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Esquemas vacinais em atraso na pandemia
No início dessa nova década, ninguém poderia imaginar o que viria acontecer em 2020. O Novo Coronavírus devastou comunidades e confinou 4 bilhões de pessoas em suas casas e praticamente 2 milhões de pessoas morreram. Vemos que essa pandemia é uma experiência única na vida de todos os habitantes atuais da terra, como disse Sten Vermund, Epidemiologista da Faculdade de Saúde Pública de Yale. Para contrair o Novo Coronavírus, basta respirar no lugar errado e no momento errado. A doença Covid-19 causada por esse vírus pode evoluir desde um quadro assintomático até situações graves que podem levar a necessidade de hospitalização em 5% das pessoas e eventualmente levar a óbito.
Vários países precisaram colocar medidas restritivas de saúde pública para diminuir a circulação do vírus e isso afetou todo o sistema. Pela preocupação com a transmissão do vírus e os consequentes cuidados com o isolamento, as pessoas estão procurando menos serviços médicos e, inclusive, os de vacinação, diminuindo a cobertura vacinal.
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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o atraso dos calendários vacinais aumenta a probabilidade de surtos de doenças imunopreveníveis. Como consequência, há um aumento da morbidade e da mortalidade principalmente em crianças, e este fato também sobrecarrega os serviços de saúde.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI), por exemplo, acabou não atingin-
do as coberturas vacinais planejadas em 2020, o que diminuiu em 27% a cobertura contra a hepatite B, 22% contra as meningites, 15% contra as pneumonias, e 12% contra a poliomielite. De janeiro a outubro de 2020, tivemos 8 mil casos de sarampo no Brasil, doença que já estava erradicada.
Existe também a crença de que vacina é assunto de criança; mas devemos nos preocupar também com os adolescentes, que totalizam 30 milhões de brasileiros segundo o IBGE. Este grupo é particularmente preocupante, pois eles são os principais transmissores da meningite meningocócica. A vacina contra o HPV, por exemplo, cuja meta é atingir 80% dos adolescentes, em 2020 teve um índice de apenas 30%.
É fundamental a atualização de Calendários Vacinais antes da reabertura das escolas, e para isso precisa haver um planejamento dos órgãos de saúde. O Ministério da Saúde (MS) busca estratégias para conciliar a manutenção das coberturas vacinais com o necessário isolamento e distanciamento social. Dentre essas medidas de segurança, é fundamental evitar aglomerações, evitar contato entre pessoas doentes e saudáveis, ter boas práticas de higiene individual e coletiva, ter cuidados especiais com os idosos, utilizar horários especiais para os grupos de risco, e realizar os programas de vacinação domiciliar obedecendo as diretrizes nacionais.
Os critérios para atualizar os calendários dependem da vacina, do histórico vacinal, do número de doses necessárias para completar o esquema, das doses de reforços, do intervalo mínimo entre as doses, do intervalo com outras vacinas e da aplicação concomitante com outros imunizantes. Entre as vacinas mais urgentes citamos: hepatite B, BCG,
DRA. MARILENE SALETTE MOMM
hemófilos, tríplice bacteriana, rotavírus, poliomielite, vacinas pneumocócicas, vacinas meningocócicas, tríplice viral e febre amarela. Na grande maioria das vacinas, o intervalo mínimo é de apenas quatro semanas, mas existem exceções que precisam ser respeitadas. Essas orientações devem ser obtidas junto aos Serviços de Vacinação.