Projetos de
Maternidade, Cafeteria, Residência, Apartamento e Ateliê de joias Especial:
Mudanças da nova ABNT NBR 5101
Evento Nacional: Haus Decor 2024 Artigo: Iluminação em Museus e Galerias
Projetos de
Maternidade, Cafeteria, Residência, Apartamento e Ateliê de joias Especial:
Evento Nacional: Haus Decor 2024 Artigo: Iluminação em Museus e Galerias
no vídeo os diferenciais das novas
Confira arandelas Wall Plus e Wall Max. Iluminar inspiraEncontrar amigos para confraternizar, colocar o papo em dia, saber das novidades do mercado de iluminação e também expandir o networking é sempre uma atividade prazerosa, não é mesmo? No último mês de maio, tivemos a oportunidade de participar de dois eventos com essas características, o Conexão AsBAI e o II Fórum Nacional de Iluminação Urbana.
O primeiro, organizado pela AsBAI e realizado no Museu de Arte Moderna de São Paulo, contou com a excelente palestra da arquiteta e iluminadora Mari Pitta, que sob o tema “A estética da luz no entretenimento”, apresentou aos participantes os detalhes dos projetos de iluminação que assinou para diversos espetáculos teatrais e shows, além da nova iluminação teatral da Marquês de Sapucaí para o Carnaval do Rio de Janeiro. Após a palestra, o coquetel reuniu muitos profissionais do mercado para um encontro descontraído e bastante animado.
Já o segundo evento, que ocorreu na FIESP organizado pela Abilux, Abcip e Abrasi, debateu os principais temas relacionados a qualidade de vida e segurança pública nos municípios brasileiros e contou com palestras muito interessantes, que abordaram a Nova ABNT NBR 5101, tecnologias para smart cities, o impacto da luz na saúde humana e dos animais, entre outros.
Seguindo esta linha de eventos que unem os profissionais do mercado de iluminação, Lume Arquitetura tem a honra de informar que é a curadora do SimpoLED 2024, que ocorrerá dentro da Expolux, entre os dias 17 e 20 de setembro. Ao todo, serão 20 palestras – divididas nos quatro dias do evento – que abordarão diversos temas, tais como Iluminação Pública, Iluminação residencial, Retrofit de Iluminação, Iluminação Cênica, Iluminação Integrativa, Iluminação para ambientes de saúde, entre muitos outros.
Estamos orgulhosos de estar à frente do SimpoLED, pela terceira vez, levando conteúdo de iluminação de qualidade aos visitantes da Expolux por meio de palestras realizadas por especialistas. Em breve, começaremos a divulgação dos temas das apresentações e também dos nomes dos palestrantes. Siga-nos nas redes sociais e acompanhe tudo. Esperamos você no SimpoLED!
Boa leitura!
Ano XXI – no 128 – JUN/JUL 24 www.lumearquitetura.com.br
Cofundadora
Maria Clara de Maio MTB 19570
Editor Erlei Gobi MTB 54344 erlei@lumearquitetura.com.br
Editor de arte Eduardo Garcia Marques da Costa – pardalcomunicacao.com.br
Revisão Izabel Cristina Lourenço
Publicidade Rubens Campo rubens@lumearquitetura.com.br
Projeto gráfico Marcelo Crelier - www.crelier.com.br
Colaboraram nesta edição
Ana Laura Carmelita Machado, Helena Gentili, Hugo Davanso Flores, Lorí Crízel, Monique Andrade, Regina Maria Soares, Ruy Soares e Vicente Scopacasa.
A revista Lume Arquitetura é uma publicação bimestral da Lume Editora e Comunicação , dirigida a arquitetos, lighting designers, decoradores, engenheiros, construtoras, incorporadoras, órgãos públicos ligados à iluminação urbana e viária, fabricantes e lojistas do setor de iluminação. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados. Proibida a reprodução parcial ou integral das matérias publicadas sem autorização da Editora.
Revista Lume Arquitetura
Capa
Maternidade São Luiz Star – São Paulo (SP)
Projeto de iluminação: Neide Senzi e Douglas Domingues/ Neide Consultoria Luminotécnica
Foto: Divulgação Maternidade São Luiz Star
capa
Maternidade em São Paulo Iluminação inspirada em soluções de hotelaria proporciona luxo e conforto na Maternidade São Luiz Star
Apartamento em São Paulo
Projetos de iluminação automatizada, arquitetura e interiores proporcionam aconchego e conforto em residência
Iluminação em Museus e Galerias
Estudo de casos sobre a forma técnica que a iluminação se apresenta em contexto curatorial
Roberto Payaro
Novvalight completa 25 anos oferecendo ao mercado luminárias e projetores em LED com alta eficiência luminosa
Nova ABNT NBR 5101
Revisão traz mudanças significativas e impactantes para a iluminação viária brasileira
Até onde vai a influência da luz na nossa fisiologia?
Ensaio prático com o Kit Estrelado com fibras óticas 46 case
Ateliê de joias IRC elevado valoriza características das joias do Ateliê Gabriella Lania
Cafeteria em São Paulo Iluminação marca elementos curvos da arquitetura e proporciona atmosfera agradável e fluida na We Coffee
Haus Decor 2024
Segunda edição do evento tem pavilhão destinado à iluminação e ciclo de palestras voltado aos profissionais do setor
case
Casa de concreto
Luminárias minimalistas e conceito de reflexão dão o tom à iluminação de residência em Nova Lima
EDIÇÃO 127
Mais um brinde para quem gosta do tema.
Leonardo Barreto
Especialista em iluminação Belo Horizonte – MG
Vou ler com muita atenção... parece recheada de muita coisa interessante!!!
Elizabete Silva Arquiteta Lagoa Santa (MG)
É sempre uma ótima leitura!
Parabéns.
Pablo Cardoso
Organizador do CONAii Rio de Janeiro – RJ
Está maravilhosa! Projetos lindos!!!
Carolina Ciola Fonseca
Lighting designer
São Paulo – SP
Com certeza estará ótima, como sempre.
Idevam Luperini Arquiteto Araras – SP
É um trabalho interessante e de qualidade. Parabéns.
Ivo Lima dos Santos Professor de Filosofia e escritor
São Paulo – SP
Bom dia! Lindo trabalho. Vou ler a revista depois, com calma. Assisti à apresentação agora! Parabéns
Ana Laura Carmelita
Arquiteta e lighting designer
Baixa da Banheira – Portugal
Êbaaaa!!! Sempre uma alegria receber esta revista!!! Muito obrigada!!!
Eunice Juliano Nascimento Arquiteta
São Paulo – SP
Honrada pelo nosso projeto nesta capa. Linda edição!
Annaturra
Parabéns pela ótima edição.
Sergio Roberto Silva dos Santos
Muito bom
Roger Hu
Como sempre, a Lume Arquitetura está muito bonita e com excelentes textos. Gostei do que escreveu e das fotos. Muito obrigado.
Isac Roizenblatt Diretor da Abilux
São Paulo – SP
RESIDÊNCIA EM ITUPEVA
Obrigada por essa matéria linda @revistalumearquitetura, sempre surpreendente o trabalho de vocês! solis.arch.lighting
Lindo, parabéns.
total.light
Todas as edições são sensacionais, as matérias são incríveis
Bernardo Ferraro BY Lighting Systems
São Paulo – SP
Maravilha, vou aproveitar cada linha! Revista recheada de novidades e profissionais e fornecedores competentes! Parabéns mais uma vez! Amo por demais
Márcia Kemmer
Lighting designer
Londrina – PR
É muito bom poder participar de uma publicação de excelência como a @revistalumearquitetura! ruysoares01
Show, lindo.
Paulino Honorio
Honrado em contribuir com mais uma superedição da @revistalumearquitetura ao lado do grande amigo e colega @ruysoares01!!
Loricrizel
ISAC ROIZENBLATT PREMIADO INTERNACIONALMENTE
deborabridon.arq
Isac! Monstro da iluminação do Brasil. Cianciardi mchamixaes
Novvalight completa 25 anos oferecendo ao mercado luminárias e projetores em LED com alta eficiência luminosa
Em 2024, a Novvalight complEta 25 aNos dE atuação No mercado brasileiro de iluminação. A empresa, fundada em 1999 com o nome Fael Luce e focada em iluminação pública, expandiu sua área de atuação nessas mais de duas décadas e se especializou na fabricação nacional de soluções luminotécnicas com alta eficiência para uma vasta gama de setores, incluindo industrial, comercial, esportivo e de infraestrutura urbana. Para contar um pouco desta trajetória de sucesso, convidamos para uma entrevista exclusiva o CEO da Novvalight, Roberto Payaro, que fala, entre outras coisas, sobre o lançamento de uma nova identidade visual em comemoração ao Jubileu de Prata, que reflete a evolução e compromisso da empresa com a inovação. Roberto aponta ainda as principais dificuldades enfrentadas nestes 25 anos; explica o funcionamento do laboratório da empresa e as inspirações para a criação de novos produtos; detalha a expertise da Novvalight na customização de produtos; aborda os projetos de iluminação assinados pela empresa em alguns estádios do interior de São Paulo; a nova ABNT NBR 5101; as novidades para o futuro próximo e muito mais.
Lume Arquitetura: A Novvalight completa 25 anos em 2024. Conte-nos um pouco dessa trajetória de sucesso.. Roberto Payaro: É uma honra celebrar 25 anos de Novvalight em 2024. Nossa jornada começou como Fael Luce, uma marca italiana renomada, em 1999. Inicialmente focados em iluminação pública, percebemos uma oportunidade de expansão para o mercado industrial brasileiro. Em 2009, firmamos o nosso compromisso com qualidade e segurança ao conquistar a certificação ISO 9001. E a grande virada veio com a introdução de soluções LED inovadoras e sustentáveis, em 2014. Logo em seguida, em 2015, assumimos um novo posicionamento, enfim como Novvalight - Eficiência Sustentável, para transformar o cenário nacional e atuar na vanguarda do setor luminotécnico.
Com o passar dos anos, consolidamo-nos como uma referência em fabricação nacional de luminárias e projetores em LED, com alta eficiência luminosa e projetos personalizados, sempre focados em obter ganhos consistentes e estratégicos, como redução de custos, segurança, durabilidade e, claro, um impacto sustentável positivo. Já entre 2020 e 2022, expandimos a nossa operação: mantivemos a sede original em Campo Largo (PR) e estendemos a nossa presença para Minas Gerais e São Paulo, o que otimizou ainda mais o nosso atendimento a nível nacional.
Hoje, com uma verdadeira comunidade de especialistas, atendemos a diversos setores através de tecnologia de ponta e soluções customizáveis, e é assim que descomplicamos a rotina de diversos parceiros e clientes ao superar os desafios específicos dos segmentos, seja no esporte, na indústria, no comércio
ou em instalações urbanas. Nosso objetivo é apoiá-los na tomada de melhores decisões, que agregam destaque aos resultados, com perspectiva fiel e calculada de retorno de investimento.
Lume Arquitetura: Quais as maiores dificuldades encontradas durante esses 25 anos?
Roberto Payaro: Durante a nossa história enfrentamos diversos desafios, desde a adaptação às rápidas mudanças tecnológicas, a comparação com produtos importados, até às variações econômicas do mercado.
A transição para a tecnologia LED foi um dos maiores obstáculos, ao mesmo tempo que um grande impulso para ir além e construir um legado de uma metodologia exclusiva, ao lado de produtos e soluções premium, o que exigiu investimentos significativos em pesquisa e desenvolvimento. Além disso, garantir a qualidade e a certificação de nossos produtos em um mercado competitivo foi e sempre será fundamental para nosso crescimento.
Lume Arquitetura: Durante esses 25 anos, principalmente a partir de 2010, o mercado de iluminação sofreu uma enorme transformação tecnológica. Como foi lidar com mudanças tão grandes?
Roberto Payaro: Lidar com essas transformações exigiu uma abordagem proativa e diria até que ousada. Para isso, investimos fortemente em inovação e na capacitação de nossos colaboradores. Ouvimos as dores do mercado para atendê-las de maneira singular e realmente eficiente, o que consequentemente elevou ainda mais a qualidade do desenvolvimento e fabricação de nossos produtos.
Implementamos um laboratório próprio para testar e desenvolver novas tecnologias, garantindo que estivéssemos sempre à frente das tendências. Nossa filosofia sempre foi se adaptar rapidamente, mantendo o foco na qualidade e na satisfação do cliente, além de assumir um compromisso profundo em cultivar um futuro mais consciente, conectado e seguro – e é assim que entendemos e alcançamos a tão desejada eficiência energética.
Lume Arquitetura: Atualmente, quais as principais especialidades da empresa e linhas de produtos ofertadas ao mercado? Roberto Payaro: Possuímos um grande diferencial que é o de ter fabricação, montagem e distribuição própria, o que otimiza ainda mais a demanda de customizações, o prazo de entrega e a qualidade de nossos projetos. Por isso, a Novvalight se especializou em soluções luminotécnicas para uma vasta gama de setores, incluindo industrial, comercial, esportivo e de infraestrutura urbana.
Com o tempo, construímos um portfólio bastante versátil e amplo. Nossas linhas de produtos incluem luminárias e projetores LED de alta performance, cada um desenvolvido para atender às especificações rigorosas de diferentes aplicações, desde galpões industriais até estádios de futebol. Temos produtos para atender diversas áreas dentro de um mesmo negócio: iluminamos áreas administrativas, por exemplo escritórios, assim como ambientes mais complexos, como na indústria mineradora e siderúrgica. Também temos produtos para varejo, supermercado, farmácias e comércio em geral, assim como para túneis, pedágios, vias, praças, estacionamentos ou instalações esportivas, desde arenas
até quadras poliesportivas. A fabricação própria e a customização permitem que nossos clientes, independentemente do setor que atuem, atinjam um resultado ideal, dentro das normas regulamentares e requisitos específicos das aplicações.
Lume Arquitetura: A Novvalight também está lançando sua nova identidade visual agora em junho. Conte-nos sobre essa modernização.
Roberto Payaro: Estamos muito contentes com o lançamento de nossa nova identidade visual. Ela reflete nossa evolução e nosso compromisso com a inovação. Sentimos necessidade de modernizá-la não apenas pela estética, mas porque isso simboliza nossa dedicação contínua à sustentabilidade, à eficiência e à excelência em tudo o que fazemos.
Ao longo desses 25 anos construímos uma rede de pessoas que se conectam por uma história em comum e visualizam o futuro de uma forma semelhante: com curiosidade, energia e entusiasmo. Temos sede de conhecimento, de superar nossas próprias metas, de impulsionar o mercado.
Pensando nisso, queríamos mostrar que nossa marca representa não apenas produtos de alta qualidade, mas também nosso desejo intenso de transformar o futuro da iluminação. A tradição de excelência continua firme e consistente, mas a geração Novvalight está sempre aberta às mudanças e melhorias. Esse é o espírito que cultivamos!
Lume Arquitetura: Conte sobre o funcionamento do laboratório da empresa e de onde vem a inspiração para a criação de novos produtos.
Roberto Payaro: Nosso laboratório é o coração da inovação na Novvalight. Equipado com tecnologia de ponta, ele nos permite realizar testes rigorosos de durabilidade, eficiência e segurança. Isso nos traz autonomia para inovar, comprovar e entregar produtos e soluções premium.
A inspiração para novos produtos vem da observação atenta das necessidades do mercado, do feedback de nossos clientes e das tendências globais em sustentabilidade e eficiência energética. Nossa equipe de pesquisa e desenvolvimento está constantemente explorando novas ideias e tecnologias para manter nossos produtos à frente do mercado, inclusive para superar resultados que os nossos próprios produtos já alcançam. Como eu disse anteriormente, estamos sempre abertos às melhorias.
Estamos muito contentes com o lançamento de nossa nova identidade visual.
Hoje, esse modelo funciona através de uma estreita colaboração com nossos clientes, desde a fase de planejamento, como na implementação e também no pós-venda. Nosso objetivo é criar soluções sob medida que atendam idealmente às exigências de cada projeto, garantindo a máxima eficiência e satisfação.
Lume Arquitetura: A empresa tem realizado projetos de iluminação para alguns estádios de futebol pelo interior de São Paulo. Conte-nos sobre esses projetos e a atuação da Novvalight em iluminação esportiva.
Ela reflete nossa evolução e nosso compromisso com
inovação.
a
Sentimos necessidade de modernizá-la não apenas pela estética, mas porque isso simboliza nossa dedicação contínua à sustentabilidade, à eficiência.
Lume Arquitetura: A Novvalight também tem um longo histórico na customização de produtos para atender os clientes de forma exclusiva. Quando isso começou e como esse modelo funciona atualmente?
Roberto Payaro: A customização de produtos começou como uma resposta direta às necessidades específicas de nossos clientes. Percebemos que, para muitos projetos, soluções padrão não eram suficientes. Por isso desenvolvemos uma metodologia, que envolve estudo e projeto luminotécnico personalizado, cálculo de retorno de investimento, adaptação de produtos, redução de custos com energia e manutenção, entre outros benefícios notáveis, que conseguimos comprovar na entrega final do projeto.
