Supra Ensino Março 2019

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PEDAGOGIA

Por Natália Mancio

TDAH na rotina escolar

Transtorno também exige atenção da família, médicos e escola A sigla significa Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Trata-se de um transtorno neurológico do desenvolvimento, inato, causado por uma disfunção no funcionamento cerebral. O TDAH começa a se manifestar na infância e, em alguns casos, pode acompanhar o indivíduo, por toda a vida. No Brasil, o TDAH possui uma incidência entre 3 a 10% da população infantil, de acordo com estudos realizados pela Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). Os dados apontam, porém, que, em relação ao gênero, meninas tendem a apresentar primariamente sintomas de desatenção. Na idade escolar, a relação entre meninos e meninas chega próximo de 2:1; na adolescência, entende-se que há equilibro de 1:1; e, nos adultos jovens, ocorre predominante nas mulheres, 2:1. O TDAH é multifatorial, associando-se a variáveis tanto ambientais, quanto clínicas, com base neurológica. Algumas pesquisas sugerem a existência de componentes genéticos (hereditariedade), apontando estar

em 25% dos familiares, em primeiro grau. As crianças com TDAH podem ser acometidas por alterações gerais no processamento sensorial, principalmente em relação à modulação sensorial. A integridade da modulação sensorial permite que o sistema nervoso responda a alguns estímulos, ignore outros, possibilitando uma resposta adaptativa adequada para cada situação. As crianças são constantemente muito ansiosas, inquietas, às vezes depressivas, com crises ou surtos e choros. Não conseguem se concentrar no que é trabalhado pelo professor, além de agitar quem está ao lado. Geralmente são vistas e rotuladas como mal-educadas, teimosas e indisciplinadas. No entanto, essas crianças não são inquietas, nem desordeiras intencionalmente, mas têm problemas para se concentrar em tarefas, manter a atenção e organizar e terminar coisas. “A pessoa que tem TDAH possui um funcionamento diferenciado no cérebro, mais especificamente

na região do córtex frontal, área responsável por controlar, dentre outras funções, a nossa atenção. Nessa região, acontece uma alteração química dos neurotransmissores, o que dificulta principalmente a concentração, o controle das emoções e dos comportamentos. No caso de crianças com essa condição, os sinais mais comuns ocorrem principalmente na escola. Alguns sinais são: não concluir tarefas, dificuldades no relacionamento com outros estudantes da mesma faixa etária, distrair-se facilmente e, principalmente, apresentar problemas com organização, planejamento e controle das próprias ações.”, explica Gisele Calia, neuropsicóloga e orientadora educacional do colégio Albert Sabin. Ela separa alguns sinais mais facilmente percebidos da presença de TDAH nos alunos: • Apresentam baixa capacidade de manterem-se concentrados até o final em atividades que exijam esforço mental acentuado; • Dificilmente conseguem concluir tarefas no tempo esperado;

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