do experiente sushiman Júnior Venção, são encontrados no Aishiteru Sushi.

Gastronomia ..........................................................44

A harmonia entre os vinhos de altitude e o queijo serrano, que recentemente foi liberado pelo Estado para ser produzido e vendido legalmente.

Mundo dos Vinhos .......................................42

A Escola de Educação Básica Belisário Ramos foi a primeira colocada no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), mesmo com os vários problemas estruturais, que perduram há anos.

Educação......................................................................38

A comunidade LGBT enfrenta uma luta diária por direitos e mais espaço na sociedade. Em Lages é preciso dar maior visibilidade a estas pessoas para que possam se posicionar e conquistar o devido respeito.

Comportamento ...............................................26

Antônio Ceron é o novo prefeito de Lages. Após uma disputa acirrada, Ceron venceu o pleito com 38,05% dos votos. Confira também os resultados da Amures e de Curitibanos.

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re p o r t age m

O enólogo Jean Pierre Rosier conta sua trajetória e um pouco do trabalho desenvolvido na Vinícola Abreu Garcia, na Serra Catarinense.

Entrevista ....................................................................08

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foto | Gugu Garcia


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Fabiano Delfi Sobre o post: “Você acha que Lages é uma ‘terra arrasada’?”

facebook.com.br/revistavisao

foto | Pablo Gomes / ADR Lages

LEITOR ONLINE

O lageano que fala mal da cidade é o mesmo que tira daqui seu sustento.

Tomara que repasse mesmo. De promessas, estamos cheios. Esse governador é um descaso para nossa região serrana!

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Amanda Magnabosco Sobre o post: “Em nota oficial, Governo de SC diz que vai repassar os valores que deve à saúde de Lages”

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Time de Handebol do Colégio Industrial de Lages, campeão catarinense, vai representar SC em competição nacional

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O rio Carahá precisa é de desassoreamento urgente. Monitoramento não resolve nada. Pergunte aos ribeirinhos (meu caso) e mostraremos todos os pontos críticos. Moro nas proximidades da Acil há 29 anos e temos que usar comportas pelo menos duas vezes por ano e nem sempre resolve.

Neste Brasil de imprensa quase igualitária, fico feliz em ver uma voz destoante. Há dois grupos comemorando o golpe: os que vão tirar direitos sociais e os que ainda não sabem que vão perdê-los.

Não poderia deixar de observar tamanho bom gosto, com peças únicas e exclusivas! Parabéns pelo bom gosto! Eu acho que era o que estava faltando nesta cidade linda!

Edson de Matos Sobre o post: “A Democracia Brasileira foi jogada no cesto do lixo”

Maria Aparecida da Silva Sobre o post: “Espaço Decora, um lugar para chamar de seu”

Hilo Joel Sobre o post: “Em tempos de eleições, fazem cada coisa esses nossos administradores...”

A atriz Adriana Birolli, era uma dos mais de 60 passageiros do voo da Azul Linhas Aéreas no dia 22/09 no Aeroporto Federal Correia Pinto. A artista veio para se apresentar com a peça “Manual Prático da Mulher Desesperada”. Ela chegou animada no hall de check-out. Simpática e solícita foi recepcionada pelos lageanos e tem em sua memória as características de Lages, pois a peça já foi apresentada em 2012. “Estava louca para voltar. Mas confesso que eu dizia ao produtor a dificuldade de deslocamento. Ir do Rio até Florianópolis de avião, e depois ‘chacoalhar’ por umas quatro horas dentro de uma van, é puxado”, reconhece, percebendo que agora com o Aeroporto em plena atividade, “tudo ficou mais fácil”.

Usuário: assinante Senha: democracia

Enquete

foto | Nilton Wolff / Divulgação

Atriz elogia progresso de Lages

Acesse nossa revista online! Este é um benefício exclusivo para você leitor! Para ver a edição deste mês on-line, basta digitar:

revistavisao.com.br

Paulo Eduardo Meduqui Sobre o post: “Cartilha sobre Javali produzida pela Polícia Ambiental é divulgada para o Brasil”

portal.revistavisao.com.br

Sou controlador de javali de minha região. Tudo o que foi feito até agora tem ajudado, mas tem muito ainda pra melhorar. Tinha que facilitar mais o acesso para o controle porque o javali é muito perigoso, não tem como medir força com ele sem arma.

Qual o símbolo (ícone) que melhor representa Lages em seus 250 anos de história?

56+13+653215 Resultado | Setembro

55,5%

Catedral Diocesana

12,8%

Parque Jonas Ramos / Tanque

6,2%

Coxilha Rica

4,5%

Colégio Rosa

3,5%

Festa Nacional do Pinhão

2,4% 15,1%

Cav - Uniplac - Unifacvest Outros


Os

novos prefeitos e vereadores, que assumem em 01 de janeiro de 2017, já estão eleitos. Agora, até o final do ano, se não houver nenhum problema ou impedimento legal, serão devidamente diplomados. E depois, é trabalhar.

Loreno Siega | Diretor de Redação

A cidade carece muito de melhor atendimento à saúde. E, na campanha, a solução por parte dos três postulantes parecia mágica. Muitas ruas (principalmente nos bairros), estão cheias de buracos ou mal cuidadas. E todos prometeram ações para minimizar os problemas. Há excesso de comissionados na Prefeitura (mais de 300). E todos prometeram “enxugar” a máquina, economizar e com isso fazer mais obras. O prédio da nossa prefeitura é acanhado demais. E a maior parte das secretarias funcionam em prédios alugados. Dois candidatos prometeram construir um prédio novo, num local mais amplo, que possa abrigar todas as secretarias e serviços públicos (economizando com o pagamento de aluguéis). O outro candidato prometeu alugar um prédio grande. E colocar tudo naquele espaço (pelo menos a maior parte das secretarias). Todos prometeram também apoiar as empresas locais. E correr atrás de novas empresas

Antônio Ceron, que saiu vitorioso, vai herdar muitos problemas. Mas, longe de encontrar uma “terra arrasada”, terá pela frente a difícil e importante missão de liderar Lages e os lageanos em um de seus melhores momentos na história. Temos gente muito valorosa, em todos os setores. Estamos atraindo muitas empresas novas (e ampliando as nossas). Somos um grande polo nas áreas da educação, com milhares de estudantes; na saúde, com bons hospitais, clínicas, laboratórios e inclusive curso superior de medicina e vários outros na área. Temos, depois de muita luta, um shopping center funcionando (para fazer compras e lazer). Temos ligação aérea regular com os grandes centros urbanos (e, em consequência disso, com o restante do mundo, via ponte aérea). Estamos revitalizando o centro de Lages. Logo mais (se o Governo Colombo conseguir), teremos o HTR ampliado e funcionando. E há muitos projetos em andamento (o complexo de obras da Av. Ponte Grande, por exemplo, a pavimentação de parte do trecho até a Coxilha Rica, entre outros). Sucesso, determinação, saúde, paz e muita sorte aos novos eleitos, de Lages e de toda a Serra Catarinense. De nossa parte, naquilo que nos cabe, continuaremos a divulgar as boas notícias. E a cobrar aquilo que não for feito ou que estiver ruim, com críticas construtivas e importantes. É essa a missão da imprensa e de todos os cidadãos críticos e conscientes. Avante, Lages!

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Levando-se em conta que Lages tem quase 160 mil habitantes e que o vencedor sequer obteve os votos de ¼ desse contingente (35 mil – até porque uma parte significativa dos eleitores não foi votar ou anulou seu voto). E outra parte bem expressiva não vota (menores de idade e/ou pessoas muito idosas – cujo voto é facultativo). Ou seja, o eleito não poderá simplesmente administrar a cidade somente para seus eleitores (e para aqueles que correram atrás dos votos para ele).

Por fim, os três prometeram administrar para todos os lageanos, sem perseguições de qualquer natureza. Afinal, as eleições passaram. E Lages, com seus 250 anos de história, continua. Aqui nós residimos, trabalhamos, criamos nossos filhos, pagamos nossos impostos e escolhemos viver. Felizmente, a grande maioria do povo não precisa da prefeitura (pelo menos não no dia a dia). Mas aqueles que precisarem – e quando precisarem – têm todo o direito de serem bem atendidos, independente de cor partidária (e da opção de voto que tiveram).

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Sucesso, determinação, saúde, paz e muita sorte aos novos eleitos, de Lages e de toda a Serra Catarinense.

Em Lages, tivemos três candidaturas a prefeito. Uma delas saiu vitoriosa (Antônio Ceron – reportagem especial nesta edição). As outras, desta vez não tiveram os votos suficientes. Ao longo de dois meses, em agosto e setembro, os candidatos percorreram centenas de quilômetros, participaram de reuniões, encontros, debates nos meios de comunicação, entrevistas, caminhadas... Receberam sugestões, assumiram compromissos com grupos específicos. E, à exaustão, discutiram e apresentaram seus respectivos projetos e plano de governo para administrar a cidade e seu interior.

para trazer, ajudando a gerar mais empregos. Alguns prometeram implantar o ensino em tempo integral na rede municipal. E todos disseram que jamais irão subtrair recursos públicos para proveito próprio. O candidato eleito, inclusive, prometeu doar o próprio salário de R$ 22 mil – durante os quatro anos – para um fundo de apoio aos necessitados de Lages.

EDITORIAL

O DIA SEGUINTE ÀS ELEIÇÕES


ENTREVISTA

O DOUTOR QUE SABE TUDO DE VINHOS

LORENO SIEGA G UGU GARCIA

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Profundo conhecedor da elaboração de vinhos de altitude em SC, o enólogo Jean Pierre Rosier é nosso entrevistado do mês. Ele cita os diversos benefícios do consumo da bebida para a saúde e conta como é o trabalho desenvolvido para a Vinícola Abreu Garcia, em Campo Belo do Sul.

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Embora

a humildade não lhe permita falar tudo o que sabe ou já fez na vida, Jean Pierre Rosier (até o nome é sofisticado) talvez seja o homem que mais conhece e tem experiência no cultivo de uvas viníferas e elaboração de vinhos de qualidade em Santa Catarina. Ele atuou por muitos anos na Epagri de Videira (hoje já se aposentou desta atividade). Por isso, conhece como poucos os vários biomas catarinenses onde se cultivam uvas e se elaboram vinhos. Quando surgiu a Associação Catarinense dos Vinhos Finos de Altitude (Acavitis), há cerca de 15 anos, lá estava Dr. Jean Pierre nas orientações técnicas e à frente dos primeiros plantios de videiras viníferas, além da elaboração dos primeiros vinhos (foi consultor de uma porção de vinícolas). Atualmente, Dr. Jean Pierre, que reside em Videira, ainda atua no setor, especificamente na Vinícola Abreu Garcia, em Campo Belo do Sul, onde está à frente da equipe técnica desde o começo, há 10 anos. Nesta entrevista exclusiva, ele fala das propriedades dos vinhos para a saúde, de alguns segredos para se ter um bom vinho, da grande evolução dos vinhos finos de altitude catarinenses, entre outras questões. Acompanhe.

Inicialmente, pedimos para que você se apresente. Sou Jean Pierre Rosier, filho de franceses, nascido em Porto Alegre em 19 de dezembro de 1957. Minha família veio para o Brasil para fundar a Vinícola George Aubert, em Garibaldi, no Rio Grande do Sul. Minha formação consiste em Faculdade de Agronomia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1985, com Especialização em Viticultura e Enologia de Climas Cálidos pela Universidade de Cadiz – Jerez de La Fronteira – Espanha em 1998. Mestrado pela Universidade de Bordeaux II – França em 1989, e Doutorado pela Universidade de Bordeaux II – Institut de Oenologie – França em 1992. Conte-nos brevemente sua trajetória profissional. Onde já atuou como enólogo? Minha atividade profissional teve início como Pesquisador, hoje aposentado, em Enologia e Viticultura na Epagri de Videira, com atuação em todo o estado catarinense. Sou membro da CHAIRE UNESCO – Culture et Traditions Du Vin, Orientador e co-orientador de teses de mestrado e doutorado em universidades brasileiras, além de Consultor Técnico de diversos empreendimentos vitivinícolas de altitude em Santa Catarina. Durante minha vida

profissional, produzi mais de 100 artigos científicos e 130 trabalhos técnicos, sendo também autor de um livro sobre elaboração de vinho. Sou sócio honorário da Acavitis, hoje Vinhos de Altitude. E atualmente atuo como Diretor Técnico e Enólogo Master da Vitivinícola Abreu Garcia, em Campo Belo do Sul, Santa Catarina. Tomar vinho faz bem à saúde? Por quê? Tinto é melhor do que vinho branco para a saúde? Quanto se deve tomar por dia? O consumo de vinho faz muito bem à saúde. Esta afirmação é respaldada por inúmeros trabalhos científicos avalizados pela Organização Mundial da Saúde. Entre os benefícios comprovados podem ser citados o combate às enfermidades cardiovasculares, ação bactericida e antiviral, facilidade de digestão e retardador do envelhecimento celular e orgânico. Tudo isso graças à presença de substâncias como as procianidinas, o resveratrol, os flavonoides, os taninos e o álcool consumido em moderação. Algumas destas são maiores nos vinhos tintos do que nos brancos. Por isso os tintos são mais conhecidos como benéficos à saúde. O consumidor considerado moderado, e que obtém os benefícios do vinho, é aquele que consome até 4 taças de vinho por dia (para os homens). E de 2 a 3 taças para as mulheres. A variação das doses entre os sexos é devido a diferença de capacidade enzimática de metabolizar o álcool. O senhor foi um dos primeiros profissionais em SC a ajudar na criação da Associação Catarinense dos Vinhos Finos de Altitude – Acavitis – hoje Vinhos de Altitude. Conte-nos um pouco como foi esse trabalho e o porquê de criar uma entidade para esse tipo de vinhos. A descoberta dos vinhos de altitude em Santa Catarina foi um dos principais trabalhos que pude participar, juntamente com as equipes da Epagri. Esta descoberta ocorreu paralelamente em três locais distintos: São Joaquim, Água Doce e Campos Novos, sempre em altitudes maiores que 900 metros acima do nível do mar. Em seguida agregaram-se Bom Retiro, Urupema e Campo Belo do Sul. A consolidação destes vinhos necessitava que ocorresse uma união entre os produtores destas novas regiões para que juntos, apoiados nas características climáticas


O consumo de vinho faz muito bem à saúde. Esta afirmação é respaldada por inúmeros trabalhos científicos avalizados pela Organização Mundial da Saúde.

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Dr. Jean Pierre Rosier Enólogo

Agrônomo, especialização na Espanha, é mestre e doutor em Viticultura e Enologia pela Univer-

sidade de Bordeaux, na França. Atua na Vinícola Abreu Garcia, em Campo Belo do Sul.


diferenciais, pudessem se consolidar no mercado vitivinícola. Portanto, a criação de uma associação permitiu que estes pequenos núcleos, com características semelhantes, se apoiassem mutuamente, possibilitando uma maior visibilidade dentro de um núcleo organizado. Qual o diferencial dos vinhos de altitude para outras vinícolas tradicionais de SC (que já existiam antes da Acavitis nas regiões de Videira e Pinheiro Preto, por exemplo)?

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Os vinhos finos de SC hoje já competem em igualdade de condições com os vinhos da Região da Serra Gaúcha? Ou são melhores? O que ainda falta para serem melhor conhecidos? Os vinhos de altitude de SC se diferenciam dos demais produzidos no Brasil. Não se trata de uma superioridade ou inferioridade qualitativa. No mundo do vinho, são as características de cada local de produção das uvas que diferenciam os produtos, e assim tem suas particularidades. O que se pode afirmar é que nossos vinhos brancos são ricos em aromas varietais, mais estruturados e mais longevos do que outros, se assemelhando mais ao

A Vinícola Abreu Garcia fica localizada em Campo Belo do Sul

estilo dos vinhos europeus, isto é, ganham qualidade com o passar dos anos. Nossos tintos têm cor intensa, são ricos de aromas e apresentam grande volume em boca. Em sua maioria, necessitam de maior envelhecimento para atingirem o ápice da qualidade, porém persistem assim por mais tempo. Isso não representa que são melhores ou piores, mas sim distintos e com características próprias, as quais são muito valorizadas pelos consumidores advertidos. O desconhecimento do público pelos vinhos de altitude pode ser considerado normal pois trata-se de uma viticultura recente, que tem apenas 15 anos, enquanto algumas regiões produtoras no Brasil têm mais de 80, e algumas ao redor do mundo mais de 1.000 anos. Portanto, somos jovens prodígios ocupando nosso espaço com uma precocidade e qualidade surpreendente. Que avaliação geral o senhor faz hoje dos vinhos de altitude de SC? Em termos de qualidade, quantidade, preço e aceitação no mercado? A qualidade dos vinhos de altitude vem num crescente animador. A maturidade dos vinhedos e o conhecimento da região pelos vinificadores têm contribuído para este incremento. Era de se esperar que o tempo trouxesse evolução e está sendo constatada ano a ano. A quantidade de cada tipo de vinho também está se adequando. No início, a proporção era de pelo menos 4 tintos para um branco. Hoje já se verifica um equilíbrio mais adequado e principalmente a grande proliferação de vinhos espumantes de qualidade e de grande aceitação pelo mercado. Os preços dos vinhos de alti-

tude ainda estão em fase de adequação devido às produtividades reduzidas que o próprio clima ocasiona e à amortização que os altos investimentos em vinhedos e vinícolas ainda impõe aos investidores. Vinhos chilenos, argentinos ou uruguaios – no mercado nacional – custam mais barato do que um vinho nosso de altitude. Por que essa diferença tão considerável de preços? Os estrangeiros são de pior qualidade? Os vinhos sul-americanos são favorecidos em seus países com incentivos na impor-

Nos locais de altitude, a colheita ocorre nos meses de março, abril e até início de maio, quando a quantidade de chuva normalmente é bem menor, possibilitando uma colheita muito mais sadia, com as uvas mais maduras.