Roberto Payaro: Temos muito orgulho de nossos projetos de iluminação esportiva. Costumamos chamá-los de projeto “chave na mão”, pois são propostas de iluminação que entregamos em completude, em menos de 30 dias. Criamos uma metodologia com basicamente cinco etapas: análise da necessidade do cliente; retirada de iluminação anterior com estudo de oportunidade de retrofit; instalação; em seguida, o apontamento e comissionamento para, enfim, a conclusão do projeto.
Nessas etapas, verificamos e ajustamos instalações elétricas, otimizamos a quantidade de pontos de luz com entrega de luminância, brilho e cintilância ideais, sem ofuscamento ou sombras, adequamos a instalação tanto às normas esportivas quanto aos requisitos rigorosos de instituições como FIFA, CBF e CONMEBOL e, caso seja interesse do cliente, oferecemos automação completa do sistema de luz do local. Portanto, cada um deles é desenvolvido com foco em qualidade, eficiência energética e conformidade com os padrões de transmissão esportiva em FULL HD, inclusive em câmera lenta.
Na Arena Barueri atingimos economia de 80% em energia e entregamos o projeto inclusive com automação, um diferencial que poucos estádios brasileiros
possuem. O Brinco de Ouro da Princesa, do Guarani, teve um pico de público após a inauguração da nova iluminação e diminuiu em 56% o consumo energético.
No estádio “Jorjão”, do Novorizontino e na Arena Nicnet, do Botafogo-SP, estreamos os projetos durante o Paulistão, e entregamos instalações dentro das normas e prontas para oferecer experiências inesquecíveis.
Ou seja, implementamos sistemas de iluminação que não só melhoram a visibilidade e a experiência do espectador, mas também reduzem significativamente os custos operacionais dos estádios e até mesmo superam os resultados projetados inicialmente, o que transmite tranquilidade e confiança aos nossos parceiros e clientes.
Lume Arquitetura: Recentemente foi publicada a revisão da ABNT NBR 5101 que alterou consideravelmente as diretrizes para a elaboração de projetos para iluminação urbana. Quais os principais benefícios que ela trará à sociedade?
Roberto Payaro: A revisão da ABNT NBR 5101 traz benefícios significativos, incluindo maior eficiência energética, redução da poluição luminosa e melhoria da segurança pública. Essas diretrizes atualizadas incentivam o uso de tecnologias mais avançadas e sustentáveis, o que resulta em economias de custo para os municípios e uma melhor qualidade de vida para os cidadãos. Além disso, a padronização ajuda a garantir que todas as áreas urbanas tenham iluminação adequada, contribuindo para a segurança e o bem-estar da população.
Lume Arquitetura: Como a Novvalight está trabalhando para se adequar à revisão da ABNT NBR 5101?
Roberto Payaro: Nossos produtos já atendem aos mais altos padrões de eficiência e sustentabilidade, e estamos constantemente atualizando nossos processos para garantir conformidade.
Durante a revisão da norma, acompanhamos de perto os principais temas discutidos e fomentamos esses debates internamente. Paralelamente, alinhamos novidades e tecnologias com nossos fornecedores de componentes. Nosso escopo de luminárias atende a diferentes demandas internas e externas, além de permitir a customização para projetos específicos. Oferecemos consultoria especializada para ajudar nossos clientes a implementar soluções que não só cumprem, mas superam as exigências da nova norma, promovendo um ambiente urbano mais seguro e eficiente, por exemplo, com luminárias em 2700K ou inferior, com espectros especiais que minimizam a luz azul e lentes âmbar.
Percebemos que soluções padrão não eram suficientes. Por isso desenvolvemos uma metodologia, que envolve estudo e projeto luminotécnico personalizado, cálculo de retorno de investimento, adaptação de produtos, redução de custos com energia e manutenção, entre outros benefícios notáveis, que conseguimos comprovar na entrega final do projeto.
Lume Arquitetura: A Novvalight é associada à Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação). Como enxerga a atuação da associação? Tem sugestões visando melhorias em prol da indústria nacional?
Roberto Payaro: A Abilux desempenha um papel crucial na promoção e desenvolvimento da indústria de iluminação no Brasil. Ela oferece uma plataforma para colaboração, inovação e crescimento
sustentável. Acredito que a associação pode se beneficiar ainda mais ao intensificar seus esforços em pesquisa e desenvolvimento, além de promover políticas que incentivem a adoção de tecnologias verdes, o que também pode ser uma forma de fomentar inovação e diversidade no setor.
Lume Arquitetura: A Novvalight atua no mercado de exportação? De que maneira?
Roberto Payaro: Estamos ampliando a nossa operação para que, futuramente, a Novvalight atue no mercado de exportação. Queremos levar a nossa expertise e produtos de alta qualidade para mercados internacionais, especialmente na América Latina.
O intuito é exportar soluções completas de iluminação, atendendo a demandas específicas de cada país, sempre com o compromisso de oferecer eficiência energética e sustentabilidade.
Lume Arquitetura: Quais as novidades da Novvalight para um futuro próximo?
Roberto Payaro: O futuro tem tudo a ver com a Novvalight. Estamos constantemente buscando formas de seguir o caminho de maneira diferenciada, criativa e potente. Planejamos lançar novas linhas de produtos com foco em automação e IoT, permitindo controle mais inteligente e eficiente dos sistemas de iluminação, e melhorando a eficiência em lumens/Watts de todo o nosso portfólio.
Continuaremos expandindo nossa presença no mercado esportivo e industrial, sempre com o compromisso de qualidade e sustentabilidade, com melhorias que agregam ainda mais domínio e assertividade aos resultados de nossos parceiros e clientes.
Estamos animados para continuar nossa trajetória de criatividade e eficiência, oferecendo soluções que transformam ambientes, elevam a qualidade de vida e promovem um futuro sustentável, eficaz e seguro.
Iluminação inspirada em soluções de hotelaria proporciona luxo e conforto na Maternidade São Luiz Star
iNaugurada Em agosto dE 2022 Na vila olímpia, capital paulista a matErNidadE, São Luiz Star, da Rede D’Or, oferece serviço premium a pacientes e familiares em um dos momentos mais especiais de suas vidas. Com investimento de cerca de 500 milhões de reais, o edifício conta com 22 andares e 173 leitos divididos em: 4 de UTI, 21 de semi-intensivos, 58 de UTI neonatal e 90 de apartamentos (77 apartamentos, 11 suítes luxo e 2 presidenciais). Dispõe ainda de oito salas Delivery Room, no Centro de Parto Natural; oito salas exclusivas para cesarianas, cirurgias fetais e neonatais, distribuídas em dois andares; e um restaurante no 22º andar com vista panorâmica da região.
O projeto de arquitetura assinado pela Inoah Arquitetura teve características típicas de hotelaria com a inclusão de elementos de alto luxo. A prerrogativa do projeto era fazer algo que não existia até então, com inovações tecnológicas que proporcionassem ambientações diferenciadas para o máximo conforto dos usuários.
Assinado por Neide Senzi e Douglas Domingues, da Senzi Consultoria Luminotécnica, o projeto de iluminação da Maternidade São Luiz Star seguiu o conceito de hotelaria empregado pela arquitetura para que não parecesse um hospital, mas tivesse sua funcionalidade prática. “Tiramos partido dos elementos da arquitetura para inserir as soluções de iluminação, então temos painéis,
rodapés e mobiliários iluminados, sempre com temperatura de cor de 3000K. Também trabalhamos no desenho do forro para que as luminárias seguissem o mesmo partido da arquitetura”, disse Neide. “A premissa do projeto é que não tivesse aquela cara ‘engessada’ de hospital, onde você entra e já enxerga que é um hospital. Buscamos oferecer conforto e ambientação diferenciada, como se realmente fosse um hotel”, complementou Douglas.
O lobby da Maternidade possui o pé-direito bastante elevado porque o edifício não foi construído para essa finalidade, anteriormente era uma torre corporativa, com escritórios. “É importante salientar que esse projeto foi um retrofit audacioso,
Quartos projetados com soluções de iluminação automatizadas e dimerizáveis para atender a todas as funções do espaço, como relaxamento do paciente e atuação dos enfermeiros.
Perfis lineares de LED de 25W/m embutidos nas tabeiras de gesso proporcionam iluminação mais geral e sutil nos corredores, deixando o forro removível central com fácil acesso às instalações em caso de manutenção.
porque adaptar um prédio existente para as demandas de um hospital é muito complexo. Tínhamos os pés-direitos e os entreforros já definidos, então a limitação foi muito grande, não tínhamos uma caixa em branco para elaborar o que quiséssemos”, lembrou Neide.
Por conta dessa particularidade, a lighting designer explicou que não era possível alterar esse lobby: “A dificuldade é que o átrio de entrada era um pilotis que não podia ser fechado por conta da lei de zoneamento. Ou seja, foi um desafio realizar esse projeto porque todas as soluções de iluminação estariam expostas ao calor, ao frio e ao vento”.
Para conseguir reproduzir o conceito de hotelaria proposta, os lighting designers optaram por linhas de iluminação extremamente esbeltas do ponto de vista visual, com perfis de sobrepor de 9,6W/m aplicados nos elementos em relevo presentes na parede atrás da recepção, onde fica o logo do hospital, além de perfil flexível de 10/W/m abaixo do balcão.
Para a iluminação geral, foram embutidos no forro perfis paralelos com módulos focais de 22W. “Também desenhamos com exclusividade uma luminária pendente para cima do balcão de recepção com mais de 300 bolinhas de vidro iluminadas por fibras óticas. Queríamos que essa peça tivesse o formato de uma onda, como se fosse a cadeia do DNA.
Por se tratar de um pilotis, todas as bolinhas são suspensas por hastes rígidas para não haver movimento e, consequentemente, quebra das peças. Essa luminária também possibilita a visão do logo da Maternidade exposto na parede do fundo. Não queríamos um pendente que impusesse uma barreira visual”, detalhou Neide.
Para os quartos, os lighting designers projetaram algumas soluções de iluminação que podem ser acionadas individualmente. “Quarto de hospital é algo que
estudo há muitos anos, porque nele ocorrem muitas situações. O paciente está internado, geralmente sentindo dor ou algum incômodo; os enfermeiros muitas vezes precisam puncionar uma veia para a realização de exames; o acompanhante também está ali em um nível de estresse muito alto, não porque está doente, mas por angústia e preocupação com seu ente querido; então a iluminação tem que acompanhar o timing correto de todas essas funções no espaço”, elucidou Neide.
A iluminação geral do apartamento e do banheiro se dá por embutidos circulares no teto de 19W. Já para iluminar o sofá do acompanhante, optou-se por um embutido circular de 10W. “Essa solução possui um fluxo luminoso menor que o restante para que o acompanhante possa trabalhar, usar as redes sociais ou até mesmo se alimentar sem
acionar a iluminação geral para não incomodar o paciente internado”, lembrou a lighting designer.
Um balizador de vigia de 8W, aplicado próximo ao banheiro, cumpre a função de iluminar o caminho de quem entra e sai do apartamento, enquanto um embutido de teto de 11W fornece iluminação acima da cuba da pia. “Por se tratar de uma maternidade, é indicado que os visitantes lavem as mãos antes de pegar os recém-nascidos no colo, então essa luminária também tem sua importância”, disse Neide.
Acima do leito, há uma luminária de embutir de 33W com duplo acionamento. “Essa é uma solução de luz indireta que cumpre duas funções. Ela pode ser acionada com seu maior fluxo para procedimentos dos enfermeiros no paciente ou em seu menor fluxo apenas para luz confortável. Atrás do leito, também utilizamos um perfil de 15W/m embutido na
Perfis de LED de 4,8 W/m a 2700K retroiluminam o painel em tela tensionada com a impressão de folhas secas do Espaço Star, enquanto arandelas decorativas delgadas de 4,4W e duplo facho proporcionam aos usuários a sensação de estar na sala de suas casas.
Delivery
marcenaria para relaxamento”, contou Douglas. “Como o paciente está quase sempre deitado e com o olhar para cima, essa luminária com luz indireta não causa ofuscamento e possibilita a tarefa dos enfermeiros com ótima visibilidade”, complementou Neide. Vale ressaltar que todas as soluções de iluminação dos apartamentos podem ser acionadas individualmente e também dimerizadas. “O projeto é todo automatizado, então é possível controlar a persiana, iluminação, música e ar-condicionado por meio da Alexa ou lendo um QRCode logo na entrada que leva um controle digital no celular. Tudo pensado para individualizar o uso do espaço, seja pelo paciente, acompanhante ou visitante. Essa flexibilização da iluminação faz parte do conceito macro de trazer o máximo de conforto e personalidade ao apartamento”, afirmou a lighting designer.
Os lighting designers contaram que a iluminação das circulações foi projetada nas laterais dos corredores, mais próximo às paredes, porque no centro havia diversas instalações. “A ideia era deixar o meio livre e com forro removível para fácil acesso às instalações em caso de manutenção”, disse Neide. A solução foi a aplicação de perfis lineares de LED de 25W/m embutidos nas tabeiras de gesso. “Essa solução proporciona iluminação mais geral e sutil, além de ser um padrão dentro da Rede D’Or. Já tínhamos utilizado esse tipo de perfil em outros hospitais da rede e foi solicitado que essa característica se mantivesse nessa maternidade”, lembrou a lighting designer.
“Gostaria de pontuar também que essa iluminação perimetral, não centralizada no eixo de placas modulares, não
Room com sistema RGB na banheira para cromoterapia, além de céu estrelado de fibras óticas visando maior relaxamento e tranquilidade para a mãe durante o parto. Divulgaçãocria o efeito trilho, como brincamos aqui no escritório. Quando o paciente está circulando pelos corredores na maca existem perfis ou luminárias centralizadas dando-lhe a sensação de estar em um trilho de trem, então essa linearidade do projeto traz mais aconchego”, disse Douglas.
Outra característica importante da iluminação das circulações é que ela não causa ofuscamento: “Essas luminárias possuem o difusor recuado e baixo UGR para que a luz não reflita no piso. Muita gente se esquece que existe um piso e que ele pode gerar o efeito espelho, muito desagradável aos olhos. Então tivemos esse cuidado com o brilho das luminárias e também solicitamos à arquitetura que o piso fosse fosco e não brilhante”, afirmou Neide.
Em todos os andares de apartamentos, entre o hall dos elevadores e a porta de vidro que o separa dos corredores, existe um pequeno lounge chamado Espaço Star, com poltronas confortáveis. “Esse é um espaço de descompressão e de apoio para os acompanhantes, fa-
miliares e até mesmo para a gestante ou puérpera, que pode utilizá-lo para sair um pouco do ambiente do apartamento. Ele foi projetado também baseado nos conceitos de hotelaria, com piso e paredes em madeira e um painel em tela tensionada com a impressão de folhas secas, trazendo a questão da biofilia. Decidimos retroiluminar esse painel com perfis de LED de 4,8 W/m a 2700K e também aplicar arandelas decorativas delgadas de 4,4W e duplo facho para que os usuários se sintam na sala de suas casas”, detalhou Neide.
Na foto menor, Life Lounge com sanca com perfis de LED de 25W/m para luz indireta, além de arandela decorativa de 5W e perfis de LED de 15W/m fazendo o enquadramento do vazio da janela que possibilita a visão da sala cirúrgica. Na foto maior, sala cirúrgica com céu estrelado de fibras óticas sobre o leito e balizadores de 10W nas paredes laterais que podem ser acionados para maior conforto da paciente após o parto.
Luminárias RGB lineares embutidas e vedadas de 45W proporcionam iluminação técnica e funcional nas salas cirúrgicas e também podem ser utilizadas para cromoterapia.
Delivery room e salas de parto
A Maternidade São Luiz Star conta com um andar inteiro dedicado ao parto humanizado onde estão as oito salas Delivery Room, que contam com banheira, bola suíça e vários outros equipamentos específicos. A iluminação geral destas salas segue o mesmo conceito dos apartamentos, porém conta com alguns diferenciais para maior conforto das pacientes. “Projetamos um céu estrelado de fibras óticas sobre a banheira visando maior relaxamento e tranquilidade para a mãe durante o parto. Queríamos fazer esse momento de grande esforço físico e mental o mais suave e o menos estressante possível”, afirmou a lighting designer. Outra solução também pensada para o conforto da paciente foi um sistema RGB na banheira para cromoterapia. “A ciência já comprovou que a cromoterapia pode proporcionar relaxamento, então a paciente pode usar as cores conforme achar mais adequado para a sua situação”, disse Neide.
