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Rita Sousa Tavares

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Esculturas

Esculturas

A minha Pátria é a língua Portuguesa... Não me canso de repetir “até que a voz me doa”, como reza o fado

Rita Sousa Tavares nasceu a 19 de maio de 1978 em Lisboa e é filha de Maria Ana Bustorff e de Miguel Sousa Tavares. Neta do lado paternal da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen e do advogado Francisco Sousa Tavares, uma família com um historial incontornável da sociedade cultural de Portugal.

Rita é casada e tem três filhos, Ricardo Maria, Maria Ana e Sofia.

Em 1996 ingressou na Universidade Lusíada, formando-se em Relações Internacionais.

Em 2000 começa a trabalhar na estação televisiva TVI, integrando o Departamento de Agenda, Investigação e Planeamento de notícias e em 2002, passa a integrar na Editoria de Sociedade da Redação como jornalista, onde permaneceu até 2006.

De 2007 a 2009, trabalhou como consultora de comunicação na MyBrand.

Em 2009 cofundou Simplefruit, empresa pioneira no mundo empresarial onde desempenhou entre outros, o papel de diretora de marketing.

Em 2012, cofundou a Café Pessoa, uma produtora cultural e de conteúdos editoriais com curadoria, onde Rita exerce a função diretora e produtora cultural e de conteúdos. O nome da empresa, segundo Rita “é inspirador, porque sou viciada em Café e inspirada por Fernando Pessoa. Tenho ainda o sonho secreto de abrir um café literário Café Pessoa. Um espaço com ótimo café, com o melhor da pastelaria portuguesa, com boa música portuguesa contemporânea - do fado ao fado cruzado com bossa nova, com muita poesia e literatura portuguesa”. No mesmo ano estreia-se como escritora lançando Show Me Rio. O êxito do primeiro livro levou ao segundo, Show Me Lisbon, em 2014. Ambos os livros também se encontram em documentários áudio visuais.

Em 2015, surgiu a oportunidade de se juntar à Feira de Arte Contemporânea ARCOlisboa, enquanto Liaison local, função que ocupa até à data. Em 2016, por questões profissionais do marido, Rita muda-se com os filhos para Toronto, mantendo as suas funções em Lisboa para onde, até à pandemia, viajava numa base mensal. Em 2019 é convidada a trabalhar com a Art Toronto - Feira Internacional de Arte Contemporânea e Moderna do Canadá -, na secção de foco dos artistas portugueses. Seu excelente desempenho resultou no convite a exercer, as funções de Adida Cultural, pelo Embaixador de Portugal no Canadá, João da Câmara.

Revista Amar: A Rita tem uma herança familiar, cultural e literária inquestionável. Filha do incontornável Miguel Sousa Tavares, jornalista, editor, escritor e comentador político; neta de uma das mais importantes poetisas e a primeira mulher portuguesas a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa - o Prémio Camões, Sophia de Mello Breyner Andresen e neta do advogado e político, Francisco Sousa Tavares. Como foi crescer num ambiente de tanta intelectualidade? E pode-se dizer que a cultura está no seu ADN?

Rita Sousa Tavares: Está sem dúvida. A minha infância foi muito estimulante. Os meus pais separaram-se quando eu era muito pequena, e eu e o meu irmão mais velho costumávamos passar muitos finais de semana com o meu pai em casa da minha avó Sofia. Cresci literalmente à mesa, entre baforadas de cigarro e muitas discussões políticas, sessões de leitura de poesia, e conversas filosóficas. Fez-me muito bem (tirando o fumo em segunda mão que inalei) deu-me sentido crítico e capacidade de observação. Mais tarde, já na faculdade, costumava passar pelo menos um mês inteiro na casa da minha avó Sofia durante os exames finais e recordo esses tempos como os melhores da minha vida. A minha avó estava sempre, permanentemente rodeada de artistas, professores, filósofos, escritores e outros personagens incríveis que vinham para jantar. De resto, ambos os dois lados da minha família estiveram sempre ligados à cultura, e o facto de ter crescido rodeada de livros, fotografia e pintura fez realmente toda a diferença. Despertou-me um sentido diferente para essa dimensão que é hoje completamente parte do meu ADN. Sei que os meus filhos sentem o mesmo, porque também eles cresceram a visitar muitas exposições, a ler muitos livros, a ouvir muita música, e a viver no dia a dia com arte em casa.