Está baseado na influência do clima sobre as plantas. Em climas frios, portanto em altitude no Sul do Brasil, as baixas temperaturas retardam a brotação das plantas, fazendo com que todo o ciclo biológico anual seja deslocado. Isto é, em locais mais baixos, as temperaturas são maiores e as videiras produzem nos meses de janeiro e fevereiro, época de grande quantidade de chuvas. Portanto, colheita com grandes dificuldades e uvas de qualidade nem sempre otimizada. Nos locais de altitude, a colheita ocorre nos meses de março, abril e até início de maio, quando a quantidade de chuva normalmente é bem menor, possibilitando uma colheita muito mais sadia, com as uvas mais maduras. Aliado à menor precipitação nos locais de altitude, ocorrem também noites mais frias, que influem no comportamento das plantas, que não encontrando temperaturas que estimulem o crescimento dos ramos, direcionam suas energias para os cachos, em torno das sementes. Justamente armazenam no local que tanto interessa para a produção de vinhos.


tação de insumos como garrafas, rolhas e barricas e, principalmente, com valores referentes a impostos muito inferiores aos praticados no Brasil. Mas de qualquer forma, os bons vinhos destes países não têm preços inferiores aos nossos, muito pelo contrário, são muitas vezes mais caros, enquanto os mais baratos, via de regra, são de qualidade duvidosa. Fale-nos um pouco do seu trabalho à frente da Vinícola Abreu Garcia.

A qualidade dos jovens vinhos produzidos nestes 10 anos na Abreu Garcia é confirmada não pela minha opinião, que pode ser considerada naturalmente parcial, mas pela aceitação do mercado onde o consumidor é soberano. Nossos estoques estão se tornando diminutos e as vendas se equilibram com a produção. O tempo de maturação na garrafa é controlado e sua liberação é festejada pelo setor de vendas. A opinião sincera

de conhecedores e de críticos e, principalmente, o retorno dos consumidores à aquisição dos produtos nos dão a certeza de estarmos trilhando o caminho certo. A última premiação obtida, medalha de ouro no concurso internacional de Bruxelas 2016, deferida ao Chardonnay safra 2014 envelhecido em barris de carvalho, atesta a qualidade e a vocação destes vinhos para o envelhecimento. O que ainda se pode esperar dos vinhos da Abreu Garcia? Quando se respeita a natureza, as plantas e os fatores humanos, sempre se pode esperar boas surpresas. Neste caso, proveniente de um trabalho apoiado pela Fapesc, será disponibilizado em breve para comercialização um novo produto, um espumante que virá se juntar aos já grandes sucessos nesta linha de vinhos que são o Brut Rosé, o champenoise Brut de Pinot Noir e o Chardonnay. Trata-se do espumante da variedade Vermentino, única casta de origem italiana na Abreu Garcia. Este produto está sendo vinificado pelo método tradicional champenoise e tem demonstrado, ainda de forma experimental, grande vocação para ser consumido como aperitivo descompromissado ou tendo sobremesas como acompanhamento. A proposta da Abreu Garcia é ser uma vinícola pequena, chamada boutique. Essa filosofia vai continuar? Ou poderá mudar com o decorrer dos anos? Acredito que a possibilidade de elaborar grandes vinhos está intimamente ligada à pequena produção. Uma vinícola

só pode ser denominada de boutique quando consegue agregar modernidade a uma pequena produção artesanal, onde cada produto recebe toda a atenção possível. E esta filosofia é a essência da Abreu Garcia desde sua criação. Conhecendo a convicção de seus proprietários, tenho certeza de que não mudará de rumo. Na vinícola Abreu Garcia, além dos vinhos, há outros aspectos que chamam atenção dos visitantes: a história dos povos antigos que habitaram aquele lugar (vide pesquisas científicas e descobertas feitas no terreno – geoglifo), uma capela de pedras (aspecto religioso – onde inclusive já se celebrou um casamento), além da beleza do lugar... Isso ajuda a agregar valor ao produto? O “terroir” recebe importantes aliados no contexto da Abreu Garcia. Tem o fator histórico e místico de um danceiro indígena que hoje se sabe é existente ali desde o ano 1200, tem o lado família marcado em sua linda capela de taipa erguida pelos proprietários, ao lado do geoglifo, para celebrar o batizado de seus filhos. Não há dúvida de que são atrativos extras que se complementam com as atividades gastronômicas que se realizam no lindo espaço gourmet onde a exclusiva chef da vinícola, Esther Gregolon, minha esposa, adequa pratos sofisticados da gastronomia francesa (Canard) elaborados em grande parte com produtos produzidos na propriedade, afim de acompanhar adequadamente nossos vinhos enquanto se aguarda o maravilhoso momento único do pôr do sol na vinícola.

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Como o senhor vê hoje a qualidade dos vinhos da Abreu Garcia? E a aceitação dos mesmos no mercado? Alguns vinhos da Abreu Garcia já foram premiados em nível nacional. Fale-nos um pouco dessas premiações.

Jean Rosier inspecionando o vinhedo com o proprietário Ernani Garcia

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A Vinícola Abreu Garcia se encontra dentro de um contexto que é a mais pura expressão do termo “terroir”, ou seja, a conjunção harmônica do clima, solo, planta e homem. Este conjunto de fatores me levou a dedicar uma atenção muito especial a esta empresa onde participei desde o início. O clima de altitude, o solo profundo e bem drenado, as variedades adaptadas ao local e a família Abreu Garcia onde, Dr. Ernani Garcia e Janaína Abreu, sua esposa, são amigos que permitem, incentivam e participam do uso de tecnologias ligadas à arte na elaboração dos vinhos. É dentro deste “terroir Abreu Garcia” que o grupo técnico que conta com um técnico de campo, Tarcisio Nunes, um jovem enólogo, Leonardo Ferrari, e a experiência de um amigo, Prof. Aparecido Lima da Silva, da UFSC, que podemos cultivar as videiras da forma mais natural possível, respeitando a natureza e as características do local, elaborar os vinhos com dedicação e paixão, deixando aflorar a importante relação entre a modernidade e a experiência.


Sua programação para os eventos locais e regionais começa por aqui

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Expolages 2016

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Parque de Exposições Conta Dinheiro

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Curso Atenda Mais, Venda Melhor (com Emmanoel Lourenço)

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CDL Lages

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Lages

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Festival Municipal de Dança

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Teatro Marajoara

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T U B R O

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Sesc Saúde

18 a 20/10

Supercenter Angeloni

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Show Nacional: Wesley Safadão

26 a 28/10

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27/10

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Aniversário de Lages – 250 Anos – Lages – 22/11 Feira Construir SC – (Parque Conta Dinheiro) – Lages – 24 a 27/11 Show de Simone & Simaria – (Centro Serra) – Lages – 25/11

S. 02 S. 03 S. 04 S. 05

NOVEMBRO

Divulgue você também seus eventos! Mande sua sugestão para:

contato@revistavisao.com.br

Centro Serra Convention Center

Lages

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REPORTAGEM

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ANTÔNIO CERON

SERÁ O PRÓXIMO PREFEITO DE LAGES

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O “Gringo”, Antônio Ceron, do PSD – e da coligação Lages Levada a Sério – 71 anos, será o novo prefeito de Lages. Ele foi eleito no domingo, 02/10, com 35.242 votos (38,05% dos votos válidos), em eleição das mais disputadas e emocionantes da história do município já que no decurso todo da campanha não se teve nenhuma pesquisa oficial divulgada – e haviam três bons candidatos no páreo. LORENO SIEGA G UGU G UGU GARCIA GARCIA


29+33+38 LAGES

ANTÔNIO CERON 38,05%

3º ROBERTO AMARAL 28,99% 26.849 Votos

35.242 Votos

2º MARCIUS MACHADO 32,96% 30.525 Votos

NULOS ................5.023 Votos .... 4,98%

Total de eleitores no município 122.076 ................ 338 seções

O jovem Marcius Machado (37 anos), PR, da coligação Tudo Muda se Você Mudar, ficou em segundo lugar, com 30.525 votos (32,96% dos votos válidos). Marcius tinha o menor tempo na televisão e no horário político (pouco mais de 1 minuto). E só tinha um partido a mais em sua coligação, o PDT, da vice, Andréia Strasser. Juntos, fizeram uma campanha bastante “franciscana”. Mas obtiveram uma votação das mais expressivas. Roberto Amaral, que debutou na política aos 69 anos, do PSDB – da coligação Somos Todos Lages, ficou em terceiro lugar, com 26.849 votos (28,99% dos votos válidos). Ele tinha o maior tempo de televisão e de rádio – e contava com o apoio do atual prefeito, Elizeu Mattos (PMDB). Mesmo assim não obteve êxito. Também fez uma ótima votação visto que foi sua primeira disputa eleitoral.

Estratégia foi não divulgar pesquisas Na Rádio Clube, pouco depois de saber do resultado, Antônio Ceron foi econômico nas palavras. Disse que estava muito feliz com o resultado. E que os 5% de vantagem que obteve nas urnas estava dentro do esperado pelas pesquisas internas. Disse que foi uma eleição atípica em Lages já que os três candidatos eram fortes. E que por isso mesmo a estratégia da coligação foi não divulgar pesquisa alguma, o que poderia favorecer o voto útil dos eleitores dos outros dois candidatos contra ele. “Temos muito trabalho a fazer. Conto com o apoio do Governador Raimundo Colombo e de todos os lageanos e lageanas. E quero agradecer muito por essa oportunidade que o povo de Lages está me dando”, disse Ceron. Ele também parabenizou os adversários, a quem chamou de amigos de Lages. Após o final da votação, por volta das 19h30min., a festa dos correligionários de Antônio Ceron e Juliano Polese (seu vice) já começava com o desfile de carros, bandeiras e muita animação pelas ruas de Lages. A concentração maior aconteceu na Praça da Catedral, pouco depois, onde compareceram grande número de lideranças, eleitores e correligionários. Pouco antes das 21 horas os discursos e a concentração já haviam terminado, num clima muito alegre, mas de grande respeito.

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ABSTENÇÕES ...21.124 Votos ... 17,30%

o vencedor, teve uma diferença de 4.717 votos sobre o segundo colocado, Marcius Machado. E de 8.393 votos sobre o terceiro colocado, Roberto Amaral. Somados, Marcius e Amaral obtiveram 57.374 votos. Isso representa 22 mil votos a mais do que os 35 mil votos obtidos por Ceron, o primeiro colocado. Significa também que o eleito vai administrar uma cidade com pouco mais de 1/3 dos votos válidos para prefeito. E que, a partir de agora, será o prefeito de seus 35 mil eleitores diretos e também dos outros 57 mil que votaram nos outros dois candidatos (o que não é pouco). Juntamente com o PP e os demais partidos da coligação Lages Levada a Sério, Ceron vai comandar a Prefeitura a partir do dia 01/01/2017.

revista visão

BRANCOS ..........3.313 Votos..... 3,28%

Ceron,


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em todos os locais em que estivemos, eu e o Hampel”, falou. “Muito obrigado aos quase 27 mil lageanos que acreditaram nas nossas propostas. Muito obrigado a toda a equipe 45. Muito obrigado à minha família. Vamos continuar torcendo e ajudando Lages. E quero desejar ao Ceron, que venceu, que faça uma grande administração. Ele tem capacidade de nos liderar. Todos os lageanos esperam por isso”, complementou. Esta é a terceira vez que Antônio Ceron concorreu à Prefeitura de Lages. A primeira foi há muito tempo, na década de 80, quando ele ficou em terceiro lugar (Paulo Duarte se elegeu naquele ano). Em 2012, ele perdeu para Elizeu Mattos por pouco mais de 1.300 votos (fez mais de 45 mil naquelas eleições – 10 mil a mais do nas eleições de 2016). Agora, finalmente, chega à Prefeitura. Experiência e conhecimento, com certeza, não lhe faltarão. Já foi empresário, dirigente do Inter de Lages, presidente da CDL, deputado estadual por quatro vezes, Secretário de Estado em três diferentes governos e Presidente Estadual do PSD, partido do Governador Raimundo Colombo. O grande sonho de sua vida, nunca escondeu, era ser prefeito de Lages. Terá agora, então, sua grande oportunidade.

Amaral e Marcius fazem agradecimento

Roberto Amaral, por sua vez, também foi todo coração em suas palavras. “Foi um período muito rico de conhecer e ser conhecido, de levar nossa mensagem e ser muito bem recebido

Nas eleições para a Câmara de Lages, a grande surpresa e sensação foi a votação histórica obtida pelo jornalista Lucas Neves, do PP. O jovem talento na política, 27 anos, em sua primeira disputa eleitoral, obteve nada menos do que 6.192 votos, 6,63% de todos os votos válidos para o Legislativo, recorde em toda a história do parlamento lageano em números absolutos. E uma das maiores votações de todos os tempos também em percentuais. O recorde anterior em número absoluto de votos era de Marcius Machado, nas eleições de 2012, quando obteve 3.808 votos. Lucas Neves, sozinho, obteve nestas eleições mais do triplo de votos do segundo colocado, o vereador Thiago Oliveira, do PMDB, que obteve 1.953 votos (e se reelegeu). Lucas Neves, formado em Jornalismo na Unifacvest, trabalhou como jornalista por alguns anos no jornal O Momento. Depois, ingressou na RBS-TV Centro Oeste. Atuou um bom período em Lages. E depois transferiu-se para a sede de Joaçaba, onde ficou por volta de dois anos como apresentador do principal telejornal. Em abril deste ano, deixou a emissora. E decidiu retornar

foto | Divulgação / Arquivo pessoal

Logo após as eleições, Marcius Machado e Roberto Amaral também agradeceram aos seus eleitores. “Quero agradecer de coração aos mais de 30 mil lageanos que acreditaram nas propostas do Marcius e da Andréia. Conquistamos todos esses votos sem dinheiro, sem comprar votos, sem contar mentiras. Infelizmente, lançaram muitos boatos mentirosos nas ruas. Disseram até que eu tinha batido na minha mãe, vê se pode!”, queixou-se. “Mas, neste momento, o sentimento é de alegria e agradecimento”, concluiu Marcius.

LUCAS NEVES OBTEVE 6.192 VOTOS PARA A CÂMARA


OS

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VEREADORES ELEITOS EM LAGES POR ORDEM DE VOTAÇÃO

CANDIDATO

NÚMERO DE VOTOS 6,192

LUCAS NEVES - PP

1.953

THIAGO OLIVEIRA - PMDB

PROFª AIDA HOFFER - PSD

1.772

BRUNO HARTMANN - PSDB

1.763

DAVID MORO - PMDB

1.525

MAURICIO BATALHA - PPS

1.520

GERSON OMAR - PSD

1.446

VONE - PMDB

1.443

PEDRO FIGUEREDO - PSD

1.275

JAIR JUNIOR - PSD

1.268

IVANILDO PEREIRA - PR

1.201

Ao contrário de 2012, quando se elegeram 19 vereadores, nas eleições de 2016 eram apenas 16 vagas em disputa (o número de vagas foi reduzido pela atual legislatura). Assim, a concorrência para cada um dos eleitos foi ainda maior. E das 16 vagas, apenas sete dos atuais vereadores obtiveram sucesso nas urnas: Profª. Aida Hoffer e Gerson Omar dos Santos (pelo PSD), Thiago Oliveira, Vone Scheuermann e David Moro (pelo PMDB), Luiz Marin (PP) e João Chagas (PSC). Outros oito – dos atuais vereadores – concorreram e não obtiveram êxito: Ênio do Vime, Adílson Appolinário, Marião, Prof. Domingos, Felício, Adílson Padeiro,

AMARILDO - PT JOÃO CHAGAS - PSC

REELEITO

REELEITO

REELEITO

1.008 940 821

REELEITO

fonte | TSE/SC

Apenas 7 dos atuais vereadores se reelegeram

16

REELEITO

1.339

LUIZ MARIN - PP

OSNI FREITAS - BUGRE - PDT

REELEITO

17

o u t . 16

Além do carisma com seu público – e de muita competência no uso das redes sociais – Lucas Neves soube planejar como poucos sua campanha. Fez centenas de visitas na casa das pessoas, elaborou um material com suas principais propostas e se propôs inclusive a fazer um mandato com gabinete móvel (uma viatura que vai percorrer as comunidades durante o seu mandato).

1.815

revista visão

e concorrer a vereador em Lages, tendo ingressado no PP.

SAMUEL RAMOS - PSD

REELEITO

Nilton Freitas e Pastor Mendes. Marcius Machado (que havia sido cassado no atual mandato), concorreu a prefeito (e fez mais de 30 mil votos). Juliano Polese concorreu e foi eleito Vice-Prefeito de Ceron. Hampel concorreu à vice de Roberto Amaral (e não foi eleito). Por fim, Elói Bassin e Dr. Rodrigo Silva não saíram à reeleição. Com relação à Câmara, ainda, Antônio Ceron, prefeito eleito, obteve 8 das 16 vagas: as cinco vagas do PSD (Aida, Gerson, Samuel Ramos, Pedro Figueredo e Jair Júnior), Lucas Neves e Luiz Marin (PP) e João Chagas (PSC). Roberto Amaral (e sua coligação), elegeram seis vereadores: Thiago Oliveira, Vone Scheuermann e David Moro (ambos do PMDB), Bruno Hartmann (PSDB), Maurício Batalha (PPS) e Amarildo Farias (PT). E Marcius Machado, PR e PDT, elegeu apenas dois vereadores: Ivanildo Pereira (PR) e Osni Freitas, o Bugre (PDT).


