REVISTA MARANHÃO TURISMO MAIO/JUNHO 2021

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Foto / Play Video Produções - Joan Santos

Ano XXXI São Luís - MA - Brasil maio/junho - 2021 R$ 15,00

DESDE 1990

ESSE ANO NÃO DEU... PARA O ANO EU VOLTO PRA TE MOSTRAR NOSSAS DIVERSIDADES CULTURAIS.

SÃO JOÃO DO MARANHÃO

In memoriam HOMENAGEM AOS NOSSOS MESTRES QUE ABALARAM OS TERREIROS MAIS BONITOS DO BRASIL.


Ame

São Luís!


São Luís, terra de gente hospitaleira e acolhedora que carrega no sorriso a alegria de viver. Um espetáculo de cores, danças e ritmos que representam a expressão máxima de suas tradições populares. Casarões, sobrados, becos e escadarias cheios de histórias para contar. Uma gastronomia rica com sabores de deixar todo mundo com água na boca, do peixe frito ao arroz c com cuxá. São Luís é o destino da sua próxima viagem.

Conheça e apaixone-se você também!


SU MÁ RIO ALCÂNTARA Mais um ano sem o Festejo do Divino Espírito Santo 8/11 Mobiliza SLZ 12/13 Setur São Luís participa de evento nacional de secretários de Turismo 14 Primeiro posto de carregamento para veículos elétricos 16 Entrevista com o Secretário de Estado de Cultura do Maranhão Anderson Lindoso 18/20 Homenagem aos mestres da cultura (in memoriam) 22/39 Projeto “Amo, Poeta e Cantador: Murais da memória pelo Maranhão” Obra assinada pelo artista Gil Leros, na foto com Mundoca

18 de junho dia Nacional do Tambor de Crioula 40/41


CARTA AO LEITOR

Esse ano, matracas, pandeirões, maracás, tambores onça e zabumbas ficaram em silêncio. As índias, os índios, os caboclos de pena e de fita, o dono da fazenda, Pai Francisco e Mãe Catirina, vaqueiros, mutucas e cazumbas não saíram para dançar e reverenciar São Antônio, São Pedro, São Marçal e São João. Os sotaques, sons, cores e brilhos, magia e energia dos folguedos da cultura popular do Maranhão foram apreciados, contemplados, somente em lives. Mas, o São João do Maranhão, um dos festejos mais rico e diversificado do Brasil e toda pujança da cultura maranhense vai vencer todos os desafios e pulsar novamente forte e renovada, com toda a sua beleza e leveza, preservando suas raízes, mas com o olhar no futuro para utilizar, de forma consciente e cristalina, todos os recursos disponíveis para torna-la, cada vez mais universal, sem contudo, perder suas tradições e esquecer seus “mestres”. São poetas, cantores, amantes da cultura popular que fizeram, fazem e vão fazer chegar cada vez mais longe os sons, gingados, brilho e poesia de cultura que pulsa em todo o Maranhão. São incontáveis as brincadeiras, Entre elas, o Bumba Meu Boi, tambor de crioula, tambor de mina, além das danças como do coco, cacuriá, portuguesa, do caroço, de São Gonzalo, lelê, dentre tantas outras belas. Somente grupos de bumba meu boi são mais de 300 nos sotaques de Matraca, Zabumba, Orquestra, da Baixada e Costa de Mão, que preservam tradições seculares. Só para citar alguns, o Boi de Maracanã, Maioba. Boi de Leonardo, Fé em Deus, Nina Rodrigues, Axixá, Morros, Brilho da Ilha, Novilho Branco, Boi de Pindaré e Boi Barrica. O tambor de crioula, uma herança da cultura africana, praticado em louvor a São Benedito, em 2007 ganhou o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. São mais de 200 grupos de Tambor de Crioula espalhados em quase todo o Maranhão,

mantendo viva e revigorando uma tradição secular da cultura maranhense. Temos ainda o reggae, presença marcante na vida dos maranhenses, e que já faz parte das manifestações culturais maranhenses como o boi e o tambor de crioula. O ritmo, que chegou ao Maranhão na década de 70, e rendeu a São Luís, o título de Jamaica Brasileira, tem suas peculiaridades em solos maranhenses, a forma de dançar “agarradinho”, que deve ser tombada como patrimônio cultural imaterial do Maranhão. A proposta foi registrada na Secretaria de Cultura do Maranhão, em 11 de maio deste ano, dia em que é comemorado, o Dia Nacional do Reggae. Assim, a cultura maranhense e o seu povo vão se renovando, revigorando, bebendo em diversas fontes, acumulando saberes para vencer todas as batalhas, em especial essa da pandemia da Covid-19, para florescer novamente, com mais vigor e força, impulsionando os seus folguedos, fonte de renda de inúmeros maranhenses que não perdem a esperança em vislumbrar novos e auspiciosos dias. A cultura maranhense, com todo o seu potencial, precisa e deve ser mais valorizada e fortificada. É fonte precípua e incomensurável para o incremento e consolidação da indústria do turismo no Maranhão, em especial, São Luís, a nossa Atenas Brasileira. Toda a cadeia da cultura e do turismo precisa ser pensada, repensada, para adoção de programas, ações e projetos que resgate e promova a nossa cultura, seja ela material ou imaterial. Rogando a São Pedro, Santo Antônio, São Maçal e São João e com a fé e esperança em dias melhores, o Maranhão vai voltar a ser um grande “terreiro” nos festejos juninos, e um grande celeiro cultural, movimentando todo o nosso Estado, de janeiro a janeiro, com as nossas mais ricas e diversificadas tradições e festas, como o Carnaval, o São João, o Auto de Natal e a Páscoa, numa verdadeira interface entre cultura e turismo.

Revista Maranhão Turismo

Coordenação Editorial Léa Zacheu editorchefe@revistamaranhaoturismo.com Administrativo Financeiro Sérgio Quirino administracaofinanceira@revistamaranhaoturismo.com Revisão Lara Zacheu revisao@revistamaranhaoturismo.com Reportagem Paulo Melo Sousa Benedito Lemos Júnior reportagem@revistamaranhaoturismo.com Fotos Charlles Eduardo gerenciadeimagem@revistamaranhaoturismo.com Fotógrafos colaboradores Danielle Vieira Marcos Rocha Diagramação Gutemberg Santos

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Rua 10 I Nº 20 I São Francisco São Luís - Maranhão- Brasil CEP – 65076-520 Fone: (98) 98152 0970 / (98) 99607 3423 (98) 98211 1426 www.revistamaranhaoturismo.com E-mail: revistamaturismo@gmail.com @revistamaranhaoturismo Os anunciantes são os únicos responsáveis por todos os conceitos, conteúdos, erros, falhas, incoerências, informações, imagens, ofertas, opções, propostas, textos e similares constantes das próprias matérias promocionais, peças publicitárias e semelhantes publicadas nesta edição.


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Alcântara

Mais um ano sem o Festejo do Divino Espírito Santo por / fotos Paulo Melo Sousa Em decorrência da pandemia do Covid 19, pelo segundo ano consecutivo não foi realizado o Festejo do Divino Espírito Santo de Alcântara. Em 2019, após a leitura do pelouro (lista com os nomes dos festeiros escolhidos para o mando do festejo no ano seguinte), o nome da advogada Alda Pinheiro foi indicado para ser a Imperatriz de 2020. Importante lembrar que, em Alcântara, o mando do festejo nos anos ímpares é feito pelo Imperador, enquanto que nos anos pares o mando é da Imperatriz. O festejo do ano passado ficou adiado para este ano. No entanto, por conta de novas ondas de contaminações pelo vírus, também desta vez não aconteceu a festa, agora adiada para 2022. Mesmo assim, tanto a Coordenação do festejo quanto a Casa do Divino, ligada à Secretaria de Estado da Cultura, elaboraram e cumpriram uma programação simbólica para lembrar a passagem dessa manifestação cultural cujas raízes se perdem no tempo. O festejo é de cunho religioso e movimenta toda a cidade, destacando-se como um dos maiores eventos na área do turismo religioso de todo o Maranhão. Aquece o trade turístico de Alcântara, gerando emprego e renda para toda a comunidade, melhorando o comércio, a rede hoteleira, favorecendo o trabalho dos artesãos, guias de turismo, donos de bares e restaurantes, dentre outros segmentos. No momento, o prejuízo para todos os atores que se beneficiam com a realização do festejo está sendo muito grande. 8 Maranhão Turismo


Diante dessa situação constrangedora, a Imperatriz Alda Ribeiro informa que “os prejuízos são de ordem material e cultural, em decorrência da pandemia provocada pelo Covid 19, o que afetou diretamente no sentimento de nossa comunidade por não poder, mais uma vez, apreciar e participar de momentos tão grandiosos de fé e devoção, inseridos em nossa cultura; a Coordenação do festejo, ao lado dos festeiros, organizam missas, ladainhas e cortejos, ressaltando-se a participação das caixeiras substitutas e dos músicos, fazendo revigorar a nostalgia da espera de dois anos consecutivos sem a realização completa do festejo; iremos também distribuir 40 cestas básicas para pessoas idosas ou carentes da nossa cidade, ”. Foi idealizada uma programação simbólica, assim como aconteceu no ano passado, e que evidenciou o lado religioso, que vinha sendo sobrepujado pelo lado profano, ao longo dos últimos anos. Reacenderam-se os sentimentos de solidariedade, através da caridade, da doação de donativos a pessoas carentes da comunidade, e a fé foi reavivada, com pedidos de cura e de saúde nestes momentos difíceis em razão da pandemia provocada pelo corona vírus.

