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Finanças Bolsa de Valores de São Paulo: investimentos de fora

Na mira dos forasteiros Administradores de recursos criam fundos especialmente desenhados para investidores estrangeiros com apetite por títulos e ações brasileiros rOSa SymaNSKi

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á dois anos, a BB DTVM, braço do Banco do Brasil e uma das maiores administradoras de recursos do país, criou no Japão um fundo de investimentos que tem 80% de suas cotas em papéis públicos – títulos do governo brasileiro – e 20% em papéis de empresas brasileiras que rendem dividendos, como as gigantes Petrobras e Vale. A reação dos investidores japoneses foi calorosa. De lá para cá, o fundo conseguiu uma captação equivalente a 100 milhões de reais. “É um exemplo de como essa demanda pode ser surpreendente”, afirma Carlos Takahashi, presidente da BB DTVM. “O Brasil tem sido muito procurado por investidores interessados em seus ativos.” Para dar conta dessa tendência promissora, que tem por trás os bons fundamentos da economia brasileira,

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as administradoras de fundos estão abrindo filiais em outros países ou formando parcerias com corretoras estrangeiras para reforçar as ofertas aos investidores estrangeiros, que passaram a ver o país como bom destino para seus recursos. Outros participantes do mercado, além da BB DTVM, também estão explorando a atração que o Brasil passou a exercer sobre investidores de outros países. É o caso da coreana Mirae, uma das maiores administradoras de recursos do mundo, que lançou, há cinco meses, um fundo lastreado em papéis de renda fixa brasileira. E também da HSBC Global Asset Management, braço do banco britânico HSBC, que oferece

fundos de investimentos lastreados em papéis brasileiros em dois continentes: Europa e Ásia. No caso da Mirae, o fundo lançado há cinco meses é composto de títulos do Tesouro, tem rentabilidade de 12% ao ano e captou 1 bilhão de dólares. “A demanda foi surpreendente”, afirma Luciana Pazos, chefe de gestão de fortunas da Mirae Securities em São Paulo. O sucesso do produto incentivou a Mirae a criar novos produtos com lastro no Brasil para oferecer a investidores estrangeiros. “Estamos planejando lançar, em 2012, produtos de recebíveis imobiliários, ou seja, papéis lastreados em créditos imobiliários, entre outros fundos atrelados a papéis do Brasil”, adianta a executiva.

investidores estrangeiros aprendem a ver o Brasil como bom destino


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