Revista Mommys - Edição 15

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PERFIL MOMMY SOBRE LORENZO: Tudo começou na 12a semana de gestação, quando descobrimos que o bebê teria um problema: uma escoliose. O médico do ultra nos mostrou as imagens e, naquele momento, tive certeza que minha vida jamais seria a mesma. Ouvimos dele que poderia ser uma “simples” escoliose, mas que ela poderia ser consequência de algo mais grave: síndromes, doenças cromossômicas ou paralisia cerebral. Eu não desejo o que senti a ninguém! Meu mundo caiu, eu sentia dor no corpo inteiro, saí do exame em frangalhos. Meu marido ligou para o GO e ele pediu que me levasse até lá e a frase que mais me marcou foi: não vamos desistir desse bebê! Durante 72 horas eu fiquei na cama, chorando, pesquisando coisas horrorosas a respeito da escoliose congênita. Vivi dias horrorosos até o momento do exame morfológico, que detectaria se ele tinha ou não algum problema além desse e, graças a Deus, tudo certo. Minhas pesquisas continuaram. Entrei em grupos no face, whatsapp, procurei por pessoas que passaram por isso, implorei ajuda a médicos e fisioterapeutas. Minha gestação durou, pra mim, uns 15 anos. No dia 21 de abril ele nasceu: lindo, forte, bonzinho e com um desvio muito maior do que esperávamos. Lorenzo nasceu com 80 graus de curvatura, um caso raro e grave. Saí da maternidade com muito mais força do que achei que teria e, a cada olhar dele pra mim, eu sabia que venceríamos e eu estaria ao lado dele até o fim. Começamos então a procurar médicos para tratá-lo e foi extremamente sofrido. Por enquanto fomos em três e ainda não encontramos quem irá acompanhá-lo. Em uma das consultas escutamos de um ortopedista de renome que ele não pegaria o caso, e que deveríamos ir a Itália (em um congresso em outubro) procurar o MAIOR ESPECIALISTA DO MUNDO pois ele corria todos os riscos possíveis. Não preciso dizer como saí do consultório né?! Uma mãe, no auge do puerpério, escutar esse tipo de coisa, da maneira mais fria possível, é o mesmo que enfiar uma faca em seu coração. Saí de lá em choque e só lembro dos primeiros cinco minutos da consulta pois, no restante, eu já não escutava nem assimilava mais nada. Ainda temos mais dois médicos agendados: um em BH e outro em Curitiba (indicado como o melhor e único capacitado para tratar meu pequeno). Minhas pesquisas não acabaram e busco informações do tratamento aqui, na Itália (por ter cidadania italiana) e nos EUA. Ao que parece, o tratamento aqui é mais invasivo. Ele teria que colocar uma haste na coluna e, de 6 em 6 meses, fazer uma nova cirurgia para o alongamento. Lá fora a haste utilizada é alongada por radiofrequência, não sendo necessários os alongamentos. Não consigo imaginar Lorenzo tendo que fazer, por volta, de vinte cirurgias até a pré-adolescência; é cruel demais. Nosso futuro é incerto e a única coisa que tenho certeza na minha vida é que, por ele, vou até pra China buscar o melhor tratamento! Quando fico desanimada ou acho que não vou dar conta, é pro Mommys que eu corro, é no Mommys que renovo a esperança e as minhas forças e, por isso, a minha eterna gratidão. Obrigada Mari e Gabi, sempre dispostas a ajudar, obrigada meninas que tanto me acolhem, obrigada Mommys do meu coração, vocês fazem toda a diferença na minha vida! | Junho - Julho 2018

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