Surfar #4

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Guga Fernandes, Barra da Tijuca





Pedro Monteiro

44 SuperSurf 2008 Depois de um jejum de quatro anos, o Rio volta ao topo. 50 Praia Brava Uma bateria entre oito amigos em Arraial do Cabo. 60 Rio Spring 2008 Fechamos o ano com mais um show de surf. 70 Entrevista Pedro Muller se aposenta das competições mas continua no surf. 76 Trip Surfar Santa Barbara: inúmeros picos e crowd de celebridades. 80 Miss Surfar A bela e o seu dragão.

76 Surfar Art Montandon retrata o melhor da vida.








Nesta: Ricardo Tatuí dropando ladeira abaixo no canto de Itacoatiara. Na capa: Guga Fernandes arrancando o título brasileiro na Barra da Tijuca. Foto da capa: Arthur Toledo

Positive Vibrations em 2009 Chegamos à quarta edição com a sensação de dever cumprido ao atingir algumas das nossas metas para este primeiro ano da SURFAR. Claro que sabemos que o nosso desafio é grande, fazer um produto diferenciado em um mercado bastante disputado por outras revistas especializadas, certamente, exige de todos nós muita atenção para acompanhar as mudanças e uma certa dose de audácia para arriscar. Mas a verdade é que o Rio estava carente de uma mídia local que desse o devido valor a essa gente bronzeada. Isso é o que escutamos quando distribuímos as revistas pelas ruas, “Estava faltando uma revista de surf aqui do Rio!”. Legal, chegamos em boa hora. O mais compensador é ver a felicidade estampada no rosto de dezenas de surfistas que saem nas páginas da SURFAR, muitos desses atletas talentosos, sem oportunidade de mostrar o seu potencial

André Cyriaco

em outras revistas, acabam desistindo de seguir no surf, sendo que alguns deles dependem do esporte

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pra ajudar a família em casa. Porém, não são apenas os surfistas que ganharam espaço na revista, a existência de mais uma mídia especializada fomenta aqueles que estão envolvidos nesse segmento. Fotógrafos, jornalistas, designers gráficos, shapers, artistas, managers, toda uma rede de profissionais que vivem direta ou indiretamente do surf. Pode-se até dizer que algumas matérias têm um lado social. Por exemplo, quando escrevemos sobre um determinado point, surfistas viajam para pegar aquela onda, aumentando o turismo na região. Lugares como Itacaré, Florianópolis, Noronha e Ubatuba sabem bem a importância da divulgação do surf pro crescimento local. Por fim, como essa é a última edição do ano, nunca é tarde para lembrar que tudo isso só foi possível devido ao grande número de pessoas que acreditaram no projeto da Revista SURFAR, seja através da distribuição nas lojas, nas oficinas de pranchas, nos campeonatos, no quiosque da Prainha, no Bibi, no Natural do Recreio ou por meio dos empresários de surfwear, dos diretores de marketing, dos mídias, dos fotógrafos etc. Foram tantos incentivadores que não caberiam nesta página. A todos vocês, muito obrigado e um feliz Natal! Sucesso, saúde e paz em 2009! Vamos pra dentro d’água SURFAR! José Roberto Annibal

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Álvaro Freitas

Certas ondas contam com a performance do surfista para ser uma “Melhor da Série”. Leandro Bastos, Grumari.

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Tony D’Andrea

Rafael Cury encontrou uma maneira mais divertida de se alongar nas morras de Itacoatiara.

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Divulgação

Divulgação

aspworldtour.com

Rumo decacampeonato? Carlos Burle dropando atrás do pico emaoDungeons.

Pódio feminino da 2ª etapa.

PUC Surf 2008 Kelly Slater 9x Campeão! Com o melhor desempenho de toda sua carreira, Kelly Slater, 36 anos de idade, não dá chance para a concorrência e vence seu nono título mundial, com três eventos de antecedência, ao chegar às oitavas-de-final do WCT de Mundaka, na Espanha, quando venceu a bateria contra o convidado espanhol Eneko Acero. O mesmo pico onde conquistou seu oitavo título em 2006. Slater venceu o primeiro WCT em 1992. Depois tomou gosto pela coisa e conquistou cinco títulos seguidos, de 94 a 98. Após uma pausa de 1999 a 2002, voltou a ser campeão em 2005, 2006 e, agora, em 2008. É de Slater o recorde de campeão mais jovem ao vencer com 20 anos de idade, em 92, e o mais velho da história do surf ao ganhar este ano, com 36. Ele tem também o recorde de vitórias em uma só temporada (sete em 96) e de vitórias no total (39 etapas), além de ser o surfista que mais acumulou premiações na história, com US$ 1,7 milhão de participação em campeonatos. “Tive um ano mágico e acho que vai demorar um pouco para cair a ficha”, declarou ao jornal O Globo. A temporada realmente impressionante começou com uma vitória de Slater logo na etapa de abertura do circuito da ASP, na Gold Coast australiana. Na sequência, seguiu para Bells Beach e venceu de novo. Sem um bom resultado no Tahiti, Slater se recuperou e ganhou em sequência as etapas de Fiji, em Cloudbreak, e África do Sul, em Jeffrey´s Bay. Com o circuito ainda na metade, o maior surfista de todo os tempos já tinha o título mundial a poucos metros de distância. Venceu então na Califórnia e fez final em Hossegor, na França. Assim, bastava chegar às oitavas nas ondas espanholas. Foi o que ele fez e conquistou mais um campeonato de forma incontestável. Agora fica o suspense se Slater irá continuar no tour para brigar pelo décimo título mundial e por alguns milhões de dólares a mais na sua conta bancaria

No dia 1º de novembro aconteceu a segunda etapa do PUC Surf 2008, o maior campeonato esportivo da Universidade Católica do Rio de Janeiro. O pico escolhido foi novamente o Postinho, na Barra da Tijuca, mesmo local da primeira etapa, que teve como campeões Michelle Schlanger, na categoria Feminina (aberta para surfistas de fora da PUC), e o novato Julio Osório, na Masculina. Desta vez, o evento organizado por Guilherme Braga, que conta com o apoio da Revista SURFAR e patrocínio de Jamf e Hurley, teve como vencedores o artista plástico e aluno de arquitetura Elísio Tiúba e Gabriela Ribeiro. No mar muitas baterias, já na areia muitas batidas. As famosas bebidas do Oswaldo contagiaram o fim de tarde ao som de U-Flow. Enquanto isso, a equipe técnica coordenada pela ASBT se concentrou no espaço da Jamf e a tenda Koni Store ficou encarregada por nutrir a parte cultural, já enraizada no formato do circuito, e montou uma exposição de fotos de uma das lendas do surf nacional, Rico de Souza. A 3ª etapa será dia 29/11. Masculino: 1. Elísio Tiúba 2. Alexandre Amigo 3. Felipe Di Biase 4. Sérgio Marchetti

Feminino: 1. Gabriela Ribeiro 2. Bruna Hirch 3. Mariana Consort 4. Maíra De Velly

2 x 0 Surfar

Hang Loose Pro sem Slater Para a nossa decepção, Slater não veio ao Hang Loose Santa Catarina Pro, que rolou em Imbituba. Além dele, outros não compareceram: Mick Fanning (por lesão), Joel Parkinson (licença médica), Bruce e Andy Irons (motivos pessoais), Neco Padaratz, Mineirinho (ambos também lesionados). O título da etapa ficou com o australiano Bede Durbidge, que passou a ocupar a vice-liderança. Os brasileiros Léo Neves, Bernardo Pigmeu e Heitor Alves mandaram bem e chegaram às quartas-de-final. Heitor subiu para a 24ª posição no ranking que classifica para o próximo ano os 27 primeiros. Mineirinho caiu do quinto para o sexto com o resultado da 10ª etapa do circuito mundial. Léo ficou em 34º, seguido de Rodrigo Dornelles. Em 42º ficou Neco Padaratz e na sequência outro brasileiro, Jihad Kohdr. A última, decisiva e tão prestigiada etapa do World Tour, será de 8 a 20 de dezembro, em Pipeline, quando também acontece a final da Tríplice Coroa Havaiana. Se os brasileiros não conseguirem bons resultados no Hawaii, vamos ter poucos ou apenas um representante (Mineirinho) na elite do surf mundial em 2009. É hora de parar para refletir o que queremos para o futuro do surf no Brasil.

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A Revista SURFAR acaba de chegar ao mercado carioca e, em apenas três edições, já acertou em cheio ao entrevistar dois profissionais de ponta. Sintonizada, a SURFAR conversou com o ex-atleta do WCT Victor Ribas, que afirmou em entrevista para a segunda edição estar melhor do que nunca aos 36 anos de idade. Logo depois, o cabo-friense Vitinho comprovou o dito com o título de campeão do Circuito Vivo de Surf Profissional no Rio. Já na edição número três, a SURFAR trouxe nas páginas do Palavra Final o campeão carioca profissional Guga Fernandes, quando o título do brasileiro e o bi-campeonato carioca ainda eram metas a serem alcançadas. O carioca da gema conquistou o que tanto queria nas ondas da Barra da Tijuca. Enquanto Guga comemorava, a revista era distribuída na praia. Quem será o próximo?



Rick Werneck

Pela primeira vez Melanie Bartels vence uma etapa do WCT.

