Revistapzz18lemos

Page 17

dade, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente, cujo Ministério, nunca provou conhecer o que nela acontecia, como acabou sendo verificado e registrado pelos fatos ao longo dos anos. Relegada por tanto a um quarto escalão, onde sem dúvida não existia conhecimento dos múltiplos problemas que a assoberbam, onde os acontecimentos se atropelam e necessitam de uma ação imediata, acabou por se perder a maior valia do trabalho produzido por esses homens ao longo de anos. Acaba por isso a pesca, no ostracismo, no desmembramento ostensivo e contínuo, a culminar no confuso biênio de 1989/90, quando tem início o maior e mais brutal desequilíbrio estrutural, econômico e financeiro da história do setor. PESCA – ENCONTROS E DESENCONTROS, publicado pela editora Resistência, não é um quadro abstrato pintado em pinceladas desencontradas, em que a imaginação tem de encontrar a mensagem do pintor. Sim em cores bem definidas no enfoque de uma paisagem de tons bem gritantes, dos rios, igarapés, selva amazônica e oceano limítrofe de nossa costa, na apresentação de linhas definidas, onde os personagens se movimentam, tendo vida própria e onde os fatos falam por si, para imporem a visão de uma pesca, que vem nos últimos anos apesar de desmantelada e denegrida pela insolvência, persistindo em sobreviver, lutando contra ventos e correntes, para encontrar seu rumo e um lugar ao sol brasileiro. Simplesmente nestas páginas procuraremos focar e expor lutas, obstáculos surgidos, vencidos, perdidos, apresentar posições assumidas, por vezes contraditórias. Os entraves encontrados nos meandros burocráticos nessas décadas, os alertas transmitidos às entidades que tinham obrigação, dada a posição usufruída e representativa ocupada no governo de agir ou, ter agido, no momento certo, tomando a iniciativa das decisões sem a necessidade da pressão das entidades ligadas à pesca. Apresentar alternativas políticas, definir rumos a seguir, muitos deles pela obrigação de salvaguardar seus interesses, lutar por uma melhoria a não servir só às classes envolvidas, a pesca artesanal e industrial, mas

PESCA NO BRASIL “Apresentar alternativas políticas, definir rumos a seguir, muitos deles pela obrigação de salvaguardar seus interesses, lutar por uma melhoria a não servir só às classes envolvidas, a pesca artesanal e industrial, mas ao próprio Brasil cujos interesses cujos interesses foram olvidados, mas que deveriam ser prioritários na tomada de todas as decisões.”

ao próprio Brasil cujos interesses cujos interesses foram olvidados, mas que deveriam ser prioritários na tomada de todas as decisões. Infelizmente, parece que no Brasil, as entidades governamentais, e, por extensão o próprio Governo, não age, ou, não quer agir preventivamente, antecipando-se aos acontecimentos. Só quando o caos se impõe, os fatos se apresentam cruamente e o clamor público explode, a pressão se torna insustentável, se movimentam por imposição, normalmente atrasados e nem sempre pelo melhor caminho. Procuram remediar situações que teriam sido muito menos onerosas, financeira e socialmente, quando não, igualmente de muito menores custos políticos, se atacados e resolvidos no momento oportuno. Isto porque no momento em que o autor escreveu estas páginas, ainda ao Governo falta uma Política de Pesca definida, que vem sendo pedida por todos os intervenientes na pesca nacional, desde os primórdios dos anos setenta. Singra, anos a fio, por repartições governamentais e Congresso, podendo dizer-se ou, afirmar-se, que por falta dela, a pesca está perdendo sua segunda geração de desenvolvimento.

www.revistapzz.com.br 17


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.