RA: Chegou ao Canadá há 4 anos. Como foi a adaptação?

RST: Foi boa, com as peripécias esperadas para quem muda de um país tão diferente como Portugal para um país Anglo-saxónico.

RA: Qual foi o desafio maior?

RST: O frio. E quando digo o frio, refiro-me ao também frio/distanciamento das relações humanas e não apenas à temperatura térmica. Já tinha vivido fora, em Itália, mas numa fase da minha vida completamente diferente e, lá está, os italianos são latinos, são parecidos connosco do ponto de vista comportamental. O maior choque confesso, foi perceber que aqui a dinâmica do sentido – trabalho – casa – escolas domina muito e condiciona as relações entre as pessoas fazendo com que nos relacionemos de uma forma muito menos orgânica, muito mais programada e centrada na extensão do net working profissional ou atividades das crianças. Por razões profissionais vou muito a Lisboa, e mantenho o contacto com os meus amigos e família alargada, de forma que sobretudo durante o inverno em que os canadianos são muito caseiros, compenso por esse lado. Mas tenho também que reconhecer que os canadianos são pessoas espetaculares. E que me vão fazer muita falta quando regressar. São universais, têm um espírito muito livre, são práticos, inclusivos, atentos e sobretudo, muito bem-dispostos.

RA: É mãe de 3 filhos: o Ricardo Maria, a Maria Ana e a Sofia. Como foi a adaptação deles a este país?

RST: As crianças adaptam-se muito mais depressa do que os adultos a novas situações, têm menos vícios. Por outro lado, os meus filhos estudaram sempre numa escola internacional – o Liceu Francês de Lisboa, de forma que já estavam habituados a relacionar-se com amigos de diferentes culturas e nacionalidades. Já eram bilingues em francês e falavam inglês decentemente. Eles gostam muito do Canadá e de tudo o que este país representa em termos de desenvolvimento económico e sobretudo social, mas como base, acho que ainda preferem Portugal onde mantêm as relações com os seus amigos ativas não só durante as férias, mas ao longo de todo o ano através das redes sociais e chats com amigos.

RA: Normalmente, diz-se “que só se dá valor ao que se tinha, quando o perdemos”. Como olha hoje para Portugal? E como gere as saudades?

RST: Eu vou muito a Portugal! Até ter rebentado o Covid-19 ia praticamente uma vez por mês, mas se em circunstâncias normais já sentia falta da minha vivência latina, agora nem se fala. Sinto falta dos abraços, das jantaradas e fins de semana com os meus amigos, sem hora marcada de chegada e saída, sem condições, sem ressalvas e sem alergias. Sinto muita falta da minha família, e acima de tudo, sinto falta do mar. O mar cura tudo, o mar limpa tudo, e esteve sempre presente na minha vida.

RA: Pensa regressar?

RST: Sim, o mais depressa possível. A vinda para o Canadá faz parte de um desafio profissional do meu marido e de um projeto familiar que tem “v” de volta. A nossa intenção é a curto – médio prazo passarmos a nossa base para Lisboa, mantendo um pé, se possível, no Canadá.

RA: É sabido que há um estigma à volta da emigração e dos emigrantes. Hoje emigrante, mesmo que por um tempo pré-definido, o que pensa sobre esse tipo de preconceito?