Gringas Dominam Mundial Após nove anos sem receber a elite do surf feminino, o Rio de Janeiro foi palco do Billabong Girls Pro, entre os dias 8 e 18 de setembro. O evento traz dois circuitos: o WQS e o WCT Femininos. Em 99, última etapa no Rio, a vencedora do WCT foi a carioca Andréa Lopes, que competia como convidada. Quem levou o caneco neste ano foi a havaiana Melanie Bartels, 26 anos, que pela primeira vez venceu uma prova do circuito mundial. Para isso, ela teve que derrotar três campeãs num dia perfeito para o surf, com ondas tubulares de 1.5m, na Barra da Tijuca. Ganhou da defensora do título da etapa brasileira, Samantha Cornish, depois fez 19 fantásticos pontos para eliminar a atual campeã mundial Stephanie Gilmore, dona do único 10 do campeonato, na bateria mais emocionante do Billabong (19 x 18.50). Isso tudo antes da final contra a peruana Sofia Mulanovich. As brasileiras Jacquelina Silva e Silvana Lima ficaram nas quartas-de-final, com o sétimo e o nono lugar, respectivamente. Silvana enfrentou sua algoz, a heptacampeã mundial Layne Beachley, mas foi a vez da australiana levar a melhor depois de perder para a brasileira ano passado em Itacaré. Mesmo sem bons resultados no WCT do Rio, a cearense ainda acredita na briga pelo título mundial. Já no WQS, quem ficou com o primeiro lugar foi a australiana Rebecca Woods. A final contou com Tita Tavares, Stephanie Gilmore e Jessi Miley-Dyer. A atual campeã brasileira ficou em quarto e comemorou muito o resultado, já que sua colocação garantiu a sua volta ao WCT. Stephanie e Jessi ficaram com o segundo e terceiro lugares. Silvana garantiu a quinta colocação. Outras brasileiras também marcaram presença, como Taís Almeida e Monik Santos, que ficaram em sétimo, Krisna de Souza que ficou em nono e Juliana Quint e Gabriela Teixeira, em 13°.

Surfar Ecologicamente Correta

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A partir desta edição, a Revista SURFAR traz o selo de certificação do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal, o FSC Brasil, uma organização não-governamental, independente e sem fins lucrativos, reconhecida como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA). A importância do selo para a SURFAR é mostrar o comprometimento que a nossa equipe tem em agir de forma socialmente responsável e servir de exemplo para cada um dos nossos leitores. A instituição existe desde 1993, quando o desmatamento na Amazônia e em outras florestas atraíam a atenção da mídia internacional. O conceito da certificação surgiu então como controle das práticas produtivas florestais, valorizando no mercado os produtos originados do manejo responsável das florestas. O FSC é hoje o sistema de certificação florestal de maior credibilidade internacional e o único que atende de forma igualitária os interesses das esferas social, ambiental e econômica. Você pode encontrar muitas outras informações no site www.fsc.org.br.

Onda Boa na Escola O projeto Onda Boa começa a colher frutos devido ao empenho de seus agentes e das escolinhas de surf envolvidas. Pela primeira vez, os colégios de ensino fundamental e médio buscam unir forças com o programa que faz parte da Comissão Municipal de Prevenção às Drogas. A primeira a receber uma palestra foi a Escola Nova, na Gávea, que contou com a presença dos alunos do 8º e 9º anos, todos bem à vontade para ouvir Silvia Pontes, vereadora, fundadora e presidente da comissão, e o agente multiplicador Pedro Cunha, da Escola Carioca de Surf. Quem também estava lá para dar uma força e distribuir panfletos para a garotada foi Lula Menezes, da Wetworks e atuante no projeto. “Foi a primeira vez que nossa escola fez uma palestra sobre prevenção de drogas, agora pretendemos continuar”, falou a vicediretora Mariana Guaraná. “A prevenção é o melhor caminho, além de ser muito barato. Quando se tem desde cedo uma consciência do perigo das drogas dentro de casa, muitos problemas podem ser prevenidos”, acredita Menezes. Nas eleições 2008, Silvia Pontes não conseguiu se reeleger, por isso, seu mandato também na Comissão de Prevenção termina no fim deste ano, mas não quer dizer que ficará longe do que tanto acredita, ela continua trabalhando como agente multiplicadora. “Dei muitas palestras sobre drogas, inclusive em junho no Equador. Agora recebi um convite para ir a Caracas em dezembro, levarei minha equipe para divulgarmos a importância da prevenção e do esporte”, conta a também remadora Silvia.

Praia Limpa Ser um cidadão consciente é ser preocupado com o meio ambiente. Mas não basta simplesmente reclamar que tem muito lixo nas praias, que a vegetação de restinga está destruída, tem que fazer por onde. Se você não sabe como começar, a revista SURFAR te dá uma dica: que tal se unir à organização não governamental Aqualung no projeto Limpeza de Praia? O programa começou em 2003 para limpar os locais mais populosos como praias, rios, lagos e lagoas. Eles tiram guimbas de cigarro (item mais encontrado em nível mundial, de acordo com a ONU /UNEP), tampinhas, canudinhos, cotonetes, palitos de camarões e de queijo calho, papel laminado de sanduíches naturais, ou seja, o micro lixo, aquele que só é retirado da natureza manualmente. Nos cinco anos de ação, já foram coletadas mais de 15 toneladas só no Rio de Janeiro. Neste ano, 20 de setembro foi o Dia Mundial da Limpeza, o Clean Up The World 2008, quando o mundo inteiro se mobilizou pela causa. Para comemorar o dia Mundial do Meio Ambiente, a instituição também realizou o evento Limpando & Reciclando nas praias cariocas, ao todo são quatro movimentos anuais. “Começamos com 500 voluntários, hoje já participam cerca de três mil pessoas e capacitamos mais de 80 coordenadores de voluntários com normas internacionais. É um trabalho renomado e difícil, mas muito prazeroso”, explica a organizadora do projeto Limpeza na Praia, Anna Turano. Mais informações sobre a instituição, o programa e como se tornar um voluntário na página www.institutoaqualung.org.br.



Negro na Mídia Estava super animada e ansiosa com o início da novela Três Irmãs da Rede Globo, escrita por Antônio Calmon, pois me identifiquei bastante com sua história, já que tem como principal tema o surf. Mas como milhares de brasileiros, percebi que estava faltando algo na trama: surfistas negros. Os negros contribuíram muito na historia do surf nacional. Vale ressaltar aqui alguns nomes: Jojó de Olivença (bicampeão brasileiro profissional 88 e 92), Kias de Souza (primeiro campeão paulista na categoria Open, em 87), Gilmar Silva (vice-campeão paulista em 2005), Claudemir Lima (vice-campeão brasileiro profissional 2001), Martins Bernardo (campeão do Reef Classic Pro Junior 2006), Tita Tavares (tetra campeã brasileira), Suelen Naraisa (campeã brasileira 2006), entre outros. São negros que em diferentes épocas fizeram a diferença para o esporte e colaboraram para a formação do surfe nacional. O surf cresce a cada dia e negros da nova geração, como Wiggolly Dantas e Diana Cristina, ambos com 19 anos, traçam um caminho vitorioso. Recentemente eles ganharam etapas no WQS realizadas no Brasil. É maravilhoso ver negros estampados em revistas especializadas, sites e entrevistados por emissoras de televisão, o que era raro. No Brasil, o surf é representado por atletas de todas as raças, no entanto, com a imagem do surfista estabelecida como loiro de olhos azuis, para a maioria das marcas ainda é considerado desinteressante apoiar atletas negros para representar seus produtos.

Acho que nos dias atuais não há mais espaço para preconceito. Na televisão, acredito que o simples fato de novelas terem abordado assuntos relacionados a negros é um avanço. Já existe uma diversificação dos papéis, mesmo que só haja um número favorável de negros na telinha quando se trata de uma novela de época — com bastantes escravos —, contudo estamos conquistando nosso espaço aos poucos. Por: Érica Prado

Érica é estudante de jornalismo e surfista profissional.

Qual a sua relação com o surf ?

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Patrícia Winter, 17 anos Estudante.

Anderson Rocha, 25 anos Corretor de Imóveis.

Fernanda Lopes, 21 anos Assistente Administrativa

Rodolfo de Almeida, 23 anos Estudante de Fisioterapia.

Gosto de ir para praia e ficar olhando os surfistas. Já tentei surfar, mas não deu muito certo.

Gosto do estilo de se vestir e do estilo de vida. Já tentei surfar, mas comi areia.

Comecei a surfar com 8 anos, mas parei por causa do trabalho e, também, porque hoje tem muita gente na água que não respeita.

Pego onda há 12 anos, surfo todos os dias, gosto de acompanhar competições. Estou envolvido com tudo relacionado a surf.

David de Azevedo, 24 anos Técnico de Áudio e Vídeo

Mariana Pantera, 18 anos Estudante.

Dennis Ribeiro, 27 anos Engenheiro.

Pedro Casaes, 26 anos Delegado.

Gosto de ver campeonatos, do estilo e da adrenalina.

O surf é minha vida. Surfo há três anos e me ajudou a superar várias barreiras. Não consigo mais viver sem o surf.

Surf é um raro prazer para mim, pois moro em Belo Horizonte. Mas venho muito ao Rio e sempre surfo, além de consumir surfwear.

É meu estilo de vida, surfo quase todos os dias.



Annibal

Annibal

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Alan Simas

Alan Simas

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Alan Simas

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Manoel Campos

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1- Renan Rocha e Neco Padaratz. 2- Anderson, Royler Gracie e Sidney no Arpex. 3- Galera no Intercolegial. 4- Bárbara Rizeto e Taís Soares. 5- Família Vaz. 6- Boscoli. 7- Fernanda Guerra, pioneira do surf feminino. 8- Sempre presente, Rick Werneck. 9- Surfar fazendo a cabeça da mulherada. 10- Momento de descontração da campeã mundial Stephanie Gilmore. 11- Shaper Davenia Ferraz e Carmélia no SuperSurf. 12- Uma pausa na concentração de Yuri Sodré. 13- Os fotógrafos James Thisted, Aleko Stergiou e Gustavo Cabelo. 14- Beach Girls. 15- Marcelo WQSurf e filhão. 16- Ian Consenza e Hugo Bittencourt. 17- Galera reunida no Arpex. 18- Stef Gilmore relax na Barra da Tijuca. 19- Evaristo Ferreira, capa da segunda edição. 20- João da HB e família.

