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O estresse engorda?

O ESTRESSE pode ser definido como uma

experiência emocional negativa acompanhada por alterações bioquímicas, fisiológicas e comportamentais. Afeta a maioria da população, e há evidências de que o estresse induz alguns tipos de depressão. As causas são variadas desde insegurança em questões pessoais, sociais e vida profissional, mas também por sono insuficiente ou ciclo do

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sono alterado.

Passar ou não por episódio de estresse depende principalmente do significado e importância atribuída aos potenciais fatores estressores. Um evento torna-se especialmente estressante quando é visto como altamente relevante e ameaçador, bem como inescapável. Assim, apenas a exposição a um “estressor” não causa inevitavelmente estresse. Além disso, deficiência de vitamina D, niacina, folato, vitamina B6, vitamina B12 e ômega-3 aumentam a suscetibilidade ao estresse e depressão.

A experiência ou o início do estresse pode estar em uma situação / momento de vida, como por exemplo, estresse gestacional, referindo-se o estresse que ocorre especificamente durante a gravidez afetando mãe e filho, estresse social, referindo-se ao estresse iniciado a partir de relacionamentos ou ambiente social e estresse por motivo de trauma (agudo ou crônico). Se a situação estressora se perpetua, o estresse pode se tornar crônico.

No estresse crônico, observam-se associações mais claras entre estresse percebido e ganho de peso e gordura abdominal (medida pela relação cintura-quadril). Há aqui um padrão dose-resposta ou seja, quanto mais estresse, maior o aumento da cintura abdominal. Durante situações de estresse, nos estudos, os indivíduos responderam com um aumento agudo de cortisol, glicose e insulina. Além disso, há aumento do consumo de energia após um teste de estresse. Houve uma preferência por alimentos altamente PALATÁVEIS (alto teor calórico / açúcar elevado / alto teor de gordura), também chamados de “alimentos de conforto”, especialmente entre os indivíduos com sobrepeso e obesidade.

O efeito do estresse agudo sobre a saciedade pós-prandial e as preferências de paladar é provavelmente influenciada pela ativação cerebral das áreas de RECOMPENSA, amígdala, hipocampo, redução de córtex cingulado e aumento do cortisol. O mecanismo envolve interação próxima entre o eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal ( HHA) e o sistema simpático-adrenal como resposta ao estresse. A ativação do eixo HHA resulta em liberação de cortisol do córtex adrenal, enquanto o sistema simpático-adrenal atua através da medula supra-renal liberando adrenalina e noradrenalina.

Assim sendo, respondemos que SIM, A ANSIEDADE ENGORDA. Portanto, procure tratamento de redução de peso que inclua o gerenciamento de estresse em sua rotina. Visite o seu médico de confiança e converse sobre seu lado emocional e hábitos. Saiba que estes estão relacionados ao seu comportamento e saciedade.

O Endocrinologista Titulado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia é o profissional habilitado na área de Obesidade, Síndrome Metabólica e poderá acompanhá-lo de forma ampla na avaliação desta patologia.

Referência: N. R. W. Geiker et al. “Does stress influence sleep patterns, food intake, weight gain, abdominal obesity and weight loss interventions and vice versa?” Obesity Reviews 19, 81–97, January 2018

DRA. CRISTINA DA SILVA SCHREIBER DE OLIVEIRA