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ZEUL FEDRIZZI

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NOSSO MUNDO Miss

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Os Primeiros Passos De Campo Novo Do Parecis

NO ANO DE 1940, NA CIDADE DE JAGUARI , localizada no estado do Rio Grande do Sul, nasceu Zeul Fedrizzi. Desde criança, ele já acompanhava seus pais nas jornadas de trabalho na agricultura, o que, ao longo dos anos, despertou em seu coração a paixão pela vida no campo.

Após algum tempo, seu pai decidiu vender a propriedade e a família mudou-se para Planalto, no estado do Paraná, onde permaneceram por oito anos. Após esse período, Zeul decidiu aventurar-se em novas terras e partiu para o Mato Grosso do Sul.

Em sua nova morada, o cultivo mecanizado ainda estava em seus primórdios, Zeul arrendou terras de fazendeiros na cidade de Maracaju e tornou-se um dos pioneiros no plantio de soja na região. No entanto, em 1973, o preço da soja valorizou consideravelmente as terras locais, o que levou Zeul e sua esposa a buscar novas terras em uma área no norte de Mato Grosso. Para o casal, era um compromisso e uma promessa deixar um legado para seus dois filhos, Marcos e Marlon.

Ao chegar em Mato Grosso, eles se estabeleceram em Paranatinga, na época, Zeul era sócio de Armando Brolio, que residia na cidade. Contudo, logo de início, ele percebeu alguns entraves na região para o cultivo da soja, devido à natureza desfavorável do solo, à distância e à falta de estradas. O sogro de Zeul possuía documentos referentes a algumas áreas em Paranatinga e eles estavam lá para localizá-las e realizar o mapeamento. Montaram acampamento e mesmo após uma semana de busca, não tiveram sucesso. Foi então que souberam de um agrônomo que poderia ajudá-los nessa empreitada: o agrônomo Tito Lívio, que morava em Cuiabá.

Na residência de Tito, apresentaram a escritura do sogro e ele indicou alguém que poderia auxiliá-los ainda mais nessa busca: Paulo Podolan. Paulo mencionou que conhecia uma área de qualidade na região do Parecis, chamada Sucuruina 1. A partir daí, iniciaram as negociações e os 100 mil hectares foram divididos em duas partes, sendo uma para Paulo e a outra para Zeul e sua equipe.

"Enquanto Armando buscava sua mudança em Paranatinga, eu fui a Maracaju buscar meu caminhão para trazer dois tratores e algumas mercadorias. Pouco a pouco, outras famílias começaram a chegar e com a ajuda dos funcionários, largaram um picadão de 23 km. Foram oito dias até alcançarmos o Rio do Sangue." Relembra Zeul.

Começaram, então, a divisão das terras entre as famílias que já residiam na região, eles montaram uma equipe de quatro pessoas para ir à prefeitura de Diamantino, com o intuito de solicitar ao prefeito que melhorasse as estradas, pois o município possuía uma máquina motoniveladora, conhecida como "patrola". Naquela época, o pedido foi recusado pelo prefeito, já que as estradas estavam em péssimas condições e a máquina poderia atolar ou até mesmo quebrar, no entanto, ele fez uma proposta à equipe.

"O prefeito disse que havia uma carência de municípios no estado, portanto nos concederia o distrito. Assim, dividiríamos as ruas e os lotes e com o dinheiro arrecadado, compraríamos as máquinas. Ele sugeriu que construíssemos uma escola, uma delegacia e ruas, para que parecesse realmente um município. Abraçamos essa ideia e começamos a agilizar tudo.” Conta.

Poucos anos depois mais famílias começaram a chegar e todos se uniram para concretizar o sonho do município. Em 1980, foi iniciado o projeto da Coprodia e em 1988, nasceu Campo Novo do Parecis, sendo que no ano seguinte, Zeul foi escolhido como prefeito.

"Naquela época, ser prefeito era apenas um título e o município era apenas um papel. Começamos tudo do zero. A prefeitura era um prédio modesto, medindo 5 metros por 6 metros" , conta ele, com um sorriso no rosto.

Ao assumir a prefeitura, Zeul deparou-se com uma falta de recursos alarmante, a solução encontrada foi reunir os agricultores da região para contribuírem com o município na aquisição de maquinários para melhorar a infraestrutura, graças à doação de 1% dos lucros de suas lavouras, foi possível arrecadar o suficiente para a compra de mais maquinários e para a abertura e melhoria das estradas, que eram um grande problema na época.

Com o apoio de todos, a primeira igreja foi construída, iniciando em seguida os projetos para levar água e energia para a cidade, que anteriormente dependia de energia gerada por motores e que por vezes não funcionava adequadamente. Quando finalmente a eletricidade chegou, foi motivo de uma grande festa, com a presença até mesmo do governador.

"Passamos por muitas dificuldades, mas como éramos jovens, não sentíamos tanto o peso disso, pois tínhamos um objetivo claro e seguíamos adiante de cabeça erguida. Em primeiro lugar, devo agradecer a Deus por tudo ter dado certo. O município cresceu e todos que participaram deixaram sua marca. Contamos com a colaboração da comunidade durante os quatro anos em que estive na gestão e ninguém mediu esforços, pois todos sabiam que era benéfico para a comunidade. Nosso lindo município foi construído pelos pioneiros e Campo Novo do Parecis é um destaque no mundo inteiro. Para quem deseja conhecer Mato Grosso e tornar-se conterrâneo, as portas estão abertas!" , concluiu Zeul.

JOEL, FILHO DE EUCLIDES HORST in memoriam , compartilha conosco um relato cativante sobre a jornada de seu pai como ser humano e líder em Campo Novo do Parecis. Como o quinto habitante a chegar, se estabeleceu no município de Campo Novo do Parecis em 1976, vindo da cidade de Planalto, no Paraná. Ele buscava um futuro promissor e terras férteis, já que no sul do país administrava uma oficina mecânica especializada na fabricação de carroças.

Quando chegou, trouxe consigo sua oficina, tornando-se o responsável por socorrer todos os moradores e motoristas que passavam por aqui. Além de Joel Horst, Euclides também era pai de Jerusca Horst e Jean Horst. A maior dificuldade era a distância, pois todas as questões precisavam ser resolvidas em Diamantino. Euclides fez parte do início do município, contribuindo para seu processo de emancipação e nutrindo o sonho de ver a cidade prosperar, participando ativamente desse desenvolvimento.

“Fico feliz em ter participado da primeira rede de energia que chegou à cidade, começando em nossa Fazenda Seis Lagoas, graças à visão do meu pai na época” , conta.

Movido por esse sonho, ele ingressou na política nas eleições de 1992 e saiu vitorioso, tornando-se prefeito no mandato de 1993 a 1996. Durante sua gestão, ele estabeleceu o Hospital Municipal Euclides Horst, que recebeu seu nome em homenagem e prosseguiu com a construção do Colégio Agrícola. Além disso, abriu a rodovia MT-235, ligando Campo Novo do Parecis a Sapezal e deu início à construção de diversas pontes para outras cidades.

“Meu pai gostava muito de servir as pessoas, nossa casa estava sempre cheia de gente e quando alguém precisava de ajuda, ele se prontificava imediatamente, levando-os ao médico ou a qualquer lugar necessário. Era uma pessoa extrovertida e carismática, amada por todos na cidade e apesar de termos tido pouco tempo juntos, foi um pai excepcional.

Em nome de minha família, agradeço e parabenizo Campo Novo do Parecis pelos 35 anos e por nos acolher. Foi aqui que crescemos, estudamos, cultivamos amizades e construímos nossas famílias.” Encerra Joel.

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