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Bruno Pinguim Manoel Campos

13 Manoel Campos

Álvaro Freitas

Bruno Pinguim

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Álvaro Freitas

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Grimaldi Leão

Luciano Cabal

Midia Bacana

Midia Bacana Alan Simas

Bruno Pinguim

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1- O baiano Flávio Costa aprovou. 2- Diretoria Feserj: Pedro Falcão com seu filho e Abílio Fernandes. 3- O cinegrafista Caloi entrevista Silvana Lima. 4- Jihad Kohdr no Arpex. 5- Top WCT Layne Beacheley. 6- Marcos Myara designer Revista Surfar. 7- Milton Morbeck descontraído. 8- Nanda Pontes soprou suas velinhas no SuperSurf. 9- Pinga da Oakely. 10- Raoni Monteiro na luta para voltar ao WCT. 11- Adriano de Souza com fome de surf. 12- Ian Guimarães, local de Saquarema. 13- Família reunida: Diana, Simão e Pedro. 14- Concentração no Arpoador. 15- Rebecca Woods, campeã do WQS na Barra da Tijuca. 16- Beldades no SuperSurf. 17- Bruno Santos depois da queda. 18- Os campeões do SuperSurf 2008: Guga e Tita. 19- Qualé a boa?

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Que venham as bombas! Já estamos praticamente dentro da temporada de ondas grandes no hemisfério norte, que acontece no inverno daquela região do planeta. Swells consistentes já quebraram em Mavericks, na costa californiana, e no North Shore havaiano, onde, segundo amigos que residem por lá, as bancadas mais famosas estão praticamente sem areia e prontas para quebrar com perfeição com a entrada de boas ondulações. Segundo relato de um grande amigo meu, Ylan Blank, big rider da nova geração que reside no lado norte da ilha de Oahu, os locais havaianos dizem que quando o verão é repleto de boas, então, o inverno vai ser memorável, com grandes e perfeitos swells quebrando sem trégua nas ilhas. O fato que pode reforçar essa teoria é que a última temporada de ondas grandes foi bem fraca, com swells medianos, após um verão praticamente flat nas ilhas havaianas. Já no último verão no Hawaii, dias clássicos se sucederam com ondas de cinco pés quebrando com perfeição em picos como Alla Moana Bows, Kaiser Bows e China Walls, situados no lado sul da ilha de Oahu. Colocando em prática a máxima dos locais, como no verão tivemos incidência de bons swells, o inverno — a temporada de ondas grandes — promete fortes e insanas emoções no Hawaii. Big riders de todo o planeta se preparam e aguardam ansiosamente pelo “despertar” de picos, como a mística baía de Waimea, onde desde 2004 não se realiza o evento de ondas grandes na remada mais tradicional do calendário mundial, o Eddie Aikau. Carlos Burle é o nosso representante na lista principal do Eddie e, após o segundo lugar no Big Wave África 2008 (segundo evento na remada de grande importância no calendário mundial de ondas grandes), é um dos candidatos na briga pelo título em Waimea. Outro pico cultuado pelos surfistas de ondas grandes é Jaws, situado na ilha de Maui. As direitas que proporcionam fortes emoções receberam ondulações pequenas na última temporada se compararmos aos anos anteriores. Lá o big team brazuca também tem seus representantes de peso. Nomes como Eraldo

Gueiros, Haroldo Ambrósio, Carlos Burle, Rodrigo Resende (campeão mundial de tow-in em Jaws, 2002), Sylvio Mancusi, Pato, Danilo Couto, Jorge Pacelli, João Maurício Jabour, Edison de Paula, Yuri Soledade, entre outros que surfam em igualdade de condições com os locais mais feras como Laird Hamilton, um dos precursores do tow-in. Falando no big team brazuca, alguns dos nossos atletas de ondas gigantes participaram no último dia 31 de outubro da primeira etapa do Circuito Mundial de TowIn 2008/09, realizado nas longas e perfeitas esquerdas de Pichilemu, no Chile. O evento estava em janela de espera desde 15 de abril e já havia sido prorrogado por duas vezes. Enfim, o campeonato foi realizado no último dia de espera, 31 de outubro. O pódio do evento foi dominado pelas duplas brasileiras, com Rodrigo Resende e Danilo Couto como vice-campeões, Everaldo Pato e Yuri Soledade em terceiro e Sylvio Mancusi e Alemão de Maresias na quarta colocação. A competição rolou em ondas de até 15 pés sólidos, quebrando bem em frente às pedras do pico de Punta de Lobos. Agora a Associação Profissional de Towsurfers (APT), responsável pelo Circuito, está programando mais duas etapas no Hawaii para fechar o tour 2008/09. Uma nas ondas de Jaws, aonde o esquadrão brazuca vem se destacando a cada temporada e pode, mais uma vez, dominar o evento. Já a outra em um dos outside reefs do lado norte da ilha de Oahu, provavelmente em Puena Point, pico onde Burle e Eraldo foram vice-campeões no evento realizado em 2007. A expectativa é grande para a próxima temporada. Agora só nos resta aguardar para conferir mais um espetáculo do big team brasileiro na temporada de ondas grandes do hemisfério norte. Seja no Hawaii, Califórnia ou México, seja na remada ou no tow-in, o fato é que nossos big riders estão muito bem preparados para representar a bandeira brasileira. Go Big!

Por Roger Ferreira

Arquivo Pessoal

Roger Ferreira é jornalista do CarlosBurle.com, assessor de comunicação e agencia atletas.

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O brasileiro Ylan (de branco) em Waimea. Go for it!



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Daniel Ferrentini

Nos últimos meses muitos eventos bombaram não só as praias, mas a night carioca. O Super Surf e o Billabong Girls Pro deram festas para comemorar os campeonatos. A Volcom promoveu um happy hour de muito bom gosto para abrir a etapa carioca do VQS. Já as marcas Rusty, Freesurf e Oakley promoveram coquetéis de lançamento de filmes radicais decorados com muito surf e gente bonita.

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Daniel Ferrentini

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Daniel Ferrentini

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Gus Benke

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1- Cláudio Emerick e equipe 2Surf. 2- Paulinho, Adriano e Daniel Friedmann. 3- Gus Benke. 4- Jack Silva e Jessy Miley-Dyer em noite de autógrafos na Jamf. 5- Maneger da Billa Zé Paulo, Beto Santos, Adriano e Márcio Mudin. 6- Daniel Ferrentine. 7- Eri Johnson, Paulo Vilhena e Adriano Paiva. 8- WQSurf em família. 9- Evandro SuperSurf e Pinga Oakley. 10- Phil Rajzman e Danilo Costa. 11- Festa da Rusty. 12- Para todos os gostos. 13- Michelle Schlanger, Marcelinho, Daniel Cortez e Tripa bem acompanhado. 14- Gláuber com Giovanna Ewbank e amigas. 15- Burle e Clemente Coutinho. 16- O publicitário Nizan Guanaes comemora o sucesso Rio Claro Summer. 17- Fred da Lost e Annibal. 18- Silvana Lima na festa do WCT. 19- Lady. 20- Maya Gabeira. 21- Luciano e Sávio Rusty. 22- Belas. 23- Cesarano e Lua Blanco. 24- Irmãos Des Bouillons. 25- Scooby e namorada. 26- Rodrigo, sua mulher Úrsula e Martha, no Deck. 27- Mais belas. 28- Zulu e Gláuber e a equipe da Freesurf.29- Victor Ribas e amigo na festa da Freesurf. 30- No Deck, mesa farta. 31- Breaking the hearts. 32- Ribas e Monster com Johnny e amiga. 33- Equipe Volcom. 34- Diretoria Billa Brasil: Gustavo, Lauro, Roger e Tiago. 35- Diego da Volcom e Sifu. 36- D2 e Mineirinho no lançamento do DVD 43 feminino Oakley. 37- Gisele Policarpo e Frã Hochmüller.


Arthur Toledo Álvaro Freitas Grimaldi Leão

Por: José Roberto Annibal

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Após 4 anos, o Rio de Janeiro festejou a conquista do título Brasileiro. Gustavo Fernandes, local da praia da Macumba, levou o vice-campeonato e colocou a faixa de campeão do Super Surf. Apesar de ter perdido na final para Peterson Rosa, a festa durante o final de semana foi toda dele.


As vencedoras do Beach Girls

Manoel Campos

Mais uma vez o circuito Brasileiro teve um desfecho emocionante. Com vários competidores na briga, ninguém arriscava quem sairia da Barra como o melhor surfista do Brasil. Entre os fortes candidatos estavam Willian Cardoso, que liderou boa parte do ano, seguido de Jano Belo na vice-liderança e Guga Fernandes, que vinha colado nos dois. Numa decisão muito apertada alguns fatores podem fazer a diferença. Todo o trabalho de um ano pode ser jogado fora em apenas 25 minutos de bateria, qualquer erro de estratégia pode custar caro. A pressão de competir fora de casa, o desgaste de fim de temporada, o fator psicológico para esperar a onda certa e a escolha do equipamento adequado para aquele tipo de onda, tudo isso fez uma grande diferença na etapa final. A derrota de Willian e Jano prematuramente abriu caminho para Guga e animou ainda mais a torcida local. As pessoas mais próximas sabiam que ele ainda estava com fome de vitória, pois ainda não tinha digerido a derrota para Renato Galvão, na final em Ubatuba, algumas semanas antes. Entre mortos e feridos sobrou apenas Bruno Santos, que tinha a árdua tarefa de ganhar o evento e torcer por seu conterrâneo não chegar à semifinal. Mas Guga fez sua parte e chegou à semifinal para faturar já no sábado o titulo de campeão brasileiro de 2008.