No dia 13 de maio, Dia da Ascensão do Senhor, aconteceu missa solene na igreja do Carmo, às 7 horas da manhã. Após a mesma, foi realizado um passeio de carro, com os devotos carregando a Santa C’roa e o Divino pelas ruas da cidade. À tarde, às 16 horas, ocorreu toque das caixeiras jovens Ingrith, Mirelle e Claudilene, seguido de toque de dobrados pelos músicos, na praça da Matriz. Programação semelhante aconteceu no dia 16 de maio, primeiro domingo do festejo, denominado de Domingo do Meio. No encerramento do ritual, no Domingo de Pentecostes, que neste ano aconteceu no dia 23 de maio, a missa foi celebrada às 8 horas da manhã. Em seguida, ocorreu passeio de carro com a Santa C’roa e o Divino, com toque das caixeiras jovens às 16 horas, na praça da Matriz.

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A Casa do Divino, equipamento cultural ligada à Secretaria de Estado da Cultura, inaugurou uma Exposição na fachada do imóvel, com belas imagens que adornaram as portas frontais do piso inferior do casarão, bem como os gradis das sacadas frontais do pavimento superior. São banners com imagens de caixeiras, o mestre sala Moacir, e cenas do festejo, tais como o levantamento do mastro. 10 Maranhão Turismo


Dona Anica a caixeira mais antiga da Festa do Divino Espírito Santo de Alcântara

Outra ação da Casa rememorando a tradição aconteceu no sábado, dia 22 de maio, com entrega de esmolas (cestas básicas) para famílias carentes da cidade. Também houve distribuição de doces e pães para todos os que prestigiaram o cortejo, que contou com animação da banda de música do CLA (Centro de Lançamento de Alcântara). “Por conta da pandemia, buscamos rememorar o momento de forma contida, com uma exposição externa, imagens impressas em lona, relativas ao festejo, expostas nas portas do piso inferior e nas grades da parte superior da Casa. A exposição durou 12dias, no período que seria dedicado ao festejo. Na quarta-feira, fizemos o hasteamento simbólico da bandeira do Divino. Não teve público dentro da Casa. No sábado, dia 22 de maio, dia das esmolas, fizemos a entrega de donativos feitos pela comunidade a pessoas carentes, e fizemos um cortejo como manda a tradição, seguindo o protocolo sanitário, sem aglomerações. Tendo em vista do atual cenário, prestamos a nossa homenagem ao Divino Espírito Santo, exaltando o sentido religioso, que é o principal, reavivando a nossa fé, deixando a mensagem de que tudo logo voltará ao normal, se Deus quiser!”, declara Haroldo Júnior, Diretor da Casa do Divino Espírito Santo de Alcântara, equipamento cultural ligado à Secretaria de Estado da Cultura - SECMA. Essa situação inusitada de paralisação do festejo por conta da pandemia gerou uma reflexão necessária sobre o reavivamento da fé dos devotos no Divino Espírito Santo, o que evidenciou nos últimos dois anos o lado sagrado, que sobrepujou o aspecto profano da manifestação cultural. Afinal, o Divino somos todos nós que o fazemos e todos nós que o acompanhamos ao longo de tantos anos. Mudam-se os atores, mas o espetáculo continua, porquanto alicerçado numa força maior: a sagrada fé no Divino Espírito Santo! Viva Alcântara, e seu inestimável festejo! 11 Maranhão Turismo


Escultura instalada na Avenida Litorânea, próximo à pracinha

Mobiliza SLZ vai conectar marcas e criativos na capital maranhense Iniciativa do Sebrae está reunindo parceiros de diversos segmentos para transformar São Luís na Ilha da Criatividade, no período de aniversário da capital. Fotos Sebrae-MA

Uma cidade movimentada por ações de turismo, cultura e economia criativa, com um ambiente mais do que propício para o compartilhamento de saberes tradicionais e ideias inovadoras, soluções de problemáticas, reflexões sobre pertencimento e o que define o ser ludovicense, regado por diversas expressões artísticas, culturais e de empreendedorismo criativo. Esta é a proposta do Mobiliza SLZ, iniciativa do Sebrae Maranhão que está reunindo parceiros para uma grande ocupação artística e cultural em período festivo da cidade. A ideia é promover a conexão de instituições e marcas com empreendedores criativos realizando, no período de 04 a 12 de setembro, um grande movimento que vai levar a diversos pontos da cidade ações, intervenções e eventos presenciais e digitais, que tenham em comum o objetivo de valorizar e estimular o orgulho de morar, visitar ou empreender na capital maranhense. 12 Maranhão Turismo

Mauro Borralho (Diretor Técnico do Sebrae-MA); Raquel Araújo (Gerente da Unidade de Comunicação e Marketing do Sebrae-MA); Danielle Abreu (Coordenadora do Mobiliza SLZ); e os artistas muralistas Carlos Over, Origes e Gil Leros, no ateliê de Gil, antes das esculturas serem instaladas em São Luís


Divulgação

“Estamos mobilizando órgãos, entidades, empresas, marcas e empreendedores criativos para juntos liderarmos um movimento de retomada da cidade naquilo que tem de mais singular: sua cultura, suas belezas naturais e patrimoniais, sua criatividade e empreendedorismo. Queremos que todo ludovicense e visitante reconheça a capital do Maranhão como a ilha da criatividade”, apresenta o diretor técnico do Sebrae no Maranhão, Mauro Borralho de Andrade. O diretor conta que a iniciativa foi inspirada em movimentos de ocupação e empreendedorismo de sucesso no Brasil e no exterior, como o Floripa Conecta – que consolidou a imagem da capital catarinense como cidade inovadora, e o South by Southwest (SXSW) - um conjunto de festivais de cinema, música e tecnologia que acontece toda primavera (normalmente em março) em Austin, Texas, Estados Unidos.

O Diretor Técnico do Sebrae-MA, Mauro Borralho de Andrade, destaca as oportunidades que o Mobiliza SLZ trará para fortalecer o turismo e profissionalizar o mercado de economia criativa

Além disso, o Sebrae está intensificando a divulgação da iniciativa para conquistar mais adesões de empreendedores criativos e empresas interessadas em ativar suas marcas promovendo os eixos norteadores do Mobiliza SLZ. “Os empreendedores criativos que queiram aderir ao movimento podem se inscrever diretamente no site, www.mobilizaslz.com.br. As marcas também podem usar o mesmo endereço para entender melhor a iniciativa e como podem participar”, informa Danielle Abreu. Card do movimento: Iniciativa está sendo pensada para promover uma ocupação criativa da cidade, despertando orgulho e inspiração para ludovicenses e visitantes

“O Mobiliza SLZ é um movimento da cidade, para a cidade e pela cidade, focado nos três eixos norteadores – turismo, cultura e economia criativa. Vai reunir um grande número de ações, intervenções e eventos simultâneos, que devem gerar conexões e oportunidades, construindo uma ampla rede de apoio a esses segmentos que foram bastante impactados pela pandemia. Vemos o Mobiliza SLZ, realmente, como um presente aos ludovicenses que podem, e devem, se apropriar do mesmo, integrando essa rede de relações e conexões de pessoas, empresas e organizações a qual o movimento se propõe”, complementa o executivo. Apesar de estar programado para concentrar as ações no período de 4 a 12 de setembro, o Mobiliza SLZ já começa a movimentar a capital maranhense a partir deste mês de junho, com ações pontuais lideradas pelo Sebrae e parceiros como Associação Comercial do Maranhão (ACM-MA) e Prefeitura de São Luís. “Entre as ações temos intervenções artísticas que trarão novos espaços instagramáveis para a capital, ações de comunicação e divulgação para já preparar a população da cidade para a ocupação criativa que será promovida pelo movimento”, antecipa a coordenadora do Mobiliza SLZ, Danielle Abreu.

Escultura instalada na Península da Ponta d’Areia, perto do Espigão costeiro


Setur/DF

setur São Luís participa de evento nacional de secretários de Turismo

A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Setur), participou do 1º Fórum das Capitais, evento nacional que reuniu secretários de Turismo de todo o Brasil. O evento foi realizado pela Associação Nacional de Secretários e Dirigentes de Turismo (Anseditur) e ocorreu em Brasília, esta semana. Na ocasião, a Setur São Luís assinou um Protocolo de Intenções com a Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF), bem como um Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria Municipal de Turismo de Fortaleza (SETFOR). Participaram do evento mais de 50 secretários de Turismo do Brasil e ainda o ministro do Turismo, Gilson Machado, o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Carlos Brito, o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, o deputado federal Bibo Nunes e outras autoridades. “Foi muito enriquecedor todo o evento. Participamos de uma programação sólida, com palestrantes importantes para a atuação do turismo em nível nacional. Foram apresentados caminhos importantes que devemos seguir para inserir São Luís nas ações dos órgãos nacionais do setor. Essa é uma das diretrizes do prefeito Eduardo Braide voltada para alavancar cada vez mais o setor na nossa cidade. Agora, vamos trabalhar para colocar em prática tudo que aprendemos”, afirmou o secretário municipal de Turismo de São Luís, Saulo Santos. O 1º Fórum das Capitais teve como proposta compartilhar diretrizes sobre o turismo em nível nacional, além de contar com uma programação com as equipes técnicas do Ministério do Turismo e da (Embratur). Parcerias Em visita à Setur DF, o secretário de São Luís, Saulo Santos, e a secretária do Distrito Federal, Vanessa Mendonça, iniciaram o desenvolvimento de um roteiro que vai integrar os dois destinos, somando para a economia e geração de emprego locais. Durante o evento da Anseditur, foi assinado um 14 Maranhão Turismo