Segundo os lighting designers, a iluminação das salas cirúrgicas precisava ser técnica e funcional, para isso utilizaram luminárias RGB lineares embutidas e vedadas de 45W. “No entanto, nessas salas são realizados partos humanizados, onde a paciente está consciente e em euforia pelo nascimento de um filho. Por esta razão, optamos por luminárias RGB que podem ser utilizadas para cromoterapia. Assim como acima das banheiras das salas de Delivery Room, instalamos um céu estrelado de fibras óticas sobre o leito para diferenciar esse espaço de uma sala cirúrgica tradicional”, explicou a lighting designer.
Também foram aplicados balizadores de 10W nas paredes laterais que podem ser acionados para maior conforto da paciente após o parto, na chamada golden hour. “Além disso, apesar de a norma exigir mil lumens no entorno, ouvimos muito dos médicos que eles não sentem falta de deixar o ambiente todo iluminado. Eles até preferem o entorno menos iluminado para se sentirem mais
focados no ato cirúrgico, e essa solução os beneficia nesse sentido”, lembrou Neide.
Todas as salas cirúrgicas contam com um Life Lounge, espaço onde os familiares e amigos podem assistir aos partos eletivos através de uma grande janela de vidro. “A família, diferentemente da grávida prestes a parir, não está no contexto da sala cirúrgica, está dentro do contexto de ansiedade. Para ajudar a amenizar esse sentimento, propusemos a iluminação como se fosse realmente um estar, com sanca com perfis de LED de 25W/m para luz indireta, além de arandela decorativa de 5W. Fizemos ainda o enquadramento do vazio da janela que possibilita a visão da sala cirúrgica com perfis de LED de 15W/m”, disse a lighting designer.
Berçários
Ao lado dos postos de enfermagem dos andares dos apartamentos estão os berçários, ambientes onde os recém-nascidos são levados para os primeiros exames e vacinas. “São espaços bonitos, com desenhos infantis nas paredes, mas essa conceituação é para os pais, pois
estudos mostram que os recém-nascidos não conseguem perceber cores. Então, nossa maior preocupação nesses espaços era com o bebê. Precisávamos que ele entendesse se era dia ou noite para já estimular seu relógio biológico”, explicou Neide.
Para atingir o objetivo proposto, foram embutidos no forro perfis de LED de 25W/m, além de céu estrelado de fibra ótica. “Os perfis de LED são tunable white para acompanhar a temperatura de cor da luz do dia, ajudando assim no sincronismo do ciclo circadiano do bebê. O céu estrelado possui um aspecto decorativo
À direita, berçário com perfis de LED de 25W/m tunable white, além de céu estrelado de fibra ótica para ajudar no sincronismo do ciclo circadiano do bebê.
Na foto menor, jogo de arandelas tubulares com apenas alguns módulos iluminados cria uma escultura na parede curva da recepção do restaurante. Na foto maior, destaque para dois pendentes em formato orgânico, de 40W cada, para luz indireta no restaurante.
e estético bacana, mas se estiver aceso é indicativo que já é noite”, contou a lighting designer. Embutidos circulares de 5W cumprem a iluminação de tarefa sobre a bancada onde os recém-nascidos são pesados, medidos e examinados.
Restaurante
Localizado no 22º andar, o restaurante possui uma ambientação muito agradável e aconchegante. “Esse é um restaurante que poderia estar na rua, dentro de um shopping, ou ser uma franquia. Não possui as características de um restaurante de hospital, com cara de hospital”, afirmou Neide.
Logo na recepção, há uma parede em formato curvo ao fundo e também um balcão mais orgânico e arredondado. “Nessa parede, aplicamos um jogo de arandelas tubulares criando uma escultura, com apenas alguns módulos iluminados
justamente para dar maior dinamismo e não ser algo tão retilíneo como ocorre nos pavimentos inferiores”, contou Douglas Mantendo o conceito da utilização de formas arredondadas, os lighting designers optaram por dois pendentes em formato orgânico, de 40W cada, para luz indireta, sendo um no salão principal e outro acima da área da cafeteria. “Também aplicamos luz linear abaixo do tampo do balcão da cafeteria com perfis de LED de 15W/m, lembrou o lighting designer. A iluminação geral e de tarefa do restaurante se dá por embutidos circulares no forro de 15W. “É um restaurante para a família, convidados e visitantes. As luminárias foram desenhadas especificamente para proporcionar um ambiente diferenciado. Todo o projeto foi concebido para que o hospital não fosse apenas um centro de saúde e recuperação, a ideia era transformar o uso dos espaços, proporcionando bem-estar aos usuários”, finalizou Neide.
Ficha técnica
Projeto de iluminação: Neide Senzi e Douglas Domingues/ Neide Consultoria Luminotécnica
Projeto de arquitetura: Inoah Arquitetura
Luminárias: Alloy Iluminação, Lemca, LightDesign Exporlux e Omega.
Telas tensionadas: Tensoflex
Fibras óticas: FASA Fibra Ótica
Construção: Athié
Wohnrathn Douglas Costanzo/Athié WohnrathNo pulsar dE uma sociEdadE quE valoriza cada vEz mais a inclusão, o conceito de neurodiversidade se torna cada vez mais central nas discussões nos mais diversos nichos. Este termo abraça uma variedade de diferenças neurológicas entre indivíduos, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), bem como condicionantes outras, tais quais ansiedade e depressão. Ao tratar o tema neurodiversidade, especificamente na proposição de espaços construídos, Steven Silberman, em seu livro “NeuroTribes: The Legacy of Autism and the Future of Neurodiversity” (2015), explora como essas variações não são meras condições a serem tratadas, mas sim aspectos da diversidade humana que têm profundas implicações no design de espaços, por exemplo, de habitação.
Os efeitos dessas condições podem se manifestar através de diversas formas, como hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais, desafiando a um repensar da funcionalidade e morfologia dos ambientes. Na prática, isso significa que a luz,
o som, as texturas, os odores, dentre outros elementos, têm impactos distintos em cada indivíduo, exigindo uma abordagem cuidadosa no projeto. Eileen McNeely em “Sustainability and Health Initiative for NetPositive Enterprise”, da Harvard School of Public Health (2019), enfatiza como espaços que consideram esses aspectos podem reduzir estresse e aumentar o bem-estar geral.
Assim, a proposição de ambientes inclusivos é mais do que uma questão de acessibilidade física. É também uma questão de adaptabilidade sensorial. A partir desta perspectiva, arquitetos e designers são convocados a serem promotores de espaços que atendam, sim, às normas técnicas relacionadas às suas especialidades, mas principalmente que promovam a saúde mental e física de todos os usuários, verdadeiramente qualificando suas experiências de uso. O desafio reside em equilibrar estas necessidades frequentemente divergentes, utilizando, por exemplo, o artifício da iluminação como um dos ferramentais para alcançar este objetivo.
Figura 1
A curva inferior da Torre Eiffel é baseada no fêmur humano (acima), onde ele se curva para se unir ao quadril. Tanto o fêmur quanto a base da torre devem acomodar tensões descentralizadas. Fonte: Livro Biophilic Design: The Theory, Science and Practice of Bringing Buildings to Life
Nesse cenário, o conceito de Design Centrado no Humano se apresenta como uma abordagem inovadora na arquitetura e no design contemporâneo incorporando, cada vez mais, o Design Biofílico com o intuito de simular e incorporar elementos naturais no ambiente construído. Esta prática, como explicado por Stephen Kellert em “Biophilic Design: The Theory, Science and Practice of Bringing Buildings to Life” (2008), envolve a inclusão de elementos naturais como plantas ou água e também a adoção de formas, materiais, e padrões que evocam a natureza (Figura 1), contribuindo para uma integração visual e sensorial que tende a estimular positivamente a percepção humana.
A conexão entre o design biofílico e o bem-estar humano é substancialmente documentada. Kellert argumenta que ambientes que imitam o mundo natural podem reduzir o estresse e aumentar a saúde mental e física.
Em um contexto de neurodiversidade, essa aproximação com a natureza pode ser particularmente benéfica. Indivíduos com sensibilidades sensoriais variadas, como observado em pessoas com TEA ou TDAH, muitas vezes encontram conforto e serenidade em ambientes que refletem elementos naturais, o que reduz a carga sensorial que experienciam nos ambientes.
A aplicação de estratégias diretas e indiretas no design biofílico é um ferramental iminente nesse contexto projetual. Estratégias diretas envolvem a presença de elementos naturais, como iluminação, ventilação, vegetação, materiais e outros. Já as indiretas são as que se inspiram na natureza, como cores, texturas, formas ou padrões que mimetizam ambientes naturais, entre outros, onde esses elementos podem acionar positivamente os sentidos, promovendo ambientes mais acolhedores para todos os usuários, incluindo aqueles com demandas sensoriais específicas.
A integração de iluminação elétrica no design biofílico é um tema de interesse crescente, onde a luz, além de iluminar, serve também para melhorar a percepção do espaço. O conceito de Human Centric Lighting (HCL), ou neuroiluminação, aqui tratado por Iluminação Integrativa, se faz pertinente neste contexto. Esta abordagem, que entende a luz como estímulo visual (dando suporte à visão e à percepção espacial) e não visual (dando suporte à saúde e bem-estar) para humanos, busca ajustar diversas condicionantes lumínicas para um padrão natural e qualificado da iluminação, podendo ajudar a regular os ritmos biológicos, melhorando assim o bem-estar geral e a produtividade, mas também condicionantes neuroendócrinas e neurocomportamentais do organismo humano.
Pesquisas e estudos vêm mostrando cada vez mais como a iluminação desempenha um papel crítico no bemestar humano, influenciando diretamente o humor, a produtividade e a saúde
mental. É nesse sentido que a Iluminação Integrativa se apresenta como uma evolução significativa na forma como entendemos e aplicamos a luz elétrica. Resultados apresentados em estudos como o de Jennifer Veitch, do National Research Council of Canada, mostram que a exposição diurna à luz natural, complementada por iluminação elétrica dinâmica – que simula a transição da luz solar – pode resultar em melhorias na saúde mental e redução nos níveis de estresse. Na investigação “Lighting quality and energy-efficiency effects on task performance, mood, health, satisfaction and comfort” (2001), Veitch explora como diferentes qualidades de iluminação afetam esses aspectos, fundamentando a importância de um pensar a iluminação de forma mais consciente e menos estética ou técnica.
Em similar atenção, a relação entre luz e produtividade é robustamente documentada por Kevin Houser. Houser, professor de engenharia da Universidade de Oregon, possui inúmeras publicações detalhando como ajustes na iluminação podem levar a melhorias substanciais no desempenho e satisfação dos usuários de um dado espaço, ressaltando a importância de se considerar a intensidade, a temperatura de cor correlata, a presença de luz natural, a direção da luz, o índice de reprodução de cores, a composição espectral da luz e o controle de iluminação no planejamento de espaços. Kevin Houser é um dos pesquisadores proeminentes neste campo, e suas diversas publicações sobre iluminação integrativa destacam como características específicas da luz podem afetar o humor, o comportamento e as funções biológicas do corpo humano. Suas pesquisas investigam o impacto da luz na saúde e no bem-estar humanos, oferecendo um fundamento para as práticas de iluminação adaptativas em ambientes arquitetônicos.
A integração desses conhecimentos na prática do projeto de iluminação não está associada apenas a um aspecto funcional,
chegando a alcançar uma condição ética e de cuidado com o bem-estar humano, especialmente ao tratarmos de sensibilidades distintas, como é o caso de muitos indivíduos neurodiversos, onde a iluminação é, também, um dos elementos de inclusão. Assim, no contexto da prática do design biofílico, a iluminação assume um papel fundamental para atender às necessidades de pessoas neurodiversas.
Em similar abordagem, Mariana Figueiro, PhD, diretora e professora do Light and Health Research Center, da Icahn School of Medicine at Mount Sinai, em Nova Iorque, tem explorado especificamente as diferentes respostas humanas à luz de diferentes características. Em um de seus estudos, Light modulates leptin and ghrelin in sleep-restricted adults, publicado no International Journal of Endocrinology (2012), Figueiro examina como a luz de diferentes comprimentos de onda pode influenciar mecanismos neurais que modulam a produção dos hormônios grelina (sinalizador de fome – Figura 3) e leptina (sinalizador de saciedade – Figura 2), sugerindo que ajustes na iluminação podem ser uma importante ferramenta não farmacológica para impactar clinicamente a obesidade e outras condições metabólicas.
Níveis médios do hormônio Leptina (sinalização de saciedade) com oito horas de sono à pouca luz e cinco horas de sono sob luz vermelha, verde e azul. Observa-se um aumento significativo deste hormônio com a privação de sono e exposição à luz colorida.
Figura 2Níveis médios do hormônio Grelina (sinalização de fome) com oito horas de sono à pouca luz e cinco horas de sono sob luz vermelha, verde e azul. Observa-se uma diminuição significativa deste hormônio com a privação de sono e exposição à luz vermelha e verde, com menor diminuição na exposição à luz azul.
Em se tratando de questões psicológicas, Jennifer Veitch em sua publicação “Psychological processes influencing Lighting quality” (2011) analisa como a iluminação influencia psicologicamente os usuários, com consequente promoção de bem-estar geral, destacando quatro processos principais:
Controle: A percepção de que é possível controlar a iluminação tende a provocar maior satisfação e menor estresse.
Atenção: Configurações de iluminação que criam contrastes entre as tarefas visuais e a iluminação geral podem auxiliar a manter a atenção.
Avaliação do ambiente: as avaliações estéticas do ambiente podem ser influenciadas pela distribuição de Luminância, com condições de distribuição luminosa não uniforme, havendo preferência pela iluminação de paredes de modo equilibrado e sem excesso de brilho, além de configurações com ausência de desconforto visual como ofuscamento.
Afeto: Superfícies verticais iluminadas e com distribuição luminosa não uniforme criam um estado afetivo positivo, com sentimentos de prazer, relaxamento e felicidade, que podem contribuir para o melhor desempenho de tarefas e de cooperação.
Um exemplo reconhecido de implementação de Iluminação Integrativa
é o edifício “The Edge”, em Amsterdã, sede da empresa Deloitte. Este edifício é considerado um dos mais sustentáveis do mundo e utiliza um sistema avançado de gerenciamento de iluminação LED que se adapta automaticamente à luz natural e às necessidades e preferências dos ocupantes. O sistema também gerencia a temperatura ambiente, umidade, ocupação, aproveitamento e aquecimento de água, além de geração e gerenciamento de energia elétrica. O edifício atingiu Score 98,36% (Score mínimo=85%) pela certificação BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Methodology).
O projeto “The Edge” reflete como a iluminação, entre outros fatores, pode ser usada para criar ambientes que promovam saúde e produtividade. Em termos de retorno por parte dos usuários, relatórios indicam uma melhoria significativa na satisfação e produtividade dos colaboradores, a ponto de conduzir a um aumento de quatro vezes dos pedidos de emprego, validando assim os princípios do design biofílico aplicados à iluminação.
Outro exemplo é o do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, que incorporou iluminação biofílica em suas alas psiquiátricas para auxiliar na regulação emocional dos pacientes. Em “Healing Spaces: The Science of Place and Well-Being” (2009), Esther Sternberg explora como a iluminação pode acelerar a recuperação física e mental de pacientes. No hospital, a iluminação natural regula os ritmos circadianos, melhorando a resposta imunológica e acelerando a cicatrização, podendo também reduzir a necessidade de medicamentos para dor e melhorar o estado psicológico dos pacientes.
A luz elétrica, por sua vez, possui efeitos benéficos durante o dia quando a luz natural é insuficiente. Tecnologias
Figura 3que reproduzem o espectro da luz solar podem ser utilizadas também para o tratamento de depressão sazonal de inverno, normalizando os níveis de hormônios e neurotransmissores responsáveis pelo estado de humor e bem-estar, além de promover a regulação dos padrões de sono e a redução do estresse. À noite, por sua vez, a iluminação integrativa precisa ser projetada no sentido de iluminar os ambientes para atender às questões visuais, mas ao mesmo tempo assegurar a promoção do que denominamos “noite biológica”.
Esses exemplos revelam um impacto positivo do projeto de iluminação integrativa para atender às necessidades dos usuários, tanto em termos de funcionalidade quanto de inclusão para pessoas neurodiversas. A abordagem mostra que a adaptação do ambiente luminoso pode oferecer melhorias significativas na qualidade de vida, confirmando a importância do design biofílico integrado à tecnologia de iluminação avançada.
Importante atentar que implementar estratégias de iluminação elétrica que atendam às necessidades das pessoas neurodiversas requer um entendimento profundo das respostas neurológicas que ocorrem a partir da incidência da luz na retina e dos efeitos da luz sobre a saúde humana. Os profissionais que desejam aplicar esse artifício projetual devem considerar o impacto que a iluminação é capaz de produzir no organismo humano, como discutido por Mariana Figueiro e Mark Rea em “Light as a Circadian Stimulus for Architectural Lighting” (2016), publicado no Lighting Research and Technology, apresentando como a exposição a uma iluminação “planejada” para este fim, uma vez adequada, pode promover saúde e bem-estar. Por outro lado, uma “negligência” nesse sentido pode provocar e/ou estimular reações não desejadas, sejam comportamentais ou fisiológicas, nos conduzindo ao erro de omissão. Segundo os autores: “Temos
a obrigação profissional, se não moral, de oferecer iluminação que promova a regulação circadiana”.