Muita emoção na praia O carioca garantiu o título ao vencer Bruno nas quartas-de-final. Quando Guga saiu da água no final de tarde no sábado, foi carregado nos ombros pelos amigos e rodeado por dezenas de jornalistas, parecia que os deuses do surf estavam ali presentes para que a festa fosse completa, ficou tudo em casa. A emoção tomou conta de todos. Seu shaper Joca Secco não segurou as lágrimas, já Abílio, seu pai, que antes de todas as baterias do filho ia até a beira d´água dar apoio moral, também estava radiante. Aos 25 anos de idade, a vitória de Gustavo Fernandes é fruto de todo um trabalho forte de treinamento e dedicação. No ano de 2003, estava presente na comemoração quando seu amigo Léo Neves levou o título. Cinco anos depois foi a sua vez de curtir com os amigos a conquista. “É o dia mais feliz da minha vida! Muita gente queria ganhar este título, mas acho que minha vontade foi maior que tudo. Isso fez a diferença”, disse Guga, que passou algum tempo sem patrocínio, mas deu a volta por cima e hoje colocou o Rio novamente no topo do ranking. Ranking SuperSurf2008

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Peterson Rosa (PR) Gustavo Fernandes (RJ) Guilherme Herdy (RJ) Messias Félix (CE) Bruno Santos (RJ) Leandro Bastos (RJ) Diego Rosa (SC) Thiago de Souza (CE)

Gustavo Fernandes (RJ) 2830 William Cardoso (SC) 2550 Jano Belo (PB) 2510 Messias Félix (CE) 2360 André Silva (RJ) 2350 Beto Fernandes (SP) 2340 Marco Polo (SC) 2330 Renato Galvão (SP) 2300

9 Jean da Silva (SC) 2290 10 Bruno Santos (RJ) 2190 11 Wilson Nora (BA) 2160 12 Peterson Rosa (PR) 2040 13 Danilo Costa (RN) 2020 14 Diego Rosa (SC) 2010 15 Bruno Moreira (SP) 1950 16 Guilherme Herdy (RJ) 1930

Rick Werneck

Resultado etapa Rio

Com a vitória no Rio, Peterson volta para a elite do surf brasileiro.

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Fotos: Álvaro Freitas

Guigui foi coroado em casa. Fotos menores: Léo aproveitando bem as marolas, a estrutura seis estrelas e Mauro da Onbongo.

Domínio da Nova Geração Por: José Roberto Annibal

Na corrida pelos preciosos pontos na divisão de acesso, o surfista local Wigolly Dantas venceu o Onbongo Pro Surfing 2008, última etapa da perna brasileira que aconteceu na Praia de Itamambuca, em Ubatuba, entre 21 a 26 de outubro. A etapa, que teve o nível máximo de seis estrelas, distribui 135 mil dólares em premiação. Na grande final, a nova geração provou que em eventos como esse não existem favoritos. Dois surfistas de 18 anos de idade brigaram pela coroa e pelo trono de Rei da Praia. Em uma bateria muito disputada, Wiggolly Dantas venceu o potiguar Jadson André que ainda pegou uma onda no minuto final precisando de 8.41 pontos, mas os juízes deram 7.23. A polêmica nota deixou Jadson inconsolável (ameaçou deixar a deixar o troféu na praia). “Até pensei que iria ganhar, mas o segundo lugar é um ótimo resultado”, disse Jadson após esfriar a cabeça. No entanto, nada tirou o brilho da vitória de Wiggoly que fez bonito, inclusive com as

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maiores notas do campeonato (9.77, 9.63 e 9.57).“Eu estava muito focado e vencer aqui com toda essa torcida vibrando é uma sensação indescritível. Foi animal a final com o Jadson, mas acho que estava abençoado, sempre consegui tirar notão nas baterias, o que acabou desequilibrando a disputa a meu favor”, comemorou o campeão que faturou o prêmio máximo de 15 mil dólares. O carioca Léo Neves dividiu o terceiro lugar no pódio com Hizunomê Bettero, com cada um recebendo 4.500 dólares. Léo mesmo assim vai precisar de resultados no Hawaii para tentar manter sua vaga na elite, pois no momento não aparece em nenhuma das listas classificatórias. Antes de deixar o evento, Mauro Ribeiro, proprietário da Onbongo, conversou com a Surfar: “Fazer mais um evento desse é uma grande alegria, porque terminou com sol e a final foi brasileira. Graças aos apoiadores, o Governo do Estado de São Paulo, a Prefeitura e a Nova Schin tudo isso foi possível. O esporte faz parte da inclusão social e a gente conta o governo pra seguir nesse caminho“, concluiu Ribeiro, que fez seu sétimo Onbongo e montou o maior palanque do surf mundial com 135 metros de frente. 1 2 3 3

Wiggolly Dantas (SP) Jadson André (RN) Leonardo Neves (RJ) Hizunomê Bettero (SP)



Vanessa Moutinho Annibal

Greg, à esquerda, não foi páreo para as pancadas de Simão.

Manoel Campos

Vanessa Moutinho

Simão em êxtase após o término da bateria

Foi uma verdadeira festa para a torcida local a volta do Arpoador ao calendário de eventos internacionais e a vitória de Simão Romão, 22 anos, no Rio Surf Pro International, 37ª etapa do WQS, apresentado pela Oakley. Criado nas esquerdas do Arpex, o carioca derrotou na final o sul-africano Greg Emslie, 31 anos, que já havia vencido uma etapa na Barra da Tijuca em 1997 e conhece muito bem os brasileiros. Simão surpreendeu todos na sua comemoração. Logo após o termino, ele subiu na pedra do Arpoador, gritou e bateu forte no peito, ao estilo Tarzan, a praia toda foi à loucura. “Foram várias baterias difíceis, tive que ter calma e muita concentração por ter a pressão de estar surfando em casa. Mas depois da primeira bateria que passei, deixei a pressão de lado. Foi muito difícil todo mundo falando, sei que todo mundo tem o que falar, tem toque pra dar, mas isso às vezes atrapalha um pouco.. Quando cheguei pensei: tô na final, agora é relaxar o máximo possível e tentar vencer.” O carioca recebeu o prêmio de 15 mil dólares e conquistou importantes pontos no ranking que garante os 15 primeiros colocados na elite dos 44 melhores surfistas do mundo que participam do ASP World Tour. Um total de 176 surfistas de 15 países foi inscrito no Rio Surf Pro Internacional. O pódio foi formado também pelo taitiano Michel Bourez, que dividiu o terceiro lugar com o catarinense. Mas quem inaugurou o Rio Surf Pro International foram as meninas numa segunda-feira chuvosa, mas com ondas bem formadas,

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de meio metro, no Arpex. De todas as 32 inscritas no Feminino, um dos destaques foi a cearense Tita Tavares, que arrancou uma nota nove no primeiro dia. Mas o grande nome foi o da paraibana Diana Cristina, já que foi a índia da Tribo Potiguara ficou com o primeiro lugar. Na manhã ensolarada e de boas ondas de um metro, Tininha derrotou na semifinal a amiga Krisna de Souza. Na final, venceu de Paige Hareb, da Nova Zelândia, ficou com os 3.5 mil dólares e, ainda, subiu da 25ª para a 16ª colocação no ranking que garante apenas seis vagas na elite mundial feminina. Masculino: 1 Simão Romão (BRA) 2 Greg Emslie (AFR) 3 Willian Cardoso (BRA) 3 Michel Bourez (TAH) 5 Bernardo Pigmeu (BRA) 5 Dustin Barca (HAW) 5 Marlon Lipke (ALE) 5 Gabe Kling (EUA)

Feminino: 1 Diana Cristina (BRA) 2 Paige Hareb (NZL) 3 Coco Ho (HAW) 3 Krisna de Souza (BRA)

Arthur Toledo

Festa Completa no Arpex!



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Logo depois de despejar adrenalina no mar de Saquarema durante a Seletiva Petrobras, um grupo de surfistas resolveu relaxar o corpo e deixar toda tensão de lado nas ondas da Praia Brava, local situado a dois quilômetros de Arraial do Cabo, do lado de fora do Pontal do Atalaia. O grupo era formado pelos locais de Angra dos Reis Stanley e Alejandro Cieslik, os cariocas Ian Cosenza, Eric de Souza e André Bicudinho e ainda os capixabas Diogo Leão e Dell Gama, que festejou seu aniversário nas esquerdas que chegavam à um metro e meio. Maré secando, vento nordeste (predominante da região dos lagos) e ondulação de leste / sudeste fizeram a alegria da galera. Confira o happy hour desses Pros pelas lentes de Álvaro Freitas.

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O capixaba Diogo Le達o encaixa seu surf na vala.

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Dell Gama aproveitando tudo que a onda pode proporcionar.

A equipe pronta pra crowdear o pico. Henrique, Bicudo, Ian, Stanley, Eric de Souza, Diogo, Dell e Alejandro.

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Stanley em um layback no estilo Larry Bartleman.

Ian Cosenza nĂŁo deixou nenhuma sĂŠrie passar em branco.

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Com essa batida, a prancha de Diogo LeĂŁo chega Ă dobrar. Literalmente.

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Eric de Souza n達o perdoa.

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ร gua azul, sol e nenhum crowd. Dell aproveita seu aniversรกrio. Abaixo, caminho livre para Stanley.

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Fotos: Manoel Campos, Luciano Cabal, Alan Simas, Julia Worcman, Ă lvaro Freitas, Pedro Monteiro, Beto Rosset, Grimaldi

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Pedro Monteiro

Pedro Monteiro

Faça chuva ou faça sol, o que não faltou foram altas ondas nesse “spring time” carioca. Fotógrafos não pouparam esforços para trazer os melhores ângulos e um time de peso marcou presença no outside. Entre nesse mundo de água salgada nas próximas páginas.

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Beto Paes Leme

Igor Moraes numa manhã tubular em frente à redação da Surfar, no Alfa Barra. No detalhe, Urca quebrando com vigilância total.

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Arthur Toledo

André Cyriaco

Os “entocados” Gabriel Garcia, Recreio, e Guilherme Herdy, Niterói.

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ร lvaro Freitas

Manoel Campos Acima: Heitor Alves desafia a gravidade. Anselmo Correia, seguranรงa e forรงa na manobra. Prainha.

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Arthur Toledo

Claudemir Lima nĂŁo economizou na hora de tirar a prancha da ĂĄgua na Macumba.

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Manoel Campos

Ă lvaro Freitas

LĂŠo Hereda sabe tudo de decolagem. Recreio. Abaixo: Eric de Souza no surf power no quintal de casa. Prainha.

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Arthur Toledo Álvaro Freitas

Jimi escovando no Recreio. Guilherme Sodré desgarrando na ponta dos pés. Prainha.