RESULTADOS NOS MUNICÍPIOS DA AMURES E CURITIBANOS

32+68+t 0+100+t 48+52+t 44+56+t ANITA GARIBALDI

PREFEITO ELEITO: JOÃO CIDINEI (PR)

JOÃO CIDINEI (PR) 68,23% 4.021 Votos

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Os votos brancos, nulos e abstenções não serão divulgados Percentuais da cidade de Lages na página 15

Candidatos não eleitos

Candidatos Eleitos

18

Municípios da AMURES por Ordem Alfabética Fonte: TRE/SC

ADELINO DUTRA (PTB)

31,77% 1.872 Votos

Total de eleitores no Município - 7.730

revista visão

BOM JARDIM DA SERRA

PREFEITO ELEITO: CRISTIANO CARDOSO DA SILVA (PSD)

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SERGINHO (PTB)

CRISTIANO CARDOSO SILVA (PSD) 100,00% 1.518 Votos

impugnado

-% - Votos

Total de eleitores no Município - 3.658

CAMPO BELO DO SUL

PREFEITO ELEITO: PADRE EDILSON (PMDB)

PADRE EDILSON (PMDB) 52.22% 2.698 Votos

FIRMINO (PP)

47,78% 2.469 Votos

Total de eleitores no Município - 6.140

CERRO NEGRO

PREFEITO ELEITO: ADEMILSON CONRADO (PP)

47+53+t 45+55+t 45+55+t 44+56+t BOCAINA DO SUL

PREFEITO ELEITO: LUIZ SCHMULER (PMDB)

LUIZ SCHMULER (PMDB) 52,16% 1.510 Votos

47,84% 1.385 Votos

Total de eleitores no Município - 3.139

BOM RETIRO

PREFEITO ELEITO: VILMAR NECKEL (PP)

VILMAR NECKEL (PP) 55,28% 3.060 Votos

HENRIQUE (PSDB)

44,72% 2.475 Votos

Total de eleitores no Município - 7.142

CAPÃO ALTO

PREFEITO ELEITO: TITO FREITAS (PP)

TITO FREITAS (PP) 54,90% 1.517 Votos

FERNANDO MELO (PSD) 45,10%

1.246 Votos

Total de eleitores no Município - 3.080

CORREIA PINTO

PREFEITO ELEITO: CELSO ROGÉRIO (PP)

ADEMILSON CONRADO (PP)

DAVI (PSD)

CELSO ROGÉRIO (PP)

56,08% 1.596 Votos

43,92% 1.250 Votos

56,16% 5.644 Votos

Total de eleitores no Município - 3.167

JONILDO (PSDB)

MARCOS BEFFART (PMDB)

43,84% 4.405 Votos

Total de eleitores no Município - 11.970


TIO LIGAS (PSD)

ALTAMIR PAES (PMDB)

54,08% 6.225 Votos

45,92% 5.285 Votos

Total de eleitores no Município - 13.335

PALMEIRA

PREFEITA ELEITA: FERNANDA (PR)

FERNANDA (PR) 57,19% 1.496 Votos

DURICA (PMDB) 42,81%

1.120 Votos

Total de eleitores no Município - 2.898

RIO RUFINO

PREFEITO ELEITO: THIAGO (PSB)

54,72% 1.164 Votos

NERI COSTA (PSDB) 45,28% 963 Votos

Total de eleitores no Município - 2.381

SÃO JOSÉ DO CERRITO PREFEITO ELEITO: ARNO MARIAN (PSD)

ARNO MARIAN (PSD) 54,24% 3.528 Votos

LEONARDO (PSDB) 45,76% 2.976 Votos

Total de eleitores no Município - 7.260

URUPEMA

PREFEITO ELEITO: EVANDRO (PP)

EVANDRO (PP)

61,33% 1.288 Votos

ARLITA PAGANI (PMDB) 38,67%

812 Votos

Total de eleitores no Município - 2.308

IVONEL (PSD) 3,32% 76 Votos

FLAVIO (PMDB)

TUNGO (PP)

52,05% 1.192 Votos

44,63% 1.022 Votos

Total de eleitores no Município - 2.563

PONTE ALTA

PREFEITO ELEITO: PAULINHO (PT)

PAULINHO (PT) 35,19% 1.217 Votos

LAURI (PMDB) 33,52% 1.159 Votos

ANTONIO CARLOS (PSB) 3,73% 129 Votos ITAMAR (PTB) 5,12% 177 Votos CEZINHA (PRB) 22,44% 776 Votos

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Total de eleitores no Município - 4.212

SÃO JOAQUIM

PREFEITO ELEITO: GIOVANI NUNES (PSDB)

GIOVANI NUNES (PSDB)

HUMBERTO BRIGHENTI (PMDB)

51,24% 7.725 Votos

48,76% 7.352 Votos

Total de eleitores no Município - 19.049

URUBICI

PREFEITO ELEITO: ANTONIO ZILLI (PSDB)

ANTONIO ZILLI (PSDB) 57,60% 3.730 Votos

MARIZA COSTA (PP) 42,40%

2.746 Votos

Total de eleitores no Município - 8.180

CURITIBANOS ( fora da Amures) PREFEITO ELEITO: DUDÃO (PMDB)

SIDNEI FURLAN (PT) 25.55%

DUDÃO (PMDB)

5.114 Votos

74,45% 14.904 Votos

Total de eleitores no Município - 30.185

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THIAGO (PSB)

+3+4552t 4+5+223336t 48+52+t 42+58+t 25+75+t PAINEL

PREFEITO ELEITO: FLAVIO (PMDB)

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46+54+t 42+58+t 45+55+t 45+55+t 38+62+t OTACÍLIO COSTA

PREFEITO ELEITO: TIO LIGAS (PSD)


CULTURA

art déco em lages

Do “futuro” de outrora para a modernidade desta época 20

VINICIUS PRADO 21

No século XX, entre as décadas de 1940 a 1950, Lages vivia o auge da exploração da madeira nativa (araucária, principalmente). Com isso, a cidade cresceu exponencialmente, trazendo um novo estilo ao padrão urbanístico do município. Lages investia nesta época no símbolo da modernidade: o Art Déco.

Caracterizado

revista visão o u t . 16

por suas linhas circulares ou retas estilizadas, o uso de formas geométricas, o design abstrato, formas femininas e animais – mais trabalhadas, além da influência do construtivismo, futurismo e cubismo, o estilo se fez muito presente no desenvolvimento da cidade. Prédios, casas e monumentos têm características e referências do movimento. Um belo exemplo, também, são as esquinas de Lages, que devido a um decreto municipal da época tornou obrigatório formas curvas ou quebradas das edificações, para permitir um amplo ângulo visual para as ruas confluentes. Na época, incentivos fiscais foram propostos para que fachadas e placas tivessem letreiros em neon, deixando a conta de luz a cargo do município.


Grandes obras, que foram feitas entre aquelas décadas, permanecem até hoje. Um exemplo é o Teatro Municipal Marajoara, conhecido primeiramente como cine-teatro, construído em 1947. A edificação, erigida pelo empresário Mário Augusto de Souza, misturou os estilos art déco e marajoara (este último de influências indígenas, principalmente nas decorações).

Não se discute aqui o “livre arbítrio” sobre a melhor forma de se divulgar as lojas e empreendimentos. E muito menos

Em função da importância destas construções para a cidade, e consequentemente o período que elas representaram, Lages encontra não somente neste estilo, mas também em vários outros, sua identidade, adquirida ao longo de seus quase três séculos de história. Por isso, nos dias de hoje, se faz presente o projeto de revitalização do Centro de Lages. Composto por propostas da iniciativa pública e privada, é formado por mais de um projeto, mas que no fim se complementam para a melhoria da urbanização da cidade. Dentre eles está o projeto de revitalização do Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae) de Lages. Foi idealizado não para determinar como devem ser as fachadas das lojas do Centro, mas como

O coordenador regional do Sebrae na Serra Catarinense, Alternir Agostini, explica que o projeto surgiu da necessidade de prevenir que o Centro não perca os atrativos de compra e turístico, como outras cidades – e capitais – foram perdendo ao longo do tempo. “Visando o crescimento econômico, queremos que o Centro [de Lages] seja competitivo, atrativo e seguro”, comenta. Para isto, o Sebrae trabalha a capacitação das empresas da porta para fora (fachadas e propaganda) e da porta para dentro (atendimento, vendas etc.). “Lages tem um acervo de prédios muito bonito”, reforça o coordenador. Destacando esta beleza, que remete a uma época boa da cidade, é possível resgatar a autoestima, tanto para os comerciantes quanto para a população. Agostini frisa que ao revitalizar estas edificações é possível aliar economia à história do município, semelhante ao que Miami (EUA) fez atualmente – local para onde um grupo de empresários apoian-

20’

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Ao longo dos anos, as prioridades foram mudando e, consequentemente, aquele polo comercial que o município representava foi se perdendo. Dificilmente se encontra a beleza dos prédios com características em art déco, já que atualmente estão escondidos atrás de pinturas – ou da falta delas –, sem falar nas placas e fachadas desproporcionais ao tamanho das edificações.

A revitalizaçÃo do Centro

um apoio econômico e urbanístico, de maneira que a região não tenha um Centro esquecido e perca uma margem de sua economia.

revista visão

Entre outras edificações é possível perceber o estilo em prédios como Dr. Accacio, o colégio Aristiliano Ramos, o Mercado Público Municipal, a Agência dos Correios, o Museu Thiago de Castro, entre outros. Não há um levantamento preciso da quantidade de construções em art déco. Mas os bairros em que está inserido, vão desde o Centro até o Coral, inclusive Copacabana e Sagrado Coração de Jesus.

como deveriam ou não ser. Mas, como o próprio arquiteto e urbanista lageano, Malek Dabbous, enfatiza: “O Centro de Lages é uma obra de arte”. E estes detalhes podem ser utilizados a favor da própria economia, que já foi uma das principais de Santa Catarina no século passado.


tes do projeto foram conhecer exemplos de um dos maiores acervos de prédio em art déco do mundo.

Contrapartida Mas o que se pensa mesmo é no custo que se teria para realizar tal manutenção. Para alguns é considerado gasto, mas o arquiteto e urbanista Malek Dabbous – que já pintou e restaurou as cores da fachada de seu escritório, na Rua Coronel Córdova – é um investimento.

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Assim como ele, outras lojas também já começaram aos poucos a adotar formas de preservar o prédio histórico ao qual estão inseridos, como as Lojas VF, na Rua Correia Pinto, ao priorizar as características ecléticas do casarão com uma fachada minimalista.

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O coordenador do Sebrae reitera que a intenção do projeto não é gerar custos aos empresários, mas sim tornar novamente atrativo o Centro, como um local bonito e seguro para as compras. Por isso, estuda-se no projeto a possibilidade dos comerciantes serem “remunerados” na contrapartida da preservação. Seria uma “recompensa”, segundo Agostini, para que se mantivessem as edificações no estilo do projeto.

Etapas Quanto à revitalização do Centro, como um todo, Agostini comenta que o cabeamento subterrâneo, que era o mais custoso, já foi conseguido – e realizado. Com a retirada dos postes antigos e os fios aéreos e a colocação dos novos postes metálicos de iluminação – que deve ocorrer no curto prazo –, já vai gerar um grande impacto no local, de acordo com o coordenador do Sebrae.

Importância do projeto Dabbous, enquanto arquiteto, enfatiza que a revitalização trará uma valorização para a cidade e o projeto é a melhor maneira de preservar do que em forma de tombamento. “O tombamento é uma lei antiga e não favorece”, comenta. Dessa forma, o projeto se torna mais viável – e mais barato – do que por meio de tombamento. O arquiteto acredita que ainda há receio por parte de alguns empresários devido à falta de conhecimento sobre o assunto. “Acham que fazer algo novo vai sair mais em conta, mas não vai”, completa. Além disso, Dabbous destaca que o Centro não comporta a construção de grandes empreendimentos, com muitos andares.

Mas outra contrapartida, segundo ele, é que estas pessoas que têm o desejo de construir empreendimentos novos, possam preservar o que já possuem no Centro e construam novos onde há espaço adequado, em outros lugares da cidade, como se fosse uma “transferência” do direito de construir, oportunizando novos negócios e lucro.

Mensagem Outro ponto importante, de acordo com Dabbous, é deixar clara a mensagem que a revitalização quer passar à população. Entre os anos 1940 e 1950, ápice econômico de Lages, as mudanças no Centro vieram conforme as vontades da elite e dos poderes políticos da época. Dessa forma, muitas pessoas que não tinham grande poder aquisitivo acabaram tendo de se mudar, assim foram se formando, consequentemente, os bairros da cidade. Mas esta mensagem, de poderio político e da classe alta, não é o que se quer trazer novamente para os dias atuais, segundo o arquiteto. “Tem de ficar muito clara [a mensagem], que o valor para a comunidade é mais importante”, diz. Por isso, Dabbous completa que é importante discutir sobre esta revitalização, debatendo ideias, indo além de simplesmente ser contra ou a favor.

TOMBAMENTO O tombamento é o instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio cultural mais conhecido, e pode ser feito pela administração federal, estadual e municipal. Em âmbito federal, o tombamento foi instituído pelo Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, o primeiro instrumento legal de proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro e o primeiro das Américas, e cujos preceitos fundamentais se mantêm e em uso até os dias atuais.

Escritório de Arquitetura e Urbanismo - All Bekaa, do arquiteto Malek Dabbous


surgimento do art déco: o futuro no século xx

Um

estilo que surgiu a partir dos anos de 1920, na Europa, sendo lançado formalmente na Exposition Internationalle des Arts Décoratives et Industrielles (Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais), Paris, França, em 1925. Teve quatro grandes períodos: a sua formação e manifestações embrionárias, até 1925; o lançamento ao público, divulgação mundial e expansão, entre os anos de 1925 a 1930; a consolidação entre as décadas de 30 e 40; e por fim as manifestações tardias, de 1940 a 1950 – período este em que Lages está incluído.

De acordo com o livro “A cidade e seus tempos – O processo de constituição do espaço urbano de Lages”, da professora da Universidade Federal de Santa Catarina (Campus Curitibanos) – e lageana –, Zilma Isabel Peixer, pelos jornais, podia-se perceber que os desejos e projetos de modernidade faziam parte dos discursos da elite dominante de Lages, desde o século XIX, tendo como modelo referencial o estilo de vida de São Paulo e Porto Alegre (RS). Entre os anos de 1940 e 1970, houve uma alteração substancial no estilo da cidade, novos prédios e novas residências, com linhas que remetiam ao art déco. Foi um período de forte transformação econômica, com novos grupos se estabelecendo na cidade, todavia, a hegemonia política e econômica permanecia nas mãos dos antigos fazendeiros e aliados.

A professora Zilma Peixer destaca que não se pode esquecer que a história tradicionalmente sempre é escrita pelos grupos vencedores. Mas é preciso ver, também, a história de diversos grupos sociais, que se fazem presentes, mas são inviabilizadas. “Podemos observar que Lages, em seu território urbano, não é somente art déco. Existem outros estilos e representações que também são importantes, alguns já protegidos e reconhecidos socialmente, como espaços religiosos, educacionais, como o colégio Vidal Ramos (reaberto recentemente ao público), ou o Mercado Público. Eles também representam alguns grupos, não todos”, comenta. Peixer destaca, também, que Lages tem este conjunto art déco, mas não somente. Outras épocas e seus reflexos constitutivos também se fazem presentes e devem ser identificados e valorizados. “Então, para além de fazerem parte de nossa história, os mesmo constituem aspectos identitários e podem se constituir em espaços estratégicos para articular desenvolvimento sustentável, com ênfase no potencial cultural”, observa. Para a professora, valorizar, reconhecer e ao mesmo tempo articular essas identidades e peculiaridades é desenhar possibilidades de novas formas de desenvolvimento local, aliando o reconhecimento da história e projetando possibilidades de agregar valor, bem como, ampliando para uma perspectiva de desenvolvimento mais sustentável. “Não é somente, descartar ou colocar no lixo, mas sim, articular e projetar. Um exemplo é o Colégio Vidal Ramos, que foi restaurado e revitalizado”, completa. Peixer conclui que Lages possui identidade, inclusive, com diversidades de aspectos que são importantes e que caracterizam o que Lages é.

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Quando o setor madeireiro teve forte influência sobre o desenvolvimento da cidade, houve um aumento na circulação de dinheiro. Isso propiciou investimentos públicos na urbanização e melhoramentos básicos como sistema de esgoto, calçadas, iluminação, transporte coletivo,

Entretanto, consequentemente surgiam, também, os problemas sociais, o aumento dos bairros e periferias, falta de moradias, violência e prostituição. Ao mesmo tempo em que se pode considerar o Art Déco o auge da modernidade em que Lages viveu, é possível considerá-lo como forte segregador de classes. Por isso, essa época pode ser áurea para alguns, mas desastrosa para outros.

Mas por que é importante preservar algo que representou a parcela de uma população e, em consequência, acabou por excluir outros grupos deste crescimento urbano?

revista visão

InÍcio do estilo em Lages

Um olhar sobre a valorizaçÃo novas praças e jardins. Até a construção de hospitais, colégios, estradas, sistema de aviação, entre outros investimentos foram sendo feitos com a cidade em plena expansão.


