Revista Avessa nº10

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Sonne: os devoradores Despertei pré-programada Na sala da Dispositivo Brain Pincelando em faíscas as Têmporas completamente exploradas No auge de 2045, virei devoradora Escutei histórias de fartura, Na infância já devastada Excesso de comida, água? Nada disso fazia parte Da existência de todos Minha vila Sonne foi destruída Explosões, violência, roubo, Seca, caos e carnificina Oficina de matança Eu estava na fábrica do controle Me tornaria uma invasora de vísceras Era assim, desde o fim da vila, da cidade caída Não sobrara nada, além de poucos habitantes Estes serviam para o nosso (alimento) Usina dos cérebros, impulsos contagiantes Em meros canibais, para o nosso suprimento Prendiam-nos naquele galpão O Gigante Cérebro Nos assistia Se entretinha Entregava-nos ao cão O Terrível Cérebro Nos engolia Se divertia Precisávamos sair pelas ruas Com a bocarra pronta Para comer a carne Eles tinham que evitar os becos 29

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jul/ago 2016


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