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Álvaro Freitas

Simão Romão desabando com o lip de Saquarema.

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AndrĂŠ Cyriaco Rick Werneck

Rafael Brasiliense nas perfeitas esquerdas de Itacoatiara. Abaixo: Jihad Kohdr ultrapassa os limites da velocidade.

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Por: José Roberto Annibal

A carreira do surfista profissional Pedro Müller começou numa competição entre amigos no Leblon que ele venceu no início dos anos 80. Foi ali que sentiu o gostinho pela vitória e decidiu investir no seu potencial. Sempre muito exigente consigo mesmo, ele nunca se achou tão bom como os outros surfistas. Isso fez com que um dos ícones do surf brasileiro se dedicasse cada vez mais à sua profissão e buscasse a perfeição incessantemente. “Não sei se isso é uma coisa boa ou ruim. Como não me achava tão bom, entrava nas baterias como a ‘zebra’, eu botava na minha cabeça que os caras eram os favoritos, então conseguia, de alguma forma, tirar a pressão de mim e virar o jogo”, revela o carioca de 42 anos de idade, 23 anos como surfista profissional e pai de três filhos: Júlia, Manu e o mais novo, Noa. Com nove vitórias no circuito do Brasileiro, quem acompanhou sua trajetória sabe que Müller sempre foi muito temido pelos adversários, principalmente quando surfava de backside. Esse ano fez sua despedida das competições, 20 anos após ganhar seu primeiro título brasileiro. Mas isso não quer dizer que ele está fora do cenário do surf, o carioca continua na presidência da Abrasp e transmitindo seu legado na escolinha que funciona onde conheceu a sua paixão, aos 11 anos de idade, na Barra da Tijuca. Conheça um pouco a trajetória, as idéias e o futuro de um ídolo do surf brasileiro.

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Ă lvaro Freitas


Você venceu muitos eventos e passou horas de competição dentro d’água. Quais são os pontos fortes do Pedro Müller? Eu diria a competitividade. Sempre fui um cara muito focado no que faço. Conseguia me sair melhor na competição do que, muitas vezes, nos treinos. Tive épocas que era muito frio nos campeonatos. Entrava na água e só pegava as ondas que iam pontuar pra passar bateria, não estava ali para me apresentar, a verdade é essa. Minha melhor fase competitiva foi quando achei um equilíbrio legal entre treinamento e lazer. Chegou uma época que falei: ‘bom, vou treinar de segunda a sexta, dar tudo de mim, quando não tiver campeonato no final de semana, vou relaxar, curtir, sair com os amigos´. Quando você foca demais e não pensa em outra coisa, uma derrota mexe muito com você e isso é ruim. Você sempre teve um estilo de surf diferenciado, daí que veio seu apelido águia? Foi uma coisa natural? Foi uma coisa super natural. Tinha alguns surfistas que eu me inspirava muito, mas não vejo nada de parecido. Realmente eu tenho um estilo bem meu mesmo, por mais que quisesse imitar uns surfistas, não saia da forma que queria, saia desse meu jeito. Fale de alguns eventos que marcaram a sua carreira. Pipeline em 1995, por exemplo, quando todo mundo falou que você estava se jogando pra dentro dos tubos sem medo.

Por que você não engrenou no circuito mundial da ASP? Eu acho que foi mais por causa do meu desempenho. Eu era super bem patrocinado naquela época. Corri em 1990, 91 e 92, três anos praticamente na íntegra, além de várias outras etapas. Mas acho que não rendi o que achei que fosse render. É verdade também que naquela época os brasileiros estavam bem atrás dos australianos e americanos em vários sentidos. O nível dos caras lá fora era muito alto, na minha época o campeonato tinha os tops Tom Curren, Martin Potter, Barton Lynch, Tom Carroll, só cara cascagrossa. E o que te desestimulou a chegar num lugar mais expressivo? O que mais me desanimou foi minha falta de resultado. Talvez eu não tenha insistido o suficiente, talvez devesse ter tentado mais uns dois, três anos,

James Thisted

Aquele campeonato foi realmente um dos melhores momentos na minha carreira. Acho que tudo deu certo porque foi um ano que viajei muito. Aconteceu pela primeira vez um WCT em Grajagan e fui convidado para participar. Nesse mesmo ano, surfei nas Maldivas e no leste da Austrália. Então cheguei à temporada do Hawaii muito preparado. Fui bem no primeiro

campeonato, em Haleiwa, e em Sunset. Na última hora pintou uma vaga para correr esse Pipeline Masters (Chiemsee Pipe Masters). O Damien Hardman não pode comparecer, na hora que me chamaram fiquei super adrenalizado, era uma temporada com ondas de 10, 12 pés, até um pouco maior que isso. Assim que entrei na minha primeira bateria, eu relaxei e pensei ‘não é tão ruim com eu imaginava’, daí peguei umas ondas, passei a primeira fase, mas não peguei aquele tubão. Depois dessa bateria, eu botei na minha cabeça que tinha que pegar alguns tubos, um que fosse, mas eu tinha que aproveitar essa oportunidade de surfar em Pipeline sozinho. Então, contra Shane Beschen, passei bem, tirei um nove na minha primeira onda, outro sete e tal. No dia seguinte, fiz uma bateria super disputada, com o mar maior ainda, contra Shane Dorian. Perdi para ele por menos de meio ponto (18,33 x 18) e foi um barato, eu estava com minha filha no Hawaii, a gente tava curtindo pra caramba, foi um momento inesquecível da minha carreira.

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Esta foto ilustrou a bem sucedida campanha publicitária da marca South South, seu antigo patrocinador.


James Thisted

Pedro Müller em seu estilo inconfundível.

a verdade é essa. Comecei o circuito muito cru, tinha feito umas poucas viagens internacionais, algumas temporadas no Hawaii. Por mais que o surf mundial daquele período acontecesse em beach breaks (eram como etapas de verão, sempre onde tinha mais público, sol, calor e geralmente ondas ruins), eu acho que faltou experiência para mim naquela época.

de muito surfista lá de fora que é acostumado a viajar e sai de casa muito cedo.

Quais as dificuldades que você acha que os brasileiros têm em conseguir uma vaga no WCT?

Para isso é preciso tempo, onda boa, viagem, pegar muito tubo e surfar em muita bancada de coral, rasa e onda grande. Ir para Tahiti, Hawaii, Indonésia, tudo isso. Esse acúmulo de experiência e de horas voltadas para ondas perfeitas vão ajudar muito o surfista que quiser entrar no WCT, principalmente pelos lugares que passa o circuito mundial hoje em dia.

Eu vejo que nós somos muito carentes em estrutura. Não adianta o cara sair daqui com pouco dinheiro e depender da premiação para poder pagar

Como você acha que deve se preparar um garoto que se aventura no WQS para entrar no WCT?

“Entrava na agua e so pegava as ondas que iam pontuar pra passar bateria, nao estava ali pra me apresentar, a verdade e essa” os custos da viagem. O atleta tem que estar treinando bem, com o melhor equipamento possível, chegar lá com antecedência para treinar, se hospedar e dormir bem e tem que ter uma ‘bagagem’. O Roberto Valério, lá atrás, fez um grande trabalho com os atletas dele, colocou Victor Ribas para viajar ainda muito moleque e Peterson Rosa também. Dois surfistas que tiveram uma carreira brilhante no WCT. Eu vejo que o lado cultural do brasileiro é bem difícil, temos um vínculo muito grande com a família, o que é diferente

Agora tem o Mineirinho indo bem no mundial e não é à toa. Ele viajou pra caramba, investiu, treinou, malhou. É um conjunto de fatores que tem que ser levado em consideração.

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Álvaro Freitas James Thisted

Aos 42 anos, o “Águia” continua voando na Prainha.

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Pedro sempre foi muito temido pelos adversários quando surfava de backside. Pipeline.


Essa é a parte técnica. E a psicológica? É importantíssima. Se o cara não tiver bem de cabeça, o resultado não vai aparecer. Alguns surfistas são bons pra caramba e na hora de uma decisão o cara não tem sangue frio. Tem gente que no freesurf se sai muito bem, mas chega à competição e não consegue manter o nível de surf. O competidor tem que arrebentar na bateria. Ter calma para pegar aquela onda que ele vai tirar a nota que precisa. O trabalho em cima disso pode ser através de um psicólogo ou yôga. O próprio Kelly Slater é o surfista que mais reúne qualidades, ele chega à competição e não cai na pressão. Se ele tiver que dá um aéreo 360, ele vai dar, se tiver que dar um drop atrasado, ele vai dar. Quais os campeonatos que te marcaram no Brasil? Um foi a primeira vez que ganhei uma etapa do brasileiro profissional, em 1987, na Bahia. Teve também a primeira etapa do Limão Brahma do circuito carioca, aqui no Meio da Barra. Caramba, eu passei e fiz a final contra o Tatuí, mas a bateria que mais me marcou foi contra Douglas Lima. Na minha estréia nesse campeonato, o mar estava muito grande (10 pés), difícil de varar a arrebentação, fiquei horas boiando lá fora, mas antes que a bateria

não tinha habilidade para aquilo. O Cauli Rodrigues era super competitivo, difícil ganhar dele, se as ondas estivessem pra esquerda, então, era mais ainda. Já o Picuruta Salazar eu o admirava pela sua força, em cada manobra ele destruía. Esses caras faziam uma onda que impressionava, eu pensava ‘nossa, nunca vou conseguir surfar igual a eles!’ De lá para cá vieram Victor Ribas, Wagner Pupo, Ricardo Tatuí. O Fábio Gouveia quando apareceu, vou te falar, ganhar dele era como ganhar um campeonato. Como tem sido sua gestão como presidente da Abrasp? O maior foco da Abrasp era o julgamento, a maior reivindicação do atleta. Eu acho que trabalhamos bastante em cima disso e tivemos uma evolução enorme. Erros sempre vão acontecer, pois o julgamento é algo subjetivo, mas vou te falar que hoje em dia o Super Surf é um dos circuitos mais bem julgados, principalmente pelos recursos de filmar as ondas e rever, isso é algo que ninguém pode reclamar. A premiação é outro fator que sempre queremos que melhore, mas nós vivemos em um país que tem crises volta e meia, assim a gente não sabe quando a hora é certa para pressionar ou aceitar, então essa negociação é sempre muito difícil e delicada. Eu tenho uma relação muito boa com o Marcelo Andrade (diretor executivo) e constantemente conversamos sobre o que pode ser melhorado.