Setur São Luís

A Secretária de Turismo do Distrito Federal, Vanessa Mendonça e o Secretário de Turismo de São Luís, Saulo Santos

Os secretários Saulo Santos, de São Luís, Alexandre Pereira, de Fortaleza e Joham Xavier, de Natal

Protocolo de Intenções, reafirmando o compromisso das instituições em colocar em prática esse e outros projetos juntos. “Este protocolo vem reafirmar a vontade de construir um roteiro devido à semelhança que nós observamos entre Brasília e São Luís, afinal, as duas são Patrimônio Mundial no que tange às suas arquiteturas”, explicou Vanessa Mendonça. Também durante o encontro da Anseditur, foi assinado o Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria Municipal de Turismo de Fortaleza sobre a Rota do Sol - roteiro que vai envolver São Luís, Fortaleza, Tutóia (MA) e Jericoacoara (CE). Com isto, pretende-se desenvolver e integrar ainda mais essas regiões turísticas. O secretário de Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira, destacou a importância da criação de roteiros integrados. “Com esse roteiro, nós podemos mostrar ao turista uma grande diversidade de atrativos. Além disso, aproximamos ainda mais as cidades de Fortaleza e São Luís também, fortalecendo o turismo e gerando emprego e renda”.


Fotos / Divulgação

S I T A R” – Sistema Integrado de Tratamento de Água para Reuso

SRA SANEAMENTO E REUSO DE ÁGUA LTDA A preocupação em manter o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente em perfeita harmonia não é uma meta inatingível. O uso racional e sustentável da água não é mais somente uma questão ambiental. Com a elevação dos custos das tarifas de água e esgoto, o consumo de água passou a ser uma questão econômica, que afeta diretamente a competitividade do setor. Condomínios residenciais, comerciais, inclusive shoppings centers, que demandam um grande volume de água também podem se beneficiar com as tecnologias de reuso da água. “O reuso pode gerar uma economia nas contas de água e esgoto podendo chegar a 50%. Os gastos com água e esgoto já são hoje o terceiro maior custo nos condomínios, somente menores que os gastos com pessoal e energia elétrica”. “A água reutilizada pode ser destinada a bacias sanitárias, torneiras localizadas em área comum, lavagem de pisos, irrigação paisagística, reserva técnica de incêndio, caldeira, refrigeração, enfim só serão excluídos os locais onde a água potável é necessária e exigida por normas. Mostrando que é possível aliar lucros e sustentabilidade a SRA SANEAMENTO E REUSO DE ÁGUA LTDA, focada no crescimento econômico, eqüidade social e equilíbrio ecológico, vem desenvolvendo tecnologias próprias patenteadas no Brasil, Alemanha, França, Italia e Reino Unido. A SRA

Engenheiro Luís Belfort

“S I T A R” Vista Interna

vem se preparando para se consolidar no mercado nordeste, com projetos já implantados pelo nosso Gestor de Contratos o Engenheiro Luis Carlos Belfort Gomes. A Empresa possui diversos contatos que estão sendo realizados não só na área pública como na iniciativa privada. Contato| Cel.: (21) 98355-9585


Fotos / Divulgação

Primeiro posto de carregamento para veículos elétricos Estação de bicicletas elétricas será entregue para população do Maranhão

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ão Luís receberá o primeiro projeto de Mobilidade Elétrica da Equatorial Maranhão. A empresa formalizou uma parceria com o Governo do Maranhão para a instalação de um posto de carregamento elétrico e uma estação de bicicletas elétricas que ficarão disponíveis gratuitamente para a população na cidade. A novidade é uma iniciativa do Grupo Equatorial por meio do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), e contará também com geração de energia solar fotovoltaica. O projeto, que está previsto para inaugurar em novembro deste ano, conta com o investimento de outras nove empresas do setor elétrico, representadas pela Global Participações em Energia. O investimento total do projeto em cinco estados é de aproximadamente R$ 19 milhões. A solenidade de assinatura do convênio foi realizada nesta terça-feira, 08 de junho, no Palácio dos Leões, com público restrito, seguindo todos os protocolos sanitários para garantir a segurança dos participantes, diante do cenário de pandemia. O evento contou com a presença do Governador do Maranhão, Flávio Dino; do CEO do Grupo Equatorial, Augusto Miranda; do Presidente da Equatorial Maranhão, Augusto Dantas; da Gerente de Relacionamento com Cliente da Equatorial Maranhão, Francila Soares; do Engenheiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Equatorial Energia, Lucas Pinheiro, além de outros representantes da gestão estadual e da distribuidora de energia. 16 Maranhão Turismo

Convênio entre Equatorial Maranhão e Governo do Estado viabiliza projeto de Mobilidade Elétrica em São Luís com energia renovável no Parque do Rangedor A solenidade acontece justamente em junho porque 5 de junho é Dia do Meio Ambiente, e muitas ações de conscientização e cuidados com nosso espaço se estendem ao longo deste mês. Dentre outras ações, haverá a inauguração de um Borboleteio, também no Parque do Rangedor, realizado pela Equatorial em parceria com a SEMA – Secretaria Estadual do Meio Ambiente.


A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Setur), participou de uma reunião na sede da Embratur, em Brasília, com o objetivo de estreitar laços e divulgar o destino São Luís nos meios oficiais do órgão federal. Na pauta da reunião, a necessidade de inclusão de São Luís como oferta no material publicitário da Embratur, devido à abundância de roteiros, passeios, espaços culturais, variedade gastronômica e muitos outros atrativos da capital maranhense. “Vamos mostrar ao Brasil e ao mundo tudo que São Luís tem a oferecer. Nossa cultura, patrimônio, gastronomia, praias. Tudo terá destaque não só para a população, mas para os turistas em potencial. A determinação do prefeito Eduardo Braide é que possamos gerar emprego e renda por meio do setor turístico”, disse Saulo Santos. “Pode ter certeza que, a partir desta reunião, São Luís já conta com a Embratur para realizar a promoção do destino”, disse o presidente Carlos Brito. Para que isso seja possível,

Foto / Divulgação

Setur de São Luís participa de reunião com Embratur para fortalecer turismo local

Saulo Santos, secretário municipal de turismo de São Luís (esquerda), Carlos Brito, presidente da Embratur (meio) e o Diretor de Marketing, Inteligência e Comunicação da Embratur, Silvio Nascimento (direita).

“Vamos mostrar ao Brasil e ao mundo tudo que São Luís tem a oferecer“ o secretário ofereceu materiais para a Embratur, como fotos e vídeos, de grande utilidade para que sejam feitas publicações nas redes sociais e também apresentações dos atrativos de São Luís durante a participação da Agência em feiras de Turismo.

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Entrevista

MARANHÃO CELEIRO CULTURAL Anderson Lindoso é Professor, Advogado e atualmente ocupa o cargo de Secretário de Estado da Cultura. Por Benedito Lemos Júnior | fotos Charlles Eduardo

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Maranhão, em especial São Luís, foi bastante impactado com os efeitos negativos da pandemia da Covid-19. O setor de cultura e de eventos foram, sem dúvidas, os que mais impactaram negativamente. Grandes eventos como o Carnaval e o São João foram cancelados e toda a cadeia que envolve esses setores tiveram suas atividades afetadas, algumas com paralização total. Quais os impactos e as perspectivas para o setor? Que medidas foram adotadas para amenizar essa crise? Essas são algumas das indagações que o secretário de Cultura do Maranhão, Anderson Lindoso, responde com exclusividade a Revista Maranhão Turismo. Formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, especialista em Direito Educacional e Direito Administrativo e professor do Curso de Direito do Instituto Florence, em São Luís, Anderson Lindoso é também membro correspondente da Academia Imperatrizense de Letras, ex coordenador de Regularização Fundiária do Município de São Luís e Superintendente de Terras e Habitação da Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação da Prefeitura de São Luís. No Governo do Estado do Maranhão, ocupou os cargos de Assessor Especial de Apoio Institucional na Secretaria de Estado da Gestão e Previdência, Subsecretário de Estado da Gestão e Previdência (Segep) e Assessor Especial de Apoio Institucional da Secretaria de Estado do Governo (Segov). Ocupou ainda o cargo de Secretário Adjunto de Suporte ao Sistema Educacional na Secretaria de Estado de Educação do Maranhão (Seduc), Secretário Adjunto de Administração da Seduc, presidente do Conselho de Administração da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares e auditor do Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Maranhão.