A pesquisa de George Brainard em “High sensitivity of the human circadian melatonin rhythm to resetting by short wavelength light” (2003), no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, mostra que a luz rica em azul na sua composição espectral tem um forte impacto na supressão da melatonina, influenciando diretamente os ritmos circadianos e afetando diretamente o padrão de sono e vigília.
O campo do design inclusivo, especialmente em relação à iluminação no contexto da neurodiversidade, apresenta uma significativa oportunidade para inovação no mercado, pois a tendência atual de personalização no design de ambientes pode ser mais do que visualmente experiencial, chegando a promover o bem-estar e a condição de funcionalidade adaptativa para usuários com variadas necessidades sensoriais.
Incorporar estratégias de iluminação que considerem a neurodiversidade é um passo avançado para atender às exigências crescentes por espaços que promovam saúde física e mental. Roger Ulrich, em seu estudo “Effects of Healthcare Environmental Design on Medical Outcomes” (2001), demonstra que a iluminação, quando bem projetada para incluir a luz natural e
Figura 45
Exemplo de flicker de uma lâmpada LED a 100%.
Fonte: IEEE1789
evitar excesso de reflexos, pode reduzir o estresse dos pacientes e dos funcionários, promovendo zonas de conforto que auxiliam no processo de cura. Este princípio pode ser estendido para outros espaços públicos e privados, sugerindo uma oportunidade substancial para arquitetos e designers liderarem essas práticas de sustentabilidade e inclusão.
Por outro lado, a tecnologia de iluminação inteligente oferece possibilidades sem precedentes para criar ambientes adaptáveis. A pesquisa de Jennifer Veitch (2011), “Workplace Design Contributions to Mental Health and Well-being”, aponta que a iluminação dinâmica, que ajusta automaticamente os níveis de composição espectral ao longo do dia, pode trazer benefícios significativos para a saúde mental e para o bem-estar dos funcionários e melhorar expressivamente a experiência do usuário, imitando os padrões da luz natural e ajudando a regular os ritmos circadianos, podendo também reduzir a fadiga ocular e o estresse. Portadores de Transtorno do Espectro do Autismo podem se beneficiar da iluminação dinâmica porque o ambiente se torna mais previsível (como o dia solar) e menos sensorialmente sobrecarregado. Implementar essas tecnologias compõem o escopo de melhorias na acessibilidade e inclusão, colocando o tema na vanguarda da inovação projetual.
Ao explorar a interseção da neurodiversidade com o design biofílico, destaca-se a importância estratégica da iluminação natural e elétrica. A iluminação integrativa é crucial para criar espaços que respeitem as variações humanas e promovam saúde e bem-estar. A incorporação da neurodiversidade nos processos projetuais é mais do que uma necessidade ética: é uma via para inovações que transforma nosso modo de interagir com os espaços. Oliver Heath, em “The Brain-Friendly Workplace: Why Design Matters” (2018), mostra os benefícios que a iluminação adequada pode trazer aos usuários:
Melhora do humor e bem-estar, pela exposição à luz natural, regulação dos ciclos circadianos e regulação do humor e saúde mental.
Aumento da produtividade e concentração, especialmente pela regulação circadiana.
Redução do estresse, especialmente com iluminação suave e vistas para áreas verdes.
Melhora da saúde física, com diminuição do absenteísmo e riscos de doenças relacionadas ao estresse.
Estímulo à criatividade, especialmente quando há iluminação dinâmica e natural e a presença de elementos naturais. Um outro fator importante ao se falar em design biofílico e iluminação diz respeito ao potencial incômodo causado pelo efeito estroboscópico, também denominado “Flicker”. Sentimo-nos confortáveis em relacioná-lo ao design biofílico, pois se trata de algo que não está presente na natureza, podendo se manifestar a partir dos sistemas de iluminação elétrica. O IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) publicou em 2015 o padrão “Práticas Recomendadas pela IEEE para Modulação de Corrente em LEDs de Alto Brilho para Mitigação de Riscos à Saúde dos Usuários” (tradução dos autores).
Para os sistemas que utilizam lâmpadas incandescentes (Figura 4), o flicker
Figuranormalmente não se configura um problema, dada a inércia térmica do filamento de tungstênio, que permanece “aceso” mesmo com as oscilações de energia causadas pela frequência da rede elétrica.
Para os sistemas com o uso de LEDs, o flicker geralmente é causado pela modulação da corrente elétrica das fontes de alimentação, ou “drivers”, que os alimentam (Figura 5). Já que normalmente estas modulações se transferem para a luz emitida, controlar o flicker é essencial para minimizar riscos à saúde tanto para pessoas neurotípicas quanto neuroatípicas.
Para pessoas neurotípicas, o flicker pode causar desconforto visual, dores de cabeça, fadiga ocular, tontura, sensação geral de mal-estar e redução de desempenho em tarefas visuais. Já para pessoas neuroatípicas, o flicker pode também exacerbar comportamentos repetitivos e aumentar o estresse sensorial.
O padrão internacional IEEE1789 estabelece fórmulas para o cálculo de tolerância ao flicker. Para frequências acima de 90 Hertz, as tolerâncias percentuais são descritas na Figura 6.
Exemplo: As lâmpadas LED, que foram desenvolvidas com as mesmas dimensões e aparência das lâmpadas incandescentes, normalmente possuem frequência de modulação de corrente em 120 Hz. Deste modo, o cálculo da tolerância percentual máxima para baixo risco ao flicker ficaria assim:
Para Neurotípicos: 120 Hz x 0,08 = 9,6%
Para Neuroatípicos: 120Hz x 0,03 = 3,6%
Vimos neste artigo que nossa missão enquanto projetistas se estende muito além das questões estéticas e funcionais. Portanto, ao se projetar com uma atenção especial à neurodiversidade, cumpre-se um imperativo ético, além de ampliar a funcionalidade e a experiência vivenciada dos espaços para melhor servir a todos. O design biofílico e adaptativo, aqui focado na iluminação, surge como um novo padrão projetual para o futuro sustentável, inclusivo e respeitoso na sociedade atual.
Ruy Soares
Doutorando em Tecnologia da Arquitetura pela FAU-USP, atua como consultor para novas tecnologias e projetos de Iluminação Integrativa, e como professor nos cursos de pós-graduação do IPOG e da Belas Artes. Membro do comitê técnico 3-60 da Comissão Internacional de Iluminação.
E-mail: ruy@luzintegrativa.com.br
Lorí Crízel
Arquiteto e Urbanista | Presidente da ANFA no Brasil (Academy of Neuroscience for Architecture) | Membro da ANFA Center for Education Latin America | Autor do primeiro livro do Brasil sobre Neuroarquitetura | Professor de Neuroarquitetura no POLI.Design do Instituto Politecnico di Milano (Itália) | Coordenador de Pós-Graduações e dos Programas Internacionais do IPOG Brasil | Doutorando em Neuroarquitetura | Mestre em Conforto Ambiental | Especialista em Neurociências e Comportamento Humano | Editor-Chefe do Journal of Eco+Urbanism and Neuroarchitecture | Certificações Internacionais de Design Thinking e Light Design pelo Instituto Politecnico di Milano (Itália) | CEO do Escritório Lorí Crízel Arquitetos + Partners | Selo CREA/PR de Excelência em Projetos Arquitetônicos | CEO da Plataforma NEURO AI | Mentor do Programa Design Tank Brasil | Membro Fundador do Projeto Neuro in Lab | CEO e Membro Fundador do Instituto de Design Biofílico Brasil | Atividades de imersão profissional/acadêmica nos escritórios de Norman Foster (Londres), Zaha Hadid (Londres), BIG (Copenhagen) e outros.
Figura 6
Capa do padrão internacional IEEE1789 e as fórmulas para o cálculo de tolerância ao flicker para frequências acima de 90Hz.
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Da Redação
após quasE oito aNos dE aNos dE trabalho da comissão de Estudos - Aplicações Luminotécnicas e Medições Fotométricas e de três Consultas Públicas, em março de 2024 foi publicada a nova versão da ABNT NBR 5101:2024 Iluminação Viária – Procedimentos, com diversas mudanças que irão impactar significativamente a iluminação das cidades brasileiras. “O grande legado dessa norma é que ela foi feita para a sociedade. Agora, além da eficiência energética, ela abrange muito mais coisas, como a questão ambiental e a qualidade da iluminação projetada para as cidades. O maior benefício dela foi trazer a
qualidade da iluminação ao centro das discussões”, afirmou Paulo Candura, presidente da Comissão.
Para Victória Rocha, lighting designer da Novvalight, a nova NBR 5101 considera as necessidades humanas e propõe medidas para proporcionar mais conforto e segurança aos pedestres em espaços públicos: “As atualizações na norma têm implicações práticas significativas para profissionais da área e gestores de iluminação viária. Ela requer uma análise mais abrangente do ambiente viário. Não apenas a segurança dos veículos é levada em conta, mas também o conforto visual, a acessibilidade para
pedestres, a eficiência energética e a minimização da poluição luminosa, com o principal foco no bem-estar humano. Além disso, discute temas como o impacto da temperatura de cor do LED na vida diária de humanos, animais (especialmente noturnos), fauna e flora”.
Durante todo o período de trabalho para a elaboração da nova ABNT NBR 5101, a Comissão de Estudos - Aplicações Luminotécnicas e Medições Fotométricas teve cinco coordenadores: Luciano Rosito, Paula Carnelós, Eder Ferreira, Plinio Godoy e Paulo Candura, o que demonstra a complexidade desse processo. “Todas as decisões que envolviam assuntos, termos e textos da nova norma precisavam ser consensuais, ou seja, todos os participantes da comissão precisam concordar, e isso gerava muitas discussões. Além disso, teve muito jogo oculto para que a norma não fosse publicada. Por exemplo, alguns
“O grande legado dessa norma é que ela foi feita para a sociedade. Agora, além da eficiência energética, ela abrange muito mais coisas, como a questão ambiental e a qualidade da iluminação projetada para as cidades. “
A lighting designer Silvia Carneiro, participante assídua das reuniões da Comissão, também afirmou que muitos dos participantes eram representantes de empresas fabricantes de luminárias para iluminação pública e estavam lá apenas para defender seus interesses econômicos, sem qualquer preocupação com a qualidade da luz projetada ou o meio ambiente: “As comissões da ABNT são abertas, então qualquer pessoa interessada pode se cadastrar para participar e contribuir. O problema é que muitos fabricantes só participavam como ouvintes para saber o que estava sendo discutido, e no momento das decisões votavam contra porque aquele tópico não era vantajoso para a sua empresa. Pouca gente trabalhou efetivamente para fazer acontecer, posso citar o Luciano Rosito, Paulo Candura, João Gabriel, Robson Barbosa e o Sergio Lucas de Meneses Blaso”.
Silvia ainda contou que sofreu com machismo e grosserias durante as reuniões da comissão por colocar em
Paulo Candura Presidente da Comissão de EstudosAplicações Luminotécnicas e edições Fotométricasobjetivo de implantar via política pública o trato da poluição luminosa no Brasil, porque os impactos ao meio ambiente estão crescendo de forma vertiginosa. No entanto, as pessoas que não conseguiam apresentar dados coerentes começaram a me desrespeitar, falar que eu era ‘chata’, ‘radical’, que ‘só falava de meio ambiente’. Quando comecei a impor limites, começaram a me chamar de vitimista, até de ‘Xandão de saia’, me apelidaram. Tive inclusive que fazer uma denúncia no Ministério Público, que foi aceita”.
Mudança de nomenclatura e plano diretor
Mas, afinal, quais as mudanças mais significativas da nova NBR 5101?
De acordo com Luciano Rosito, engenheiro eletricista especialista em iluminação e iluminação pública e participante assíduo da Comissão de Estudos - Aplicações Luminotécnicas e Medições Fotométricas, a primeira delas
domínio público, engloba também as vias de domínio privado, ou seja, vias em condomínios fechados, estacionamento de shoppings, entre outros”. Outro ponto bastante relevante apontado por Paulo Candura é o planejamento urbano: “Logo na introdução da norma abordamos a importância do plano diretor de iluminação pública, instrumento necessário para o planejamento da iluminação da cidade. Não é possível pensar a iluminação apenas como algo pontual, é preciso avaliá-la de forma geral, seu entorno. Também é feita a menção de que o gestor público ou privado e o responsável pelo projeto de iluminação devem considerar a necessidade de implantar, trocar ou reposicionar a posteação, substituir os suportes – braços, núcleos, etc. – das luminárias, e instalar dispositivos de ajuste de inclinação das luminárias para o pleno atendimento da Norma. Vale ressaltar que esses pontos são apenas indicações e não parâmetros”.
“As atualizações na norma têm implicações práticas significativas para profissionais da área e gestores de iluminação viária. Ela requer uma análise mais abrangente do ambiente viário. “Victória Rocha Lighting designer da Novvalight
“Essa mudança é uma grande conquista para a sociedade e traz um benefício gigante para o meio ambiente, porque a luz artificial à noite afeta não só a saúde humana, mas tudo o que está ao nosso redor.“Silvia Carneiro Lighting designer
demais vias, com exceção das faixas de pedestres que têm o limite de 3000K. Para áreas de relevante importância ambiental, como parques ecológicos, unidades de conservação, estuários, áreas costeiras, sítios astronômicos, zonas de amortecimento, etc., o valor recomendado da Tcp é de 1800K, não podendo exceder 2200K. “Essa mudança é uma grande conquista para a sociedade e traz um benefício gigante para o meio ambiente, porque a luz artificial à noite afeta não só a saúde humana, mas tudo o que está ao nosso redor”, lembrou Silvia Carneiro.
Durante algumas reuniões da Comissão, surgiram afirmações de que a Tcp mais baixa seria prejudicial na questão da segurança pública das cidades, mas Luciano Rosito afirmou que esse problema não existe: “Ao contrário do que pensam, a temperatura de cor mais baixa, com o espectro da luz amarela, ajuda na segurança para as pessoas visualizarem umas às outras nas calçadas, para o motorista enxergar o pedestre, para o motorista circular nas
o impacto da norma é melhorar a segurança no tráfego de veículos e pedestres. Agora sobre sensação de segurança, cada um sabe da sua. Se alguém se ilude que tendo 6500K a cidade é mais limpa e mais segura, é sensação, e uma falsa sensação”.
Silvia segue a mesma linha de pensamento de Rosito e afirma que, segundo dados da segurança pública dos municípios, a maior parte das ocorrências criminais acontecem durante o dia: “É óbvio que se uma rua estiver sem iluminação ou mal iluminada pode ser palco de crimes, mas se o projeto de iluminação pública seguir todos os critérios da nova Norma, com certeza a via estará bem iluminada, o que ajudará na inibição dos crimes”.
Seguindo o mesmo raciocínio, Candura lembra que: “Nos anos 2000/2002, o Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente ‘ReLuz’, que tinha por objetivo promover o desenvolvimento de sistemas eficientes de iluminação pública, contribuindo para a melhoria das condições de segurança e a qualidade de vida nas cidades
pelo Ministério de Minas e Energia através da Eletrobrás/Procel em parceria com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Ele utilizou de forma maciça como fonte de luz a tecnologia vapor de sódio com Tcp em torno de 2000K, mas com baixíssimo (aproximadamente 20%) índice de reprodução de cores”.
A Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação), por sua vez, demonstrou bastante preocupação com os novos parâmetros de Tcp, uma vez que a Portaria 62 do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) é incompatível com a nova ABNT NBR 5101, não possibilitando que luminárias de 1800K e 2200K sejam certificáveis neste momento. “Portanto, estas não podem ser importadas, produzidas localmente e comercializadas no mercado brasileiro. A Abilux entende que esse tema, Tcp a ser utilizado, não deveria ser tratado na norma ABNT NBR 5101”, afirmou Marco Poli, diretor executivo da Abilux.
“Ao contrário do que pensam, a temperatura de cor mais baixa, com o espectro da luz amarela, ajuda na segurança para as pessoas visualizarem umas às outras nas calçadas, para o motorista enxergar o pedestre, para o motorista circular nas vias.”
lizados mundialmente para iluminação viária, e a questão da certificação das luminárias de 1800K e 2200K precisa ser discutida junto ao Inmetro. “É preciso parar um pouco as discussões e as paixões de quem acha que é melhor A, B, C ou D. É o momento de ser um pouco mais coerente, técnico, e resolver o problema, não criar outros. O próprio Inmetro já regulamentou a lâmpada de sódio (2000K e IRC20), que é a temperatura de cor mais baixa. O processo de certificação permite o uso de tomada Nema 7 pinos que não é padronizada em nenhum lugar do mundo (por normas IEC) e aqui no Brasil se admite porque é usual, apesar de não estar na NBR 5123. Não existe norma IEC para essa tomada e o Inmetro a aceita baseado em uma publicação ANSI. Então é necessário coerência e busca pela resolução das questões”.