“O momento mais importante foi a etapa do SuperSurf que eu ganhei em 2004, em Ubatuba, com 38 anos de idade” acabasse desci o maior ondão e passei. Teve também o Sea Club Final Heat no mesmo ano que Taiu Bueno tinha sofrido o acidente (ficou tetraplégico). Eu estava surfando mal, não estava com uma prancha muito boa e não parava de pensar em tudo aquilo que o Taiu estava passando. Então fiz uma promessa que, se eu ganhasse o campeonato, daria a premiação para ele. E acabou que eu ganhei, nem sei como. Não tornei isso público. Foi uma coisa muito legal, uma vibração muito boa. Acabou que no ano seguinte eu ganhei o mesmo Final Heat, desta vez em Florianópolis. Então, voltando para o hotel, um cara me deu os parabéns e disse: ‘Depois de tudo aquilo que você fez pelo Taiu, cara, você merecia ganhar de novo!’ Foi aí que caiu a minha ficha de uma coisa que eu não tinha planejado. Foi uma grande experiência. Já o momento mais importante foi a etapa do Super Surf que eu ganhei em 2004, em Ubatuba, com 38 anos de idade. Fui passando bateria por bateria. Não acreditei que venci aquele campeonato. Minha família toda estava na praia, assistindo, foi muito emocionante. Por quem você tinha um grande respeito dentro d’água ? Na época que comecei a competir profissionalmente, o Dadá Figueiredo era uma pessoa dificílima de ser superada, ele o Tinguinha Lima tinham um surf moderno, diferente, as coisas que eles faziam me deixavam pensar que eu

Como está o trabalho na escolinha? Está muito legal. Acho que consegui me manter surfando tanto tempo por causa da minha escolinha. Ela funciona quatro dias por semana, com uma média de 80 alunos por mês. Pelo fato de ter que estar na praia cedo, entrar na água com os alunos e surfar com eles, isso me manteve no rip e em forma, tenho certeza disso. É algo que também te dá um prazer enorme? Gosto muito do meu trabalho, dos meus alunos, formamos um grupo bem legal. Tenho vários amigos que surfam comigo, que começaram como alunos e viraram amigos. Agora que você parou de competir, quais são seus projetos futuros? Trabalhei no WQS do Arpoador como diretor de prova, foi bem legal, por mais que seja um cargo meio estressante. Vou dar continuidade na escolinha, pois é meu foco principal. Eu quero trabalhar em transmissões, seja via internet ou televisão, dar um gás nesse meu lado de comentarista.

Álvaro Freitas

Álvaro Freitas

James Thisted

Pedro com suas jóias: seus troféus, a etapa vencida no brasileiro aos 38 anos e sua família.

Fotos menores: Fred Pompermeyer

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As sĂŠries rĂĄpidas e bem ordenadas do point Indicator.


Celso Pereira

Celso Pereira

No que diz respeito ao surf, Santa Barbara surgiu no cenário mundial na década de 80 como o berço de duas lendas vivas do esporte: o enigmático tricampeão mundial Tom Curren e o revolucionário shaper Al Merrick. Como se não bastasse, recentemente outro jovem surfista, chamado Bobby Martinez, despontou da região para tornar-se revelação do circuito mundial, confirmando os importantes Texto: Celso Pereira Fotos: Julia Worcman ingredientes locais na lapidação de talentos. Rivermouth tem as ondas mais ocas e rápidas de Rincon.

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Celso Pereira

Fotos menores (esq. p/ dir.): Rincon em dois momentos no Inside Cove e Hammonds Reef, onde Tom Curren aperfeiรงoou seu surf. Nesta: Vista do Inside Cove de Rincon.

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Os Picos Rincon: Longo point break de direitas com categoria e fama internacionais. Quebra sobre um fundo de pedras e possui três sessões distintas: Indicator, Rivermouth e Inside. O crowd é intenso, mas existem boas chances de pegar boas ondas e de surfar ao lado de golfinhos ou de nomes como Tom Curren, Shaun Thompson, Dane Raynolds, Irmãos Malloy, Bobby Martinez, Chris Brown e, até mesmo, Kelly Slater, que atualmente namora uma residente local.

Local de origem: Santa Barbara esta situada a cerca de 160 km ao norte de Los Angeles.

Hammonds Reef: Direita clássica. Quebra em frente de condomínios particulares em Montecito. Local muito surfado por Tom Curren quando adolescente.

Alimentação: Possui mais de 200 restaurantes de diversas culinárias do mundo. Muitos com influência mexicana.

Sand Spit: Onda super oca e tubular. Quebra na bancada rasa formada ao fim do quebra-mar que protege a marina de Santa Barbara. A ondulação precisa estar bem grande para formar esses canudos.

Estadia: Hotéis simples por menos de US$ 50,00 a diária.

Leadbetter Point: A melhor opção para pranchões e iniciantes. UCSB Campus e Isla Vista: No início da praia da Universidade da Califórnia. Muito frequentada por estudantes. The Ranch: Oferece as mais perfeitas ondas da costa Californiana, repleta de clássicos reef e point breaks. Apenas acessível por barco.

Como chegar: De Los Angeles, basta seguir norte na US-101 freeway que corta a cidade. Do aeroporto de Los Angeles pode-se alugar um carro ou pegar o Santa Barbara Airbus, que faz o trajeto em cerca de duas horas, quatro vezes por dia, com custo por volta de US$ 60,00. Maiores informações: www.santabarbaraairbus.com

Crowd: Com exceção de picos de difícil acesso, como The Ranch, o crowd é geralmente intenso, mas em dias de boas ondas todo mundo surfa. O segredo é acordar cedo (Dawn Patrol) e ser um dos primeiros na praia. Clima local: Possui verões quentes e invernos mais chuvosos e frios, devido às frentes provenientes do Alaska. Primaveras e outonos geralmente com dias agradáveis e noites frias. A água é fria, mas um wetsuit 3/2mm é o suficiente para surfar durante todas as estações.

Jalama: Beach break que oferece boas direitas e esquerdas, especialmente em condições chamadas “Santa Ana”, quando o vento quente vindo do deserto sopra terral. Época do ano: A melhor temporada é no inverno, quando os mesmos swells do Pacífico Norte que incendeiam a temporada havaiana passam antes pela costa californiana. Durante o verão, as ondulações de sul originadas por furacões formados na costa do México acertam de frente o litoral de Santa Barbara.

Quebra mar da marina de Santa Barbara e o fenômeno Sand Spit em formação

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Melina Marcarini

20 anos Vitoria (ES) Fotos: Celso Pereira Jr.


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A Miss Surfar da quarta edição é a produtora de eventos Melina Marcarini Teles, 20 anos, dona de um enorme dragão que fica bem embaixo de seus braços, na costela. A tatuagem define seu lado protetor, guerreiro e agressivo de ser. Mas calma, ela não é assim tão má. Nos finais de semana, a capixaba desce para a praia Enseada Azul, em Guarapari. Porém, se você não achar a bela por lá, é porque está nas lagoas de Linhares, estado no norte do ES, andando de wakeboard. No tempo livre, Mel curte ouvir hip hop, tomar drink com as amigas e fazer trips iradas.


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Apoio: Biquinis Nicoboco

www.cpjfotograďŹ a.com



É com muito prazer que estamos estreando aqui na SURFAR! O convite chegou em boa hora, após uma enxurrada de eventos no Rio de Janeiro o surf feminino ficou ainda mais em evidência. Fotos: Rick Werneck

Michelle Des Bouillons, campeã brasileira amadora de 2007.

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Tininha venceu no Arpex o WQS e o Circuito Petrobras

O Rio sempre revelou talentos e não poderia ser diferente com o surf feminino. No cenário competitivo, as cariocas vêm fazendo a sua parte. Há anos as surfistas do Rio são uma referência. Vamos aos fatos: dos 12 títulos profissionais nacionais, seis são do Rio de Janeiro (1997 Deborah Farah, 1998 Brigitte Mayer, 1999/2001/2002/2006 Andrea Lopes). Há anos o Rio dita o ritmo e no confronto direto com o Ceará a partida está empatada, pois esse também possui seis títulos (Tita Tavares 2000/2003/2007/2008 e Silvana Lima 2004/2005). Atualmente contamos com circuitos da categoria de base bem organizados e as meninas sempre têm a sua vez. É impressionante notar também a quantidade de meninas que não competem dentro d’água, é quase impossível cair em qualquer vala aqui no Rio de Janeiro sem que tenha ao menos uma mulher no pico. Isso só vem a comprovar que o surf é um esporte democrático e, sem sombra de dúvida, uma atividade saudável e que faz bem para a cabeça e o corpo.

A maior promessa do Brasil no surf mundial. Silvana Lima.


Nos últimos dois meses, o Rio de Janeiro ficou mais florido. A cidade recebeu a mulherada que surfa de braços abertos. A invasão das melhores surfistas do país e do mundo se deu devido ao acontecimento de diversos campeonatos. Rolaram pelas águas cariocas uma etapa do mundial WCT, duas etapas do WQS, Super Surf e, para finalizar, a última etapa do Petrobras de Surfe Feminino. Nunca em tão pouco tempo aconteceram tantas baterias. O que se viu foi um verdadeiro show do surf de unhas pintadas, muito charme e radicalidade. Do Recreio ao Arpoador, passando pela Barra da Tijuca, as surfistas do Brasil e do mundo mostraram que as mulheres têm lugar assegurado nos mares e não têm corrente contrária que as façam sair do mar. Quem teve a oportunidade de ir à praia para assistir as surfistas não se arrependeu. Durante as competições, no freesurf e fora d’água, o show foi digno de muitas notas 10.