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São dois anos sem a promoção do Carnaval, do São João e outros festejos como a Festa do Divino Espírito Santo. Qual o impacto desse momento para a cultura maranhense e todo o seu entorno? É difícil mensurar o impacto global causado pela pandemia, nos vários setores envolvidos com a economia da cultura no Maranhão. Não foram apenas os artistas que foram prejudicados nesse período, mas uma ampla cadeia produtiva, com profissionais como assistentes de palco, iluminadores, técnicos de som, figurinistas, luthiers, entre muitos outros. Mas podemos usar como parâmetro os resultados obtidos no Carnaval 2020. Foi a última edição do Carnaval de Todos antes da pandemia. A festa movimentou aproximadamente R$ 35 milhões só em São Luís, gerando impacto na geração de emprego e renda. Que medidas foram adotadas para amenizar os efeitos da pandemia da Covid-19 e qual a sua avaliação dos resultados dessas ações? Desde o início da crise sanitária, a Secretaria de Estado da Cultura tem atuado para auxiliar as fazedoras e os fazedores de cultura nesse cenário pandêmico restritivo. Já lançamos quatro edições do projeto Conexão Cultural; sete editais com recursos da Lei Aldir Blanc, contemplando variadas expressões artísticas, do audiovisual ao artesanato; lançamos um auxílio emergencial da cultura para os profissionais da Ilha e um auxílio dedicado aos trabalhadores do setor de eventos. Agora, neste exato momento, atendendo a uma determinação do governador Flávio Dino, estamos realizando, em parceria com a SES, edições do Arraial da Vacinação em várias cidades maranhenses. O evento é voltado para acelerar a imunização contra a Covid-19 nos municípios do Maranhão, mas é também uma oportunidade para valorizar os artistas regionais e grupos culturais de cada localidade, muito embora as apresentações nos Arraiais da Vacinação zelem pelo distanciamento social entre artistas e o público.


Anderson Lindoso Secretário de Estado da Cultura

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A Secma lançou editais e auxílios emergenciais em benefício de artistas de todo o estado. No caso da Lei Aldir Blanc, quando foram lançados sete editais para todo o Maranhão

Quais as perspectivas futuras? Em que cenário, o Governo do Maranhão já trabalha ou vislumbra para ações e projetos que possam resgatar a pujança da cultura maranhense? A perspectiva mundial é que, com a ampla vacinação da população, as atividades possam ser retomadas. Esse também é o horizonte da Secma, mas por enquanto ainda precisamos nos manter vigilantes com o vírus. O Maranhão já está preparando novos editais em apoio aos profissionais da cultura. A Secma já elaborou 11 novos editais para aplicação dos recursos não empenhados na Lei Aldir Blanc no Maranhão. Ao todo, os editais garantem R$ 27 milhões para o setor. Estamos apenas aguardando a publicação da nova versão do decreto que vai regulamentar a lei de emergência cultural em 2021. Além dos grandes eventos culturais característicos do Estado do Maranhão, a SECMA vai implementar outras ações e projeto e em que áreas? Mesmo com a pandemia, mantivemos uma agenda de reformas de casas de cultura, diálogo intenso com os variados setores culturais, além da abertura, em regime de visitação híbrida ou remota, à visitação dos equipamentos culturais vinculados à Secma. Assim que for possível do ponto de vista sanitário, projetos como o Mais Cultura e Turismo e a Quinta do Reggae, bem como muitos outros, serão retomados. 20 Maranhão Turismo

O Maranhão possui uma imensa extensão territorial e uma rica e diversificada cultura. O que o Governo tem feito para conseguir contemplar o maior número possível de municípios e setores? Como foi citado anteriormente, a Secma lançou editais e auxílios emergenciais em benefício de artistas de todo o estado. No caso da Lei Aldir Blanc, quando foram lançados sete editais para todo o Maranhão, a Secma lançou o Plantão Itinerante para sanar dúvidas sobre o edital em todas as regiões do Maranhão. O objetivo era garantir a participação do maior número de artistas residentes nos editais da Aldir Blanc. Agora, nesse momento, com o Arraial da Vacinação sendo realizado em vários municípios, a meta da Secma é a contratação de grupos culturais de cada uma das localidades, para beneficiar artistas de todas as regiões. Quais os planos, projetos e ações inovadoras ainda não colocadas em prática que o Governo pretende viabilizar e implementar ao longo deste ano? A Secma está sempre pensando em novas estratégias, ações e projetos voltados para dinamizar a cultura maranhense em seu amplo território. Estamos esperançosos com o ritmo da cobertura vacinal no Maranhão, mas precisamos de um cenário concreto de segurança sanitária para estruturar novas ações, para não comprometer a saúde dos artistas e do público. Continuamos colaborando com os Arraiais da Vacinação e esperamos lançar o mais breve possível, novos editais para o segmento artístico maranhense. Qual o planejamento para 2022? Somente com um cenário de saúde pública totalmente favorável começaremos a desenvolver o planejamento de festas para 2022. Temos esperança que poderemos realizar o Carnaval e o São João no próximo ano, mas apenas com a expressa recomendação dos profissionais de saúde, retomaremos a agenda de grandes eventos culturais como os maranhenses e turistas gostam e merecem.



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ês de junho, São Luís e várias cidades no Estado do Maranhão, se transformam em “terreiros” a céu aberto - “palco” - onde desfilam as mais diversificadas e variadas “brincadeiras” da cultura popular maranhense, com os seus mais diversos sotaques, sons, cores e brilho, danças e poemas/ canções, que embalam, todos os anos, milhares de pessoas. por Benedito Lemos Júnior| fotos Play Vídeo Produções - Joan Santos e Charlles Eduardo

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Os terreiros ou arraiais, são os “teatros de ruas”, onde as “brincadeiras”, como o bumba meu boi, o cacuriá, as danças portuguesas, do boiadeiro, do lelê, quadrilhas, tambor de crioula e tambor de mina “encenam” espetáculos multicoloridos e de rara beleza, cada um com suas peculiaridades e características, mas, sobretudo com a interação do público, normalmente tomados em êxtase, com as bênçãos de São João, São Marçal, São Pedro e Santo Antônio. Nos terreiros, ainda, é possível apreciar, saborear e degustar comidas e bebidas típicas da época junina como o arroz de cuxá, o vatapá, a torta de camarão e de caranguejo, o mingau de milho, o manuê, o peixe frito, em especial o peixe pedra, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho, licores de tantos sabores como o de jenipapo, ou tomar a famosa tiquira, cachaça de muitas lendas e tradição no Maranhão, além da catuaba. Assim, é o São João do Maranhão, com tantas histórias, lendas e tradições, que precisam ser contadas, recontadas, narradas para não caírem no esquecimento e que possamos sempre reviver, imortalizar, os seus grandes “atores/mestres”, que com suas canções, melodias, poesias, cantos, “batidas” e amor pela arte popular transformaram o São João do Maranhão em uma das festas ou festejos mais celebrados e diversificados da cultura popular brasileira. Nesta edição, a Revista Maranhão Turismo, faz uma homenagem singela a ícones da cultura popular do Maranhão como Humberto de Maracanã, Dona Teté, Mestre Felipe, Papete, Coxinho, João Chiador, Donato Alves, Leonardo, Mestre Apolônio, Francisco Naiva, Dona Terezinha Jansen e tantos outros que são referências da cultura popular maranhense e também da cultura brasileira.

BOI DE MARACANÃ

Acendendo e “passando” fogueiras, soltando as bombinhas de São João, fazendo simpatias e promessas a Santo Antônio, o santo casamenteiro, com matracas, pandeirões, chocalhos e maracás vamos celebrar o São João do Maranhão, os seus personagens e ícones que tanto enriquecem a cultura maranhense e os nossos folguedos. 23 Maranhão Turismo


C

omeçamos pelo cantor, compositor, produtor e músico virtuoso José de Ribamar Viana, o Papete, um dos grandes divulgadores da música popular maranhense – MPM - pelo Brasil e pelo mundo afora.

Nascido no dia 8 de novembro de 1947, na cidade de Bacabal, no interior do Maranhão, a 168 km de São Luís, Papete foi também um pesquisador de ritmos como o bumba meu boi, o tambor de crioula e o tambor de mina. Na década 70 se transferiu para a cidade de São Paulo, onde difundiu a música popular maranhense. Trabalhou como percussionista de grandes artistas como Toquinho, Wanderlei Cardoso, Rosinha de Valença, Marília Medalha, Hermeto Pascoal, Osvaldinho da Cuíca, Toquinho e Vinicius, Benito de Paula, Inezita Barroso, Renato Teixeira, Almir Sater, César Camargo Mariano, Rita Lee, dentre tantos outros, que ele acompanhou ao longo de sua carreira como músico de sucesso e prestigiado pela fina nata – estampa - da Música Popular Brasileira – MPB. 24 Maranhão Turismo

Em 1972, assumiu a direção artística da gravadora Marcus Pereira, onde gravou os seus três primeiros LPs. Dentre eles, o clássico “Papete, berimbau e percussão”. No ano de 1975 participou do Festival Abertura, da TV Globo, e gravou com a cantora Ornela o disco “Uomini”, premiado, em 1977, como o Disco do Ano. Em 1978 gravou o seu mais célebre disco, o Bandeira de Aço. Entre 1979 e 1981, atuou como músico em shows de Toquinho e Vinícius de Moraes. Músico virtuoso, considerado um dos melhores percussionistas do mundo, Papete de 1982 a 1992, acompanhou Toquinho em uma turnê por 18 países, em 482 shows, além de ter participado do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, nos anos de 1982, 1984 e 1987, além de também acompanhar o músico italiano Angelo Branduardi, na década de 80. A partir da década de 90, Papete passou a fazer shows pelo Brasil com uma banda própria, interpretando músicas do Maranhão e começou a se dedicar à pesquisa, registro e divulgação das obras de compositores maranhenses. Desenvolveu vários projetos direcionados para o registro e divulgação da música maranhense, como o “Ouro de mina”, além de coordenar os trabalhos que deram origem à obra “Os Senhores Cantadores, Amos e Poetas do Bumba Meu Boi do Maranhão”, lançado em novembro de 2015.