Ainda segundo a Abilux, a mudança referente à Tcp das luminárias trará grande impacto para as fabricantes num primeiro momento. “No entanto,
os impactos negativos para fabricantes, importadores e municípios ainda podem ser mitigados com planejamento adequado da transição, que deve programar e considerar os meses para a certificação e para a comercialização dos novos produtos. A transição não planejada só provoca custos adicionais à sociedade. Basta observar que vários municípios têm instaladas luminárias com Tcp maior do que 2700K. A dúvida que fica é: estas serão adequadas até quando? Pois eram adequadas até ‘ontem’. Como as partes deverão proceder? Essas luminárias devem ser substituídas? Em que prazo? Se nada for estabelecido, a transição ficará por conta das partes interessadas – fabricantes e municípios – que buscarão a melhor solução”, afirmou Poli. Em relação aos questionamentos da Abilux, Alfredo Gioielli, advogado e palestrante, especialista no segmento de iluminação pública, esclarece que: “A nova norma não afeta os contratos
Alfredo também explicou que o STF (Superior Tribunal Federal) já pacificou o entendimento dos editais de licitação em tramitação sem contrato assinado ou as modelagens de concessões na condição de parcerias público-privadas por meio da Súmula 473: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade. A nova lei de licitações, em seu art. 71, (Lei 14.133/2021), acabou por regular uma falha na redação do art. 49, do antigo Estatuto de Licitações, quando fixou que encerradas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os recursos administrativos, o processo licitatório será encaminhado à autoridade superior, que poderá, entre uma das alternativas, revogar o procedimento em razão de fato superveniente devidamente comprovado. Assim, não havendo adjudicação com a consequente
“A Abilux entende que esse tema, Tcp a ser utilizado, não deveria ser tratado na norma ABNT NBR 5101 [...] A transição não planejada só provoca custos adicionais à sociedade. Basta observar que vários municípios têm instaladas luminárias
com Tcp maior do que 2700K. ”
Marco Poli Diretor executivo da AbiluxAinda abordando o impacto econômico da nova ABNT NBR 5101 na indústria de luminárias para iluminação pública, houve quem enxergou uma oportunidade de mercado nesse movimento, como é o caso da Novvalight, que acompanhou os principais temas que estavam sendo discutidos ao longo da revisão e, em paralelo, fomentou esses debates dentro de seu corpo técnico de desenvolvimento de produtos, alinhando com seus fornecedores de componentes as novidades e tecnologias que seriam trazidas para suas peças. “Com essa mudança, viveremos uma alteração impactante na paisagem urbana das nossas cidades muito positiva e mais integrada com um futuro sustentável. Nós, como fabricantes e desenvolvedores de produto, estamos preparados para contribuir ao lado dos nossos clientes com essa mudança, trazendo produtos com alta tecnologia, componentes de qualidade e confiabilidade, além de um catálogo robusto e
A Nova ABNT NBR 5101 também alterou a classificação da iluminação viária. As vias de tráfego motorizado V (1 até 5) foram substituídas pelas classes M (1 até 6) e C (0 até 5) e apresentam um novo modo de seleção por meio de vários parâmetros que permitem uma seleção mais assertiva da classe de iluminação da via. “A malha de cálculo e medição também foi alterada seguindo os padrões internacionais, conforme a Comissão Internacional de Iluminação (CIE)”, contou Candura.
A classe de iluminação M compreende as vias para tráfego exclusivo de veículos motorizados em circulação livre, sem a presença de pedestres e ciclistas, permitindo velocidades de condução média mais elevadas, como as permitidas em rodovias, vias de circulação periférica aos municípios, anéis viários, vias expressas, vias de acesso e estradas localizadas predominantemen-
“A nova norma não afeta os
contratos vigentes,
vez que ela não
retroage. Os gestores públicos que exigirem eventualmente a aplicação da nova Norma, vão enfrentar pedidos de reequilíbrio econômico financeiro, porém ficarão limitados ao uso da faixa de temperatura de cor em até 2700K, caso não ocorra alteração da Portaria 62/2022.“
Alfredo Gioiellidepara com áreas frequentadas por pedestres, ciclistas e outros usuários, ou onde há mudança na geometria da via, como redução do número de pistas ou da largura da faixa de trânsito. Áreas de estacionamento e praças de pedágio também se enquadram nessa classe. “A classe C0 estabelece uma iluminância média mínima mantida de 50 lux, e cada classe seguinte vai tendo uma menor iluminância – C1 (30 lux), C2 (20 lux), C3 (15 lux), C4 (10 lux) e C5 (7,5 lux). Ou seja, há mais iluminação onde é mais necessário”, explicou Rosito. Também houve alteração na classe de Iluminação P, que compreende as áreas de uso por pedestres, como calçadas – algo que a antiga Norma não contemplava, calçadões, passeios, ciclovias, ciclofaixas, praças, parques, pátios, áreas de estacionamento público, acostamentos, etc. “Antes, eram quatro classes de pedestres e agora são seis. Também foi aprimorada a questão das faixas de pedestres, tudo pensado na segurança dos usuários”, disse Rosito.
Sistema de Classificação de Luminárias (SCL)
Na Nova Norma, o Sistema de Classificação de Luminárias (SCL) também foi modificado e baseado nos procedimentos da IES (Illuminating Engineering Society) e da IDA (International Dark-Sky Association). Os dados do arquivo fotométrico devem estar de acordo com a ANSI/ IES LM-63-02. “Em resumo, O SCL quantifica a distribuição de luz na frente da luminária, do inglês forward light (F), atrás da luminária, do inglês backlight (B), e acima da luminária, do inglês uplight (U). Esses parâmetros são de extrema importância para o controle da poluição luminosa, da luz invasiva e do ofuscamento”, relatou Rosito.
Densidade de potência (DP) e densidade de energia (DE)
Ainda segundo Rosito, a Norma traz dois conceitos muito importantes: Densidade de Potência (DP) e Densidade de Energia (DE): “A DP, mal comparando, é como se fosse o Watt por metro quadrado, só que numa versão mais inteligente. Já a DE determina o quanto de energia é preciso para atingir o índice de luminância naquele trecho específico da via. Esses conceitos têm um impacto muito grande na eficiência energética dos projetos e também fará com que os fabricantes tenham melhores engenharias em seus produtos para atingir esses níveis”.
Segundo Candura, a DP e a DA desmistificam que a eficácia (lm/W) da luminária proporciona boa iluminação: “Projetos com luminárias de menor eficácia podem proporcionar iluminação melhor e mais eficiente do que com uma luminária de maior eficácia”.
A nova ABNT NBR 5101 traz ainda diversas outras novidades, como acionamento e controle da iluminação viária, iluminação adaptativa (dimerização da iluminação viária), compatibilidade com a arborização, entre outros. “Tudo isso só beneficia a população e o meio ambiente. Não faz sentido alguém ser contra a nova Norma a não ser para obter benefícios próprios”, disse Silvia. “A Norma é bastante complexa e apresenta diversas novidades. É preciso que, o mais rapidamente possível, todos as entendam e as coloquem em prática”, finalizou Rosito.
Projetos de iluminação automatizada, arquitetura e interiores proporcionam aconchego e conforto em residência
localizado Na vila aNdradE, EstE apartamENto dE 62 mEtros quadrados foi adquirido Na planta por um jovem empresário mineiro para ser sua residência na capital paulista. Os projetos de iluminação, arquitetura e interiores foram assinados pela arquiteta e lighting designer Carolina Ciola Fonseca, titular do Studio ió Arquitetura & Lighting Design, que buscou entender os gostos e costumes do proprietário para transformar o espaço em um lar confortável e aconchegante. “Conversei com o cliente e entendi que ele gosta muito de cozinhar e de receber os amigos e familiares para refeições,
como almoços e cafés. Ao analisar a planta, notei que toda a iluminação natural estava para a varanda gourmet e para a lavanderia, e que a cozinha ficava escura. Sugeri trocar a cozinha e a lavanderia de lugares, assim a cozinha ficou maior e os ambientes integrados, sem contar que trouxemos a luz natural que estava na varanda para dentro do apartamento”, detalhou Carolina.
A arquiteta também descobriu nas conversas com o proprietário que ele gostava muito de jogar videogame e era fã de Harry Potter: “Por isso, criamos um cantinho para o videogame e também incluímos alguns elementos remetendo ao filme do jovem bruxo”. Todos os cômodos do apartamento receberam muitos armários, e as cores predominantes foram o azul e o cinza. “Ficou um apartamento bem moderno”, complementou Carolina.
Ainda de acordo com a lighting designer, o projeto de iluminação foi pensado de forma bastante minimalista, com luminárias discretas e com fachos de luz fechados: “Padronizamos todo o apartamento em 3000K para maior conforto. A iluminação ficou muito bacana porque é preciso estar embaixo da luminária para notar que ela está acesa, então não é uma luz que cansa”.
Outro destaque do projeto foi a automação através do protocolo ZigBee: “As persianas e a iluminação foram automatizadas e criamos cenas que podem ser controladas pelo celular. Remotamente, o cliente já deixa toda a casa preparada antes mesmo de chegar. Vale lembrar que algumas luminárias são dimerizáveis, o que aumenta as opções de cenas do projeto”, explicou Carolina.
Trilho sobreposto na laje com módulos difusos de LED de 5W e 350 lm proporciona luz um pouco mais intensa na cozinha, enquanto a mesa circular de granito projetada para unir os ambientes da cozinha e da varanda gourmet recebeu três pendentes cilíndricos pretos com minidicroica LED de 3W/36.
Como o apartamento foi totalmente integrado, as salas de videogame, de estar, cozinha, varanda gourmet e lavanderia estão todas no mesmo ambiente. “Como o pé-direito do apartamento era de apenas 2,6 metros, optamos por não utilizar forro de gesso para não perder espaço de armários. Por conta dessa escolha, instalamos de forma sobreposta na laje luminárias minimalistas pretas de 7W/34º para iluminar as salas de videogame, de estar, e varanda gourmet”, contou a lighting designer.
Acima do sofá da sala de videogame, Carolina criou uma escultura de luz com pendentes lineares em formatos quadrado e retangular, de 32W: “Na adega, a iluminação se faz presente na marcenaria por perfis de LED com 480 lm, tanto na cristaleira quanto para destaque das garrafas”.
Cozinha e varanda gourmet
Para a cozinha e a lavanderia, a opção foi por um trilho sobreposto na laje com módulos difusos de LED de 5W e 350 lm. “Essa solução proporciona luz um pouco mais intensa na cozinha, ambiente bastante utilizado pelo proprietário, uma vez que adora cozinhar para seus convidados. Também aplicamos perfis de LED com 480 lm abaixo do armário da cozinha para luz de tarefa na pia”, lembrou a lighting designer.
Uma mesa circular de granito foi projetada para unir os ambientes da cozinha e da varanda gourmet, que conta também com uma churrasqueira. “Criei, ao lado da churrasqueira, um painel de madeira onde foi instalada uma TV para quando o proprietário estiver tomando café ou almoçando poder assistir. Já acima das mesas, a escolha foi por três pendentes
cilíndricos pretos com minidicroica LED de 3W/36º para valorizar os pratos preparados pelo proprietário”, disse Carolina.
Suíte
A iluminação geral da suíte se dá de forma indireta por meio de um plafon de sobrepor com rebatedor equipado com lâmpada bolinha de 3W e 250 lm instalado no centro do espaço. “Na cabeceira, lançamos mão de duas soluções. Do lado onde o cliente dorme, utilizamos uma arandela articulada com LED bulbo de 7W e 560 lm para que ele possa direcionar a luz para ler um livro ou assistir a um filme no tablet. Do outro lado, a opção foi por pendente com iluminação difusa”, afirmou a lighting designer.
Para a iluminação do closet, foi sobreposto na laje, em formato de L, um perfil de LED de 14,4W/m e 1400 lm, assimétrico. “Essa solução ilumina bem as roupas dentro dos armários. Fizemos também uma iluminação como em provador de loja, ao redor no espelho, com perfis de LED de 480 lm para iluminar o proprietário de frente”, detalhou Carolina.
Escritório e quarto de hóspedes
O outro dormitório do apartamento foi pensado para servir como escritório home office do proprietário, mas também para hospedar visitantes. “Para diferenciar a área de trabalho, pintamos a parede e o teto de cinza e utilizamos
Luminárias minimalistas pretas de 7W/34º sobrepostas na laje iluminam a área de trabalho do escritório home office, enquanto uma luminária sobreposta de 20W e 1560 lm proporciona luz geral no quarto que conta com uma cama retrátil.
iluminação sobreposta na laje com luminárias minimalistas pretas de 7W/34º. Também tivemos a ideia de projetar uma cama retrátil. Quando o ambiente está sendo utilizado apenas como home office, a cama fica fechada e tem uma prateleira em cima. Na presença de um hóspede, a cama desce e, dessa forma, é possível acomodar o visitante de forma superconfortável. Para iluminação geral dessa área da cama, a escolha foi por uma luminária sobreposta de 20W e 1560 lm”, explicou a lighting designer.
Banheiros
Para os banheiros, Carolina utilizou embutidos no forro de 7W/48º e 450 lm para iluminação geral, tanto dentro dos boxes quanto fora. No banheiro externo, o espelho redondo acima da cuba foi retroiluminado por um perfil de LED de 9,6W/m e 840 lm/m.
À esquerda, suíte com luz indireta por meio de plafon de sobrepor com rebatedor e lâmpada bolinha de 3W e 250 lm, além de arandela articulada com LED bulbo de 7W e 560 lm e pendente com iluminação difusa na cabeceira. Acima, perfil de LED de 14,4W/m e 1400 lm, assimétrico, para iluminação do closet, e perfis de LED de 480 lm ao redor do espelho.
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Por Vicente Scopacasa
sEmprE quE uma Nova tEcNologia é iNtroduzida, muitos são os questionamentos a respeito principalmente dos benefícios incorporados, entendidos como “prós”, assim como das desvantagens, aqui apontadas como “contras”.
Os LEDs que conhecemos e utilizamos largamente hoje são diodos semicondutores que geram luz azul e revestidos por fósforo, o que resulta na transformação dos fótons azuis em fótons com comprimentos de onda maior, na faixa do verde,
amarelo e vermelho, que o nosso sistema visual-cerebral interpreta como luz branca.
Em função da tecnologia utilizada para a fabricação de LEDs brancos através da conversão por fósforo – PCLED – temos como característica principal a maior concentração de energia na faixa da luz azul, compreendida entre 400 a 500nm, quando comparado com outras tecnologias de geração de luz branca com o mesmo valor de temperatura de cor.
Como exemplo, uma lâmpada incandescente com temperatura de cor de aproximadamente 2700K tem algo como 3 a 4% de energia de luz azul. Um LED também de 2700K apresenta algo como 12 a 15% de energia na luz azul. Ou seja, podemos obter o mesmo aspecto da luz branca gerada por fontes de luz distintas, porém com distribuição espectral de potência (espectro da luz) totalmente diferentes.
Quando falamos de luz, devemos considerar seus aspectos visual e não visual. O aspecto visual tem relação com a parte fotométrica da luz, e o aspecto não visual diz respeito à parte radiométrica da luz, pois, como sabemos, a luz é uma onda eletromagnética e, portanto, carrega energia.
A temperatura de cor nada mais é do que um parâmetro fotométrico, baseia-se somente no aspecto visual da luz. No entanto, devemos também considerar a distribuição espectral de potência (onde temos algo similar à nossa impressão digital), que define exatamente o comportamento do nível de energia contido em cada comprimento de onda da luz visível compreendidos entre 380 a 780nm.
Falando de energia, devemos considerar três parâmetros importantes:
1. A distribuição espectral de potência, também conhecida como o espectro da luz, define exatamente quanto cada com-
primento de onda carrega de energia.
2. A quantidade de energia ou dose gerada pela fonte de luz fazendo uma analogia com a iluminância, ou seja, quanto maior a dose, maior será a iluminância.
3. O fotoperíodo, que representa o tempo de exposição na fonte de luz.
Portanto, analisando os efeitos não visuais da luz, temos que nos preocupar com o tipo de luz que estamos recebendo (espectro), com a intensidade da luz (dose ou iluminância) e com o tempo de exposição em função do horário. Sabemos que durante o dia o recomendado é que quanto maior for a composição de comprimentos de ondas curtos (luz fria) e maior iluminância, melhor para a nossa saúde e que, à noite, quanto maior for a composição de comprimentos de ondas longos (luz quente) e menor iluminância, melhor para nossa saúde.