G UGU GARCIA SUELY MIYAKE gente@revistavisao.com.br

Pessoas são nossas maiores riquezas

Sucesso e invejosos “ Eles

estarão sempre próximos, parecem amigos, companheiros e entusiastas, irão te presentear com elogios vazios, mas no fundo eles querem a sua derrota, eles acompanham sua trajetória para ter um prazer secreto nas suas quedas. Eles acham que fazem tudo melhor do que você, por isso não entendem porque você tem reconhecimento e não eles. Querem o seu sucesso, mas quando eles se olham no espelho, falta verdade, algo que não pode ser conquistado ou roubado. E essas pequenas pessoas voam como mariposas nas lâmpadas de quem tem luz própria”. Zack Magiezi Beijos, Suely. foto | Gugu Garcia

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revista visão foto | Gugu Garcia

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Viviane Cardoso e Dorcel Gugelmin Junior. Parabéns pela chegada da Eleonora. Vocês são um casal espetacular. Obrigado por nos deixar fazer parte deste lindo momento

foto | Gugu Garcia

foto | Gugu Garcia

Linda e delicada, em breve Maria Cristina Marques Zamban completa 15 anos

Irene Mello carinhosamente comemora a conquista de Lucas Scopel, agora formado em Medicina


foto | Gugu Garcia

foto | Gugu Garcia

A vovó Janice de Souza trouxe o neto Gael Machado de Souza para um lindo ensaio. Mais sério, impossível! 24

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foto | Gugu Garcia

A maior felicidade dos papais André Daum Carrasco e Gisele Ribeiro é se divertir com o Mateus R. D. Carrasco e o caçula Vinicius R. D. Carrasco

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foto | Gugu Garcia

pura alegria

Laís Souza de Macedo arrasou na foto. Toda essa produção foi para comemorar seus 15 anos! A festa do Caetano Araújo Garcia estava linda. 5 anos de pura alegria! foto | Gugu Garcia

A turma de Técnico em Enfermagem 2016 do Senac fez bonito na formatura. A data ficará na memória de amigos e familiares


COMPORTAMENTO

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P R E C I S A M O S

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Pense rápido: quantas pessoas, lésbicas, gays, bissexuais ou travestis e transexuais (LGBT) você conhece? Algumas, quem sabe. Acertei? Mas qual a visibilidade você acredita que eles e elas têm na sociedade? Além disso, qual a importância se dá aos direitos desta comunidade? É, caro leitor, indagações fazem refletir, mas não basta VINICIUS PRADO pensar, é preciso agir.

Desde crianças, as pessoas são impostas a seguir – rigidamente – padrões da sociedade, no que tange a sexualidade. Menino é menino e menina é menina. E ambos devem se relacionar quando adultos.

“Constituem

objetivos fundamentais do Município: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento local e regional; III - contribuir para o desenvolvimento Estadual e Nacional; IV - erradicar a pobreza, a marginalização e reduzir as desigualdades sociais; V - promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação”, artigo 4º da Lei Orgânica do Município de Lages. Com base nessa prerrogativa, é preciso trazer luz às questões LGBT na sociedade lageana, que é tão importante quanto falar sobre violência contra a mulher ou o racismo. Constituída culturalmente de uma população patriarcal e conservadora, Lages (sem generalizar) tem em sua essência o coronelismo, afinal, teve em seu desenvolvimento a forte presença de grandes fazendeiros, detentores do poder político e econômico. Mas, são novos tempos e novas formas de pensar. É preciso desconstruir – não destruir – para constituir uma sociedade renovada, com base na equidade. Por isso, precisa-se falar sobre: as lésbicas, os gays, os bissexuais e, principalmente, travestis e transexuais.

LGBT EM LAGES O movimento LGBT em Lages é tímido. Tendo em vista as consequências sociais as quais a comunidade está sujeita, é de se entender por que não há tanta visibilidade comparada às outras metrópoles ou capitais. Mas a primeira forma de preconceito que se manifesta no município é esta, de não dar a oportunidade de livre manifestação, como um simples: “existimos”. Não à toa, em contrapartida, aumenta o número de casos de homofobia e transfobia, em sua grande maioria psicológica – sim, preconceito não é só agressão física – nas escolas públicas e, também, nas particulares – por que não? Entende-se que um cidadão se constitui daquilo que compreende durante seu processo de aprendizagem em período


F A L A R

S O B R E

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A partir desta explicação se tem um norte, ou seja, o movimento no Brasil de certa forma é recente. Dessa maneira dificilmente se encontra uma presença massiva da comunidade em Lages.

Diogo acabou entrando na psicologia e na área da pesquisa, trabalhando com a temática de gênero e homossexualidade. Participava dos movimentos estudantis da psicologia e começou a pensar na militância LGBT. Fez grupos de estudos, tentou criar um grupo de pesquisa e não conseguiu por vários motivos, por que também tinha pouca adesão dos universitários para trabalhar essa temática. “Teve pouca gente interessada”, lembra. Aos poucos, conversando com outras pessoas, fora da universidade, mas em Lages, fez em 2011 um primeiro ato: Machismo Mata. No qual houve várias discussões, não somente sobre o movimento LGBT. “Foi um dos primeiros atos onde a gente começou a sair para a rua”, destaca Diogo.

fonte | Vinicius Prado

O MOVIMENTO NO MUNICÍPIO Para o psicólogo, enquanto homossexual, ao sair destes espaços de gueto, que eram os únicos disponíveis de relação, onde não é possível uma discussão política, pois são locais de socialização e festa, “é ainda muito fraco” o encontro de grupos LGBT, para discutir sobre o tema.

Diogo França, psicólogo e pesquisador

Contudo, Diogo ainda vê um pessoal mais ativo do que antigamente. “Até tem um grupo na Unifacvest que fez em setembro uma roda de conversa sobre a visibilidade bissexual. Percebo que hoje as pessoas estão se sentindo mais afetadas para colocar a cara na rua, não ter medo de dizer que é uma pessoa LGBT”, comenta.

ESTUDOS DE GÊNERO Recapitulando um pouco sobre onde começou a história do movimento, a doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, e pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero, Regina Facchini, explica que o movimento LGBT brasileiro nasce no final dos anos 1970, predominantemente formado por homens homossexuais. Mas logo nos primeiros anos de atividade, as lésbicas começam a se afirmar como sujeito político relativamente autônomo; e nos anos 1990, travestis e depois transexuais passam a participar de modo mais orgânico. No início dos anos 2000, são os e as bissexuais que começam a se fazer visíveis e a cobrar o reconhecimento do movimento.

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Mas por que, em pleno século XXI, ano de 2016, um assunto que poderia estar tão em evidência e superado de maneira geral, é motivo de tabu e polêmica num debate em sociedade? “O que muda na sua vida se José ama Joaquim?”

O psicólogo e pesquisador no Grupo Gênero, Educação e Cidadania na América Latina (Gecal) da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), Diogo França, corrobora essa constatação, pois, segundo ele, há dez anos quando saiu para conhecer a realidade LGBT em Lages percebeu que a comunidade se encontrava mais nos guetos, como bares. “Era o único espaço ‘permitido’ pela nossa população”, comenta.

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escolar, tanto o que lhe ensinam em sala de aula quanto o que se tem de exemplo dentro de casa. Dessa forma, se constrói uma percepção do que é “certo ou errado” na sociedade. Os LGBTs acabam sendo marginalizados nesta última opção.


Mas o que acontece, segundo ele, é que muitos acabam esperando alguém fazer para aí se envolver. “A pró-atividade é escassa”, complementa. Porém, pensando nos últimos dez anos, Diogo percebe que o cenário mudou bastante. “Tem várias pessoas trabalhando com isso, eu fui às escolas falar com os professores sobre gênero. E a partir do momento que o Gecal se instalou na Uniplac, houve mais espaço”.

O MOVIMENTO DEPOIS DO GECAL

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O Gecal é um projeto que veio para Lages através de uma iniciativa da Universidade Federal de Santa Catarina, ou seja, teve um respaldo da UFSC para se instalar em outras universidades da região. É pensado diretamente na temática de gênero. A partir disso, a Uniplac conseguiu instalar um grupo específico sobre gênero. 29

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“Percebo pela minha caminhada, depois que o Gecal veio para cá, consegui muito mais pessoas que se sentiram confortáveis pelos atos que nós fizemos ou pelas escolas que começamos a ir, conseguindo mais visibilidade. A gente tem ainda percebido algumas mudanças, positivas, de pessoas engajadas, mas claro que a gente precisa de muito ainda. Principalmente de pessoas que tenham vontade de discutir política, como o que é ser uma pessoa LGBT em Lages, sobre o preconceito diário, seja na rua, no trabalho, até mesmo na universidade”, conta o psicólogo.

O resultado de uma educação sexista são pessoas despreparadas para aceitar e conviver com o “diferente”. A comunidade LGBT está aí e luta diariamente para ocupar o seu devido espaço e romper com o conceito de heteronormatividade.

O QUE É O GECAL Coordenado pela professora e doutora Mareli Eliane Graupe, pesquisadora de gênero na Uniplac, o Gecal reúne pesquisador@s (sic) de diferentes países e Instituições de Ensino Superior na América do Sul em torno das temáticas: Educação, Estudos de Gênero e Cidadania. O grupo possui como finalidade aumentar o impacto de suas pesquisas e com isso obter maior repercussão internacional e relevância nacional e local, atendendo as demandas da sociedade. Desde que foi criado na universidade, em 2013, o Gecal já pôde fazer dois seminários para discutir sexualidade (do ponto de vista social) e gênero. O primeiro, em 2015, teve a participação da trans Gabriela Silva, de Tubarão, falando sobre a transexualidade. Já o segundo, realizado neste ano, falando principalmente sobre a violência contra mulher e a mulher negra na sociedade, de acordo com a professora Mareli. “O que conversamos nesses dois encontros é justamente sobre visibilidade. Por que todo mundo sabe que existem as pessoas gays, lésbicas, trans e bissexuais. Sempre tem uma pessoa LGBT na família ou amigo e aí a gente não fala, não discute e se pedir para as pessoas falarem sobre o assunto, há a dificuldade de dizer a palavra gay ou lésbica”, comenta Diogo. O psicólogo conta que trabalha com crianças diariamente. E certa vez elas estavam vendo uma reportagem sobre o cantor Liniker, na qual o artista afirmava ser gay. “Uma menina disse: ‘Oh, ele é assim professor!’. Aí eu perguntei: ‘Assim como?’. Ela repetiu: ‘Ele é assim’. Eu frisei: ‘Eu não sei o que você quer falar’. Então, depois de tanto insistir ela falou ‘gay’, mas de forma forçada”, lembra. “As pessoas têm bastante dificuldade em falar sobre e afirmar que existe. Pois quando a gente fala, estamos afirmando que aquela identidade existe. Acredito que está melhorando aos poucos, tendo em vista a realidade de Lages”, completa Diogo.

INVISIBILIDADE: UMA FORMA DE HOMOFOBIA

Como

Diogo citou, não falar sobre o assunto é negar que aquela realidade existe. E isto é uma forma de homofobia, segundo a tese de mestrado da professora municipal Cleci Lima de Lins. Mestranda em Educação, pela Uniplac, a professora pesquisa de perto a homofobia no âmbito educacional. Na escola onde trabalha, Cleci começou a observar cenas que a incomodavam, que estavam acontecendo com alunos das séries iniciais. Então, ela deu início a uma “investigação” e também começou a ler sobre gênero e diversidade. “Justamente por que eu não conhecia sobre o assunto”, diz a professora. Junto com essas descobertas sobre o tema, ela confessa que também teve de se desfazer de preconceitos, que vinham de uma tradição familiar, segundo ela. Diogo foi quem mostrou o caminho para ela, após realizar uma palestra sobre gênero com os professores, na escola. “Comecei a me perguntar o que podia fazer para melhorar essa questão”, lembra Cleci.


AS VÁRIAS FACES DA HOMOFOBIA Na sala de aula, em 2014, enquanto ainda não tinha dado início ao seu mestrado, Cleci foi trabalhando a questão da afetividade. Mas ela queria fazer mais. Foi quando iniciou a sua tese em 2015. Nessa pesquisa, ela descobriu as várias formas de homofobia, dentre elas: • Manifestações da abjeção: Alguém que sente nojo, que pensa que a pessoa (LGBT) é poluidora; • Invisibilidade: Negar a existência de homossexuais no âmbito escolar;

Os comportamentos listados acima ainda não são vistos como violência, lamenta Cleci. Por isso a intenção com sua tese é de levar para a formação dos professores, que assim saibam como lidar com episódios em sala de aula. Pois, de acordo com ela, as escolas, muitas vezes, trabalham de forma pontual, punindo o aluno, levando os pais para uma reunião, mas nenhuma ação preventiva é realizada. fonte | Vinicius Prado

• Heterossexualidade compulsória: Querer impor a heterossexualidade como única forma de orientação sexual;

Esses tipos de agressões são mais comuns quanto se pensa, ainda mais nas escolas. Cleci acredita que acontece em todas, de uma forma ou de outra. E isso gera manifestações físicas em quem se sente agredido. “A criança começa a inventar desculpas para não ir à aula”, conta a professora.

• Homofobia ignorada: “brincadeiras”, piadas e agressões são comuns; • Dificuldade em abordar o tema, e quando o faz é pelo viés da biologia.

Cleci Lima de Lins, professora municipal e pesquisadora

APRENDA SOBRE SEXUALIDADE PARA NÃO PASSAR VERGONHA

Para realizar sua pesquisa, Cleci tem tido grande embasamento na Teoria Queer, que consiste basicamente em subverter tudo aquilo que até então se conhecia como errado, como fora dos padrões. “É refletir sobre gênero para além da questão binária (apenas homem e mulher)”, explica a professora. É um pouco mais complexa de se estudar, mas traz um bom entendimento sobre questões de gênero principalmente, ressignificando a ideia que se tinha de transgressão em relação à diversidade.

IDENTIDADE DE GÊNERO Mulher

Homem

É como você, na sua cabeça, pensa sobre si mesmo. É a química que o compõe (hormônios) e como você interpreta seu significado.

ORIENTAÇÃO SEXUAL Heterossexual

Bissexual

Homossexual

Se refere ao que você é fisicamente, psicologicamente e espiritualmente atraído, baseado no seu sexo e gênero em relação ao outro.

SEXO BIOLÓGICO Feminino

Intersexual

Masculino

É o que pode ser medido e observado cientificamente. Seu órgão genital, cromossomos e hormônios. Feminino = vagina, ovários e cromossomos XX; Masculino = pênis, testículos e cromossomos XY; Intersexual = uma combinação dos dois (não confundir com hermafroditas).

EXPRESSÃO DE GÊNERO Feminino

Andrógeno

É como você demonstra seu gênero, pela forma de agir, se vestir, interagir e se expressar.

Masculino

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• Pedagogia do armário: reconhecer a existência de homossexuais mas não dar o devido suporte necessário para que se manifestem e sejam respeitados.

TEORIA QUEER

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• Pedagogia do insulto: Chamar as pessoas com termos pejorativos como viado, bicha, boiola, sapatão, entre outros;


O T DA QUESTÃO Dentre

as diversidades, talvez a mais difícil de ser aceita na sociedade é a comunidade trans (transexuais e transgêneros) e de travestis. Uma população que sofre diariamente com o preconceito, pelo simples fato de ser quem é: uma pessoa comum. Isso porque, dentro dos preconceitos está enraizado o que pode ou não ser na sociedade. E ser trans entra como uma das maiores “transgressões” do milênio.

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Antes de falar mais a respeito é preciso entender de fato o que é ser transexual – ou transgênero – e travesti na sociedade. Uma pessoa transexual é aquela que não se identifica com o corpo que nasceu, basicamente. Não tem relação nenhuma com a orientação sexual (hétero, homo ou bi) e está relacionada diretamente como esta pessoa se vê. Um exemplo prático. Um homem (independentemente da idade) é homossexual. Mas em determinada época da vida, ele descobre que aquele corpo masculino não o pertence. Este homem decide começar uma transição para chegar a um corpo feminino, que condiz com o que ele pensa sobre si. Uma transição nada fácil – nem tampouco barata – que leva algum tempo (anos) para ser feita, na qual a pessoa muda o seu corpo com algumas cirurgias,

desde o implante mamário até a troca do órgão sexual. Neste caso, “João” que era homossexual, agora se identifica como “Maria”, podendo ter uma relação homossexual (com outra mulher – ou trans) ou heterossexual, com outro homem. Porque o gênero é psíquico, está ligado à mente, ao que a pessoa pensa de si, não tem relação com sua orientação ou sexo (genitália). Já a travestilidade é uma expressão de gênero, onde geralmente, o ‘’homem’’ que assim designado ao nascer, se traveste para o sexo oposto para compor seu universo feminino. Na maioria dos casos utilizam de hormônios e cirurgias para transicionar para a identidade feminina. Há casos de algumas travestis realizarem a cirurgia de redesignação sexual (CRS). Travesti ou transexual são nomenclaturas, é algo bem individual de como a pessoa se sente bem, não tem relação nenhuma com procedimentos cirúrgicos ou tratamento hormonal.

A VIVÊNCIA TRANS Morar no país que mais mata travestis e trans não é nada fácil. Entre janeiro de 2008 e março de 2014, foram registradas 604 mortes no Brasil, segundo pesquisa da organização não governamental

Desconstruindo-se pode construir uma sociedade com equidade. É preciso perceber que não existe somente azul e rosa, mas sim um arco-íris inteiro de gêneros, para serem conhecidos e principalmente respeitados. Pense assim: “É tudo gente!”.