Papete, que também era engenheiro ambiental e uma voz em defesa do meio ambiente, morreu aos 68 anos vítima de um câncer, no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, onde estava internado. Entre os parceiros, o cantor e compositor Josias Sobrinho, de quem ele gravou as músicas De Cajari Pra Capital, Dente de Ouro, Catirina, Engenho de Flores, O Biltre, além de comporem em conjunto a A Lida do Vaqueiro. Papete ainda gravou de Josias Sobrinho as músicas Verão, em parceria também de Ronald Pinheiro e Betto Pereira e Quadrilha, composta por Josias, Chico Maranhão, Ronald Pinheiro, Sérgio Habibe e Godão. Josias Sobrinho conta que conheceu Papete nos anos setenta na época da pré-produção do disco Bandeira de Aço. “Ele (Papete) me procurou para que assinasse o contrato de edição das minhas músicas que entrariam no álbum e a ficha de associação à sociedade de autores, a Sicam”, disse. Inicialmente, complementa Josias Sobrinho “seria duas músicas, mas ele acabou gravando as quatro primeiras canções da lista que enviei” ao relatar que “depois de alguns equívocos sobre questões referentes aos direitos autorais e alterações feitas às obras de forma geral nos afastamos, mas aos poucos fomos nos reaproximando até a indicação do meu nome por parte dele para a criação da trilha sonora da Ópera Boi Catirina, onde trabalhamos juntos em algumas músicas, outras fiz sozinho”.

Josias Sobrinho, compositor de músicas que ecoam em todo o Maranhão e no Brasil, principalmente nos festejos juninos, narra ainda que, juntos, participaram da criação do libreto e, em 2005, Papete assinou a produção, tocou percussão e dividiu uma interpretação com ele no CD que gravou para a CPC UMESP de São Paulo. Como disse Josias Sobrinho em sua Terra de Noel, “não vou tirar meu chapéu P’ra qualquer vagabundo, nasci na terra de noel, sou cidadão”, em um verdadeiro à música popular maranhense que vai ganhando o mundo por sua riqueza de sons e, em especial, por suas letras/poemas tão sutis.

Discografia •Berimbau e percussão (Discos Marcus Pereira - 1975) • Bandeira de aço (Discos Marcus Pereira - 1978) • Água de Coco (19791980/) • Planador (1982) • Papete (1987) • Rompendo fogo (1989) • Bela Mocidade (1991) • Voz dos arvoredos (1992) • Laço de Fita (1994) • Música Popular Maranhense (1995) • Papete (1996) • O melhor de Papete (1997) • Tambô (1999) • Era uma vez... (2004) • Jambo (2006) • Aprendiz de cantador (2008) • Estrada da Vitoria (2010) • Senhor José (2013) 25 Maranhão Turismo


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“Urrou” de Coxinho, o Hino do Folclore maranhense. Bartolomeu dos Santos, o Coxinho, é um dos ícones, resistência e referência da Cultura Popular do Maranhão,

além de ser considerado e aclamado por pesquisadores, estudiosos e amantes do bumba meu boi como o maior cantador de boi do Maranhão. Coxinho, fundador e amo do Boi de Pindaré, se dedicou por mais de três décadas ao folclore maranhense. Nascido no dia 24 de agosto de 1910, em Lapela, em Vitória do Mearim, começou muito cedo, aos 14 anos, como vaqueiro no Boi Reis do Ano. No ano de 1945, Coxinho fez parte dos batalhões dos bois de Viana e Pindaré e, em 1977, passou a comandar a sua grande paixão, o Boi de Pindaré. Um de seus filhos, José Plácido Sousa dos Santos, o Zequinha de Coxinho, seguiu os passos do pai, e se tornou cantador, além de fazer uma homenagem ao seu pai, com um documentário realizado em parceria com o jornalista José Raimundo Rodrigues e com Careca de João Câncio. Com cerca de uma hora e meia, o vídeo produzido no ano de 2013 reúne cenas da vida de Coxinho em família, depoimentos de amigos, roda de conversas e outros momentos do amo que se consagrou como cantador e grande compositor do bumba meu boi.

A mais famosa obra – toada - de Coxinho, o “Urrou do Boi”, de 1972, foi reconhecida e oficializada como Hino do Folclórico do Maranhão através de um projeto de lei do então deputado estadual Benedito Coroba e sancionado pelo então governador Edison Lobão, que tornou obrigatória sua execução na abertura e final de eventos culturais realizados no Maranhão. Coxinho morreu aos 81 anos em 3 de abril de 1991 e suas toadas ainda ecoam nos arraiais do Maranhão em especial quando “Lá vem meu boi urrando, subindo o vaquejador, deu um urro na porteira meu vaqueiro se espantou, o gado da fazenda com isso se levantou” e todo povo todo, sempre com alegria, do som e a poesia de Coxinho, “Saí pra cantar boi bonito, pois São João mandou”. 26 Maranhão Turismo


C

hiador: “terra das palmeiras, onde canta o sabiá”. João Costa Reis, o João Chiador ou simplesmente Chiador, foi amo do Boi da Maioba, um dos principais grupos de boi no sotaque de matraca, por 32 anos.

Entre tantas toadas/poesias imortalizadas nas mentes e coração dos maranhenses e outras tantas pessoas, estão “Cidades dos Azulejos” e “Nossa Senhora de Aparecida”. Chiador em “São Luís, cidade dos azulejos, dos prédios antigos e das casas coloniais” ecoou o seu canto na “terra das palmeiras, onde canta o sabiá”. Ele (Chiador) ainda suplicou a “Nossa Senhora Mãe Aparecida não me deixe morrer de medo pelo o que pode acontecer diante de negras profecias”. Como que prevendo tempos incertezas, dúvidas e um futuro incerto diante dessa pandemia da Covid-19, o filho do cantador Cândido Reis, já anunciava “que é chegada a hora da transformação, para o que der e vier e seja o que Deus quiser”. Chiador, fez história no Batalhão Pesado do Boi da Maioba, e ao lado de tantos amos, compositores e poetas da cultura popular do Maranhão destilaram e destilam poesias, sons e cantorias em cenários de tantas histórias e lendas do São João do Maranhão.

Chiador morreu aos 78 anos de uma parada cardiorrespiratória, deixando um legado imensurável para a cultura maranhense. Ele também foi amo do Boi de Ribamar.


G

uriatã, o pássaro cantador, que fez tremer o chão. Humberto Barbosa Mendes, o Humberto de Maracanã,

nasceu em São Luís, no dia 2 de novembro de 1939, e ao longo do tempo, se transformou em um dos mais populares e mais respeitados amo, cantor e compositor do Bumba Meu Boi, no Maranhão. Iniciou sua longa carreira, ainda na infância, cantando no Boi de Maracanã, a partir de 1973, com outros cantores. Já, em 1981, tornou-se o amo da brincadeira e passou a liderar o grupo, uma referência da cultura popular maranhense. Em suas toadas, Humberto abordava temas como as belezas da natureza, a história de seus antepassados africanos e indígenas, além do compromisso com as divindades e com São João Batista, que “foi quem me determinou deveria cantar no boi”. No ano de 2008, foi agraciado pelo Ministério da Cultura como “Mestre em Cultura Popular”, além ter sido condecorado com a Medalha de Honra ao Mérito La Ravadière, pela Câmara de Vereadores de São Luís.

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Humberto aos 12 anos de idade já era compositor e intérprete de toadas e, aos 34 anos, tornou-se, o Humberto do Maracanã e comandou, por mais de quarenta anos, o batalhão de ouro do Boi de Maracanã. Entre, as suas belas toadas, “Maranhão, meu tesouro, meu torrão”, é um “hino” do Boi de Maracanã, do Estado, em especial nos “terreiros”, quando o chão tremia com a voz e os sons e batidas de matracas e pandeirões do Boi de Maracanã. Humberto, que era casado e pai de 22 filhos, morreu de falência múltipla dos órgãos em 19 de janeiro de 2015, aos 75 anos, em São Luís, e deixou “um legado cultivado por nós, pra compor tua história Maranhão”. Entre outras homenagens, o documentário Guriatã, lançado em 23 de junho de 2018, véspera de São João, na comunidade do Maracanã, na zona rural de São Luís, narra a história e o legado do mestre Humberto de Maracanã. Com direção de Renata Amaral e produção de André Magalhães, pesquisadores de cultura popular e integrantes do grupo A Barca, o documentário iniciado em 2010, tem registros de ensaios e apresentações do grupo, em toda a temporada junina, com o ciclo da brincadeira: o nascimento, o batizado e a morte do Boi, além dos encontros tradicionais de

Bois de São Pedro e São Marçal. Guriatã foi premiado como melhor filme e melhor filme pelo júri popular no Festival Maranhão na Tela e Menção Honrosa no Festival Guarnicê. São gravações de arquivo e os últimos momentos de Humberto de Maracanã como o encontro dele (Humberto) com Pai Euclides Talabyan, da Casa Fanti Ashanti e com o Mestre Apolônio, do Boi da Floresta, também já falecido. Humberto de Maracanã teve composições gravadas por Alcione, a Marrom – “Maranhão, Meu Tesouro, Meu Torrão” e por Maria Bethânia “A Coroa”, no disco A Cena Muda, de 1974. Também gravaram suas músicas, os artistas maranhenses Cláudio Pinheiro, Rosa Reis e Roberto Ricci. Para Maria José, Maria de Maracanã ou Maria de Humberto, viúva do cantador e presidente do Boi de Maracanã, o legado e as tradições deixadas pelo Guriatã nunca cairão no esquecimento. “Aqui, no Maracanã, apenas não há a presença física de Humberto. Os seus herdeiros e toda a comunidade mantem viva a nossa cultura e o nosso boi, apesar de todas as dificuldades nesse momento atual com a pandemia”, disse. Dona Maria do Boi de Maracanã também relembra que “Humberto foi uma força e tradição do Boi de Maracanã e da cultura popular. O seu legado e a sua história sempre estarão presentes. É a nossa tradição, que sempre se manterá viva”. 29 Maranhão Turismo


A

“Bela Mocidade” na cidade de Axixá. Um dos mais belos e tradicional boi de orquestra do Maranhão, o Boi de Axixá, tem em sua história de origem um componente distinto dos demais bois do Maranhão.

