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Entrevista do Gilberto Faria, das lojas Tio Gil

Gilberto Faria, o Tio Gil, dá show de resiliência e empreendedorismo na ACISCS

Por Guilherme Renso

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Qual a probabilidade de uma pessoa dar certo no empreendedorismo se ela nasceu e foi criada dentro de uma farmácia, conhecendo todos os detalhes administrativos? A resposta, que para muitos pode ser “grandes chances”, outros mais detalhistas apontariam um ponderado “depende. Se não tiver resignação para recomeçar quantas vezes forem necessárias, esse empresário fica pelo caminho”. E é verdade mesmo.

Mas o comerciante Gilberto Faria, dono das Lojas Tio Gil, não só não ficou pelo caminho como esteve na sede da ACISCS (Associação Comercial e Industrial de São Caetano do Sul), no último dia 23 de junho, para contar como chegou ao atual status. Quatro pontos comerciais, todos em São Caetano do Sul, levam seu nome, além da Ana Sofia Flores, administrada por sua esposa.

“Aprendi tudo dentro da drogaria da minha família, porém não era o que me motivava. Eu desejava o meu próprio negócio. Então saia, fazia outra coisa, dava errado e voltava pra farmácia. Até que um dia eu fui ser vendedor das Páginas Amarelas. Eu aprendi muito em quatro anos. De lá segui para o Guia Comercial de Alphaville e posteriormente montei a revista Preços e Promoções, distribuída em todos os condomínios daquela região”, relembra.

Seguindo nessa história, em certo momento Gil se viu descontente com o negócio, que inclusive já havia migrado para a TV, e cheio de dívidas. Era a hora de fechar novamente. “Meu pai tinha uma loja de R$ 1,99 na Zona Leste de São Paulo e fui ajudá-lo nas vendas de final de ano, mas acabei ficando por mais tempo. Foi o dinheiro mais importante que eu ganhei na minha vida, pois me permitia pagar minhas dívidas. O que restava eu ajudava em casa. Sobre esses erros do percurso, há um traço parecido na história dos empresários de sucesso. A maioria errou muito antes de acertar”, revela. No entanto, lembra daquela história de empreendedorismo no sangue? Então. Gil continuava determinado quando montou uma bomboniere na frente da loja de seu pai, que mais tarde seria vendida para a concorrência, que ficava na mesma rua. “Quando eu entrei lá ela me olhou feio e deve ter pensado ‘o que esse cara está fazendo aqui?’. Ao ouvir que estava ali para oferecer a minha loja pra ela, a mulher abriu um sorriso enorme. Nós fizemos negócio”, comenta.

O Início do poderio Tio Gil Foi naquele período final da bomboniere que a primeira loja Tio Gil começou a nascer. Em um certo dia e, na correria do trabalho, seu único funcionário revelou-lhe que tinha que estar em São Caetano para fazer uma consulta médica e que, infelizmente, na correria do trabalho, não teria tempo hábil. Gil se ofereceu para levá-lo e, chegando lá, entrou em uma loja para comprar o cartão da Zona Azul.

“Era um espaço bonito, bem montado, mas vazio de mercadoria. Então eu pensei ‘nossa, que potencial jogado fora’ e fiquei com aquilo na cabeça. Nisso eu comprei a Zona Azul, voltei à loja e perguntei pra moça que estava no caixa se a loja era dela. Ela falou que era do sobrinho dela e eu perguntei ‘ele vende?’ e ela falou ‘vende. Quer falar com ele?’. Ele desceu, perguntou se eu era corretor ou se eu tinha visto o anúncio dele no jornal. Eu respondi que não. Deus é maravilhoso mesmo”, exclamou.

Ao término da visita ao espaço, Gil foi falar com o seu irmão para que eles unissem seus recursos na compra daquele espaço. Quando todas as parcelas da primeira Loja Tio Gil foram quitadas, seu irmão o surpreendeu com um “Gilberto... é sua”. O início dessa loja foi a grande virada. “Eu não sou empresário. Eu sou simplesmente um comerciante. Eu sou um cara que estou na loja. Eu tenho hoje 40 mil itens cadastrados. É muita coisa! Por outro lado, nunca tive um plano de negócio propriamente dito. Sempre foi de intuição”, lembra.

Depois de montar e ampliar a loja da Baraldi veio a Tio Gil da Vila Gerty, na sequência a segunda loja na rua Baraldi, dedicada a tapetes e afins, e mais recentemente a Tio Gil Magazine. “Eu não tinha a menor pretensão de abrir outra. Porém eu fui no Lopes Pneus, deixei o carro para alinhar e resolvi atravessar a rua para conhecer aquele imóvel. Quando eu cheguei lá no San Gerano lembrei da Baraldi, ou seja, vi um espaço muito grande e ocioso. Pandemia, restaurante, padaria, enfim. As tratativas começaram logo. Devo ter engordado um pouco naquela época, pois estava lá quase todo dia, só pra dizer mesmo ‘Oh... tô aqui. Eu quero esse espaço.’ Tive muito medo, mas deu certo”, comenta.

Já caminhando para o final do encontro, Gil também contou que não perde uma oportunidade de fazer propaganda de seu negócio. “Eu faço bolas com o logotipo Tio Gil e entrego em época de festa junina para as escolas. Invisto R$ 3, 4 mil em bolas. Imagina numa escola aquelas bolas Tio Gil pra lá e pra cá. Quem nunca viu, vai ficar curioso e quem já conhece vai comentar”, finaliza o comerciante que nunca desistiu e que hoje tem 70 funcionários.

Live Solidária traz tributo a Cazuza e arrecada mais de 60 toneladas de alimentos

 Edmir Cleto e Naura Denadai

Em mais uma ação em prol daqueles que mais precisam, o grupo “Empresários Contra a Fome”, em conjunto com o restaurante andreense Baby Beef Jardim, promoveu em 4 de junho uma live solidária. A iniciativa foi realizada no Espaço Win, que não recebia eventos desde o início da pandemia.

O encontro virtual contou com apoio de mais de 120 empresas da região e arrecadação de mais de 60 toneladas de mantimentos. A apresentação da ação solidária ficou com Luiz Américo, Juliana Bontorim, Edmir Cleto e Naura Denadai, e comando técnico de conteúdo com Patrícia Caseiro.

“Queremos brindar com todos que estiveram com a gente neste movimento para auxiliar quem mais precisa. Foi tudo muito rápido com apoio de empresários, amigos e parceiros. Só tenho a agradecer a todos que contribuíram”, afirmou o proprietário do restaurante andreense, Luiz Américo.

 Fabio Denadai e Marcelo Oliveira

 Thaisa Damo, Juliana Bontorim e Luiz Américo Oliveira  Marcos e Carla Bassi

 Wagner e Thaisa Damo

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