Transgender Europe, rede europeia de organizações que apoiam os direitos da população transgênero. E os números continuam a subir. O Grupo Gay Bahia, que possui uma página na internet, faz a clipagem diária de notícias sobre mortes na comunidade LGBT. Uma avaliação recente mostra que um LGBT é morto a cada 28 horas.

VIVIAN MELO Para Vivian Melo, 25 anos, de Lages, é uma luta diária se posicionar na sociedade e manter o seu espaço, conquistado por direito enquanto cidadã. Vivian até os 21 anos se identificava com o gênero masculino. Mantinha relações homoafetivas, mas levou um tempo para despertar sua identidade real. Aos 18 anos já havia contado à família que era gay, e aos 21 passou novamente por outra conversa, desta vez para dizer que não sentia bem no seu corpo. Ela começou a fazer a transição por conta própria, com tratamento hormonal. “A maioria das travestis e transexuais começa por conta, com medicamentos e tudo mais. Comecei em setembro de 2012, fui tomando hormônio, chegando a um ponto que tive de contar para minha mãe”, lembra Vivian. Em 2013, Vivian conseguiu uma vaga como segunda professora numa escola municipal e precisou fazer mais modificações. “Para ficar mais, digamos assim, ‘normal’, não tão impactante”, conta ela. “Por que eu estava com o cabelo curto mas com mudança no corpo. Então, coloquei mega hair para chamar menos a atenção. E foi o que aconteceu, eu saía e ninguém me olhava estranho. Senti que ficou mais natural”, completa Vivian. Trabalhar na escola poderia ser a forma de socialização que toda a comunidade LGBT merece, principalmente enquanto trans, mas nessa época Vivian acabou sofrendo com o preconceito. “Eu senti que a maneira com que me tratavam não era a correta e até fui demitida por causa disso”, conta.


Este foi um período que ela entrou em depressão e teve de se afastar por causa disso. “Mas eu acho que vendo por esse lado, da prefeitura e a maioria desses setores comerciais e qualquer emprego em Lages, não sabe lidar com pessoas assim, não tem nem o conhecimento. As pessoas precisam ter um pingo de noção, pelo menos de como lidar”, frisa. O que aconteceu naquele ano foi que além da gestora apresentar Vivian aos alunos da maneira solicitada, pelo nome social, o que gerou desconforto, também houve problemas com alunos que usaram da condição de trans da Vivian contra ela. Quase a fizeram assinar uma demissão sem motivo nenhum, ou seja, sem justa causa. Então, ela decidiu se afastar.

Para Vivian, Lages ainda está em atraso em algumas coisas – ou a maioria – e a militância LGBT é uma delas. “A maioria das pessoas tem receio do comportamento e pensamento das outras pessoas. Mas eu não vejo problema nenhum em dizer que sou trans, ou lutar pelos direitos. Não que tenhamos de ter direitos diferentes, mas exige uma atenção diferenciada por que o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. E por enquanto isso não chegou aqui”, reforça.

fonte | Gugu Garcia

Com exceção de um caso, ocorrido ano passado, em Lages, quando uma travesti foi assassinada e teve seu corpo deixado às margens da BR-282. O caso foi tratado e identificado como problemas com drogas pela Divisão de Investigação Criminal. Mas se tratando de uma travesti, o problema pode não ser primeiramente este. Esta pessoa era amiga de Vivian e isso fez com que ela pensasse se iria atrás ou não, por que em Lages não há esse enfrentamento, segundo ela. “A comunidade LGBT ainda é desunida. A minha mãe perguntou a um dos candidatos a prefeito se tinha algum plano para a comunidade e ele disse que não, mas se propôs a aceitar esse projeto. Foi o único na verdade”, diz ela.

VIVIAN E A FAMÍLIA A professora Joelci Cristina Melo Vargas abraçou a causa da filha desde o começo. Mesmo tentando entender todo este universo, diferente para ela, não deixou de lutar junto da filha. Tanto é que a vivência diária a incentivou a fazer um mestrado em Educação e trabalhar com a tese: “Pessoas Trans e a aceitação da família – Desafios e inquietações durante o processo de transição”. Segundo Joelci, a pesquisa, ainda em desenvolvimento, visa conhecer a realidade, incluindo estatísticas, relativa à violência contra as pessoas trans. “Se trata de uma investigação, qualitativa, focalizada diretamente com trans e suas famílias. Eu vou entrevistar pessoas trans e membros de cada família. Totalizando quatro trans e 12 pessoas das famílias”, explica a professora.

Vivian Melo (D) e sua mãe Joelci Cristina Melo Vargas (E)

O resultado que ela espera com essa pesquisa é promover novas discussões sobre o tema, para que se avance na questão dos direitos das pessoas trans. Na tese, ela ainda destaca que o tema em debate é considerado de difícil discussão, ainda mais numa sociedade com valores patriarcais, como Lages. “Não é da noite para o dia, não é fácil, mas a gente luta. Buscando e estudando sobre, se tem mais orientação para saber que caminho trilhar”, conclui.

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Ao mesmo tempo Vivian foi buscando coisas novas. Começou uma faculdade em 2013, de Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura, concluindo no início deste ano (2016). Ela também já iniciou uma pós-graduação em Gestão Escolar e nela trabalha a questão de gênero nas escolas, em relação aos gestores.

A MILITÂNCIA LGBT

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Durante aquele ano, ela foi aproveitando para cuidar da transição, que estava no início. “Fiquei dois anos afastada e fui usando o dinheiro para pagar meu tratamento que era de dois anos com equipe interdisciplinar. Tinha endocrinologista, psicólogo, psiquiatra e o médico cirurgião, que cuidou da prótese, que eu fiz no fim do ano de 2013. A prótese da mama foi mais por questão de autoestima”, comenta.

Vivian ainda não fez a cirurgia de redesignação sexual, mas está a caminho e pretende fazer logo. Um dos entraves era a questão financeira, que ela conseguiu, mas ainda assim há muita burocracia. “Para fazer a cirurgia ou você faz pelo SUS, mas em Santa Catarina não tem, somente em Curitiba, Porto Alegre ou São Paulo. Ou se faz particular. Lages possui um cirurgião. Foi o mesmo que fez minha prótese de mama. Já a cirurgia particular é bem cara, custa R$ 45 mil”, completa.


Expressão do mês

“Mitar” Um guia rápido para curiosos muito bem informados

Curiosidades

Por que arrotamos?

Significado: É uma gíria que surgiu graças à internet e que significa se transformar em mito ou realizar alguma coisa de maneira exemplar. Trata-se de um neologismo, uma palavra criada a partir do substantivo mito. Histórico: Nas redes sociais, é dito que um usuário “mitou” quando faz um comentário muito engraçado, astucioso ou inteligente, que teve muitas curtidas.

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O arroto, nome popular dado ao processo de eructação, acontece quando precisamos retirar gases do estômago através da boca. Nós arExemplo: “O atacante do meu time mitou, marcou rotamos para que possa acontecer a liberação quatro gols na partida!”. do ar que engolimos e do dióxido de carbono produzido no estômago. É um reflexo natural do organismo e não constitui uma doença ou Curiosidades problema específico. Apesar de apresentar um som desagradável e odor ruim, esse Do que é feito Shots processo é importante para eliminar o a vodka? excesso de gases do corpo. Pode acontecer quando comemos ou bebemos Vodka (do russo, во́дка e Foi Shakespeare que muito rápido ou quando dormimos do polonês wódka) é uma inventou o nome de boca aberta. Ao arrotar, elimibebida destilada e incolor, “Jessica”; namos a pressão no estômago. O bastante popular. É um destibarulho característico do arroto é lado que vem do arroz, cevada, Girafas dormem resultado de um processo de ammilho, trigo, centeio, ervas, apenas cerca de plificação do som, que acontece figos ou batatas, dependendo 20 minutos ou na garganta. do país de fabricação. Cada um menos por dia; dos elementos originários faz com que a bebida tenha sabor O cérebro de Curiosidades e qualidade peculiares. Norum gato é 90% Qual a origem da malmente, a bebida tem um semelhante ao de sexta-feira 13? teor alcoólico de 40%, mas um ser humano; isso pode variar de acordo com o local em que é feito. Na União Europeia, Apenas o cheiro do As pessoas mais supersticiosas evitam sair de por exemplo, o mínimo de teor alcoólico café já ajuda a reduzir o casa, fechar negócios ou tomar qualquer decipara a vodka é de 37,5%, enquanto na estresse e a ansiedade; são importante em sextas-feiras 13. Mas de onAmérica, a bebida normalmente tem de vem esse medo generalizado para essa data? A teor de 37%. Na Suíça é proibido sexta-feira 13 é apontada como um dia de infortúnio ter apenas um e má sorte. A origem pode estar relacionada à Bíblia. hamster, porque eles são A informação é de que Jesus Cristo teria sido crucificado propensos a solidão; numa sexta-feira, depois de ter celebrado a ceia com treze pessoas. Outra explicação diz que o Rei Felipe IV (França) se sentia ameaçado pelo poder da Pessoas mais inteligentes tendem a ser Igreja, e para mudar a situação, ele teria tentado se filiar à ordem religiosa mais desorganizadas. dos Cavaleiros Templários, mas sua entrada teria sido negada. Depois disso, ele passou a perseguir os templários numa sexta-feira, dia 13 de outubro de 1307. É difícil saber qual é a história que originou o mito, mas o que se sabe é que essa data permanece relacionada à maldições e assombrações. Para aliviar, os princípios da numerologia apontam o número treze como um forte indício de boa sorte.


GESTÃO COMPARTILHADA

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o retorno do IX Encontro Nacional de Escolas Montessori, em Brasília, trouxemos na bagagem muitas novidades que serão agregadas à nossa rotina pedagógica objetivando maior refinamento da aprendizagem. Também, levamos para este Encontro vários dos nossos trabalhos, Imersão em Inglês e especificamente o Projeto Pedagógico dos Agrupamentos do Fund. II do Sigma, (Ed. Infantil e Fund. I princípio pedagógico das escolas Montessori) apresentado pela nossa coordenadora Daniele Melo de Liz – 4º ao 9º Ano, servindo de referência como prática inovadora, além da grande visibilidade à nossa Escola, em âmbito nacional.

Laboratório das Sensações

Marianna Siqueira Sampietro

Bárbara Lunardi Girardi e Lana Lourenzi Duarte

Montessori no Sigma prioriza o Aluno, Equipe, Família e comunidade

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rabalhar em parceria com a Família tornou-se mais uma forma de participação na gestão escolar. Para articular teoria e prática buscamos os nossos pares e, juntos, nos empenhamos para o sucesso dos nossos alunos. Assim, surgiu a “Lição de Casa”! Como diz Pedro Moreira Salles – Pres. do Instituto Unibanco: “Precisamos de boa gestão para ultrapassar o muro que separa a sociedade que temos hoje da que queremos alcançar”. O objetivo é o de trazer para a sala de aula novas ideias vindas de casa. As “Lições de Casa” são organizadas em forma de questões abertas; assim, não terá respostas “certas ou erradas”. É essencial que um adulto ajude a fazer a “Lição de Casa”, assim, a experiência será realmente vantajosa. Entre família poderão dialogar com os filhos sobre o tema solicitado pela professora, ajudá-los a decidir qual a melhor resposta, e como apresentar a lição - sempre incentivando a tomar as decisões por eles mesmos, orientando o trabalho ou simplesmente contribuindo se eles não tiverem ideias suficientes.

Pedro Geremias Joest Khater, Victor Hruschka, Enzo da Rosa Alberici e Lívia Piazza Panasolo

Enzo da Rosa Alberici

Mind Lab

Fran da Rosa (Dir. Escola Montessori Saber Viver – Bal. Camboriú), Talita de Almeida (Mestre em Montessori no Brasil), Neide Gugelmin (Dir. Colégio Sigma – Lages) e Daniele Melo de Liz (Coord. Fund. II Sigma – Lages)

Mariana D. Guttler e Luiz Felipe Spuldaro

Oficina de Artes Plásticas

Guilherme Guglelmin “Peixe Submerso”

Amanda Carolina Reche “Frida”

Isabela Ozório “Amy Beach”

Giovana Broering Agostini - “Mulher”

Luiza Flores - “Galo”

Tiago Vieira Sartori “Pássaro Periódico”

Gabriel Oneda “Galinha de Papelão”

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Jones Minosso sediará partida pela Liga Nacional de Vôlei INFOVISÃO

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partida Rio do Sul x Rio de Janeiro, pela Liga Nacional de Vôlei Feminino, que será realizada no dia 2 dezembro, no ginásio Jones Minosso, será um presente para o município de Lages no ano em que se comemora o aniversário dos 250 anos de fundação. A equipe do Rio de Janeiro, treinada por Bernardinho, tem três atletas da Seleção Brasileira de Vôlei. A realização da partida foi oficializada na tarde da terça-feira (13/09), no gabinete do prefeito Elizeu Mattos, com a presença do diretor da Associação Rio do Sul Vôlei, Nilo Burgonovo, o supervisor da equipe, José Roberto Moura, e o superintendente da Fundação Municipal de Esportes (FME), José Batalha (Capela). A capacidade do ginásio foi um dos pontos positivos para sediar o jogo. “Será uma importante partida de vôlei e o nosso ginásio, em Rio do Sul não comporta mais do que 1.500 pessoas. Já no Jones Minosso poderemos receber 5 mil torcedores. Lages tem sido importante parceiro e parabenizamos o município pelos seus 250 anos”, falou Nilo Burgonovo.

Gabriel Ribeiro propõe mudanças na merenda escolar

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deputado estadual Gabriel Ribeiro (PSD) apresentou projeto de lei, na Assembleia Legislativa, para alinhar o cardápio servido na merenda escolar com as especificidades regionais. O pedido é baseado numa solicitação de estudantes de São Joaquim, que receberam alimentos quentes no verão e frios no inverno. A proposta foi elaborada a partir de um relato dos alunos que participaram do programa parlamentares jovens, da Escola de Educação Básica São José, em São Joaquim. Eles falaram que o cardápio precisaria de adaptações, por já receberam sopa no verão e iogurte no inverno. Argumentam ainda que há um grande percentual de estudantes que reside na área rural do município e que precisam se deslocar de madrugada para estudar e, em dias gelados, não recebem a merenda adequada.

Estacionamento grátis para quem for assistir filmes no Cinemark Caps AD esteve na abertura da Sipat no Hospital Infantil

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portal.revistavisao.com.br

Hospital Infantil Seara do Bem deu início às atividades da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat) e alguns pacientes do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) participaram da abertura do evento, com a apresentação de músicas, na terça-feira (21/09). Os pacientes deram seu recado ao som de músicas típicas da região e emocionou os participantes. Este tipo de inserção faz parte dos projetos do Caps AD, que além de oferecer suporte médico, promove a cidadania através de trabalhos voltados ao olhar do próximo. Cerca de quatro mil pessoas estão cadastradas no Centro, sendo que mais de 400 pacientes o frequentam regularmente. O Caps AD presta atendimentos em grupos terapêuticos e oficinas de artesanato, relaxamento, atividade física, espiritualidade, reforço pedagógico, educação e saúde, entre outros. Há atendimentos em grupo e individuais para os familiares dos pacientes.

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e ir ao shopping já é bom, assistir aos lançamentos da telona e não pagar o estacionamento é melhor ainda. Na promoção “Cinema = estacionamento grátis”, clientes da Cinemark do Lages Garden Shopping são isentos de pagar pelo uso do local. Para usufruir o benefício basta apresentar o tíquete da sessão do cinema nos caixas. A promoção é válida de segunda a quinta-feira, por tempo indeterminado. A especialista em marketing do Lages Garden Shopping, Maira Porto, lembra que essa já uma prática do empreendimento. De segunda a quinta-feira o estacionamento é gratuito até às 14 horas, exceto nos feriados. “Nesses mesmos dias, nas compras acima de R$ 100,00 o cliente também não paga o estacionamento. Isso em qualquer horário”, destaca.


Pe. Fábio de Melo e Família Lima estarão no Natal Felicidade

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a tarde da terça-feira (20/09), o prefeito Elizeu Mattos assinou os contratos dos shows do Padre Fábio de Mello e da Família Lima para o Natal Felicidade 2016. Para estes dois shows o Ministério do Turismo irá investir R$ 200 mil, recursos solicitados através de emenda parlamentar da deputada federal Carmen Zanotto. O show da Família Lima abre a programação cultural do Natal Felicidade, no dia 1º de dezembro, na abertura oficial do evento. Já o Padre Fábio de Mello subirá ao palco, tradicionalmente instalado no largo da Catedral Diocesana, na noite de 17 de dezembro. A programação cultural do Natal Felicidade deste ano se estenderá de 1º a 23 de dezembro.

Iniciadas obras de saneamento no complexo da Av. Ponte Grande

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prefeito Elizeu Mattos acompanhou o início das obras de saneamento básico do Complexo Ponte Grande, no trecho localizado no bairro Caravágio, na manhã da terça-feira (20/09). A ordem de serviço foi assinada no início deste mês e a empresa STC Serviços de Terraplanagem e Construção Ltda., mesma que desenvolve as obras de saneamento do Complexo Araucária, está no local com todo maquinário e colaboradores necessários para dar seguimento aos trabalhos. Serão investidos recursos na ordem de R$ 13.577.777,77 do Governo Federal. A empresa tem um prazo de 548 dias para concluir a obra. Para dar seguimento aos trabalhos, o projeto foi dividido em etapas, das quais o saneamento básico está em andamento como parte primordial de todo o Complexo. “Não se pode pensar em infraestrutura, pavimentação, passeios e ciclovias sem antes trabalhar com a rede de saneamento básico. Adequamos o projeto e o fizemos acertadamente por etapas, assim os trabalhos serão concluídos mais rapidamente”, afirmou o prefeito.