Fundado no dia 1º de janeiro de 1959, por Francisco Naiva, o Boi de Axixá, não é resultado de pagamento de promessa como normalmente ocorre e, sim, por amor à brincadeira e à cultura popular de Francisco Naiva. Ao longo do tempo foram várias as transformações que ocorreram. Inicialmente, as mulheres eram proibidas de brincar, mas, depois os índios e soldados saíram da brincadeira, e as mulheres foram inseridas, também como as índias transformando o boi, que segue tradicionalmente o ciclo da manifestação, com ensaios, batismo, apresentação e morte, envolvendo as comunidades do município de Axixá, de São Luís e outras localidades.

Francisco Naiva

Reflexo da paixão de Francisco Naiva, o boi desde a sua fundação, sempre reuniu pessoas simples que amam o Boi de Axixá, a cultura popular do Maranhão e o folclore maranhense. Leila Naiva, relata com emoção que o seu pai (Francisco Naiva) um homem simples, que foi músico da Polícia Militar, chegou a ser delegado de Axixá, teve uma vida de dedicação e de muito amor ao Boi de Axixá, “levando o nome e a cultura de sua cidade (Axixá) a todos os recantos do Maranhão, mesmo sem apoio”, disse Leila ao revelar que seu pai “chegou a vender uma casa para garantir que o boi brilhasse nos arraiais do Maranhão, além de propiciar alegria a inúmeras pessoas, em especial, aos axixaenses que esperam o ano todo o início dos festejos para brincar nos terreiros do Maranhão”. “Agora, estamos fazendo uma homenagem a ele com um grande mural com seis metros de altura e quatro de largura do artista visual Gil Leros, como parte do projeto “Amo, Poeta e Cantador: Murais da Memória pelo Maranhão” que vai homenagear 10 personalidades do Bumba meu Boi do Maranhão. Além disso estamos firme na implantação do Museu do Boi de Axixá, um espaço que vai também dispor de um local para exposição e comercialização de trabalhos da comunidade, gerando emprego e renda e novas oportunidades para a população local”, revelou Leila Naiva. Francisco Naiva, morreu aos 81 anos, com falência múltipla dos órgãos, em decorrência de pneumonia. O amor à cultura e a inspiração “dos ventos buliçosos que balançava teus cabelos”.

Donato Alves

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Nascido em 17 de fevereiro de 1932, no povoado de Veneza, no município de Axixá, Donato de Paiva Alves, ou simplesmente Donato Alves, teve em sua musa, a Dona Conceição de Maria Almeida Alves, a Loura, como era conhecida no boi e por todos e com quem foi casado por 38 anos, a sua grande fonte de inspiração. A sua filha Danielle Alves revela que os seus poemas ou belas canções sempre tiveram fonte e origem nesse grande amor. “Em uma dessas idas e vindas para Axixá, após apresentações no São João, em São Luís, surgiu a Bela Mocidade. Meu pai sempre preferiu andar de barco. Em uma noite voltando para Axixá, no barco, pensando em minha mãe e sentindo no rosto a brisa do mar compôs a música Bela Mocidade”, narrou ao cantar um trecho da música em que ele (Donato Alves) fazia uma grande declaração de amor: “o vento buliçoso balançava teus cabelos e eu ficava com ciúme do perfume ele tirar, mas quando o banzeiro quebrava, teu lindo rosto molhava e a gente se rolava na areia do mar”. A música/toada “Bela Mocidade”, um hino do Boi de Axixá, também foi gravado pela cantora baiana Maria Bethânia tornado um sucesso nacional. Leila Naiva e Donato Alves

Danielle disse ainda que a principal qualidade de Donato Alves era a sua simplicidade. “Meu pai é filho do pescador Bernardo dos Santos Alves e de Dona Ana Anízia de Paiva Alves. Não tinha ambição. O seu prazer era vê as pessoas cantarem e dançarem suas músicas. E, sempre ensinava: a vida só vale a pena quando a gente faz dela um riso, e assim foram 52 anos cantando até que Deus o levou para cantar no céu”, disse emocionada. Dentre tantas toadas de sucesso e “poemas de fino trato” de Donato “Essas Emoções” foi regravado pelo cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro. Como diz a sua filha Danielle, Donato apesar de ter cursado somente até o quarto ano primário, tinha como parâmetro, o perfeccionismo. “As suas letras eram como filhos. Tratava de uma forma tão cuidadosa para não ter nenhum erro de português”. Além, disso os versos de Donato transbordavam amor, em especial à sua musa, a Dona Loura, emoções e paixões por Axixá e pela cultura maranhense que “ele teve a honra de divulgar nacionalmente como em “Essas emoções” em que ele (Donato) sutilmente poetizava “Não importa a noite. De qualquer maneira nós vamos brincar. Preparem seus corações para essas emoções, que trago de Axixá”. Donato Alves morreu aos 81 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

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A

irreverência e sensualidade do Cacuría de Dona Teté Almerice da Silva Santos, a Dona Teté, nasceu em São Luís, no dia 27 de junho de 1924.

Compositora e cantora maranhense se tornou “imortal” com o famoso, sensual e irreverente cacuriá. Passou a ser chamada de Teté no dia do seu batizado, a pedido do padre, que achava o nome Almerice muito grande para uma menina tão pequenininha, segundo “reza a lenda” de tantas histórias e irreverências de Dona Teté. Viveu a sua infância no bairro do João Paulo na rua que hoje se chama Riachuelo. Aos 12 anos já trabalhava como empregada doméstica. Somente aos 58 anos começou a cantar no cacuriá. De uma vida difícil cursou apenas a 1ª série do ensino fundamental, pois não tinha como pagar os estudos e tinha que trabalhar para se manter. Aprendeu a tocar caixa sozinha aos oito anos de idade Aos 50 anos iniciou a sua vida artística participando das festividades do Divino Espírito Santo, promovidas pelo folclorista Alauriano Campos de Almeida, o “Seu” Lauro, na Vila Ivar Saldanha, em São Luís. Irreverente e polêmica, em especial por sua dança sensual – no cacuriá do Seu Lauro, Teté sempre se destacava e, em 1980, recebeu o convite do Laboratório de Expressões Artísticas, o Laborarte, para ensinar o toque de caixa do Divino para a peça teatral “Passos”.

Em 1986, com a ajuda do Laborarte, criou o Cacuriá de Dona Teté, conhecido e reconhecido no Brasil e fora do país, com apresentações em vários estados, como o de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pernambuco, Tocantins e Bahia, e fora do país, como em 1994, em Portugal. Dona Teté também foi coreira de tambor de crioula e rezadeira de ladainhas. A alegria, a irreverência e o carisma são algumas de suas marcas e características mais marcantes. Sempre em suas apresentações colocava todo mundo para dançar e cantar. Entre as suas principais músicas estão “Choro de Lera”, “Jabuti” e “Jacaré”.

Como anunciava Dona Teté, com muita alegria e descontração ao chegar nos terreiros, “Boa noite minha gente. Foi agora que eu cheguei. Fui chegando e fui cantando. Se é do seu gosto eu não sei” e duvidada que “nunca vi rapaz solteiro, ter palavra no que diz”, e, ainda, mandava recado e anunciava que “não cantamos tudo hoje, deixo o resto pra amanhã” e sempre haverá amanhã, pois com certeza a sua magia, o seu toque de caixa e suas canções estarão presentes nos arraiais e na história do Maranhão. 32 Maranhão Turismo


D

ona Terezinha Jansen é uma das “figuras” mais conhecidas e emblemáticas por sua dedicação, amor e apoio à cultura popular maranhense.