Concluímos, então, que a melhor situação é mais luz azul durante o dia e menos luz azul durante a noite. No entanto, isso é somente uma parte da equação. Vamos hipoteticamente analisar uma situação onde à noite tivéssemos somente a iluminação feita pela lua e pelas estrelas, sem nenhuma luz elétrica utilizada. Ao analisarmos o espectro da luz tanto da lua como das estrelas, vamos concluir que se trata de espectros frios, ou seja, acima de 4500K, com alta concentração de comprimentos de ondas curtos, porém com baixa iluminância. Neste caso, estamos falando de um ambiente totalmente natural com espectro de luz fria.
Outro fator que devemos analisar, além do espectro da luz e da iluminância, são as métricas mais importantes utilizadas hoje na iluminação integrativa que são o CS – Circadian Stimulus – e o EML – Equivalent Melanopic Lux. No
caso específico do CS, embora seja uma medida de supressão de melatonina, pretende-se que seja relevante para a regulação dos ritmos circadianos. Apesar dessas métricas apresentarem algumas diferenças, ambas se baseiam no espectro da luz e na iluminância medidos no plano vertical do olho humano.
A razão principal desse artigo é o fato de que temos observado vários questionamentos a respeito da utilização de luz com alto conteúdo de comprimentos de onda na faixa do azul à noite, principalmente em produtos como o kit estrelado com fibras óticas,
normalmente instalados em quartos com crianças.
A pergunta a ser feita é: “Será que esse tipo de situação onde temos uma criança sendo exposta a uma iluminação noturna feita pelo kit estrelado com fibras óticas estaria sujeita a uma alteração do seu ritmo circadiano?”.
Para responder a essa pergunta, fizemos um ensaio prático utilizando um kit estrelado com fibras óticas e analisamos os resultados medindo o CS – Circadian Stimulus – em uma instalação onde a criança estaria sendo iluminada somente por essa fonte.
Projeto: ArqDesign
Foto: Alana Carolina Rovaris
Pigment Optical Density: 0.5
Para a realização desse ensaio, foi considerado um quarto com dimensões de 3,5 x 3,5 metros, com pé-direito de 2,60 metros, que acreditamos ser um ambiente extremo, pois, na maioria dos casos, normalmente o pé-direito seria maior do que 2,60 metros. A cama foi posicionada no centro do quarto, por entendermos ser a condição mais extrema, uma vez que, em uma situação real, os olhos da criança estariam mais próximo de uma das quatro paredes do ambiente. A criança foi posicionada deitada na cama, e a distância considerada do plano dos olhos ao piso foi de 0,60 metros.
Nessa condição, posicionando o espectrofotômetro na altura dos olhos da criança e alinhando com as fibras óticas posicionadas no teto, com a sala totalmente escura, foram realizadas as medidas colorimétricas e fotométricas. Abaixo apresentamos os valores que consideramos mais importantes:
TC: 3011K
CIE1931 x: 0,4331
CIE1931 y: 0,3976
IRC(Ra): 74
TM-30-18 Rf: 76
TM-30-18 Rg: 95
Duv: -0,0021
Foi também medida a iluminância, nas condições acima expostas, e o valor encontrado foi zero lux. O equipamento utilizado não foi capaz de registrar um valor devido ao fato de a iluminância ser muito baixa. A distribuição espectral de potência também foi levantada a fim de ser utilizada juntamente com a iluminância na ferramenta do CS – Circadian Stimulus, com o intuito de levantarmos o valor de CS e comparar com a métrica que consta na norma UL24480. Independentemente de o valor medido ter sido igual a zero, para fins de cálculo do CS, assumimos uma situação extrema e adotamos a iluminância de 5 lux a ser aplicada em conjunto com a distribuição espectral de potência na ferramenta CScalculator disponível no site www.lrc.rpi.edu/cscalculator. Na Figura 1, podemos notar que, considerando a distribuição espectral de potência do kit estrelado com fibras óticas e a iluminância de 5 lux, bem acima do valor real medido, obtemos o valor de - CS Circadian Stimulus – de 0,005. Comparando esse valor com a norma UL 24480 que correlaciona o valor de CS à supressão de melatonina, concluímos que a porcentagem de supressão é
igual a 0,5%, e a norma especifica que, a partir das 20h00, pode-se admitir até 10% de supressão de melatonina.
Conclusão
Ao se considerar somente a porcentagem de luz azul no espectro, podemos chegar a conclusões não corretas visto que devemos analisar o conjunto espectro/iluminância para avaliar a real porcentagem de melatonina que está sendo suprimida pelo nosso organismo. No presente caso, mesmo utilizando uma fonte de luz de 3000K com algo ao redor de 15% de energia na faixa da luz azul, o produto não exerce influência no ritmo circadiano durante o período da noite.
Outro aspecto não visual também considerado neste ensaio e que entendemos como muito importante para o ser humano é o emocional, enfatizando o bem-estar das pessoas em um ambiente iluminado. Não resta a menor dúvida que dormir em um ambiente que simula o céu à noite, apreciando o movi-
mento das estrelas, traz a sensação de paz e conforto, principalmente quando essa iluminação não exerce qualquer influência no nosso ritmo circadiano.
Os ensaios foram realizados nos laboratórios da FASA Fibra Ótica, em março de 2024. Equipamentos utilizados:
Kit Estrelado LYRA 120 pontos –
Fabricante: FASA Fibra Ótica
Multímetro modelo MLM-1020 –
Fabricante: Minipa
Espectrofotômetro portátil modelo
ALP-01 – Fabricante: Asensetek
Vicente Scopacasa
É engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 47 anos. Especificamente em LEDs, atuou por mais de 45 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior atuando em fábricas no Vale do Silício na Califórnia/USA. Membro da IES, atua hoje como Diretor da ConsuLED prestando serviços de consultoria na área de iluminação de estado sólido, professor em cursos de especialização e pósgraduação, coordenador de grupos do COBEI/ABNT nos segmentos de iluminação e automotivo, e como autor de artigos técnicos para revistas especializadas além de artigos publicados pela SAE Internacional.
Aqui na B.E.G. pensamos desde nossa origem sobre conforto, eficiência energética e segurança para os ambientes.
Nossos produtos já estão presentes no dia a dia das pessoas e podem funcionar de forma totalmente automática ou integrar-se com interfaces para atender às necessidades específicas dos usuários.
apaixoNada por moda E artE, a joalhEira gabriElla laNia descobriu sua vocação enquanto cursava a faculdade de Desenho de Moda. Foi aprendiz em uma grande empresa do ramo e se especializou em instituições renomadas com cursos, como o de Ourivesaria e Ilustração de Joias, no Istituto Europeo di Design, e Classificação de Diamantes, Pérolas e Gemas Coloridas, no Gemological Institute of America, em Nova Iorque (EUA).
Em 2009, nasceu o Ateliê Gabriella Lania, onde cada peça é feita com valiosa atenção aos detalhes, que expressam a personalidade e a essência de quem usa. Já em 2021, o ateliê se mudou para sua nova sede de 104 metros quadrados no Iguatemi Business, em São José do Rio Preto (SP), que contou com projeto de interiores da designer de interiores Lícia Mansor.
O projeto de iluminação do Ateliê Gabriella Lania ficou a cargo do lighting designer Maiquel Alexandre, titular do MAI Projetos de Iluminação, que teve como conceitos principais valorizar as belas características dos produtos produzidos, além da criação de cenas para flexibilidade de uso dos ambientes. “Como é um espaço para a exposição de joias, especificamos fontes de luz com IRC alto para realçar os atributos dos materiais, como ouro e pedras preciosas. Também projetamos diversas cenas, pois era necessário criar diferentes atmosferas. Ora era preciso luz mais difusa e homogênea para a apresentação das joias, ora luz mais intimista para um evento, por exemplo”, detalhou Maiquel.
Para as salas da designer e de apresentação de produtos e apoio de vendas, a iluminação geral se dá por meio de embutidos no frame no forro de gesso equipados com MR16 de 7W a 4000K, além de perfis de LED de 19W/m a 3000K criando um quadrado no teto. “Esse perfil possui apenas 7mm de altura, então quando está aceso dá a sensação de ser uma peça embutida, já quando apagado, cria um bonito desenho no teto, e a cliente gostou bastante desse efeito minimalista. Além disso. Para resolver a questão do ofuscamento dos embutidos, optamos
por luminárias com a fonte de luz recuada”, contou o lighting designer.
Para luz mais amena e difusa, Maiquel lançou mão de sancas periféricas com luminárias lineares de sobrepor de 10W/m a 3000K que também proporcionam iluminação no cortineiro: “Visando valorizar a marcenaria, aplicamos perfis de LED de 9,6W/m a 3000K tanto na parte inferior do armário, para luz de tarefa, quanto na parte superior, jogando luz indireta para o ambiente”.
Atrás da mesa de apresentação da sala de vendas estão dispostos dois totens com redomas de vidro para a exposição de algumas joias. “Nessas redomas, desenvolvemos especialmen-
Na sala de apoio de vendas, a iluminação geral se dá por meio de embutidos no frame no forro de gesso equipados com MR16 de 7W a 4000K, além de perfis de LED de 19W/m a 3000K criando um quadrado no teto. Para luz mais amena e difusa, a opção foi por sancas periféricas com luminárias lineares de sobrepor de 10W/m a 3000K.
te para o projeto uma luminária com fita de LED de 9,6W/m a 3000K e painel acrílico, como se fosse um painel de LED, que realça os produtos expostos”, lembrou o lighting designer.
Na sala da designer, para valorização dos produtos de design expostos nas prateleiras, a opção foi por perfis de LED de 9,6W/m a 3000K. “É interessante notar que toda a área de mesa de trabalho está bem iluminada com luz homogênea. Na foto, também fica perceptível como as cores são valorizadas pela luz por conta de uma grande maleta de lápis de cor sobre a mesa”, disse Maiquel.
Ao lado da sala da designer está a sala que abriga os departamentos administrativo e financeiro. “Inclusive, há uma abertura circular na parede que divide os ambientes para que a designer tenha total acesso visual através de um vidro”, lembrou o lighting designer.
Nesse ambiente, foi projetada uma sanca com luminárias lineares de sobrepor de 10W/m a 3000K para iluminar a parede que divide as salas. Visando luz homogênea e sem sombras nas áreas de trabalho, Maiquel desenhou uma sanca central em formato retangular
Sanca com luminárias lineares de sobrepor de 10W/m a 3000K iluminam a parede que divide a sala da designer da sala dos departamentos administrativo e financeiro. Para luz homogênea e sem sombras nas áreas de trabalho, foi projetada uma sanca central em formato retangular com o mesmo tipo de fonte de luz, e um painel quadrado de 40W a 4000K embutido no centro do forro.
equipada com o mesmo tipo de fonte de luz, e ainda embutiu no centro do forro um painel quadrado de 40W a 4000K: “A ideia era que esse painel fosse recuado para criar a sensação de um domus com luz natural, mas, por uma condicionante de obra, não foi possível”.
De acordo com o lighting designer, Gabriella Lania gosta bastante de fazer eventos em épocas comemorativas, como dia das mães, festa junina, entre outros, então esse espaço de reuniões muitas vezes é utilizado para esse tipo de recepção: “Para iluminação geral e homogênea, mantivemos as sancas perimetrais com luminárias lineares de sobrepor de 10W/m a 3000K, e também utilizamos embutidos no frame no forro de gesso com MR16 de 7W a 4000K. Vale ressaltar que existem alguns cir-
À esquerda, perfis de LED de 5W/m a 2700K realçam os nichos amadeirados do móvel da Copa. Acima, perfil de LED de sobrepor de 9,6W/m a 2700K abaixo da bancada serve como balizador e ajuda na valorização do revestimento do piso.
cuitos de acendimento, o que proporciona flexibilidade no uso do espaço”.
Na copa, foram utilizados na marcenaria perfis de LED de 9,6W/m a 3000K, para luz de tarefa no balcão, e de 5W/m a 2700K nos nichos amadeirados. “Fiz essa diferenciação proposital para aquecer ainda mais esses nichos revestidos em madeira, dando um efeito bastante aconchegante nessa área de copa”, contou Maiquel.
Lavabo
No lavabo destinado aos clientes, o lighting designer decidiu “soltar” a bancada com luz perimetral por meio de perfil de LED de sobrepor de 9,6W/m a 2700K e aplicou também um pendente decorativo ao lado do espelho: “A solução abaixo da bancada serve como balizador e também ajuda na valorização do revestimento do piso, que é bastante bonito. Já o pendente sobre a bancada proporciona charme e aconchego”.
Projeto de iluminação: Maiquel Alexandre/ MAI Projetos de Iluminação
Projeto de interiores: Lícia Mansor Interiores
Luminárias: Interlight, Mister LED, Nine Luminárias e Stella
Lâmpadas e fitas de LED: Stella
Desenhada e desenvolvida pela FASA Fibra Ótica, a Luminária Taboa agrega toda a estética de uma luz decorativa, dinâmica, difusa e aconchegante, com os diversos benefícios da tecnologia da fibra ótica. Elegante e sutil em sua concepção, possui hastes flexíveis que acompanham o balanço do vento, sem transmitir calor ou energia elétrica, sendo ainda muito eficiente energeticamente. Seu corpo ótico projeta iluminação suave, com um desenho que lembra as ranhuras desta planta aquática que dá nome à luminária (fonte de inspiração para a criação). Para conhecer mais sobre este lançamento da empresa, clique aqui e assista ao vídeo.
fibraotica.com.br
Linha externa de concreto
Composta por arandelas balizadoras (redondas e quadradas), arandelas de facho direto e indireto, balizadores, downlights de sobrepor (redondos e quadrados) e downlights de embutir, a Linha Massif, da Power Lume, une modernidade, sustentabilidade, durabilidade, qualidade e inovação. Indicadas para áreas externas, todas as luminárias são produzidas em concreto ou gesso, na temperatura de cor de 3000K e com IRC>90.
powerlume.com.br
Inspirada na leveza e dinâmica do voo do Colibri, a linha de luminárias de mesmo nome, da Newline Iluminação , expressa delicadeza, design e sofisticação. Nas versões Luminária de Mesa e Pendente, podem ser encontradas na potência de 5,2W (419 lm), a 2700K, com 30º de ângulo de abertura e em oito opções de cores.
newline.ind.br
O balizador Trend, da Alloy Iluminação, tem como diferencial um sistema óptico especial com lente elíptica transversal que proporciona iluminação com facho de 150º de abertura, alcançando uma ótima eficiência luminosa e economia de energia. Com 10W e 821 lm de fluxo real, pode ser encontrado nas temperaturas de cor de 2700K, 3000K e 4000K. Conta ainda com IP 65, 30 mil horas de vida útil, SDCM ≤ 3 step e três anos de garantia.
balizadortrend.alloy.com.br
Lançamento do novo catálogo da Coleção Carimbó , da Attimo Iluminação, essas luminárias produzidas artesanalmente com aletas de madeira amarradas a mão por meio de nós podem ser encontradas em quatro versões: arandela, plafon e dois tipos de pendente. Nas versões arandela e plafon, são fixadas na parede ou no teto com haste fixa, já o pendente fica suspenso por cabo ou haste fixa. Compatíveis com lâmpada G95 (nas versões bulbo, leitosa ou defletora) e PAR30, estão disponíveis nos diâmetros de 50cm e de 70cm, mas há a possibilidade de customização para outras medidas.
attimoiluminacao.com.br
Equipado com fita COB de 10W (850 lm) ou 15W (1250 lm), a 2700K ou 3000K, sempre em 24V, o sistema Linnes, da Dessine Iluminação, permite a orientação e rotação completa de cada perfil, podendo ser projetado em diversas configurações com conectores especiais de alumínio anodizado preto. Os componentes de piso e parede possibilitam vários níveis de articulação, enquanto o componente de teto conta com ajuste de altura. O sistema completo pode ter única alimentação por parede ou teto.
dessine.com.br
Lançada durante a Haus Decor Show 2024, a luminária NEXUS, da Luminacril, foi projetada para realçar paredes e destacar a arquitetura e as texturas dos ambientes. Com o corpo inteiramente fabricado em alumínio injetado, pode ser encontrada com 15W, nas temperaturas de cor de 2700K, 3000K, 4000K e com ângulo de abertura assimétrico de 30º. Indicada para ambientes internos e compatível com protocolos DALI e 0-10, tem ainda como diferencial IRC>90.
luminacril.com.br
Com IRC>95, a Linha SOF, da Nordecor Iluminação, proporciona uma fidelidade de cor excepcional, realçando detalhes e transformando ambientes. As lâmpadas estão disponíveis nos modelos PAR20, PAR30, AR70, AR111, Dicroica MR16 e Minidicroica MR11, em diversas temperaturas de cor e ângulos de abertura de facho, incluindo algumas versões dimerizáveis.
nordecor.com.br
Da Redação
ENtrE os dias 19 E 22 dE março dE 2024 ocorrEu a segunda edição da Haus Decor Show, no São Paulo Expo, na capital paulista, com a participação de mais de 60 expositores dos setores de tintas e vernizes, iluminação e automação residencial e refrigeração. O evento, realizado simultaneamente à Expo Revestir, maior feira de revestimentos e acabamentos da América Latina, contou com a participação de mais de 70 mil visitantes
de 58 países, aumento significativo se comparado ao público da primeira edição, que ultrapassou os 39 mil visitantes.