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Blitz educativa na Semana do Trânsito

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blitz educativa realizada nas principais ruas do Centro de Lages, na terça-feira (20/09), fez muita gente pensar sobre suas atitudes e como construir um trânsito melhor. A atividade integrou a programação da Semana do Trânsito, organizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), por meio da CDL Jovem. Pedestres, ciclistas e motoristas foram abordados para receber informações e orientações de como transformar essa convivência segura e melhor para todos. A coordenadora do evento, Maitê Bueno, destacou que a conscientização é a melhor maneira de repensar e mudar algumas atitudes. “Todos temos direitos e deveres, e se cada um fizer a sua parte, especialmente, respeitando as regras e o outro, vamos ter um ambiente mais saudável”, disse. A pressa e desatenção são dois dos fatores que levam à imprudência.

7º Encontro Catarinense dos Observatórios Sociais

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os dias 23 e 24 de setembro, Lages sediou o 7° Encontro Catarinense dos Observatórios Sociais (ECOS) e a 2ª Sessão do FOCOS, uma realização do Observatório Social do Brasil e que teve como anfitrião o Observatório Social de Lages. Participaram do ECOS representantes dos Observatórios de diversas cidades de Santa Catarina com o objetivo de reunir e compartilhar as suas experiências e boas práticas, além da apresentação do Planejamento Estratégico do Observatório Social do Brasil, assim como da provável instalação de uma Unidade Administrativa do OSB no Estado. Uma das temáticas do evento tratou das “Compras Governamentais para pequenos negócios”, com a participação do SEBRAE. O encontro teve também a participação Adriano Strassburguer, de Lajeado-RS, que tratou da temática os IGP - Indicadores da Gestão Pública.


Autopista apresentou projeto para reduzir acidentes na BR-116 REGIONAL

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integridade dos usuários da rodovia BR-116 foi o tema principal da reunião proposta pela Autopista Planalto Sul / Arteris, na tarde da segunda-feira (19/09) no auditório do Hotel Le Canard. O diretor superintendente da concessionária da rodovia, Cesar Ribas Sass, explanou sobre as principais e mais recentes ações e operações acerca da segurança e monitoramento da estrada e levou ao seu conhecimento os índices relacionados à diminuição de acidentes de trânsito. A empresa é responsável pela manutenção da BR-116 em Santa Catarina e no Paraná. São três praças de pedágio em Santa Catarina e duas no Paraná. O tema segurança remete às ações de engenharia na rodovia, como a duplicação que está sendo recentemente empregada no Paraná, com dispositivos de ruas laterais, acessos, sinalizações horizontal e vertical, e lombada eletrônica, partindo de programas sociais, principalmente de educação. A redução do número de acidentes de trânsito com óbitos chega perto de 50% nos 412 quilômetros sob concessão, devido ao conjunto de ações de conscientização.

Agenda da indústria para a Serra Catarinense

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Veja notícias atualizadas diariamente

portal.revistavisao.com.br

fortalecimento e a elevação da competitividade da indústria da Serra Catarinense no médio e longo prazos passam por sete fatores estruturantes: capital humano, infraestrutura, inovação e empreendedorismo, internacionalização, investimento e política pública, mercado e saúde e segurança. Eles foram definidos pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) em conjunto com lideranças da região e compõem a Agenda de Desenvolvimento da Indústria Regional, lançada em Lages na noite da quinta-feira (15/09). A iniciativa tem o objetivo de construir agenda única com os principais pleitos e demandas do setor, priorizados em cada uma das seis mesorregiões catarinenses. O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, lembrou que Santa Catarina tem o parque industrial mais diversificado do país e, mesmo em períodos difíceis, tem se mantido forte e atuante. Em 2016 o Estado é o segundo em geração de empregos industriais no Brasil e apresenta a menor taxa de desemprego.

PIB de SC “encolheu” 5,2% em um ano

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atualização da estimativa do PIB catarinense indica uma queda de 5,2% entre julho de 2015 e julho de 2016. No período, os serviços encolheram 6,2%; a indústria, 3,5%; e a agropecuária, 3,1%. Os dados constam na última edição do Boletim Indicadores Econômico-Fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda. A publicação confirma que a crise chegou mais tarde em Santa Catarina, mas veio com bastante intensidade. No Brasil, na mesma comparação, a queda é ainda maior: de 5,6%, segundo dados do Banco Central (IBC-BR). “Por isso, precisamos tomar medidas para segurar ao máximo as despesas, já que a arrecadação está em queda livre”, destacou o Secretário da Fazenda, Antônio Gavazzoni. Os indicadores de produção da indústria catarinense na passagem de junho para julho colocam Santa Catarina como a segunda maior queda entre 14 estados pesquisados. O comércio catarinense vem também perdendo posições nos últimos meses com uma retração maior que a da média nacional, de 10,1%. O decréscimo na produção e nas vendas tem refletido fortemente na arrecadação de ICMS.

Professores da Udesc Lages deram palestra em Nova Iorque

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s professores Maria Raquel Kanieski e Philipe Ricardo Soares, do CAV/Udesc Lages, foram palestrantes convidados da Universidade Fordham, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, no final de agosto. A palestra, com o tema Degradação Ambiental, Unidades de Conservação e Código Florestal no Brasil, marcou o início do semestre letivo na Fordham e reuniu alunos de graduação, mestrado e doutorado do departamento de Ciências Biológicas. De acordo com Maria Raquel, o tema despertou a curiosidade dos estudantes norte-americanos. “Eles demonstraram muito interesse em saber mais sobre a realidade do Brasil, pois a maioria dos estudos focados no País envolve somente a Amazônia e o desmatamento”, disse. Os professores também apresentaram aos estudantes os cursos de graduação e de pós-graduação da Udesc Lages, além de diversas pesquisas desenvolvidas na universidade. Maria Raquel é professora de silvicultura aplicada e Philipe Soares leciona economia e gestão. Ambos estão ligados ao departamento de Engenharia Florestal da Udesc Lages.


Atanásio Borges Pinto lançou Dicionário Poético Gaúcho Brasileiro

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Dicionário Poético Gaúcho Brasileiro foi lançado no sábado, 17/09, no Centro Cultural Vidal Ramos. É uma obra com quase 10 mil termos e cerca de 5 mil exemplos práticos retirados de mais de 700 obras de autores gaúchos, inclusive argentinos e uruguaios de todos os tempos. O autor, José Atanásio Borges Pinto, de Lages, além de pesquisador do falar regional é, também, poeta, contista e compositor nativista bastante conhecido, tendo dentre suas obras musicais, vários clássicos do nativismo gaúcho. Segundo Atanásio, uma das principais motivações que o levaram a escrever o seu Dicionário foi deixar um legado às gerações futuras sobre a importância de preservação da memória regional e seu linguajar.

Vinho Chardonnay da Abreu Garcia recebeu medalha de ouro

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Professores de Correia Pinto foram capacitados pelo Sebrae

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ma parceria entre o Sebrae/SC e a Prefeitura de Correia Pinto disseminará a cultura do empreendedorismo nas seis escolas municipais da cidade. As atividades serão realizadas por meio do curso Jovens Empreendedores Primeiros Passos (Jepp), voltado a mais de 1.200 mil alunos do ensino fundamental do primeiro ao nono ano. O consultor do Sebrae, Clóvis Alessio, explica que o treinamento estimula o corpo docente a desenvolver atitudes empreendedoras nos estudantes e a possibilitar melhores oportunidades profissionais no futuro. “O professor é o motivador desta metodologia dinâmica que busca trabalhar o cotidiano na escola de forma diferente, de modo a fazer com que crianças e adolescentes desenvolvam o espírito empreendedor”. Em 28 horas de treinamento o consultor do Sebrae trabalha dois eixos principais: comportamento empreendedor e plano de negócios. Como temas transversais são abordados assuntos como cultura de cooperação, cultura de inovação, ecosustentabilidade, ética e cidadania.

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o dia 13 de setembro a Câmara de Lages prestou uma homenagem às artes e ao empreendedorismo ao reverenciar a trajetória do artista multimídia, empresário e ex-vereador por dois mandatos em Lages, João Amorim Sobrinho. A solenidade foi proposta pelo Pastor Mendes (PMDB). O vereador proponente evidenciou as qualidades de Amorim e afirmou que ele é um exemplo às novas gerações de artistas por ter feito tanto em uma época ainda mais desafiadora à produção artística. “Ele se destacou em nossa cidade, levando a cultura e o nome de Lages para todo o Brasil. Um homem íntegro que se pautou na honestidade em sua vida. Demonstrou sempre muita coragem, sendo um pioneiro do cinema catarinense e querido pela sua trajetória e talento”, elogiou. Muito emocionado, João Amorim disse não encontrar palavras suficientes para agradecer pela reverência feita a ele. “Tudo que eu fiz, eu fiz com carinho. Dizia na Rádio Clube uma vez, que quando eu vejo Lages, minha vontade é de parar o carro e beijar o chão porque eu amo esta cidade. Fiz aqui dez filmes, dez discos, rádio, TV, cinema. Estou muito orgulhoso e vou lembrar esta noite por toda a minha vida”, agradeceu Amorim.

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Cineasta João Amorim foi homenageado pela Câmara

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vinho Chardonnay, com carvalho 2014, da Vinícola Abreu Garcia, produzido em Campo Belo do Sul, ganhou Medalha de Ouro dentre os vencedores da edição Brasil 2016 do Concurso Mundial de Bruxelas. A notícia repercutiu entre os apreciadores e toda a equipe da vinícola, que neste mês de outubro completa a primeira década de atividades. O Concours Mondial de Bruxelas é o mais importante evento do planeta e está em sua 14ª edição na versão brasileira. As degustações foram feitas às cegas, isto é, sem o conhecimento das amostras e dentro da classe dos vinhos, por jurados especialistas, como enólogos e jornalistas. O Chardonnay com carvalho 2014 Abreu Garcia concorreu com vinhos da mesma categoria de todos os países.


EDUCAÇÃO VINICIUS PRADO

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ESCOLA BELISÁRIO RAMOS

A MELHOR ENTRE AS ESTADUAIS NO IDEB PARA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL

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“Não deixe a escola estragar os seus estudos”. Essa frase está pichada num dos corredores da Escola Estadual de Educação Básica Belisário Ramos, no bairro São Cristóvão, em Lages. E os alunos fazem jus à mensagem. Afinal, mesmo com a estrutura precária, a escola atingiu a melhor nota entre os colégios estaduais de Lages no Ensino Fundamental no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

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nota da Escola Belisário Ramos foi 6,2 – nos anos iniciais, de 1º a 5º ano, no índice que mede o aprendizado dos alunos em português e matemática, por meio da Prova Brasil, e o fluxo escolar, ou seja, taxa de aprovação, destes estudantes. Uma nota excelente, tendo em vista a meta de 6,0. No “pódio”, destacaram-se também a EEB Rubens de Arruda Ramos (nota 6,1) e a EEB Vidal Ramos Junior (nota 6,0) – coincidentemente todos Ramos. Mas conforme alega o professor e diretor do Belisário, José Renato Rosa Machado, o Ideb não é uma competição e sim uma ferramenta que está a favor das escolas, trazendo uma referência de como está o ensino aos alunos. E o fato de estar com a nota boa, para Machado, já vem de alguns anos, “é uma constante de nossa escola”, disse. O diretor comenta que não há nenhum plano específico, além da própria dedicação dos alunos e professores em sala de aula. Feiras de ciências, shows de talentos, conscientização do meio ambiente, entre outras atividades, fomentam os bons resultados, mas não são os fatores determinan-

tes para as boas notas, são complementos do trabalho efetivo.

Problemas na estrutura são recorrentes Contudo, o que segue esta nota no Ideb, ao mesmo tempo, são as defasagens em relação aos ambientes que os alunos estão inseridos. São salas de aula com teto mofado, piso estragado, pintura velha, além de o cenário ser ainda mais preocupante do lado de fora, com pichações, grades enferrujadas, falta de espaços para atividades ao ar livre e um refeitório a mercê do tempo. Machado sabe que a escola estadual não é a única que precisa de reformas, mas em vista do tempo e de outras, que já receberam ou estão em obras, a situação está se tornando insustentável. Segundo o diretor, nos últimos meses foi preciso trocar 140 lâmpadas, além de vidros em janelas de salas de aula – onde foi gasto em torno de R$ 700,00 somente com vidraçaria. É irônico pensar que uma escola, estando ao lado da Gerência de Educação (Gered), esteja passando por tais dificul-

dades. Mas, infelizmente, o problema é mais profundo. Machado reitera que a Gered, com a atuação do professor e gerente Humberto de Oliveira, auxilia no que pode, mas o recurso para as melhorias não vem. Já o projeto para reforma está pronto faz algum tempo.

Enquanto projeto não é executado, pais ajudam A manutenção de eletrônicos acontece esporadicamente, tendo, muitas vezes, que alguns alunos, professores e até mesmo pais auxiliarem nos reparos. E por falar em pais, eles também se preocupam com a condição da escola em que seus filhos estudam. Isso fez com que um grupo programasse um mutirão de reparos simples – mas de grande valia – em algumas partes do colégio. A última vez que o colégio passou por uma grande reforma foi em 2003, ganhando a atual pintura – em tons de bege e marrom – e outras mudanças nas salas de aula. Mas em 13 anos, poucos reparos foram feitos, e a manutenção foi cada vez mais se tornando escassa.



Altas doses de bom humor

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MUNDO DOS VINHOS

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Queijo Serrano D IVULGAÇÃO

Nos

eVinhos de Altitude

últimos meses muito se tem falado sobre a lei que irá aprova a comercialização dos queijos artesanais serranos. RS e SC se uniram nesta briga que sem dúvida receberá a aprovação, agora tudo ficará perfeito: vinhos de altitude e queijo serrano, uma harmonização indescritível.

O Queijo Serrano tem uma tradição secular, que remonta ao período do tropeirismo no Brasil, e com uma receita tradicional, passada de geração a geração, há quase duzentos anos. É também uma das principais fontes de renda das famílias de pequenos pecuaristas que se dedicam à sua produção.

Por unanimidade os parlamentares aprovaram o Projeto de Lei nº 316/2015, do deputado Gabriel Ribeiro (PSD), que dispõe sobre a produção e a comercialização do queijo artesanal serrano em Santa Catarina. De acordo com o artigo 1º do referido projeto, será considerado serrano o queijo elaborado com leite cru, com coagulação induzida por coalhos industriais e produzido através de processos manuais na propriedade de origem do leite. “É um patrimônio histórico e cultural do Brasil”.

As técnicas artesanais empreendidas na fabricação do queijo, com a utilização de leite cru de vacas de corte, alimentadas com pastagens naturais fornecidas por campos nativos, bem como o microclima específico da região, conferem ao produto características físicas e organolépticas únicas, que lhe dão especificidade e o distinguem de outros queijos. A tradição de produção do Queijo Serrano remonta a meados do século XVIII, quando era forte o vínculo com a


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Air Zanelato e sua esposa Jacinta Coelho Zanelato realizando o sonho de produzir queijos artesanais serranos em sua propriedade, em Barreiros, no município de Bom Retiro-SC

atividade tropeira. Dos Campos de Cima da Serra, partiam tropas de mulas carregadas de queijo, entre outros produtos. No auge do período do tropeirismo, durante os séculos XVIII e XIX, o Queijo Serrano, então transportado no lombo de mulas, era o principal produto que garantia o abastecimento alimentar das famílias rurais, desciam para a região do Vale do Tubarão, Santa Catarina, mulas carregadas com pinhão, charque e queijo, que então eram trocados por produtos como sal, açúcar amarelo, farinha de mandioca e arroz, que subiriam a serra no lombo das mulas que regressavam aos campos de altitude. Agora se completa a harmonização perfeita e nossa serra catarinense fica mais rica em sabores com seus vinhos de altitude harmonizados com os maravilhosos queijos serranos com seus sabores únicos. E eu não poderia deixar de indicar alguns vinhos de altitude da nossa região para que você possa harmonizar juntamente com queijos serranos (veja a foto acima).

Antonio Zanelato Enólogo da Vinícola Quinta Santa Maria enologoaz@gmail.com

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Pinot Noir - Vinícola Abreu Garcia (E), Joaquim - Villa Francioni


GASTRONOMIA

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Lages despertou para a culinária japonesa há pouco tempo e pode-se dizer que o responsável por instigar os lageanos a provarem sushis, sashimis, temakis, entre outros, começou com o pioneiro desta culinária oriental, o sushiman Júnior Venção. VINICIUS PRADO

G UGU GARCIA

Proprietário

do restaurante japonês, Aishiteru Sushi, Júnior abriu o local há dois anos e meio, mas no segmento trabalha há 13 anos. Tudo começou quando foi morar em Florianópolis, onde teria ido para trabalhar junto do irmão no ramo da construção civil. Porém, não conseguindo vaga, distribuiu diversos currículos até encontrar uma colocação. Até que uma rede de comidas orientais o chamou e decidiu por contratá-lo. Começou, então, o relacionamento entre ele e a gastronomia oriental. Especialista também na culinária chinesa, Júnior acabou por fixar seus esforços nas comidas japonesas mesmo. Depois de um tempo trabalhando no litoral, nesta rede, decidiu voltar para Lages.