Dona do Boi Fé em Deus, no sotaque zabumba, fundado em 1930 por Laurentino, no bairro Fé em Deus, em São Luís. Primeiro, ela foi eleita madrinha do Boi Fé em Deus e em 1977, a família de Laurentino, pediu que ela assumisse o comando da brincadeira no sotaque de zabumba, que tem origem africana e veio primeiro para Alcântara e posteriormente foi se espalhando para outros municípios maranhenses, como o de Guimarães. Dona Terezinha sempre ensinava e compartilhava do pensamento que o boi não é só um espetáculo folclórico, mas, sim uma tradição tão forte que perdura além das festas juninas. Após, os festejos juninos, ela dava 15 dias de folga para todos, e em seguida todos começavam a trabalhar para a temporada seguinte do São João e para a morte do boi. O Boi da Fé em Deus foi fundado por Laurentino Araújo como pagamento de uma promessa a São João, a partir de um time de baralho e atualmente possui mais de 120 integrantes de São Luís e de outros municípios maranhenses como Central e Mirinzal. O Boi foi comandado por Terezinha Jansen por mais de 38 anos que buscou a integração da comunidade com as atividades do boi e do tambor com a promoção de palestras, minicursos e outras atividades para crianças e adolescentes. Na comunidade da Fé em Deus, os moradores dividem suas atividades entre os festejos juninos, os seus deveres e a preparação do boi. A roupa boi é uma das mais sofisticadas e incrementadas, com miçangas, canutilhos, fitas coloridas e gregas. As indumentárias, saiotes e chapéus de fita, são todos bordados delicadamente, chegando a pesar até 10 kg. O Boi da Fé em Deus é rigoroso em relação ao batismo e só brinca o São João após o batismo realizado sempre na prévia do santo, na sede do boi. Para os brincantes, o batismo representa a proteção e bênçãos para quem dança e para o boi. 33 Maranhão Turismo


S

eu Apolônio, amo do Bumba Meu Boi da Floresta, sotaque da baixada, comandou por mais 90 anos a cantoria da brincadeira.

Nascido em 23 de julho de 1918, no município de São João Batista, no interior do Maranhão, ele iniciou desde cedo a sua paixão que se transformou em dedicação total e integral. Apolônio fundou o grupo do Bumba Boi Turma de São João Batista, junto com o seu irmão Antônio, no bairro da Floresta. Na década de 1980 criou também o Tambor de Crioula. A Sociedade Junina Turma de São João Batista é um grupo reconhecido nacionalmente e internacionalmente pela preservação das tradições culturais, além de desenvolver um trabalho importante na Liberdade de formação com crianças e adolescentes, desenvolvendo atividades de bordado, confecção de careta de cazumbá, chapéus e instrumentos de percussão. A dedicação de Seu Apolônio pela cultura popular foi reconhecida pelo governo federal, no ano de 2011, com a ordem do Mérito Cultural, maior honraria concedida aos artistas brasileiros. Mestre Apolônio Melônio morreu aos 96 anos, no dia 02 de junho de 2015, vítima de insuficiência renal.

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Nadir Cruz ao lado do Mural do Mestre Apolônio do Boi da Floresta, obra assinada pelo artista Gil Leros


F

elipe Neres Figueiredo, o Mestre Felipe, foi um dos maiores mestres do tambor de crioula do Maranhão. Natural de São Vicente Férrer,

Mestre Felipe começou a tocar tambor aos três anos de idade. Comandou o Tambor de Crioula União de São Benedito, com vários CDs gravados. O percussionista Luiz Cláudio relata que Mestre Felipe, mestre em carpintaria também, rompeu paradigmas ao permitir que mulheres participassem de oficinas de tambor de crioula. “De forma inédita, ele quebrou um tabu muito grande. Mulheres faziam aulas no Laborarte. Entre elas, Soraya Alhadefe” revelou ao comentar que o Mestre Felipe sempre dizia e defendia “essas mulheres tocam maravilhosamente. Deviam tocar juntos com os grupos de tambor de crioula”. Ao final da oficina, Luiz Cláudio disse que a partir daí começou a tocar no Tambor de Crioula e ter uma convivência

maior com o Mestre Felipe e sua esposa, a Dona Mundica. “A nossa convivência foi muito mais humana, de amizade, de que como pesquisador musical. Ainda, hoje, é pra mim, mesmo, eles não estando mais aqui entre nós, uma força, uma magia, uma resistência da cultura popular maranhense. Foi uma convivência de aprendizado. A minha base é a cultura popular. Os ritmos do Maranhão. Aprendi tudo de forma natural”, relatou. O músico e pesquisador cultural revelou ainda que acompanhou Mestre Felipe em uma Oficina de Tambor de Crioula no Rio de Janeiro em um festival de jazz.

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L

eonardo Martins dos Santos, o Mestre Leonardo, comandou o Boi e o Tambor da Liberdade por mais de 40 anos. Nascido na cidade de Guimarães,

no interior do Maranhão, em 06 de novembro de 1921, antes de fundar seu próprio grupo, brincou no Boi de Mizico, sotaque de zabumba, na Vila Passos, em São Luís. Em 1956, Leonardo e João Abreu, Popó, Romário, Virício e Sebastião Barbeiro fundaram o Boi da Liberdade, símbolo de resistência e um dos grupos mais longevos da cultura popular do Maranhão. O primeiro disco do grupo foi lançado em 1988, produzido pelo compositor e cantor Chico Maranhão. Já, o percussionista paraense Luiz Cláudio, radicado no Maranhão no fim da década de 1970, produziu o CD Resistência, que está disponível também em todas as plataformas digitais. “Era um domingo. Quando desci do ônibus Calhau, no Centro de São Luís, na Praça Deodoro, quando escutei de longe a murrada do Tambor de Leonardo”, relatou o percussionista que curioso “seguiu o caminho do som e se deparou com o grupo todo se apresentando ao ar livre em plena praça”, narrou. Luiz revela que, na semana seguinte, estava pegando no centro o busu vermelhinho da Liberdade e iria desembarcar “em uma de suas mais belas jornadas e experiências como pessoa e músico, conhecer e conviver com Mestre Leonardo, sua família e toda a turma do bairro da Liberdade”.

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Mural do Mestre Leonardo do Boi da Liberdade, obra assinada pelo artista Gil Leros

“Passei a frequentar a casa do mestre com mais frequência durante o dia. O Tambor é uma ciência e história de vida dos pretos. É expressão de força, alegria e resistência. São feirantes, carroceiros, pedreiros, vigias, empregadas domésticas, lavadeiras, estivadores, carpinteiros, que levam uma vida diária pesada anonimamente, mas que brilham como reis e rainhas nas festas de tambor”, enfatizou.


“Quando os escravos africanos chegaram no Maranhão, eles já haviam perdido tudo, incluindo suas famílias. Tudo, menos sua música e sua arte. Essas sementes milagrosas parecem ter encontrado aqui (o Maranhão) um solo fértil para crescer e multiplicar. Essas sementes foram as pessoas que tinham o conhecimento e a força dos ritmos, que sobreviveram graças ao milagre de seus tambores e a magia de sua música”. Hoje o Tambor existe, persiste e resiste. Uma nova geração liderada por Regina Avelar, filha do mestre, está empenhada em manter a tradição viva. “Há de se ter o cuidado apenas para não ocorrer um desvio da forma de tocar original do sotaque de Guimaraes, que é balanceado, não pode ser tocado muito acelerado”, comenta Luiz Claudio. No ano de 2020, a pesquisadora Marla Silveira, lançou

o livro “Nas entranhas do bumba meu boi”, resultado de sua dissertação no mestrado em Cultura e Sociedade da Universidade Federal do Maranhão. A obra aborda as estratégias para botar o boi na rua e o protagonismo feminino na manifestação. Regina de Leonardo, filha do mestre fundador, assumiu o comando do grupo após o falecimento do pai. “O Boi de Leonardo tem uma tradição representada simbolicamente, pelo nome de um importante mestre da cultura popular brasileira, Leonardo, e, ritualisticamente, assegurada por todos os seus integrantes, que por meio dos rituais e dos movimentos, fazem deste Boi uma manifestação cultural de resistência e fé”, aponta Marla em texto no encarte do disco Resistência. O mestre Leonardo, do Boi da Liberdade, ganhou do artista Gil Leros uma justa e oportuna homenagem, um grande mural no Bairro da Liberdade, em São Luís.

O percussionista paraense Luiz Cláudio no Tambor de Crioula do Mestre Leonardo

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J

osé Ribamar Tavares, o Mestre Zé Banana, um dos grandes mestres da cultura popular do Maranhão,

foi um dos fundadores da Associação de Tambor de Crioula do Estado do Maranhão e da Federação de Tambor de Crioula do Maranhão. O Mestre Zé Banana, do Tambor de Crioula Boa Esperança e da Sociedade Umbandista Boa Esperança, faleceu aos 78 anos de idade, no dia 16 de junho de 2021, em decorrência de um AVC –Acidente Vascular Cerebral. Uma vida dedicada a preservação e difusão da cultura popular maranhense, principalmente na Associação e na Federação do Tambor de Crioula. Entre tantas lutas e conquistas, destaque, para a criação da Casa do Tambor de Crioula, no Centro Histórico de São Luís, um espaço destinado a preservação e divulgação de uma das mais tradicionais manifestações culturais do Maranhão, o Tambor de Crioula. Foram noites e noites em que Zé Banana e outros mestres, mestras, coreiras e coreiros tocaram e dançaram nas ruínas até que o sonho da Casa do Tambor se concretizasse, pela magia do som, da dança e da energia e sinergia do Tambor de Crioula. O mestre e babalorixá Zé Banana foi também fundador da Tenda Boa Esperança na comunidade do Bom Jesus, em São Luís. Mestre Zé Banana, que também era umbandista, era um artista múltiplo, atuando nas manifestações do Tambor de Mina, Também de Crioula e Festa do Divino. Uma de suas últimas apresentações foi no Festival de Cantadores de Tambor de Crioula do Maranhão, em dezembro de 2020, a convite

do produtor cultural e poeta, Paulinho Dimaré. “Perdi um grande parceiro e amigo”, relata o presidente da Federação de Tambor de Crioula do Maranhão, o arte-educador Paulinho Dimaré, ao enfatizar o legado deixado pelo Mestre Banana à cultura popular maranhense. “Foram 70 anos de arte, cultura e ensinamentos. Com a força de seus encantados, ele (Mestre Banana) passava três noites sem dormir tocando tambor e transmitindo conhecimentos de nossa cultura para várias gerações”, destacou. Além disso – narra Paulinho de Maré – Mestre Zé Banana era uma pessoa preocupada com a valorização do Tambor de Crioula e lutava pelo pagamento digno e justo de cachês aos músicos e todos que participavam da “brincadeira”. “Como podem pagar tão pouco pelas apresentações do Tambor de Crioula, que é reconhecido nacionalmente como Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional?”, questionava o mestre. Paulinho Dimaré propõe que seja feito um mapeamento e registro dos cantadores de São Luís, não só pelo seu valor histórico, mas também para a produção de conhecimentos e ensinamentos que devem ser repassados para gerações futuras, além da valorização daqueles que deixaram um importante legado para a cultura popular do Maranhão.