RST: Eu não sinto esse estigma. Bem pelo contrário, chego a ser exageradamente orgulhosa da minha nacionalidade. E sinto uma energia muito positiva nas pessoas quando me apresento como portuguesa. Portugal “it’s the place to be” na cabeça de muita gente, e é bom captarmos esse interesse quando falamos sobre Portugal. Não obstante, eu sei que durante muitos anos a comunidade emigrante portuguesa no Canadá, e um pouco por todo o mundo, se retraiu muito, chegando a omitir as suas origens. Foram outros tempos, Portugal era uma realidade completamente diferente nessa época. Estou a falar das décadas de 60 a 90. Acho sinceramente que os portugueses que aqui vivem devem deixar cair esse estigma e apresentarem as suas raízes e falarem a sua língua com orgulho. Afinal de contas, saber comunicar na 5ª língua mais falada do mundo, uma língua que resiste ao tempo contra ventos e marés, só pode acrescentar valor, sobretudo num país tão multicultural como o Canadá. “A minha Pátria é a língua Portuguesa”, escreveu Fernando Pessoa no livro do Desassossego. É importante compreender a extensão desta frase, sobretudo porque Fernando Pessoa, foi também ele, durante uma grande parte da sua vida emigrante na África do Sul, onde estudava e comunicava sobretudo em Inglês. A nossa língua é a extensão natural da nossa cultura, das nossas raízes, da nossa identidade. Se a perdermos, perdemos uma parte fundamental de nós. Eu não sou muito policial com os meus filhos, gosto de dar-lhes liberdade assim como gostei de crescer em liberdade, mas há uma coisa que eles sabem que estão proibidos de fazer: falar inglês ou francês entre eles e com os pais. Dentro de minha casa e entre nós fala-se só e apenas português.

RA: O mundo foi invadido por um inimigo invisível que atropelou o dia a dia de todos nós. No seu caso, como é que tem gerido estes tempos sem precedentes?

RST: Tenho aproveitado para fazer tudo o que não consigo fazer em circunstâncias normais. Com muita paciência porque para quem estava habituada a viajar constantemente, o confinamento sufoca bastante, mas temos que ter calma, ser positivos e criativos. Uma das coisas que estou a fazer é a tirar um programa de mestrado, um investimento pessoal que estava a tentar concretizar há anos, mas nunca tinha tempo. Este ano sabia que ia viajar menos e na incerteza sobre a realização da feira de arte ARCOlisboa para a qual trabalho há seis anos, inscrevi-me no mestrado de Arts Management na Boston University, que adaptou o formato de ensino à pandemia permitindo aulas presenciais e online.

RA: Formou-se em Relações Internacionais na Universidade Lusíada. Quando ingressou no curso, qual era o percurso profissional que aspirava seguir?

RST: Imaginava-me algures entre o jornalismo e a colaboração com uma organização inter-governamental.

RA: Mas, acabou por passar pela TVI. Como foi essa experiência?

RST: Foi uma extensão muito natural. Relações internacionais é um curso que aporta uma boa bagagem cultural e que nos abre o campo de visão em relação à política, mas com poucas saídas profissionais diretas. Fiz um estágio académico na TVI online e uns meses depois deste terminar fui convidada para integrar o Departamento de Agenda, Investigação e Planeamento de notícias. Dois anos depois integrei a Editoria de Sociedade da Redação enquanto jornalista.

RA: Foi cofundadora da Simplefruit, na época uma empresa pioneira no mundo empresarial. Fale-nos como surgiu a ideia?

RST: Surgiu através de um amigo que quis trazer este conceito para Portugal e achei que, ainda que a cultura empresarial portuguesa estivesse longe da experiência que se praticava lá fora, que o futuro caminha para este tipo de sustentabilidade e atitude. Foi no ano de 2009, e para além de cofundadora, era responsável por comunicar, promover, estabelecer parcerias e gerir a relação com alguns dos clientes corporativos deste conceito inteiramente inovador à época em Portugal e que no fundo passava por disponibilizar fruta fresca gratuita aos empregados das empresas.

RA: Hoje é diretora da Café Pessoa, que também cofundou em 2012. A que se dedica a Café Pessoa?

