Anuário pesca e aquicultura 2014 issuu

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ma frota obsoleta e com idade média que ultrapassa três décadas aguarda o relançamento de uma ferramenta criada para reinventar a pesca industrial brasileira. “Nossos barcos estão no tempo do telefone de disco”, diz o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella. Criado em 2004 pelo governo federal, o Programa Nacional de Financiamento da Ampliação e Modernização da Frota Pesqueira Nacional (Profrota Pesqueira) foi suspenso em 2010 depois de frustrar expectativas do setor produtivo. A promessa do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) é de relançá-lo em 2014 com adequações que prometem beneficiar um grupo mais amplo de pescadores e armadores. A meta inicial do Profrota era financiar até 100 novas embarcações de pesca oceânica para suprir a demanda por este tipo de captura. A maioria dos barcos brasileiros não possui recursos tecnológicos para localização de cardumes e estrutura para a conservação do pescado nas áreas mais distantes da costa. Em cinco anos, o programa financiou apenas 12 embarcações de médio e grande porte. “Faltou estruturação para a realidade brasileira. Pouquíssimos armadores conseguiam atender às exigências do programa”, conta o presidente do Sindicato da Indústria e dos Armadores de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), Giovani Monteiro. Segundo o diretor do Departamento de Fomento do MPA, Sebastião Saldanha Neto, o ministério entendeu que o programa precisava de adequações e abriu as discussões que culminaram com a edição da Lei nº12.712, em fase de regulamentação. “No momento, o MPA está qualificando e dimensionando a demanda para retomar o financiamento em 2014”, diz Saldanha. Ele defende que a principal vantagem do Profrota foi a oferta de recursos para o incremento da produção por modalidade e taxas de juros fixas, ferramenta até então inexistente para financiamento de embarcações. Enquanto isso, o mercado da construção e reparo de embarcações para a pesca industrial em Santa Catarina, o mais tradicional do Brasil, perde forças. “Muitas empresas começam a migrar para a construção de barcos de apoio à Petrobras, que está com grande demanda”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico e de Construção Naval de Itajaí e Região, Oscar João da Cunha.

O empresário Jorge Seif, da JS Pescados, localizada em Itajaí (SC), maior polo pesqueiro do País, concorda que a falta de financiamento e as altas taxas de juro são os grandes problemas. A empresa busca inovar para se manter no mercado. O barco que congela o pescado a bordo é um dos diferenciais da JS, que mantêm 12 embarcações como essa e, atualmente, constrói uma nova embarcação para captura de sardinha, com capacidade para atuar também na pesca oceânica.

 por Luciana Zonta

Rhythm of waiting An outdated fleet of over thirty years old in average waits for of a tool created to reinvent the Brazilian fishing industry to be relaunched. “Our boats still live in the dial telephone time”, says the Ministry of Fishery and Aquaculture, Marcelo Crivella. Most Brazilian boats neither have technological resources to track schools nor fishing structure in further areas off the coast. Created in 2004 by the federal government, the National Program to Support Extension and Modernize the National Fishing Fleet (Profrota Pesqueira) was suspended in 2010 after frustrating expectations in the productive sector. The Ministry of Fisheries and Aquaculture (MPA) promises to relaunch it in 2014 with adequacies that will benefit a wider group of fishermen and shipowners. “There was a lack of organization for the Brazilian reality. Very few shipowners managed to accomplish the program requirements”, reports the president of Industry and Fishing Shipowners Union of Itajaí city (Sindipi), Giovani Monteiro. According to Sebastião Saldanha Neto, the CEO of the Promotion Department at MPA, the ministry found out the program needed adequacies and opened up discussions that culminated with Law 12,712, which is still being regulated. “MPA is qualifying and dimensioning the requirements to retake the funding in 2014”, explains Saldanha.

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