Layne Beachley 7x campeã mundial.

Petrobras Nota 10 no Arpex! O Circuito Petrobras de Surfe Feminino vem a cada ano consolidando a categoria no Brasil. Dedicado à primeira campeã profissional Deborah Farah, há oito anos o Circuito define a lista das surfistas profissionais que irão participar da elite brasileira no ano seguinte, além de ser responsável pela formação de novas competidoras, já que inclui mais quatro categorias de base: Grommet, Mirim, Junior e Open. O evento também traz inovações, como Expression Session, Troféu Revelação, Rainha do Mar, Tag Team Feminino, entre outras, e promove ações sociais e ecológicas. Nas esquerdas perfeitas do Arpoador foram definidas as surfistas que irão participar do Super Surf 2009 e a campeã do circuito que, este ano, premiou a melhor de 2008 da categoria profissional com uma viagem às ilhas Mentawaii, na Indonésia. Quatro estados do Brasil estiveram presentes na grande final: Paraíba (Diana Cristina), Rio de Janeiro (Gabriela Teixeira), São Paulo (Suelen Naraisa) e Rio Grande do Norte (Krisna de Souza). A final foi de altíssimo nível com todas elas surfando com muita pressão. Com uma nota 10 no início da bateria, Tininha dominou a final do início ao fim, conquistando mais uma vitória no Arpoador e, assim, o titulo do Circuito Petrobras e do Super Trials. Gabriela Teixeira, com o apoio da torcida local, mostrou que o Rio de Janeiro continua fabricando talentos, impressionou a todos e ficou com a segunda colocação. Já a local de Itamambuca Suelen Naraisa ficou em terceiro, seguida de Krisna de Souza. Entre as novidades deste ano, o Circuito ofereceu o Troféu Brigitte Mayer para a atleta revelação do Circuito, além de uma passagem aérea para qualquer localidade do Brasil, oferecida pela Gol. Nas três etapas, a cearense Estefany Freitas esteve presente em quase todas as finais das categorias Mirim, Junior e Open, saindo do Arpoador com mais um título: a de atleta revelação. A última etapa do brasileiro e todos os outros eventos de surf feminino que rolaram no Rio de Janeiro trouxeram ação em alta adrenalina com muito charme e batom. Boas ondas sempre e proteja a natureza. Surf é a nossa essência!

Direto de Santa Catarina, Greta Sisson.

Taís de Almeida campeã da etapa SuperSurf do Rio.

Manoel Campos

Brigitte Mayer www.ehlas.com.br EHLAS - Revista Virtual

Isabelinha, atual campeã brasileira open

Tita Tavares, tetra campeã brasileira.

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Pedro Monteiro

Local da praia da Macumba, no Recreio dos Bandeirantes, Felipe Braz já conquistou os títulos de 5º lugar no Haleiwa Internacional Open, no Havaí; Campeão Carioca iniciante 2006; Campeão Carioca mirim 2006; Campeão Carioca Junior 2007, Campeão ASB, nas categorias iniciante, mirim e Junior 2006; e Campeão da última etapa do Brasileiro Amador, na categoria iniciante, em 2008. Treina duas horas, duas vezes por dia e se joga nos tubos e aéreos, sua manobra favorita. Cursando o segundo ano do colegial, Felipe conta com o apoio dos professores para conciliar os estudos com as competições. No DVD sempre vídeos do surfista Mick Fanning, a quem se espelha pela dedicação. Apaixonado por música, está sempre antenado nas novidades do hip hop. Sua rotina se divide entre os estudos, treino eacademia e, nas horas vagas sai para dar um role com os amigos.

Idade: 15 anos Patrocinador: Billabong Girls, 2surf Apoio: CT/KS Shaper: TBC Quiver: 5’2, 5’4, 5’6 e 5’8

Considerada uma das grandes promessas do surfe feminino, Isabelinha como é conhecida, sonha em ser campeão do mundo e descer as grandes ondas de Teahupoo e Waimea, para a aflição dos seus pais. Local das praias da Macumba e Prainha, a pequena notável já conquistou o primeiro lugar no ranking do Petrobras Feminino de Surfe, na categoria mirim, ano passado. No mar gosta de radicalizar e pegar as maiores da série para dar rabetadas, sua manobra predileta. Ousadia essa que a fez estar no quinto lugar do ranking na categoria open, do Brasileiro, em 2007. Resultado alcançado com disciplina aos treinos. Duas horas do seu dia é dedicado ao surfe, de segunda a sábado e faz academia três vezes por semana e natação, para manter o condicionamento físico. Nas horas vagas admite que tenta estudar, mas, na maioria das vezes, prefere ver TV ou ficar no computador acompanhando as notícias do surfe e do Botafogo.

Alan Simas

Alan Simas

Arthur Toledo

Arthur Toledo

Idade: 16 anos Patrocinador: Rip Curl Apoio: WQSurf, CT Shaper: TBC Quiver: 5’10 a 7’4

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FOTO: Manoel Campos

ARTE: Marcos Myara


Pedro Monteiro Pedro Monteiro

Idade: 13 anos Patrocínio: Local Apoio: Chiclete Trunk Shaper: Beto Santos Quiver: 5’0, 5’1, 5’2, 5’3, 5’5

Arquivo Pessoal

Patrocínio: — Apoio: — Shaper: Mário Flávio Quiver: 6’1, 5’10, 5’9 e duas 5’8

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Ele é pequeno, mas não tem medo de onda grande. Pedro Duarte tem 13 anos e quase metade desse tempo de surf aperfeiçoado na bela ilha pernambucana de Fernando de Noronha. Com seis anos, Pedro começou a surfar, mas foi aos oito, em sua primeira viagem ao Hawaii brasileiro, que sentiu a adrenalina correr na veia e muita vontade de levar o esporte adiante. Começou então a competir e viajar, viajar muito. Em sua bagagem, Pedro tem cinco trips para Noronha, duas para o Peru e, neste ano, conheceu os picos da Califórnia. No Rio de Janeiro seu local preferido é o Arpoador, onde treina constantemente. “Para mim, aqui no Rio, o Arpex é o melhor lugar de todos, apesar do crowd”, diz. Pedro também cai muito no Leblon e curte as ondas da Barra e dos postos 10 e 11 do Recreio. “Lá a onda é mais tubular”, explica, já que o que mais curte é pegar tubo. Mas há quem diga que sua especialidade tem sido dar batidas, cada vez mais bem colocadas.

Depois de mostrar do que é capaz na última etapa do Brasileiro Amador, em Saquarema, o local de Angra dos Reis Tarik Veschi, 13 anos, tornou-se o mais novo membro da equipe da Feserj. Sem patrocínio e apoio, Tarik reservou este ano para treinar para 2009. “Minha meta é ficar entre os top 10, ainda mais que será meu último ano como Iniciante”. Além dos treinos com Bruno Moreira, ele faz natação e aulas de yôga. Tarik gosta de cair na Barra da Tijuca, onde mora, na Prainha, na Reserva e, quando o mar está grande, Macumba é seu pico preferido. Ah! E de uma coisa ele tem certeza, não vai parar de estudar. “Acho que surfista burro não vai a lugar nenhum”. Enquanto a faculdade não chega, a preocupação é outra: colocar um adesivo no bico da prancha. “É difícil não ter patrocínio, fico um pouco chateado. Meus pais procuram me ajudar, mas um apoio é um estímulo e tanto”, suspira Tarik Veschi.



A coluna Surfar Sounds é totalmente voltada para o som feito pela galera local do Rio, com o intuito de divulgar o que merece destaque. Se você também faz o seu som, entre em contato e você pode estar na próxima edição! Por: Marcos Myara

El Niño Há pouco mais de um ano, o surfista Teco Padaratz e o músico/produtor Chris Oyens se conheciam para dar vida a um projeto que parecia estar predestinado a acontecer. O surfista, que também é músico, e o músico, que também é surfista, se completam no El Niño, fazendo um surf music bastante expressivo. Junto com outros cinco integrantes, a banda se destaca com o som da guitarra havaiana de Oyens (que tem no seu currículo trabalhos com Zélia Duncan, Lulu Santos, entre outros) e o clima tranqüilo de suas músicas, influenciadas por Ben Harper, Jack Johnson, Donovan Frankenreiter, além de clássicos do rock nacional como O Rappa, Paralamas e Lulu Santos. O El Niño hoje tem seu primeiro CD lançado pelo selo Oi Música e conseguiu atingir a impressionante marca de 125 mil downloads em apenas 30 dias, pelo site da Oi. A banda também já teve a estréia de seu primeiro clipe na programação da MTV e do Multishow, além de uma de suas faixas na trilha sonora de Malhação.

www.myspace.com/elninooficial

Binario O Binário é um projeto experimental que esbanja originalidade. No estilo variado de seu som, os músicos utilizam desde elementos eletrônicos até arranjos exóticos em uma Sitar (instrumento tipicamente indiano). A banda é conhecida por tocar frequentemente na beira da praia de Ipanema aos domingos, de graça, oferecendo seus trabalhos em SMD (Semi Metalic Disc), tecnologia que economiza no material usado para o disco em si, e permite vender o mesmo por modestos cinco reais. Em 2006, Binário lançou “Nereida” pela Bolacha Discos (um selo carioca que apóia artistas com produções independentes e procura disponibilizar seu material de uma maneira acessível ao público) e traz agora um compacto com quatro músicas gravadas sob encomenda para o selo inglês Far Out Recordings, lançadas aqui no Brasil também pelo selo Bolacha. O novo compacto apresenta uma versão no mínimo curiosa de “Tarde Demais”, do Raça Negra. Vale a pena conferir!

www.myspace.com/binario :: www.myspace.com/bolachadiscos

Scracho Formada em um colégio da Zona Sul, o Scracho faz o seu som há quatro anos e já tocou em diversos palcos do Brasil. No seu novo álbum, “A Grande Bola Azul”, a banda mistura elementos de diversas influências, como Blink 182, Sublime, Natiruts, Nirvana, entre outros. Essa variedade de estilos resulta em um trabalho essencialmente poppunk, mas com certas mudanças de passo, como no Reggae de “Divina Comédia”, que recentemente entrou na programação da MTV. A banda agora apresenta arranjos mais elaborados e letras mais expressivas, mas mantém a batida pra cima e o estilo descontraído, marca registrada da banda.

www.scracho.com.br www.myspace.com/scracho

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Texto: Adriana Berlinck Fotos: Álvaro Freitas

Veracidade é a palavra que traduz os quadros de Paulo Montandon. Um mineiro criado no Rio de Janeiro que pinta o que vê e não abandona o retrato, “o artista nunca pode abandonar o carvão, que é a base do desenho, sempre tem que haver o desenho em uma obra”. É com essa idéia e tendo ao lado fotos de paisagens, monumentos e pessoas que Montandon, com 44 anos de idade e mais de 20 de profissão, coloca todo seu talento e estudo nas telas, “o artista tem que saber retratar para contar história”.