RST: A Café Pessoa é uma produtora cultural e de conteúdos editoriais com curadoria. Tem este nome, que para mim é inspirador, porque sou viciada em café e inspirada por Fernando Pessoa. Tenho ainda o sonho secreto de abrir um café literário Café Pessoa. Um espaço com ótimo café, com o melhor da pastelaria portuguesa, com boa música portuguesa contemporânea - do fado ao fado cruzado com bossa nova, com muita poesia e literatura portuguesa. Quem sabe Toronto seja o lugar ideal para fazê-lo! Tenho desenvolvido vários projetos culturais sendo a organização - enquanto Liaison local, da Feira de Arte Contemporânea ARCOlisboa, o maior e mais importante deles. Para além disso a Café Pessoa foi responsável durante cinco anos pela produção, edição, venda de publicidade e criação de parcerias dos guias turísticos da Câmara Municipal de Lisboa – Lisbon Shopping Destination, e lançou em 2013 o projeto Show Me Cities.

RA: No mesmo ano, estreia-se como escritora. O sucesso de Show Me Rio levou ao segundo livro Show Me Lisbon. Como nasceu este projeto?

RST: Nasceu da minha paixão por certas cidades e da convicção de que só entendemos a beleza dos lugares quando conhecemos as suas pessoas, a sua gente. Show Me Rio e Show Me Lisbon, ambos os livros e os documentários áudio visuais que daí saíram, foram dois projetos absolutamente apaixonantes.

RA: Foi fácil convencer algumas das figuras públicas como Carminho, Joana Vasconcelos, Rodrigo Leão e Maria de Madeiros a abraçarem o projeto?

RST: Tudo o que precisamos é de um primeiro nome, os outros vêm atrás. Comecei pelo Rio de Janeiro onde tinha poucos contactos. Fui à inauguração da exposição do artista Vik Muniz no Museu Coleção Berardo em Lisboa, enchi-me de coragem, meti conversa com ele e convenci-o a dar-me uma entrevista sobre o seu Rio de Janeiro para o meu livro. Entre outros, participaram neste projeto figuras como o Chico Buarque. Tudo passa pela credibilidade que passamos para fora e pela paixão que demostramos, ou não, ter pelas coisas.

RA: O projeto foi também editado em formato de filme documentário, que estreou em fevereiro de 2015. Como surgiu essa oportunidade?

RST: O meu background televisivo ensinou-me que alguns depoimentos são preciosos demais para não serem captados em vídeo, sobretudo quendo estamos a falar de pessoas incríveis que nos dão a conhecer a sua relação mais íntima com a cidade onde vivem.

ARCOlisboa - Créditos: Direitos Reservados

Rita Sousa Tavares na sua passagem pela televisão - Créditos: Direitos Reservados

Créditos © Carmo Monteiro

RA: Pondera ou está a trabalhar num livro novo?

RST: Gostava de produzir um Show Me Toronto, mas ainda não consegui arrancar. Cheguei a trocar uns emails quando aqui cheguei, mas depois meteram-se outros projetos pelo meio. Acho também que preciso de criar relação e empatia com esta cidade – Toronto, e isso demorou um pouco mais a acontecer.

RA: Recentemente foi convidada pela Embaixada de Portugal no Canadá a integrar a secção da Cultura. O que faz uma Adida Cultural?

RST: Promove a cultura do seu país no país onde se encontra. Neste caso de Portugal no Canadá.

RA: E quais são os objetivos pretendidos alcançar?

RST: Dar a conhecer a arte e cultura portuguesas a um público experiente e exigente, que a valorize e ajude no seu processo de internacionalização. Os adidos culturais devem preocupar-se em apoiar as expressões culturais do seu país junto das comunidades, mas mais importante ainda – no meu entender, promove-la junto de museus, galerias de arte, curadores, críticos, escolas de música e de espetáculo e, entre outros, editoras literárias, para apoiar a “exportação” destes artistas. Tal como em outros setores, os artistas portugueses precisam do mercado internacional para escalarem e conseguirem afirmar-se internacionalmente.

RA: E em que fase é que se encontra?

RST: Comecei em pleno Covid, mas estou apesar de tudo a conseguir progressos. Tenho feito muitas reuniões virtuais com museus, festivais literários, de cinema e documentais, eventos culturais, feiras de arte, etc.

RA: Tem sido fácil entrar no mercado canadiano?