De volta aos pratos japoneses Aqui, foi trabalhando em outras áreas enquanto se recolava no mercado de trabalho. Mas logo o amor pela culinária nipônica

o colocou para vender combinados de comida japonesa num hipermercado de Lages. Neste período, os lageanos foram tendo os primeiros contatos com as comidas típicas do Japão, que até então não eram tão difundidas na cidade. Júnior conta que foi insistindo na área, até que as pessoas conhecessem, de fato, os pratos japoneses. Muitos ainda têm “preconceito” em experimentar comidas como sushi, sashimi, nigiri, entre outros. Isso pelo fato de serem preparados crus, o que carrega um estigma de serem exóticos. Mas, como se sabe, sobre a comida japonesa: ou se ama ou se odeia. Neste caso, os lageanos amaram.

Do delivery ao restaurante Depois do quiosque no hipermercado, Júnior começou a trabalhar com delivery (entrega a domicílio), preparando os pratos em sua própria casa. Contudo, com o tempo, o local foi se tornando inapropriado para receber os clientes, pelo simples fato de ser sua residência. Então, em 2014, o sushiman – e empresário – decidiu abrir um restaurante. Localizado na Rua Amapá, no bairro São Cristóvão (atrás do Senac), Júnior e sua equipe abrem as portas do restaurante de segunda a segunda. Atendendo de segunda a sábado no horário do almoço (das 11 às 14 horas) e de segunda a segunda à noite (das 19 horas à meia-noite).


Júnior Kuster Venção, proprietário

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Equipe da Aishiteru

Qualidade faz a diferença O principal diferencial do Aishiteru é a qualidade e cuidado com que são feitos os pratos japoneses. Júnior comenta que a culinária japonesa é uma arte, por isso precisa ser feita com muito esmero. Conhecedor dos processos de produção – artesanal – das comidas, ele traz todos os ingredientes – peixes, molhos e temperos – de fora do Brasil. O sushiman pioneiro de Lages, além de estar presente na cozinha e ensinar todas as técnicas de produção à equipe, acompanha rigorosamente cada processo: da montagem até o que está indo para a mesa do cliente. Aberto sempre a sugestões e críticas, Júnior já expandiu bastante o restaurante neste tempo. Ampliou o local e aumentou a carta de pratos – implementando pratos quentes e até algumas receitas chinesas. Para os próximos anos, o sushiman lageano pretende abrir o restaurante num espaço ainda maior e abrir filiais pela região serrana, pois há demanda inclusive nos municípios vizinhos, além de conseguir chegar até o litoral.

Ambiente aconchegante

DE ONDE VEM O SUSHI? A definição simples de sushi é “arroz avinagrado com recheio ou cobertura de ovas, legumes, frutos do mar ou peixe, crus, cozidos ou marinados”. No Japão, o sushi é a comida do dia a dia. No começo, era a maneira de preservar o peixe, porém cresceu em popularidade até se tornar a comida mais famosa do país, não apenas nos sushi-bares, mas também em casa, onde é preparado e saboreado por toda a família.

O sushi seguiu uma longa trajetória desde a origem como forma de preservar o peixe. Atualmente, é considerada a “fast food” mais saudável do mundo. Os principais benefícios são as baixas calorias, o peixe tem ômega 3, sendo eficaz na prevenção de doenças cardiovasculares e artrite, além de ser um alimento natural, ideal para dietas, não abusando de molhos como o shoyu, que tem alta concentração de sódio.

49 3224.6158 Rua Amapá, 776 | São Cristóvão | Lages - SC

49 9927.7127

facebook.com/AishiteruSushiLages


DECORAÇÃO

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IdeDEIAS paisagismo

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paisagismo ganha unidade, a partir de características visuais em comum. Por exemplo: plantas com textura, cor e forma semelhantes podem criar unidade tanto no seu jardim, como com a vizinhança. Repetir padrões, cores e texturas em locais diferentes auxiliam a criar uma unidade no seu jardim. Porém, antes de tudo, é necessário pensar na composição e o espaço que você quer determinar para ele. Jardins podem ser convencionais, decorativos, como também jardins de inverno (em espaços fechados) ou como paredes verdes, o que irá determinar tal denominação é o lugar dentro da casa a ser ocupado.

1 - Espaço florido O espaço externo pode servir como um lindo ambiente para café da manhã, brunch e chá da tarde. Em grandes cidades, muitas casas e apartamentos não possuem espaço ou terra para se construir um grande jardim, por isso o segredo é criar um ambiente com plantas diversificadas, flores e até mesmo um pequeno jardim de ervas em vasos.

2 - Paisagismo minimalista A ideia convencional de jardim utiliza-se basicamente do uso de vegetação em grande quantidade, no entanto, também existem jardins mais minimalistas e que promovem o

fonte | Milena Pinheiro/ Homify

Um jardim pode deixar sua casa tanto mais bonita como também trazer harmonia para o ambiente. O contato com as plantas restaura a energia do lugar e diversifica a decoração.

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5e7 4 - Caminho verde

3 - Jardins japoneses Segundo o Feng Shui para se estabelecer harmonia num jardim é importante dispor os elementos que não estejam no centro do jardim, para que a energia possa circular livremente. Em jardins de estilo japonês, é possível perceber um ambiente de calma permeado pelo som da água e objetos de madeira.

Não tem muito espaço para fazer um grande jardim? Uma ideia original é aproveitar-se das paredes externas da sua residência e construir uma parede verde. É a solução paisagística para esconder o grande paredão branco vizinho que incomoda o olhar dos moradores.

6 - Jardim Tropical Se o espaço não comporta plantas de grande porte e árvores, é possível optar por arbustos com folhagens coloridas, plantas estruturais, flores em profusão ou somente verdes. Para

7 - Teto verde Uma técnica de arquitetura sustentável que vem sendo admirada cada vez mais, consiste na aplicação e uso de solo ou substrato e vegetação sobre uma camada impermeável. Suas principais vantagens são facilitar a drenagem, fornecer isolamento acústico e térmico, e por fim, produzir um diferencial estético e ambiental na construção.

8 - Rústico O ambiente rústico detalhado possui diversos mobiliários em madeira que formam um conjunto campestre com as plantas. Um gramado recoberto por rodas de madeira, o jardim vertical feito com painel de paletes e vasos de conchas são alguns dos detalhes que fazem do jardim um espaço aconchegante.

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5 - Parede Verde uso de outros elementos, como madeira, plantas exóticas e por fim, as pedras. Este tipo pode ser composto por gramíneas e pequenas ervas aromáticas, originárias de regiões secas e com escalas tonais diferentes.

áreas litorâneas, onde por vezes os ventos limitam o cultivo das plantas, os arbustos podem servir de quebra-ventos, diminuindo e filtrando sua passagem, permitindo que areje o local sem danificar folhagens mais sensíveis.

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Ao se preocupar em manter o espaço natural e as espécies locais, o jardim ganha uma função tanto decorativa quanto ecológica. Neste aspecto, se valoriza os materiais e técnicas da região específica, por exemplo, em ambientes tropicais: seixos, espelhos d’água, bambus, bananeiras ornamentais, palmeiras, arbustos e frutíferas compõem maciços densos que resgatam as características da paisagem tropical.

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VIDA E SAÚDE

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ALERGO CLYN:

ESPECIALIDADE EM

ALERGIA E IMUNOLOGIA

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Após 25 anos atuando como alergologista no Paraná, a Dra. Maria do Carmo S. Mânica abre a primeira clínica especializada em alergia e imunologia, para adultos e crianças, em Lages. VINICIUS PRADO

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Especialista

em alergia e imunologia pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), pós-graduada em alergia e imunologia pela Policlínica Geral do Rio de Janeiro (Escola médica de pós-graduação da PUC-RJ) e formada pela Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIT), em Minas Gerais, Dra. Maria do Carmo escolheu se fixar em Lages por considerar uma cidade de boa qualidade de vida, por ser a terra dos familiares de seu esposo e uma cidade que sempre lhe deu uma boa acolhida. Por isso, costuma dizer com frequência que é mineira de alma e lageana de coração. Dra. Maria do Carmo refere que 30% da população em geral possui algum tipo de alergia e que o trabalho de um alergista é semelhante ao de um detetive: devendo-se fazer uma anamnese ou história clínica, observando os mínimos detalhes do cotidiano do paciente; para que se consiga chegar ao agente causal do quadro alérgico.


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2. O tratamento sintomático das crises; que consiste nos usos de medicamentos farmacológicos indicados para o quadro alérgico; 3. Imunoterapia específica; que consiste na aplicação subcutânea de antígenos aos quais o paciente é alérgico. Compete ao alergista os seguintes procedimentos: tratar alergias respiratórias (rinites, asma ou bronquite asmatiforme, tosses alérgicas, sinusites alérgicas...), alergias dermatológicas (urticárias, dermatite tópica, eczemas de contato...), imunodeficiências, alergia ao leite de

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões Membro da Associação de Ex-Alunos Professor Pitanguy Membro Internacional Society of Aesthetic Plastic Surgery CRM 12.255 | RQE 5904

49 3229.3700 Rua Adolfo Konder, 333 | Bairro Sagrado | Lages SC

CREMESC 22139 | RQE 12972 • Especialista em alergia e imunologia ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia) • Pós-Graduada em alergia e imunologia Policlínica Geral do Rio de Janeiro / PUC - RJ

Muitas vezes os pacientes subestimam sua patologia, postergando o tratamento, e muitas vezes não tratando. Devendo salientar que a mortalidade por asma no Brasil é de três casos por dia. Outro problema é o descrédito do paciente em relação ao tratamento imunoterápico; pois quando chega ao especialista já foi tratado por um não especialista de forma incorreta, não obtendo o sucesso desejável no tratamento. A Alergia/Imunologia é uma especialidade séria, uma vez que é exercida pelo especialista de forma científica e ética.

49 3018.4397 Rua Coronel Córdova, 1000 Centro | Lages - SC

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1. Medidas de controle ambiental; que consiste em evitar o contato com o alérgeno a nível inalatório; alimentar nos casos de alergia por alimentos; contato com insetos no caso de alergia a mosquitos, abelha ou vespas;

vaca, alergia ao glúten. Testes cutâneos (prick test) para alérgenos inaláveis e alimentares, para insetos; testes para alergias de contato; provocação com alérgenos (via oral – alergia alimentar) via inalatória (alergias respiratórias) e com medicamentos (alergia a drogas); inaloterapia, imunoterapia para alérgenos e aplicação de imunoterapia hipossensibilizante.

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O tratamento do quadro alérgico é composto por três etapas:

Dra. Maria do Carmo S. Mânica


ESPORTE

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Há dez anos nadando e há oito competindo, já são seis troféus e mais de 150 medalhas conquistadas. Mas o foco do nadador lageano Bruno Arruda Leite, 17 anos, não são os prêmios e sim superar cada vez mais a sua marca nas piscinas.

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Morador

do bairro Vila Nova, Bruno faz natação desde os seis anos de idade. Começou por incentivo dos pais, que não sabiam nadar, mas principalmente seu pai o motivou bastante para seguir no esporte. Após o falecimento do pai, no mesmo ano em que entrou para a natação, Bruno colocou como objetivo: orgulhar esta “herança” paterna. Para isso, o nadador treina diariamente, nos intervalos entre as competições, para chegar na raia e dar o seu máximo. Integrante da equipe do Clube Caça e Tiro, Bruno representa tanto o clube quanto Lages e a Associação Serrana de Natação (Asena). Em setembro, por exemplo, foi destaque na 29ª Edição dos Joguinhos Abertos de Santa Catarina, em Florianópolis, ganhando quatro medalhas de ouro e uma de prata. O atleta conseguiu o ouro nos 100 metros livre, nos 50 metros costas e nos 200 metros medley, sendo recordista nesta última. A medalha de prata conquistou nos 200 metros livre, obtendo recorde também. O jovem é concentrado e determinado. Pensa em cada etapa da sua carreira, mas seu objetivo, lá na frente, é integrar a Seleção Brasileira. Este objetivo ele sabe que pode levar algum tempo, mas não desiste e foca no agora, para chegar cada vez mais perto do sonho. Por isso está concentrado nas próximas competições até o fim do ano, entre elas o Campeonato Brasileiro de Clubes, em João Pessoa (PB). Em novembro disputa os Jogos Escolares da Juventude e na sequência os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc).

VINICIUS PRADO

OS TREINOS Bruno ressalta que a natação é diferente de todos os esportes, por que os esforços físicos não ficam somente na água. Por isso reconhece que sem treino não chega a lugar algum. Além dos treinos, ele faz um treinamento funcional três vezes por semana e tem acompanhamento nutricional, além de suplementação física. E o grande responsável por puxar o desempenho do atleta é o treinador Vander Manoel Gonsales. Ele treina a equipe do Caça desde 2001. Por isso, desde que Bruno entrou na natação, ele prepara o garoto. Durante o treinamento, Vander não dá moleza. Tanto é que o próprio Bruno leva consigo um lema do treinador: “Sofra no treino para sorrir na competição”. Pois um deslize durante o treino faz com que o atleta pague caro nas competições. Vander destaca que o grande diferencial do atleta é o seu foco. “Ele sabe aonde quer chegar”, enfatiza. Não que os outros nadadores da equipe – composta por 40 atletas – não se destaquem também, mas evidencia que Bruno está sempre numa constante evolução, dando o seu melhor.

RESULTADOS Como resultado desses esforços, Bruno mostra uma evolução gradativa. Em abril, numa prova de 200 metros livres, o lageano fez a marca de 1’52’’30, já na última competição, obteve 1’51’00. E nos 100 livres também, 51’’90 em abril, e 51 segundos cravados na última competição. São feitos, que para Vander, fazem a diferença para um atleta de apenas 17 anos.


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À medida que melhora os tempos nas modalidades, vai habilitando Bruno para as competições nacionais, as quais ele ainda não participou. O objetivo de Vander é colocar o jovem com o melhor tempo nos 200, 100 e 50 metros livres. Mas o principal é o 200, que lhe oportuniza as competições brasileiras como Maria Lenk e Troféu José Finkel, os dois principais campeonatos do país, em estilo absoluto, ou seja, só os melhores competem. Para chegar às competições, sejam regionais ou estaduais, Bruno conta com o apoio das empresas lageanas que o patrocinam como Leão Artefatos de Concreto, ASP Softwares e a Suplement Store Sportwear. Além delas, o Clube Caça e Tiro, a Asena e a Fundação Municipal de Esportes repassam um valor mensal à equipe.

ROTINA E FUTURO PROFISSIONAL Bruno está no segundo ano do ensino médio. Mas já pensa no que quer fazer após a escola: “Engenharia de Produção”, além de se estabelecer como atleta profissional. Ele destaca, também, que nem tudo são conquistas e glórias na rotina de nadador. Há momentos de cansaço, como qualquer outra atividade, mas ele conta nessa hora com o apoio da mãe, da namorada e do treinador. “São os três que me erguem”, conclui.

Bruno Leite e seu treinador Vander Manoel Gonsales


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EDER PITZ D IVULGAÇÃO

Um pequeno guia para entretenimento de alta qualidade

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Lotje Sodderland, uma jovem holandesa de 34 anos, trabalhava intensamente e tinha muitos amigos. Certo dia ela sente fortes dores de cabeça, sai de casa e desmaia próximo a sua residência. Levada ao hospital e após ser submetida a uma cirurgia delicada, sua família descobre que ela sofreu um grave acidente vascular cerebral.

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Formada no ano de 2000 nos Estados Unidos por três irmãos e um primo, a banda Kings of Leon lançou seu quarto álbum “Only by the Night” em 2008 – o qual avalio como sendo o melhor trabalho do grupo. No mais puro estilo alternativo de rock, o disco foi sucesso de vendas e dois singles estouraram nas paradas do mundo todo: Use somebody e Sex on fire. “Only by the Night” marca a entrada definitiva deles no mercado britânico, com a tentativa de elaborar um som mais sofisticado e inovador. No fim das contas temos um disco que mostra o amadurecimento de uma banda que vem brigando há mais de uma década por espaço, não só na cena alternativa, mas também entre os figurões do Rock.

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My Beautiful Broken Brain

Ao acordar, Lotje rapidamente percebe que suas competências linguísticas e sua percepção da realidade foram afetados, atingindo principalmente as questões sensoriais e visuais. A partir daí, somos levados para uma viagem com muitas camadas, conduzida por depoimentos de familiares e filmagens feitas através do celular pela própria Lotje.