Mestre Banana e Paulinho Dimaré

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Z

é Pivó, compositor, intérprete, ícone da cultura popular maranhense e referência do samba,

marcou história na Escola de Samba Turma da Mangueira e no Bloco Fuzileiros da Fuzarca, um dos mais antigos e tradicional grupo do carnaval de São Luís. Em parceria com Seu Dito, compôs o samba dos 50 anos da Turma da Mangueira, em 1979, que se tornou um hino da escola tradicional do carnaval maranhense e uma música cantada em toda e qualquer festa carnavalesca na capital, São Luís. Foram anos de dedicação a Turma da Mangueira, escola de samba mais antiga de São Luís, fundada em 25 de dezembro de 1928, no bairro de João Paulo, nas cores verde e rosa, as mesmas da Mangueira, do Estado do Rio de Janeiro. Com Zé Pivó, uma lenda do carnaval maranhense, a Mangueira, em 2006, fez uma homenagem ao MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, ficando entre as cinco melhores escolas. Em 2007, com uma homenagem a São Luís, com o enredo “São Luís, verde que te quero bela”, ficou também entre as cinco melhores escolas. A escola, que tem sua origem no Bairro do João Paulo, palco da tradicional Festa de São Marçal, homenageou também os 120 anos do Bumba Meu Boi da Maioba.

De olho no futuro e pensando na preservação de suas tradições, o projeto Fuzileiros do Amanhã, com crianças e adolescentes, segue em frente repassando o amor e os ensinamentos de metres tradicionais da cultura popular maranhense para várias gerações. O músico e compositor Renato Guimarães, sobrinho de Pivó, conta que foram 15 anos de convivência e aprendizado com o músico e compositor Zé Pivó, um cidadão de muitas histórias, de amor e dedicação ao samba e um profissional e ser humano exemplar e ético. “Ele (Pivó) é uma referência para mim. Ele tinha o samba na veia. Conviveu com o maestro João Carlos, pai da cantora Alcione, além de ser um magnífico compositor”, relata.

No Bloco Fuzileiros da Fuzarca, Pivó compôs a música “Sandália de Prata”, que se transformou em uma marca do bloco, que foi fundado em 11 de fevereiro 1936, na Rua Antônio Rayol, no centro de São Luís. O nome do bloco surgiu a partir do filme “Os Fuzileiros”, que passava no Cine Rialto, que ficava localizado na Rua do Passeio. O grupo assistiu ao filme e decidiu que o bloco seria batizado de Os Fuzileiros da Fuzarca, O bloco ganhou fama internacional em 2005, quando participou do Festival Paris Quartier D’Eter, na França, em 2005. Tradicional, Os Fuzileiros da Fuzarca reúne a velha guarda do samba, pessoas de 70 até de 90 anos de idade, e jovens das mais variadas idades, que na rua Afrânio Peixoto, no coração do bairro Madre Deus, sede da agremiação, preservam a tradicional brincadeira. A Madre Deus, declarada em projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa como Patrimônio Cultural e Imaterial do Maranhão, abriga também muitos outros grupos, como a Turma do Quinto, o Bloco Tradicional os Feras e o Boi da Madre Deus.

Patativa e Zé Pivo

Zé Pivo e o sobrinho Renato Guimarães

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18 de junho Dia Nacional do Tambor de Crioula por Benedito Lemos Júnior| fotos Charlles Eduardo

Reconhecido no ano de 2007 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, o Tambor de Crioula é uma das mais ricas e tradicionais manifestações da cultura popular maranhense. O diretor da Casa do Tambor de Crioula do Maranhão, Neto de Azile, conta que há 40 anos, o Tambor de Crioula, passou a ocupar o grupo de ativos turístico do Maranhão quando a Maratur, a Empresa de Turismo maranhense, entendeu que o tambor era uma manifestação que poderia agradar ao mercado cultural turístico. “A partir daí os grupos de tambor de crioula deixaram de ser uma brincadeira de diversão, ultrapassaram a dimensão devocional de promessa e festejos e passaram a se apresentar, tornando-se, assim, um produto cultural como ativo turístico ocupando os arrais e também no carnaval”, enfatiza.

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Neto de Azile diretor da Casa do Tambor de Crioula do Maranhão

Ele destaca, ainda, que o Tambor de Crioula é atemporal, sendo realizado o ano interior, mas “o seu fortalecimento enquanto produto cultural acontece nos dois grandes eventos do calendário festivo do Maranhão, o Carnaval e o São João, além de trazer a sua ancestralidade, a sua raiz negra como base da cultura maranhense e, assim, se torna um elemento único maranhense de ocorrência local, com repercussão nacional, empoderando o modo de ser e fazer do maranhense em seu canto, em sua dança, suas superstições e devoções”, assinala. Para Neto de Azile é preciso a implementação de uma política eficaz para proteger esses saberes dos grandes mestres e mestras, além de estimular jovens para a renovação permanente de acordo com o próprio modo de ser e viver e de repasse de conhecimentos das comunidades tradicionais de cultura popular. “Essas comunidades tem o seu tempo, o seu formato da prática de ensino. Mas, a gente percebe que há uma distância muito grande entre o número de jovens que se inserem no universo criativo do Tambor de Crioula e número maior de idosos”, reflete. Ele entende que essa política deve unir todos para a preservação do Tambor de Crioula. “Há de se iniciar dentro das comunidades um processo de inserção da comunidade como um todo e das pessoas em seu entorno para a prática. Em escolas públicas, estadual e municipais, deve ser implantado um trabalho de educação patrimonial, inserindo nas aulas de história, geografia os saberes populares tradicionais”, defendeu.

Carla Coreira, que define “o Tambor de Crioula como a sua própria vida”, com a ajuda de amigos fundou uma Capelinha de São Benedito na Praça da Faustina, na Praia Grande, no Centro Histórico de São Luís, colaborando com a manutenção e preservação do Tambor com a promoção de oficinas e rodas de tambor. “Sou muito devota de São Bendito. Estamos aqui há oito. Local onde já passaram diversos mestres e mestras da cultura popular maranhense. Vou morrer aqui. Eu amo muito o Centro Histórico de São Luís e sua cultura”, destacou.


Secretário de Estado do Turismo, Catulé Júnior Prefeito Municipal de Barreirinhas Dr Amílcar inaugurando o portal da Lagoa Bonita

mais obras PARA OS Lençóis Maranhenses Reurbanização da entrada da Barreirinhas, Portal da cidade, Escadaria da Lagoa Bonita, Atracadouro e Centro de Atendimento ao turista em Atins essas foram algumas das obras anunciadas pelo Secretário de Estado do Turismo, Catulé Júnior, no dia 02 de junho, em Barreirinhas, durante evento em comemoração aos 40 anos de criação do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (PNLM). “Esse ano será repleto de entregas e presentes para nossos polos turísticos. Sabemos que a pandemia atrasou alguns planos, mas o governo do estado assumiu a missão de preparar a casa e a infraestrutura turística. Hoje entregamos a escadaria de 80 metros no circuito lagoa bonita e na segunda-feira (07) começaremos a obra da reurbanização com drenagem, asfalto, calçamento e iluminação que a entrada de Barreirinhas merece” afirmou o secretário de turismo do Maranhão, Catulé Júnior, durante assinatura da ordem de serviço de mais uma obra para a região. O governo do estado também esteve presente com o superintendente de articulação política, Manoel Rodrigues, e com o secretário de meio ambiente e recursos naturais, Diego Rolim que, na ocasião, empossou conselheiros da APA da foz do Rio Preguiças (CONEPEQ). “Com a aproximação do dia do meio ambiente comemorado no próximo dia 05 de junho e as 4 décadas do PNLM, estamos muitos felizes com os presentes recebidos na área ambiental e do turismo. Fruto dessa construção coletiva de ações e obras pela gestão municipal e estadual além do conselho municipal de turismo, cooperativas de transportes e agências (CONTUR, COOPTOUR, ACONTUR e AVBTUR)” explicou o prefeito municipal Dr Amílcar. 42 Maranhão Turismo

Destino Lençóis e Delta Além da reurbanização da entrada da cidade, Barreirinhas vai ganhar portal, letreiro e nova sinalização turística até o final do ano. As obras fazem parte do programa Destino Lençóis e Delta, coordenadas pela Secretaria de Estado do Turismo, que vai levar 20 milhões de reais em ações e obras para os 8 municípios da região. Em Atins será construído um atracadouro flutuante/ ponto de espera e Centro de Atendimento ao Turista (CAT), espaço de informações e também de atuação conjunta da polícia civil, militar e corpo de bombeiros.


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