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A pintura serve como válvula de escape para o também arquiteto que tem em seu acervo imagens de ondas, surf, paisagens naturais e Rio de Janeiro. “Nós vivemos em cidade grande e a paisagem nos libera da realidade urbana”, afirma e diz o porquê é tão importante para ele retratar tais temas. Montandon começou a pintar quando criança. Na adolescência, estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Jardim Botânico. Esteve em seu auge em meados da década de 80, quando pintava para as marcas Company e Ellus. Pouco antes, trabalhou com outro pintor carioca, o Carbone, como grafiteiro na revista Brasil Surf. Outra atividade que desenvolvia como artista era pintar com air brush peças de biquínis, maiôs e pranchas de surf. Ao terminar a escola de artes, Montandon tornou-se professor de perspectiva e desenhos de figuras humanas. Mas sua vida profissional não pára por aí, apenas começa. Após formar-se artista plástico, entrou na Universidade Santa Úrsula, tornou-se um arquiteto e sua prioridade mudou, “a arte é meu número dois, já obra e arquitetura são meu número um”. Durante cerca de 10 anos todo conhecimento artístico de Montandon foi direcionado para a construção. O seu inconsciente continuava trabalhando a arte, que se fundia em seus trabalhos como arquiteto, apesar de ele achar que tinha esquecido sua primeira profissão. “Construí minha casa em Vargem Grande e trabalhava só com construção, praticamente esqueci a arte”, pensava ele. Após a separação do casamento, sua mulher e seu filho foram morar em São Paulo, e Montandon, aos 36 anos de idade, voltou às suas pinturas de óleo sob tela e air brush em painéis e não parou mais. Teve então a idéia de aliar técnicas de arquitetura, tatuagem e arte para fazer pinturas personalizadas que, além de combinar com o estilo do consumidor, combina com o ambiente da casa onde o quadro fica exposto. “A pessoa consegue ver como ficará a tela, para isso eu vou visitar o cliente, conheço o espaço, tiro fotos e depois coloco a tela no local que ele quer através do programa Vector, voltado para arquitetura. Como na tatuagem, a tela é feita sob medida”, explica. Seu novo formato fez sucesso e assim seus quadros personalizados podem ser vistos em casas de personalidades, como o big rider Carlos Burle, os lutadores Vitor Belfort e Rogério Minotauro e o cantor Jack Johnson, que conheceu sua obra em 2006, quando se apresentou no Rio. A produção do show entrou em contato com Paulo Montandon e outros artistas, mas foi ele quem ganhou a chance de expor suas telas nos camarins e, ainda, vendeu um quadro especial para o cantor havaiano. Para conferir de perto as obras de Paulo Montandon, basta ir à Praça do Ó na Barra da Tijuca aos domingos no fim de tarde, no Natural do Recreio ou ao restaurante mexicano El Pallomar, no Recreio, todas as segundas-feiras.

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Contato: Tel.: (21) 3328 6334 paulomontandon@hotmail.com

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Seu surfe é uma evolução no esporte e, por isso, é um dos grandes nomes de uma nova modalidade nas ondas cariocas. A modalidade é o trickster e ele é o potiguar Guilherme Tripa. Com muita ousadia e estilo, o grande surfista, com 1,87m de altura e 22 anos de idade, desobedece a regras normais e normas de comportamento, como os tricksters da mitologia (de onde se originou o nome), e leva manobras de skate e, até mesmo, motocross naquilo que mais gosta de fazer em seus treinos no Arpoador e na Barra da Tijuca, onde o natalense aprendeu a surfar, já que mora na cidade maravilhosa desde os oito anos de idade. Por: Adriana Berlinck Foto: Álvaro Freitas O surf de linha domina nas competições, o trickster aparece mesmo em expression sessions. Como você acha que o surf moderno é avaliado nos campeonatos? Os juizes ainda não estão preparados para julgar essas manobras modernas. Aconteceu comigo uma vez correndo o Brasil Tour quando fiz o sex change, que eu chamo de air hand varial (aéreo onde tira a prancha do pé com a mão, troca o bico pela rabeta no ar, cai de rabeta e depois desvira). O momento da manobra na bateria é muito rápido e, se quem julga não está preparado, não vai conseguir saber o que fiz. Mó mico, me deram 3.5 pontos para uma manobra que eu nem sei quanto seria, não tem parâmetro. Eu acho que se um cara viesse e desse um “batidão” ou um “rabetadão”, eles iriam dar mais, sendo que o grau de dificuldade é muito diferente. Surfistas como você têm mais dificuldade de conseguir patrocínio de grandes empresas? Graças a Deus tive facilidade, logo de primeira a Mormaii acreditou na minha proposta. Mas eu vejo muitos amigos talentosos, como no caso de Léo Hereda, um cara sinistro, mas que está sem patrocínio apesar de também ter uma boa imagem. Falando no geral, a galera tem que estar preocupada com a imagem também, pois as empresas precisam disso, você passa a ser um produto. Então se dar bem em uma competição não é o fator preponderante para conseguir patrocínio? Eu vejo a competição como algo que irá me desvalorizar, porque sei que não serei bem julgado. Eu também não gosto de competir. Não sou competidor, não preciso estar ali disputando, pois de certa forma vão estar me comparando e eu não quero isso, quero é fazer diferente. Não quero ser um surfista melhor do que ninguém, quero fazer o meu surf e o meu programa na tv.

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Você tem um estilo próprio também no modo de se vestir e de se comportar. Qual o porquê de agir dessa forma? Eu sou assim porque sou um conjunto, o mesmo dentro e fora d’água, pois um é tão importante como o outro. Como você se veste, se comunica, se envolve com as pessoas, ser um cara dedicado, preocupado em fazer fotos, matérias. Vejo surfistas aí que só se importam em ganhar campeonato e fazer final depois não entendem porque não têm patrocínio. Pelo visto sua forma descontraída de viver é um sucesso, pois até programa você tem na TV à cabo. Como é fazer o Trip do Tripa? Acabou que o profissional que eu procurei me tornar agora faz parte de mim e consegui ser reconhecido. No programa, mais voltado para a molecada, mostro bem como é a minha vida. As pessoas estão acostumadas a verem seus ídolos quando o cara sai na revista porque ganhou um campeonato ou numa foto dele surfando. É muito importante fazer o que estamos fazendo, como aqui na SURFAR: mostrar os atletas em entrevistas contando seu dia-a-dia e valorizá-los. Como um surfista moderno acha que será o futuro do esporte? Eu tenho a dizer que o futuro do surf é evolução, novidade. A galera quer ver coisas novas, então, é isso que eu faço, busco novidades sempre, tento estar à frente, fazer o que ninguém faz. Você acha que no futuro as manobras modernas serão reconhecidas nas competições? Acho que isso já está começando a acontecer. A galera da nova geração, como Dane Reynolds e Julian Wilson, que estão chegando agora no WCT, são surfistas completos: sabem fazer o surf competição e ainda o surf moderno. Josh Kerr está mandando manobras que ninguém acredita. Então, daqui a um tempo, a galera vai começar a entender e valorizar mais, porém isso vai demorar um pouco ainda.


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Léo Hereda olhando a vida do seu ponto de vista favorito.

Editor chefe: José Roberto Annibal – annibal@revistasurfar.com.br. Editor executivo: Grimaldi Leão Jr. – grimaldi@revistasurfar.com.br. Projeto gráfico e Arte: Marcos Myara – marcos@revistasurfar.com.br. Redação: Adriana Berlinck. Revisão: Deborah Fontenelle. Colaboradores de texto: Brigitte Mayer, Celso Pereira Jr., Érica Prado, Roger Ferreira. Fotografia: Alan Simas, Aleko Stergiou, Álvaro Freitas, Alvinho Duarte, André Cyriaco, Arthur Toledo, Beto Paes Leme, Bruno Lemos, Celso Pereira Jr., Cláudio Páschoa, Damea Dorsey, Daniel Ferrentine, Daniel Smorigo, Diogo Freire, Fábio Minduim, Fred Pompemayer, Gustavo Cabelo, James Thisted, Júlia Worcman, Jurandréia Santos, Lika Maia, Luiz Blanco, Manoel Campos, Marcelo Piu, Márcio David, Pedro Monteiro, Pedro Tojal, Rick Werneck, Tiago Navas, Tony D’Andrea, Vanessa Moutinho, Wagner Duque, Zeca Cascão. Tratamento de imagens: Aliomar Gandra e Ricardo Gandra. Publicidade: (21) 2433 0235. Comercial: Bruno Pinguim (Rio), André Cyriaco (Niterói), Sérgio Ferreira(Baixada), Regiane Alves. Jornalista responsável: José Roberto Annibal MTB 19.799. Impressão: Gráfica Ediouro. A Revista Surfar pertence a Forever Surf Editora e as matérias assinadas não representam obrigatóriamente a opinião desta revista e sim de seus autores. Distribuição gratuita no Rio de Janeiro. Endereço para correspondência: Av. Ayrton Senna 250, sala 209 - Barra da Tijuca - Cep. 22793-000 E-mail para contato: surfar@revistasurfar.com.br - Tel.: (21) 2433-0235.



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