O grande diferencial desta edição foi a criação do Pavilhão da Iluminação, que recebeu 22 expositores do setor, além de três empresas fornecedoras de telas tensionadas. “No final do pavilhão 7, havia um grande portal convidando todos os visitantes da Expo Revestir para conhecer o Pavilhão de Iluminação da Haus
Decor Show”, disse Alexandre Brown, diretor da Unidade de Negócios da NürnbergMesse Brasil.
Expositores
Para Wilson Sallouti, diretor da FASA Fibra Ótica, o Pavilhão de Iluminação criado nesta edição estava de alto nível: “Não apenas pela relevância dos players expositores no mercado nacional, mas pela elegância dos estandes, juntamente com um público altamente qualificado. Temos motivos para acreditar que a Haus Decor poderá se tornar um expoente em feiras de iluminação no Brasil”.
Alvaro A. Pagni Buzaid, diretor da Alloy Iluminação, também comentou sobre a criação de um pavilhão exclusivo para as
empresas fornecedoras de produtos de iluminação: “Na primeira edição, havia apenas três ou quatro fornecedores isolados no fundo do pavilhão. Este ano, já existiu uma área específica para iluminação com empresas de todos os portes”.
O gerente de marketing da Nordecor, Edinei Dutra, afirmou que a empresa teve uma experiência extremamente positiva na Haus Decor, desde a montagem do estande até o encerramento do evento: “A feira representou uma excelente oportunidade para apresentarmos nossos lançamentos, trocar experiências enriquecedoras e fortalecer nossa rede de contatos com profissionais do setor. A interação face a face com os visitantes permitiu não apenas apresentar nossas inovações, mas também entender melhor as necessidades
e expectativas dos profissionais, o que é fundamental para o nosso crescimento contínuo e inovação”.
David Aloy, diretor de marketing da Interlight, contou que a experiência nesta edição da Haus Decor foi extremamente positiva e superou as expectativas em termos de retorno sobre o investimento: “Foi a nossa estreia como expositores e uma decisão tomada após uma visita inspiradora ao evento no ano passado. A excelente estrutura, a organização impecável e as estratégias de captação bem definidas pela equipe organizadora nos proporcionaram a confiança necessária para investir. Estamos satisfeitos com os resultados e acreditamos que a Haus Decor é uma nova plataforma valiosa para se conectar com o mercado e destacar nossa marca”.
Segundo Eliane Muniz, diretora de Marketing da Save Energy, o projeto para o pavilhão de iluminação foi um dos diferenciais: “A edição de 2024 superou todas as nossas expectativas. Ter um pavilhão com luzes apagadas e apenas os estandes brilhando foi uma experiência incrível e enriquecedora, a qual pudemos dispor aos visitantes”.
A Studioluce aproveitou a oportunidade da feira para marcar o início de um novo posicionamento da marca e lançar produtos superinovadores. “Não tivemos nenhuma estratégia para alavancar negócios durante o evento, mas entendemos
que eles foram gerados de forma orgânica. Percebemos grande entusiasmo dos visitantes, entre lojistas e especificadores, com a variedade de marcas e novidades em produtos”, disse Lígia Nunes, gerente de marketing da empresa.
Para Donato Acordi, diretor da Accord Iluminação, o objetivo principal da empresa – a exposição da marca – foi totalmente alcançado: “Muitos profissionais especificadores nos visitaram, sendo que um percentual grande ainda não conhecia a Accord. Em alguns casos, conheciam as luminárias, mas não sabiam que eram da nossa marca”.
Público qualificado
Outra característica positiva apontada pelos expositores da Haus Decor foi a qualificação do público, fenômeno explicado pela realização do evento simultaneamente e no mesmo centro de exposições da Expo Revestir. “Recebemos muitos arquitetos, engenheiros, compradores e construtoras interessadas em conhecer os produtos apresentados”, afirmou Sergio de Almeida, diretor da Brasfor. Alex Leiser, diretor industrial da Power Lume, seguiu a mesma linha de pensamento: “O público desta edição demonstrou ser altamente qualificado, composto majoritariamente por arquitetos que desempenham um papel crucial na especificação e execução de projetos. Sua
presença é um reflexo direto do impacto que o evento tem no mercado, uma vez que os profissionais buscam inspiração e soluções apresentadas na feira para incorporar em seus trabalhos”.
O coordenador de vendas da Tensoflex, Gabriel Lopes, disse ter ficado bastante impressionado com o forte movimento de profissionais de diferentes segmentos que estiveram no estande: “Mesmo não sendo possível falar com todos os visitantes que nos procuravam ao longo do dia, foi possível perceber que se tratava de profissionais envolvidos em diversas áreas de negócios, como especificadores, lojistas, gerenciadores, engenheiros, entre outros”.
Giovani Roberto de Souza, líder comercial da Piero Control, lembrou que como nesta edição o número de visitantes aumentou bastante, a quantidade de interessados nas novidades do setor de áudio, vídeo e automação também seguiu essa tendência: “A maioria que passou pelo nosso estande era da área de arquitetura, decoração e construção civil procurando soluções no segmento de automação.
Muitos já sabiam do que se tratava e procuravam novos parceiros com novas soluções, como as que a Piero Control oferece”.
A realização da Haus Decor simultaneamente e no mesmo centro de exposições da Expo Revestir traz diversos benefícios, mas também um obstáculo: a falta de tempo para visitar os dois eventos. “O público era extremamente qualificado, pena que muitas caravanas não reservaram tempo para visitar a parte da iluminação e muitos passavam correndo pelo estande. Curiosos, porém preocupados com o tempo”, alertou Ana Francisca Yonamine, sócia-diretora da Alumiframe.
Visão do público
A arquiteta e lighting designer Carolina Ciola Fonseca, titular do Studio Ió Arquitetura & Lighting Design, disse ter se surpreendido com a edição de 2024: “Fui ano passado e fiquei surpresa com o evento este ano, principalmente pela entrada dedicada e separada só para iluminação. Os estandes se apresentaram mais elaborados e mais visuais, acredito que em razão de o público ser formado mais por arquitetos e designers, profissionais mais visuais”.
Para Flavio Schmidlin, lighting designer do Eazy Light, a Haus Decor pos-
sui grande potencial para se destacar no fluxo de feiras profissionais no Brasil: “Por ser um evento com foco na iluminação, gostei da possibilidade de fortalecer o networking e a parceria firmada com fornecedores já conhecidos que estavam no evento, bem como o encontro com outros profissionais colegas de profissão. A respeito do que foi exposto, achei muito interessante que alguns fornecedores estejam focando na miniaturização de fontes luminosas como tendência, além das tecnologias que estão sendo empregadas em telas tensionadas, que estão cada vez mais simples de se trabalhar. Por fim, algo que me chamou muito a atenção foi o cuidado com o espectro da luz que alguns fornecedores estão estudando e trazendo ótimas soluções”.
A lighting designer Lu Guerra afirmou ter gostado bastante do que viu na feira e também dos fornecedores presentes: “Muitos deles tiveram a preocupação de proporcionar interação para que pudéssemos conhecer melhor os produtos, afinal temos essa necessidade de pegar na mão, pois, às vezes, entendemos melhor dessa forma. Chamou-me a atenção o quanto estava bom andar pela feira, e não falo pela quantidade de gente, mas pela harmonia e beleza dos estandes, a disposição deles. Gostei ainda do tamanho do pavilhão e, talvez por isso, não eram estandes com tanta ‘cara de feira’”.
A edição 2024 da Haus Decor também trouxe uma novidade: o Ciclo de Palestras no Pavilhão da Iluminação. Foram três apresentações no dia 20 de março e outras três em 21 de março, com temas como iluminação inserida na arquitetura, desmistificando o LED, projetos de iluminação com uso de fibras óticas, luz no varejo, entre outras. “Palestrar é sempre uma excelente sensação de disseminar conhecimento e surpreender os participantes com soluções pouco conhecidas e cases não convencionais. Estar entre grandes amigos que também palestraram tornou o evento um bônus ainda mais gratificante, em especial por ter sido um conteúdo 100% didático e pedagógico”, contou Wilson Sallouti, um dos conferencistas. Lu Guerra, que também se apresentou no Ciclo de Palestras, enfatizou a importância de a grade contar com profissionais especialistas em iluminação compartilhando projetos desenvolvidos e mostrando que essa especialidade existe, mesmo ainda sendo pouco aproveitada e conhecida: “Estar com a sala cheia de profissionais, inclusive da própria área, para falar sobre a luz inserida nos projetos, foi incrível. Sinto que consegui mostrar um pouco da importância de olhar para a luz, de pensar nela inserida no todo, e não como algo à
parte que simplesmente é colocado para ‘acender’”.
Além do Ciclo de Palestras, alguns estandes trouxeram profissionais renomados para falar para seu público, como é o caso da Gaya, que contou com apresentações dos lighting designers Waldir Júnior e Nicole Gomes, e da arquiteta e empreendedora, Renata Pocztaruk; e da Power Lume, que proporcionou um batepapo com o lighting designer Antonio Carlos Mingrone, da Mingrone Iluminação.
Concorrência com a Expolux
O crescimento exponencial da participação de empresas do setor de iluminação na segunda edição da Haus Decor levanta a possibilidade de a feira se tornar uma concorrente direta da Expolux, tradicional feira da iluminação do Brasil. “Em nossa opinião corporativa, sim, de fato, já se tornou. Acreditamos que a Haus Decor abrangeu nichos que, como expositores, almejávamos há algum tempo. Reforçada por um evento forte e já tradicional que é a Expo Revestir, conseguiu trazer muitos
especificadores qualificados, sem deixar de lado a importância de atrair o lojista. A curadoria também conciliou tudo isso em um pavilhão que valorizou o produto dos expositores na preocupação com detalhes, como apagar as luzes gerais do pavilhão, e ainda promoveu um excelente simpósio de iluminação levando conhecimento e cultura para todos”, enfatizou Wilson Sallouti. De acordo com Alex Leiser e David Aloi, a data de realização da Haus Decor – início do ano – é estratégica para a indústria, pois permite que as empresas apresentem seus produtos e lançamentos com antecedência, de forma a explorar sua divulgação e comercialização durante todo o ano. “Na Haus Decor, os produtos lançados mantêm sua novidade e relevância por um período mais extenso, o que é crucial para o dinamismo do mercado, para manter o interesse dos clientes e preservar a indústria nacional no retorno de seus investimentos em produtos e inovação”, disse David. “A Expolux, por outro lado, ocorre mais próxima do final do ano, período em que lançamentos são menos comuns. A proximidade de datas
entre a Expolux e o LED Forum também cria um cenário de competição, com os eventos muitas vezes se sobrepondo e dividindo a atenção do público-alvo”, complementou Alex.
Donato Accordi, da Accord Iluminação, é mais incisivo em sua posição e acredita que a Haus Decor irá decretar o fim da Expolux: “A Expolux já está desgastada com os principais players do mercado de iluminação por não ouvir as suas reivindicações.
Além disso, os valores para a participação na Haus Decor são menores do que os cobrados pela Expolux, os expositores são mais qualificados e não há a presença de ‘barracas chinesas’ assediando o público e os próprios expositores”.
O lighting designer Ugo Nitzsche, da NTZ Iluminação Arquitetônica, também acredita que a Haus Decor está se tornando uma forte concorrente da Expolux: “Por ela ocorrer paralelamente à Expo Revestir, acaba atraindo um público maior. Também já ouvi reclamação de colegas falando que a Expolux abriu muito espaço para importadores chineses que pouco acrescentam aos visitantes e, por conta disso, prevejo que esse público preferirá algo mais enxuto, decorativo e com design do que módulos e chips LED em estandes com chineses que mal falam português. Acredito que uma maneira de a Expolux evitar a evasão de público é focar em palestras de bons profissionais de iluminação e investir pesado na divulga-
ção dessas palestras. Esse seria um ótimo motivo para esses visitantes comparecerem à feira e ela manter a sua importância”. Por outro lado, há quem acredita que as feiras possam coexistir e trazer benefícios para o mercado, como é o caso de Saul Harari, diretor da Luminatti: “Ambas as feiras têm muito a agregar e oferecem experiências diferentes”. Essa também é a visão de Lígia Nunes, gerente de marketing da Studioluce: “São feiras diferentes para públicos diferentes, e com intenções diferentes. Entendemos a Haus Decor como um evento de tendências para falar com o especificador como posicionamento de marca. Já a Expolux é uma feira direcionada a vendas e resultados comerciais imediatos”.
Haus Decor 2025
A terceira edição da Haus Decor já tem data marcada, de 11 a 14 de março de 2025, no São Paulo Expo, na capital paulista, e algumas empresas já garantiram presença, como a Tensoflex e a Mister LED. “As impressões foram muito boas, já estamos colhendo bons resultados devido a nossa participação na feira e já confirmamos nossa presença na Haus Decor 2025. Vale comentar que a organização precisa melhorar a infraestrutura do Pavilhão de Iluminação no que diz respeito ao ar-condicionado”, afirmou Leticia Menin Cerulli, gerente de marketing da Mister LED.
Iluminação marca elementos curvos da arquitetura e proporciona atmosfera agradável e fluida na We Coffee Ibirapuera
dEsdE a iNauguração dE sua primEira uNidadE, No bairro da Liberdade, na capital paulista, a We Coffee é um sucesso de público. É bastante comum aos fins de semana, e não somente neles, encontrar longas filas em suas unidades formadas por clientes que buscam consumir os cafés, chás, shakes pães e doces bastante coloridos e lúdicos, principal característica da cafeteria e também muito presente na cultura oriental, de onde a marca é oriunda.
A terceira loja da rede de cafeterias We Coffee, inaugurada no início de 2023, no bairro da Vila Nova Conceição, ao lado do Parque Ibirapuera, teve os projetos de arquitetura e iluminação assinados pela Pitá Arquitetura, que buscou proporcionar uma experiência diferenciada aos clientes da cafeteria. “A marca tem como características ambientes bastante brancos, então tivemos literalmente um papel em branco para criar, tanto no universo de arquitetura como no da iluminação”, contou Fernanda Tendolini, Head of Lighting da Pitá.
O principal desafio da arquitetura foi criar uma unidade agradável e fluida no empreendimento proveniente da união de dois imóveis. “Logo na entrada da unidade, há um jardim externo bem interessante, algo pouco comum em cafeterias, então quisemos trazer esses elementos da área externa também para dentro da loja com a inclusão de vegetação em algumas áreas. Também trabalhamos com muitos elementos curvos, como os arcos, caraterística marcante da logo da marca”, disse Fernanda.
O projeto de iluminação foi pensado totalmente integrado ao de arquitetura, principalmente com a intenção de marcar com luz linear os elementos curvos. “De forma geral, o conceito da iluminação foi criar algo leve, que trouxesse conforto aos usuários. Projetamos luz na medida certa, sempre em posição estratégica para que quem fosse consumir o produto estivesse em um espaço agradável. Todo o projeto está a 3000K para proporcionar acolhimento aos clientes e também gerar uma unidade visual na loja. Como os ambientes são todos brancos, caso variássemos
a temperatura de cor a luz se destacaria talvez de forma não tão positiva”, explicou a lighting designer.
A loja possui uma aprazível área externa logo na entrada – com bancos e um espelho d’água – e a ideia da arquitetura era que esse espaço fosse utilizado para a permanência dos clientes, seja consumindo ou apenas apreciando a paisagem. “Para isso, utilizamos fitas de LED de 4,8W/m e 624 lm/m criando linhas de luz abaixo dos bancos e nas paredes laterais, além de fita de LED de 18W/m e 1000 lm/m margeando o espelho d’água”, disse Fernanda. Vale lembrar que ao fundo da loja também foi criada uma área externa com uma mesa em um nível abaixo do piso, onde os clientes podem se reunir.
O pórtico de entrada é formado por dois arcos, um maior e outro menor, que é basicamente uma mimetização da logomarca da cafeteria. “Queríamos que o interno ficasse visível para quem está de fora, mas tam-
bém criar um elemento de interesse nessa entrada, por isso marcamos esses arcos com fitas de LED de 4,8W/m e 624 lm/m”, afirmou a lighting designer.
Balcão de atendimento e mesas
Logo após o pórtico de entrada, o cliente se depara à sua direita com o balcão onde ficam expostos os doces coloridos típicos da We Coffee. “A ideia da arquitetura era que logo na chegada o visitante já avistasse os produtos. Como eles estão em uma vitrine de vidro, tivemos cuidado em não utilizar luminárias no forro para não causar reflexos ou ofuscamento”, detalhou Fernanda. Para as áreas de tarefas dos funcionários atrás do balcão, a opção foi por embutidos no forro de 10W/45º e 650 lm. “Essas luminárias têm ótimo controle ótico e a luz delas não incide no expositor de vidro justamente para não causar reflexos”, lembrou a lighting designer. Ao fundo, onde são manuseados e produzidos os alimentos, foram aplicadas duas linhas lineares no teto com perfis de LED de 14,4W/m e 728 lm/m.