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My Beautiful Broken Brain, 2014, disponível na Netflix, Americans é um documentário que merece ser visto, principalmente porque procura desenvolver a capaSe você ainda e vivem assim há cidade de enxergar novas possibilidades, de não vê essa série da mais de 15 anos, inperceber a mente como um lugar inexTV norte-americana que clusive com dois filhos. plorado, repleto de mistérios e capaz encerrou recentemente sua As coisas se complicam com de criar novas e infinitas rea4ª temporada, está perdendo um a chegada de um novo vizinho, lidades. dos melhores e mais tensos dramas Stan, agente do FBI que atua na atuais. A série “The Americans”, exibida repressão da espionagem russa. pela Fox e também disponível pela Netflix, une características que agradam diversos públi- A série acompanha as missões do casal em pacos. Ela é ao mesmo tempo um thriller de espiona- ralelo com as investigações do FBI, que consistem gem, um drama familiar e ainda é TV “de qualidade” em grampos, recrutar aliados e conseguir informações (no sentido de que há todo um cuidado técnico, de nar- usando os mais variados disfarces. O mais impressionante é a evolução dos personagens a cada episódio. Ainda rativa dramática e atuação). não assisti a 4ª temporada, mas se você já chegou lá, me conte o que está Para entender melhor do que estou falando, achando... uma pequena sinopse: início dos anos 80, Elizabeth (Keri Russel) e Philip (Matthew Rhys) são espiões da KGB Uma das obras mais Mr. Robot muito bem infiltrados que se influentes do século XX, passam por um casal típi“O Apanhador no Campo co americano de classe de Centeio” é considerado um Elliot (Rami Malek) é um média, morando romance de formação, ou seja, programador que trabalha em Washingum tipo de literatura com segurança virtual durante o que ajuda a moldar a perton, que se dia, e como hacker vigilante duransonalidade do leitor. Escrito c a sa ra m te a noite. Ele se vê numa encruzilhada pelo americano J. D. Salinger, o quando o líder de um misterioso grupo de controverso livro descreve um final de hackers o recruta para destruir a empresa a qual semana na vida de Holden Caulfield, um é pago para proteger. Motivado pelas suas crenças, adolescente que foi expulso da escola por mal ele luta para resistir à chance de destruir a multinaciodesempenho. Com uma revolta implícita, o garoto nal que ele acredita estarem controlando – e destruindo – o volta para casa, refletindo sobre os acontecimentos mundo. Por que é imperdível? Mr. Robot que já está indo para recentes e sobre as pessoas que cruzaram seu caminho. É sua 3ª temporada, tem uma trama atual, intrigante e é um veruma obra relevante pois é sensível, atual e ao mesmo tempo dadeiro “tapa na cara” no conceito de sociedade hipercotransformadora. nectada que vivemos.

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Você na Revista Visão

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Isadora Schneider, 3 anos

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Corpo coreográfico da EMEB Dom Daniel Hostin no desfile cívico Av. Luiz de Camões Paulina do Carmo Camargo Andrade, Psicóloga Comportamental, fez aniversário em 15/09. Parabéns!

foto | Marcio Avila

Claudia Rosa comemorando aniversário em família, ao lado dos filhos dentistas Celso Rosa e Rayssa Rosa e de seu esposo Rubens Aguiar

Este espaço é exclusivo para assinantes. Envie sua foto:

Primas por destino, amigas por opção. Ana Julia, Ana Luisa, Lívia e Isadora. Feliz Dia das Crianças!

mural@revistavisao.com.br

Toni Duarte, Ana Vieira e Flavio Agustini - recebendo na ADVB-SC reconhecimento pelos projetos ligados ao turismo no município

Lizzi Borges, Taina Borges e Flávia Mota - as belas e talentosas Catarinas


Pensando bem MARCO CORDEIRO

marco@revistavisao.com.br

Pecado 7 - Gula E 54

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chegamos ao final da série “Os Pecados Capitais”. Abordamos aqui ira, inveja, luxúria, avareza, preguiça e orgulho. Lembro que pecado capital é todo pecado que desenvolve outros pecados.

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E a gula, o que é? Seria a gula um pecado somente gastronômico, quando o pecador se alimenta mais que precisa? Se assim for, desconheço quem esteja livre desta mazela. A gula tem como resultado a fadiga, a frustração, a depressão e não raro, a interrupção da vida. É um pecado estimulado, aceitável e de fácil cumplicidade. A incoerência disso é vivermos numa sociedade gordofóbica, que tem verdadeira aversão ao obeso, visto como preguiçoso, inconsequente e desleixado. A vítima da gula extrema é antes de mais nada, vítima de um conjunto de fatores, desde o genético, sua criação, o ambiente que reside e a qualidade de sua alimentação, mas é sempre relegado ao plano de culpa e pecado. A gula é uma forma de escapar da realidade. Está ansioso, triste, feliz, culpado, cansado? A comida é a resposta para tudo, mas não como alimento. O envolvimento do guloso é emocional e não nutricional. Com isso, a culpa por comer demais vem em seguida e recomeça o ciclo comer muito / culpa por comer muito / escapo da culpa comendo muito. É uma circular do sofrimento dos que percebem na comida uma forma de amenizar um chefe, uma desilusão, um apelido “carinhoso”, ou mesmo incorporar o personagem para ser aceito. Sim, uma muleta social do guloso é “aceitar” seus apelidos, para com isso, ter maiores chances de inserção nos grupos gordofóbicos.

Segundo Dante, o guloso será imerso em seu próprio vômito e será arranhado, dilacerado e maltratado por Cérbero (um cão de três cabeças que reside no inferno). Talvez aí resida uma das imunidades do guloso, a bulimia, mostrando que a gula é uma forma de suicídio, lento, em doses homeopáticas, mas muito eficaz, pois a sociedade mata o guloso dos meios sociais, do emprego, da vida amorosa, cinema, TV, tudo. A gula é um pecado solitário, onde o pecador é feito refém e sem forças, troca tudo pela comida. O preço é alto, pois o refém odeia seu algoz, mas tenta eliminá-lo colocando-o para dentro, tal

A gula começa quando deixamos de ter fome. Alphonse Daudet

qual um “Alien”, retorna, embalado em tristeza, dores, angústias e frustrações. Desconheço um pecado mais imediato em punir o pecador que a gula, pois a culpa é instantânea. Fui um pouco mais além na gula, por motivos pessoais e sociais. Percebo nela muita coisa a ser feita e indigna constatar a hipocrisia de muitos em julgar, condenar e isolar o guloso, mesmo tendo muitos defeitos ainda mais crônicos que a gula, porém apontar o dedo para o guloso é tranquilo, um lugar comum, livre de retaliações. Encerro o ciclo dos “Sete Pecados Capitais” convidando a refletir sobre o tema e como contribuo para a manutenção desse ciclo nefasto.



Panorama PAULO RAMOS DERENGOSKI Jornalista e escritor derengoski@revistavisao.com.br

Energia sem fim 56

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Nosso

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mundinho levou cem anos para ter um bilhão de carros. Nos próximos dez anos esse número dobrará. Não haverá álcool ou gasolina para encher tanto tanque vazio. O Brasil produz etanol de cana a preço barato, mas pode estar caindo no “conto do paco” do combustível à explosão. Com as descobertas em torno do mar Cáspio, do mar do Norte e do Atlântico Sul, o petróleo poderá desabar de preço. E há quem diga que a cadeia produtiva do etanol é quase tão poluente quando a do óleo. O jornalista americano Edwin Black afirma que se o Brasil exportar para os Estados Unidos da América todo o álcool que produzir, será o suficiente para os americanos rodarem um dia por mês. As novas fontes de energia estão sendo mais pesquisadas do que se imagina. Principalmente com a recente invenção da bateria de níquel metal-hidreto, que utiliza fonte elementar energética: o íon-hidrogênio. Elas poderão impulsionar veículos elétricos. E o etanol de milho terá sua tecnologia aperfeiçoada pela grande riqueza americana, que não abrirá mão, por isso mesmo, dos subsídios agrícolas. Novos combustíveis poderão ser extraídos das rochas de argilito, enquanto a pesquisa sobre o hidrogênio ainda é cara. Além do mais, o vento, águas correntes, madeira reflorestada (metanol), o calor interno do magma da Terra que aflora nas falhas siberianas, as placas solares em forma de satélites e basicamente a força inesgotável do movimento das marés – tudo isso vai gerar energia que certamente não ficará nas mãos de uma nova Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) do agrobusiness,

uma Arábia Saudita ruralista, como querem alguns ingênuos. Os reatores à fusão, que estão sendo desenvolvidos na França, na China e em Israel poderão fornecer pilhas atômicas (não radioativas) capazes de mover desde imensos submarinos até veículos de pequeno porte. Basta olhar para o sol e as estrelas para entender de onde virá a energia do futuro.

Vamos de álcool. Até porque, se não der certo poderemos inundar o mundo com cachaça e rapadura.

O Brasil tem em média 278 dias de sol por ano. Tudo poderia ser aproveitado com coletores solares que transformam luz em calor. E o calor em energia. Ou através do sistema fotovoltaico, formado por células que transformam energia solar em eletricidade. Nos poucos dias que não há incidência de sol, a energia poderá ser armazenada em baterias. Enquanto isso, vamos de álcool. Até porque, se não der certo poderemos inundar o mundo com cachaça e rapadura. Megaprojetos no Brasil muitas vezes terminam em supercorrupções, com empreiteiras tendo que soltar comissões para todos os lados. “Banana para os macacos...”.



ALMANAQUE ALMIRANTE SOARES FILHO Comerciante e ensaísta almirante@revistavisao.com.br

A “força” do Prefeito 58

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Vidal

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Ramos Júnior derramou na cidade milhares de propagandas eleitorais, na forma de notas de mil cruzeiros que fizeram o maior sucesso na eleição municipal de 23 de novembro de 1947. Vidal acabou eleito e tomou posse em dezembro do mesmo ano. A eleição foi logo após a II Guerra e a queda de Getúlio Vargas. O prefeito eleito era dono da Companhia de Força e Luz da cidade, movida com as águas do Rio Caveiras. Naturalmente, qualquer estiagem era motivo para “falta de luz”. No seu segundo ano de mandato, teve início uma manifestação no centro da cidade, com a população ameaçando o prédio da Força e Luz e um quebra-quebra na cidade. Vidalzinho desceu para a rua Correia Pinto esquina com a Aristiliano Ramos, subiu no capô do carro oficial – o motorista era o “tio” Celso – e enfrentou o pessoal, com uma simples dose de conversa. “Eu sou o maior interessado em novas chuvas para que encha o Caveiras e volte a luz”, disse, solicitando que alguém sugerisse uma outra forma de gerar luz elétrica. Aos poucos a multidão foi se dispersando, sem nenhuma resposta às indagações do prefeito. Vidalzinho do PSD sempre foi adversário de Laerte Ramos Vieira da UDN. Quando este foi Secretário da Segurança, o prefeito enfrentou novamente uma agitação pública. Eram os motoristas de táxi que estavam revoltados, pois o se-

cretário da segurança determinara que fosse mudado, à força, o ponto da praça central. Novamente, Vidalzinho chegou ao local puxando um comboio de táxis, dispersando os policiais, que estavam portando até metralhadoras, e os taxistas estavam armados até os dentes. Eles estavam prestes a fazer no centro de Lages uma batalha sem precedentes que poderia acabar em tragédia. Vidal Ramos Jr. foi prefeito de Lages por três mandatos.

O aniversário de Lages há 50 anos atrás A celebração dos 200 anos da fundação de Lages foi muito comemorada em 1966, tendo a prefeitura como principal articuladora. Um ano antes, já criara uma comissão organizadora e conduziu vários eventos durante todo aquele ano. Foi o maior evento comemorativo de todos os tempos. Teve pela primeira vez na história, a Festa Nacional da Pinha, também a maior corrida automobilística já vista no Brasil: as 12 Horas de Lages. O Presidente da República, Castello Branco, esteve na cidade e entre os festejos da data, recebeu o título de cidadão lageano. Também naquele ano, Lages sediou a 7ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina. No dia 22 de novembro foi inaugurada a estátua de Correia Pinto, na Praça da Bandeira, obra de rara beleza confeccionada pelo abnegado artista lageano Malinverni Filho.

‘Eu sou o maior interessado em novas chuvas para que encha o Caveiras e volte a luz’, disse, solicitando que alguém sugerisse uma outra forma de gerar luz elétrica.

Enorme desfile cívico militar, de proporção jamais vista na cidade, que teve grande repercussão no estado. O Estádio Vermelhão – antigo Areião – é inaugurado, de propriedade do E.C. Internacional. A inauguração do edifício Centenário, o maior de Santa Catarina. Naquele ano aconteceram também o lançamento do Selo Postal do bicentenário, o carimbo e foto oficial, que na época era o ápice dos acontecimentos. Além da publicação sobre a cidade e seu desenvolvimento em várias revistas importantes na época, entre elas a Revista Manchete e demais jornais do Brasil. Parece que neste ano em que comemoramos os 250 anos, o poder público não oferecerá qualquer evento de grande destaque, infelizmente.



OZÓIDE

Um olhar para muito além do óbvio

ilustração | Estúdio Paes

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Alienígena, intelectual e olheiro ozoide@revistavisao.com.br

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PROPAGANDA ELEITORAL

poucos dias, tivemos as eleições municipais para prefeitos e vereadores. E, mais uma vez, tivemos nossos lares “invadidos”, sem qualquer pedido de licença, com a propaganda política eleitoral. E desta vez foram mais espertos ainda. Reduziram o tamanho do horário político obrigatório (os programas eleitorais no rádio e na televisão). Em compensação, “aumentaram” o tempo de propaganda “diluída” no meio do restante da programação. Resultado: toda hora tínhamos de conviver, ver e ouvir os ditos cujos políticos falando lorotas, prometendo coisas impossíveis e, literalmente, invadindo a nossa paciência e sossego.

Ajude-nos a construir esse espaço: elogie, critique ou denuncie !

ozoide@revistavisao.com.br

TUDO É POSSÍVEL NA PROPAGANDA Vocês repararam que na propaganda eleitoral tudo é possível de se realizar? Ali não falta dinheiro para nada, não há leis que restrinjam investimentos. O asfalto, a educação de qualidade e a saúde de primeiro mundo parecem saltar das cartilhas para a realidade num passe de mágica. Todos “enxugarão” a máquina, cortarão gastos, terão assessores perfeitamente eficientes e honestos e farão uma administração de dar inveja a Deus. De outro lado, aqueles que estiveram no poder, por mais que tenham realizado, “nada fizeram”, são uns incompetentes, deixaram a cidade uma verdadeira “terra arrasada”.

E AGORA, JOSÉ? Estamos escrevendo essa coluna antes das eleições. Portanto, não sabemos quem venceu o pleito. Mas, seja quem for, de uma coisa temos certeza: o dia seguinte é bem diferente das promessas. Lá no poder, faltam recursos (e como faltam); o Governo do Estado não consegue ajudar tanto assim (quem dirá o Governo Federal). Lá no poder não dá simplesmente para mandar embora funcionários concursados (a grande maioria); não dá para pegar o dinheiro da saúde e aplicar na educação (e vice-versa); as empreiteiras vencem as licitações e não fazem o trabalho direito. Ou então começam o serviço e abandonam a obra (sempre querendo os famosos “aditivos”). As empresas, quando fornecem para o poder público, quase sempre colocam um sobrepreço (para compensar os atrasos nos pagamentos e a grande dificuldade de vender para essa gente). E por aí afora. Isso sem falar em coisas mais graves: o candidato que vence fica devendo favores (a partidos políticos, apoiadores, etc). E a tal da corrupção, essa sem vergonha, que volta e meia se infiltra “nas melhores famílias”.


Não vou fazer só na saúde, vou fazer na educação também. Dia 2 de janeiro, se eleito, estarei em um dos postinhos antes de ir à prefeitura. Antônio Ceron – candidato à prefeitura de Lages, em entrevista ao Diário Catarinense

Entre Aspas

Desemprego no Brasil não para de subir. Já são mais de 12 milhões de brasileiros não encontrando emprego; Taxas de juros continuam altas. A Selic continua fixa em 14,25% ao ano. Isso só é bom para os banqueiros. E péssimo para os brasileiros; Presidente Michel Temer continua sendo vaiado (dentro e fora do país). Inclusive na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque; Cabos eleitorais dos políticos tornando a cidade e as casas sujas por causa dos santinhos jogados “ao vento”; Pedestres que não sabem dividir o espaço com os ciclistas no passeio central da Av. Duque de Caxias.

Faremos a realização de audiências públicas nos bairros para discutir com os líderes comunitários e moradores quais as prioridades para atender a população. Marcius Machado – candidato à prefeitura de Lages, em entrevista à Rádio Clube durante a campanha

Atletas brasileiros das Paralimpíadas conquistaram 72 medalhas (ficamos em 8º lugar geral – atrás de Londres – em 2012 – quando ficamos em 5º. Em compensação, conquistamos mais medalhas); Com o dólar nas alturas, exportações brasileiras estão superando as importações (superávit comercial); Montadoras estão exportando mais (venda de carros, caminhões e ônibus já cresceu 96% nos últimos 12 meses); Sob o comando do novo técnico Tite, Seleção Brasileira de futebol voltou a vencer; Algumas avenidas e praças de Lages estão belas e floridas (coisa linda de se ver); Voos da Azul Linhas Aéreas de Lages para São Paulo (e vice-versa) chegam a uma média de quase 3 mil passageiros por mês (sucesso absoluto).

Subi ndo

Descendo

Três jovens morreram em gravíssimo acidente na BR-116, em Lages. E no dia seguinte, a concessionária Autopista anunciou projeto para reduzir o número de mortes;

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Mushue Vieira Hampel – vice de Roberto Amaral, durante a campanha

Antonio Barbosa – Patrão do CTG Anita Garibaldi, durante a Semana Farroupilha

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Zerar a lista de espera nas creches municipais no máximo em um ano não é promessa. É compromisso da nossa gestão.

A melhor coisa que o Lages Garden Shopping poderia ter feito é dar espaço para a cultura.


foto | Gugu Garcia

PASSATEMPO

Independente dos acertos, a diversão é garantida

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Difícil vai ser você desistir antes de encontrar 10 pequenas diferenças nessas imagens. Boa sorte! 63

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Resultado da edição 122 - Setembro 2016

IFSC é um importante centro de formação profissional e uma grande conquista para a cidade de Lages

ilustração | Estúdio Paes




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