RST: Não, é óbvio... mas há abertura. E aqui e ali alguns dos artistas portugueses começam a ganhar expressão. Quando aqui cheguei há 4 anos, falava do artista plástico português Vhils e ninguém o reconhecia, agora estamos perto de concretizar uma parede inteira de exterior no Little Portugal esculpida por ele. Foi a primeira tentativa para trazer um artista português em que me empenhei, quando ainda não era adida. Apresentei o projeto à Vereadora Ana Bailão que adorou a ideia e desde então temos trabalhado juntas, com o apoio do seu gabinete, da BIA e do Museu de Street Art de West Dundas, na sua execução.

RA: Qual é a sua opinião sobre como os canadianos veem os artistas portugueses?

RST: Têm muita curiosidade. Em 2018 levei um grupo de cerca de 30 colecionadores de arte de Toronto a Lisboa para conhecerem alguns artistas e a cena cultural local. Eles adoraram a viagem, compraram arte portuguesa que hoje exibem nas suas salas, que é vista por outros colecionadores internacionais que as visitam e é assim que se vai trabalhando terreno fértil para a sua promoção. Quando falo com os museus locais refiro sempre que este ou aquele artista integra a coleção A ou B, ou que um certo músico tocou nesta ou naquela sala internacional.

RA: E como vê Portugal os artistas luso-descendentes?

RST: É uma boa pergunta. Tirando os casos incontornáveis da Nelly Furtado e do Shawn Mendes, os restantes não têm ainda muita expressão, mas lá chegarão. Uma coisa é certa, não há nada que dê mais orgulho a um português, que vive em Portugal, poder dizer “Este cantor é português! Sabias?”. Sobretudo se o disserem a um estrangeiro. Entretanto tenho estado a conhecer o trabalho de alguns artistas plásticos luso-descendentes, muito, mas mesmo muito interessente, como é o caso da Nadia Belarique.

RA: Como está a saúde da Cultura portuguesa?

RST: A precisar de apoio urgente. A precisar de mais espírito filantrópico e de mais apoios privados. Mecenas e sponsors. Uma realidade tão estruturada, enraizada e consolidada neste país e ainda tão deficitária e emergente em Portugal. A ideia de que a cultura é apenas responsabilidade do Estado é profundamente errada e retrógrada.

Pedro M. Salvador

1Estreia

Estreia em Portugal - 5 de novembro

2Curiosidades

“Donzela Guerreira” é um filme de época, que convoca fotografias de arquivos e excertos de filmes antigos para contar a história ficcionada de Emília Monforte, escritora, nos anos 1950 em Lisboa.

O filme, com argumento de Rita Palma, conta com um pequeno elenco feminino, encabeçado por Anabela Brígida, no papel da escritora, de 36 anos, solteira, que vai relatando a vida em Lisboa, o trabalho para um jornal e a relação com a família. Este filme resultou de soma de vários interesses pessoais e de trabalho, de pesquisa sobre o Estado Novo e sobre Lisboa, de leituras da literatura portuguesa no feminino, em particular de Maria Judite de Carvalho e de Irene Lisboa.

Através da história daquela escritora ficcional, Emília Monforte, o filme aborda uma ideia de invisibilidade das mulheres na sociedade portuguesa durante o Estado Novo, e em particular das duas autoras, cuja obra inspirou o argumento.

Marta Pessoa, 46 anos, realizadora e produtora cofundadora da Três Vinténs, é autora de, entre outros, “Manual do sentimento doméstico” (2007), “Lisboa domiciliária” (2009) e “Quem vai à guerra” (2011).

Sala de Cinema

Emília é uma escritora a viver na Lisboa de 1959. Ela é a “Donzela Guerreira”, uma mulher ficcional composta a partir dos universos literários de Maria Judite de Carvalho e Irene Lisboa. Guiados pela voz e olhar de Emília, entramos num jogo entre as imagens de arquivo da cidade e a pura efabulação. É uma Lisboa de ruas, jardins e casas onde habitam mulheres que olham para si próprias e umas para as outras, que ocupam os lugares que lhes destinam e o silêncio a que as votam. A história de uma mulher que vai à luta.

Ficha Técnica

Filme com realização de Marta Pessoa e argumento de Rita Palma, que contou com a participação de Anabela Brígida, Dina Félix Costa, Joana Bárcia entre outros.

Duração: 73 minutos

Género: Drama Fontes: IMDB e FilmSpot - Imagens: Direitos Reservados

Fórmula 1:

os motores voltaram a rugir em Portugal

Foram precisos 24 anos e um vírus letal para trazer a Fórmula 1 de volta a Portugal. Com a pandemia de Covid-19 a impor o cancelamento e adiamento de várias corridas do Mundial da especialidade, o Autódromo Internacional do Algarve foi o escolhido para acolher a 12.ª ronda da competição. Os melhores pilotos do Mundo aceleraram em Portimão.

Ana Tulha

NM

Créditos: Direitos Reservados

Créditos © José Sena Goulão/Lusa

Tudo começou há 62 anos

Foi em 1958 que, pela primeira vez, o GP Portugal fez parte do Mundial de F1. Nesse ano, a prova foi disputada no Circuito Urbano da Boavista, no Porto, e a vitória coube ao britânico Stirling Moss. Portugal continuou no mapa da modalidade nos anos 1959 e 1960 e entre 1984 e 1996.

“Ayrton em Senna”

Foi durante esse período, em 1985, que Ayrton Senna conquistou a primeira vitória de uma carreira fulgurante. Foi sob uma chuvada intensa, com apenas nove pilotos a resistir até final, que o brasileiro (falecido em 1994, num acidente) fez história no Estoril. “Ayrton em Senna, um espetáculo”, titulou na altura a imprensa especializada.

Tiago Monteiro para a história

Até hoje, só quatro portugueses competiram na prova rainha do automobilismo: Nicha Cabral, Pedro Matos Chaves, Pedro Lamy e Tiago Monteiro. Este último piloto, de 44 anos, atualmente a correr no WTCR, chegou mesmo a garantir um lugar no pódio, no Grande Prémio de Indianápolis (EUA), em 2005.

92 vitórias valem recorde

Um triunfo de Lewis Hamilton neste domingo permite ao piloto britânico estabelecer um novo recorde, deixando para trás o alemão Michael Schumacher que, ao longo da carreira, conseguiu 91 triunfos em corridas de Fórmula 1.

30 milhões de euros de impacto

O impacto económico mínimo na região e no país, segundo estimativa apresentada pela secretária de Estado do Turismo, Rita Marques. Paulo Pinheiro, administrador do Autódromo Internacional do Algarve, foi mais ambicioso, apontando para um impacto superior a 100 milhões.

Hamilton vence GP de Portugal e torna-se o piloto com mais triunfos da história

O Autódromo Internacional do Algarve mereceu elogios de Lewis Hamilton - o britânico caracterizou o circuito como “extremamente desafiador” - e promete ficar na memória do piloto da Mercedes já que foi lá que fez história. Hamilton venceu o GP de Portugal, conseguiu o 92.º triunfo da carreira e tornou-se nada mais, nada menos, do que no piloto com mais triunfos da história da Fórmula 1, deixando para trás o alemão Michael Schumacher. O britânico, que partiu da pole position, deixou o companheiro de equipa, o finlandês Valtteri Bottas (Mercedes), a 25,592 segundos e o holandês Max Verstappen (Red Bull) a 34,508. “Pensava que só conseguiria o que consegui hoje nos meus maiores sonhos. Vou precisar de tempo para digerir tudo isto... Não consigo mesmo encontrar palavras neste momento para dizer o que sinto”, afirmou Hamilton no final da prova.

Portugal volta a ficar associado a um momento histórico da Fórmula 1, depois de, em 1987, ter sido palco do Grande Prémio em que Alain Prost superou as 27 vitórias de Jackie Stewart. Com estes resultados, o piloto britânico ficou mais perto do sétimo título mundial, tendo alargado a liderança do campeonato. Hamilton lidera com 256 pontos, à frente de Valtteri Bottas (179) e Max Verstappen (162).

Créditos © José Sena Goulão/Lusa

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