Perfis de LED de 22,5W/m e 2230 lm/m delimitam a área onde termina o pé-direito simples e se inicia o duplo, enquanto outros, de 4,8W/m e 624 lm/m, realçam o grande elemento curvo em relevo que abriga a logo da marca na parede ao lado da escada.
À esquerda, fitas de LED de 4,8W/m e 624 lm/m marcam tanto o pórtico de entrada, que é uma mimetização da logomarca da cafeteria, quanto os arcos que levam à área de piquenique.
Abaixo do balcão onde os produtos estão expostos, foram utilizados perfis de LED de 4,8W/m e 624 lm/m. “Essa solução cria um caminho de luz que convida os clientes ao fundo da loja e também serve como balizamento, uma vez que joga luz para o piso”, contou Fernanda. Na frente do balcão de atendimento estão posicionadas algumas mesas iluminadas por grandes luminárias suspensas, algumas em formato redondo e outras ovaladas, equipadas com perfis de LED de 14,4W/m e 1728 lm/m e fechamento em lona tensionada e acrílico. “A ideia de projeto como um todo foi gerar luz mais confortável, por isso escolhemos esses elementos com luz difusa”, disse a lighting designer, que complementou: “No andar superior, sobre um grande banco, utilizamos a mesma solução, porém embutida no forro e com fechamento em lona tensionada”.
Escada e pé-direito duplo
O espaço onde está a escada conta com um pé-direito duplo e um teto espelhado e ondulado. “Essa foi a parte mais desafiadora dos projetos, tanto de arquitetura quanto de iluminação, porque é um forro espelhado e martelado, cheio de ondulações. Ficamos na dúvida de como trabalharíamos com ele. Como instalar luminárias num forro com essas características? A solução foi a aplicação de perfis de LED de 22,5W/m e 230 lm/m em suas periferias. Tivemos o cuidado de não utilizar luz muito intensa para não gerar brilho exagerado nesse elemento”, explicou Fernanda.
No nível das mesas, a iluminação se dá de forma linear, com perfis de LED de 4,8W/m e 624 lm/m aplicados nas mercenárias atrás dos assentos. “O intuito dessa solução foi proporcionar luz mais
próxima das pessoas, dos clientes, para que pudéssemos não ter nada muito intenso no forro espelhado. Delimitamos ainda com perfis de LED de 22,5W/m e 2230 lm/m a área onde termina o pé-direito simples e se inicia o duplo”, contou a lighting designer.
O grande elemento curvo em relevo que abriga a logo da marca na parede ao lado da escada foi realçado por perfil de LED 4,8W/m e 624 lm/m. “Temos, ainda, uma claraboia no centro desse forro espelhado que recebeu em suas extremidades perfis de LED de 22,5W/m e 2230 lm/m. O grande protagonista deste espaço é o forro espelhado, mas não podíamos deixar a claraboia sem iluminação, por isso optamos por marcá-la de forma sutil”, disse Fernanda.
Área verde interna
No meio da loja, há dois grandes arcos que levam à área de piquenique, onde foram projetadas mesas baixas e
cadeiras com assento e encosto, no nível do piso, que receberam almofadas para maior conforto dos usuários. A marcação destes arcos se deu por meio de perfis de LED de 4,8W/m e 624 lm/m. “Pensando no conceito de trazer a área externa para dentro, criamos esses ambientes, sendo que um deles conta com um gradil onde posicionamos a vegetação. Acima do gradil, aplicamos projetores de 14W/48º e 1220 lm para criar sombras da vegetação no chão, como se os clientes estivessem em um parque ou embaixo de uma árvore”, explicou a lighting designer. Fernanda finaliza afirmando que os projetos aconteceram de forma muito harmônica, mesmo contando com muitos detalhes, tanto da arquitetura quanto da iluminação: “Existe uma suavidade que me encanta nesse projeto. A luz é extremamente confortável e está muito condizente com a arquitetura criada. Ele traz um conforto muito gostoso. É um cenário legal de estar e permanecer, que te acolhe, te abraça”.
Grandes luminárias suspensas, algumas em formato redondo e outras ovaladas, equipadas com perfis de LED de 14,4W/m e 1728 lm/m e fechamento em lona tensionada e acrílico, proporcionam luz confortável sobre as mesas.
Projeto de arquitetura: Ana Carolina Moraes, Giovanna Kolody e Vitor Zonderico/Pitá Arquitetura
Luminárias LED:
Lonas tensionadas: Vicente Latorre - Tela Tensionada
O CATÁLOGO LUMINÁRIAS E PROJETORES DE ALTA PERFORMANCE, da NOVVALIGHT, apresenta toda a sua linha de produtos com fotos, detalhes técnicos completos – inclusive datasheets e curvas fotométricas, além de indicação de aplicação de cada peça. No início da publicação, o leitor vai conhecer um pouco da história da empresa, de suas certificações, do laboratório de testes e dos segmentos atendidos. novvalight.com.br
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O 4º PANORAMA DA PARTICIPAÇÃO PRIVADA
NA ILUMINAÇÃO PÚBLICA é uma publicação da ABCIP (Associação Brasileira das Concessionárias de iluminação pública) que apresenta um retrato da iluminação pública no Brasil. Em 46 páginas, é possível se informar sobre como os estados enxergam iluminação de qualidade; de que maneira os estruturadores analisam o aperfeiçoamento da modelagem dos projetos; os impactos da expansão das PPPs na indústria de dispositivos e sistemas; e muito mais.
associacaoabcip.com.br
Em 155 páginas, a LLUM apresenta no CATÁLOGO 2024 toda a sua linha de produtos: Iluminação Linear, Luminárias, Garden, LLUMTech, Lâmpadas e Decorativo. Todas as peças contam com fotos e características técnicas, como tipo de material, potência, fluxo luminoso, temperatura de cor, entre outros. No início da publicação, há uma breve história da empresa, assim como uma página dedicada aos conceitos luminotécnicos.
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Estudo de casos sobre a forma técnica que a iluminação se apresenta em contexto curatorial
a lEitura da ilumiNação Em musEus E galErias como prática curatorial, onde podemos perceber a dinâmica que é adotada por essas instituições, desde a iluminação da fachada até o interior do ambiente, é o objeto do presente artigo, em que o estudo de casos é aplicado a um conjunto de Museus e Galerias, em uma análise dos seus contextos relacionados com a luminotecnia e exposição das obras de arte.
A iluminação é um dos elementos mais decisivos e, ao mesmo tempo, negligenciado. Decisivo, por quê? Porque se não houver uma boa iluminação em uma obra de arte, a iluminação não terá cumprido seu papel de destacar da melhor maneira possível as cores, as nuances e as emoções retratadas, e seu observador não terá o devido interesse em contemplar a obra. Negligenciado, por quê? Porque quando os organizadores de uma
exposição são incumbidos de exercer sua função, na maioria das vezes, eles deixam a iluminação por último, quando tudo está pronto em seu devido lugar, e não há mais orçamento disponível para arcar com uma boa iluminação.
É através da iluminação que podemos criar um clima ou tornar um ambiente funcional. Por isso, todo processo luminotécnico tem que ser acompanhado desde o início para não ocorrerem falhas. A iluminação nos dias de hoje, mesmo com todo o aparato técnico, ainda é muito incompreendida, uma vez que todos nós sabemos que ela existe, que está lá exercendo seu papel, nós a enxergamos, mas não a compreendemos. Tentamos explicar de maneira sucinta, mas sempre apontamos para uma característica básica de que é somente uma luz iluminando um ambiente, e tudo se torna vago diante da imensidão que ela proporciona para nós.
Tenho como objetivo demonstrar, através de análises fotográficas e visitas presenciais aos ambientes, a forma técnica que a iluminação se apresenta em um contexto curatorial e difundir o trabalho profissional de um especialista de iluminação. Diante desse cenário inexplorado, vou analisar a iluminação em Museus e Galerias.
Hoje em dia, existem tantos elementos luminotécnicos disponíveis no mercado, que não há mais desculpas para não ter uma boa iluminação. Dessa forma, podemos observar a importância de contratar um bom profissional especializado em luminotecnia e a relevância de um bom projeto curatorial, pois a luz devidamente implementada no ambiente, propicia uma boa observação da obra.
Um projetista especialista pode analisar o projeto em conjunto com o orçamento e ver quais itens podem ser substituídos, quais são dispensáveis e quais outras opções pode sugerir para aquele caso, adequando as necessi-
dades do projeto às do cliente. Em um Museu ou em uma Galeria, isso não é diferente, pois em todo o processo são disponibilizados orçamentos totais para uma exposição. E a iluminação é extremamente importante para esses casos mais específicos.
Quando analisamos a luz, temos que ter cuidado com a conservação e aumentar o processo curatorial, pois a lâmpada utilizada, se não for adequada, poderá ferir a obra de arte. E se a luz for devidamente implementada, ela permitirá revelar a autenticidade da obra de arte.
Antes de mais nada, temos que aprofundar no tema sobre a luz e a relação sobre a visão do espectador e o objeto a ser iluminado. Atualmente, vivemos em uma época na qual tudo gira em torno da cultura visual e da globalização. Os Museus e Galerias precisam criar estratégias para melhorar o envolvimento da nova geração tecnológica com a arte. Captar a atenção visual, a interpretação e a comunicação com o público é um desafio. Nessa hora, a iluminação tem um importante papel, pois com a luz adequada podemos destacar uma obra, criar vários ambientes, sensações e vínculos com o público.
As profissões das exposições
Dominique Poulot, historiador francês e professor de história da arte em Sorbonne Universidade, de Paris, citou em seu livro “Museu e Museologia” que alguns profissionais pouco conhecidos do público têm desempenhado papel considerável na fisionomia dos estabelecimentos contemporâneos. Seria impossível, portanto, superestimar o papel dos responsáveis pela iluminação, dos arquitetos/consultores e de outros especialistas que, por incumbência da diretoria dos Museés de France, prestam assessoria aos conservadores de Museu.
As literaturas museográficas publicadas ainda são amplamente semelhantes às do período entre as duas guerras: assim o conservador orienta a escolha das cores, texturas, iluminação das salas e vitrines, sendo responsável também pelo perfil das adjacências da instituição, pelas condições de seus acessos.
Em 1789, o Salon apresenta a primeira tentativa de iluminação zenital na perspectiva de uma experimentação museográfica. Podemos imaginar a dificuldade que havia na observação das obras de arte, seja pela iluminação que dependia das aberturas voltadas para o lado exterior para fornecer luz zenital ao ambiente, ou seja pela curadoria da época, onde as obras alcançavam alturas extremas e em grandes quantidades.
Museu de Arte Sacra –
Igreja Santo Alexandre (Brasil)
O projeto luminotécnico inicial foi assinado pelo lighting designer francês Jean François Hocquard. Na parte interna, a iluminação foi projetada com projetores de fibra ótica que não transmitem infravermelho (calor) e ultravioleta, oferecendo iluminação de qualidade sem danificar os objetos expostos sensíveis a estes raios. São projetores da marca Dedolight, onde o corte do facho de luz é preciso.
Na fachada principal, há somente um tipo de iluminação, com spots direcionáveis com lâmpadas halógenas PAR20 (Figura 1) em cada canto inferior das janelas, tanto na primeira quanto na segunda fileiras. Elas iluminam de baixo para cima, dando a impressão de estar “lavando” a janela com luz. Esse efeito de luz é denominado de uplight, é muito utilizado em fachadas, vegetações, colunas e paredes
Na iluminação interna do Museu, podemos perceber que foram utilizadas calhas eletrificadas de sobrepor com spots direcionáveis de fibra ótica
(Figura 2) em toda a sua extensão. Os spots possuem um regulador de foco, isso fez com que a iluminação ficasse extremamente focal.
Nos expositores de arte barroca, foram utilizadas barras com fitas de LED, voltadas para cima (Figura 3), proporcionando iluminação mais difusa de rebatimento. Nos expositores de prataria, a escolha foi por focos direcionáveis de fibra ótica e fita de LED embutida na parte da frente da vitrine voltadas para baixo.
Ainda analisando a iluminação, podemos perceber que foram criados diversos ambientes e sensações. Isso se deve ao fato de ter sido utilizada uma temperatura de cor e uma luminária específica para cada ambiente. Por exemplo, na área da prataria, o ambiente é todo escuro, e sua iluminação está toda na temperatura de cor de 6500K, com spots delicados e minimalistas, para não entrar em conflito com as peças de prata ali expostas.
Um ambiente pintado com cor escura absorve mais luz e necessita de mais iluminação em alguns casos. Por esse motivo, em algumas dessas vitrines foram acrescentadas fitas de LED embutidas para complementar a iluminação. A temperatura de cor de 6500K, independentemente de ter a mesma potência que outras temperaturas, passa a impressão de que ‘ilumina mais’, que é mais clara, por conta de ser próxima ao branco frio, mas é somente uma sensação visual. Esse tom mais claro, proporciona um brilho a mais à prata exposta, como podemos observar na Figura 4.
Nos ambientes em que estão expostos os santos, posicionados fora das vitrines, em plintos, podemos perceber uma iluminação mais neutra de 4000K. Esse tipo de luz foi projetado pelos spots eletrificados de fibra ótica, e sua precisão de foco faz com que as obras de arte tenham um recorte de luz, como se formasse uma moldura em volta delas (Figura 5).
Nos três tipos de ambiente, não há iluminação geral, toda a iluminação presente é utilizada especificamente para as obras de arte. Nas salas onde as paredes são claras, o piso é totalmente escuro, isso faz com que a obra de arte ganhe mais ênfase ao ser iluminada, podendo-se trabalhar o reflexo delas projetando na parede atrás delas. Nas vitrines isso não é possível, pois elas têm uma iluminação mais difusa, e algumas possuem vidro de ambos os lados. O vidro faz com que a luz seja dispersa, não concentrando-a nas vitrines em toda sua totalidade.
Vítor Vajão é o engenheiro eletrotécnico especialista em luminotecnia responsável atualmente pela iluminação do Museu São Roque. Ele atua como projetista de iluminação desde 1970 e exerce atividade na firma Vítor Vajão – Atelier de Iluminação e Eletrotecnia, Lda.
Na iluminação externa do Museu, podemos perceber três tipos de soluções, duas pontuais e uma geral. A primeira iluminação pontual são as arandelas de sobrepor que projetam foco de luz para cima em toda a extensão da fachada, posicionadas em cima das janelas inferiores. A segunda iluminação pontual são os focos de luz direcionáveis posicionados na janela central superior que iluminam estrategicamente a entrada e as duas faixas com o nome do Museu que ficam na parte superior, acima da porta. A iluminação geral está embutida no piso e ilumina toda a extensão da fachada através de uma barra de luz linear. (Figura 6).
Na iluminação interna do Museu, podemos perceber no primeiro piso três tipos de iluminação geral, uma pontual e duas gerais. A luz pontual é realizada através de trilhos eletrificados, alguns de sobrepor, outros de embutir, com focos direcionáveis de lâmpada halógena (Figura 7 e Figura 8). A primeira iluminação geral é realizada através de luminárias de embutir quadradas, aletadas, e com uma lâmpada fluorescente em cada (Figura 7). Fui informada pelo senhor da portaria que essa última iluminação não é muito utilizada, fica na maior parte do tempo desligada, sendo utilizada somente quando necessário, como no caso de limpeza ou reformas no ambiente. A última iluminação geral é em uma área específica onde há um corredor com arcos em vidro que possibilita a entrada de luz zenital durante o dia (Figura 8).
Galeria Azimute (Brasil)
“A Galeria Azimute é uma Galeria de arte contemporânea urbana existente desde dezembro de 2016, idealizada por mim e pelo meu sócio, o artista visual Almir Trindade. Idealizamos ela após a primeira exposição individual dele que se chamou Azimute, em agosto de 2016, em que trabalhei com a
curadoria e expografia. Nesse momento detectamos uma carência na cidade de Galerias que expusessem os artistas desse meio urbano contemporâneo, e Galeria que agregassem todos os meios. O fato de ela ser de fachada do espaço cultural Vila Container e ter uma ampla vitrine para a rua é proposital, para atingir e a arte atravessar mesmo os passantes da Av. Magalhães Barata, e ser receptiva para todos os públicos,
exposições por ela, 15 individuais e 3 coletivas, totalizando cerca de 50 artistas regionais”, disse Jade Jares.
A Galeria Azimute fica localizada em uma vila toda projetada em Containers. As dimensões da Galeria são de 6,55m² (3,10x2,40m), e ela conta com uma fachada em “L” toda de vidro, facilitando a entrada da iluminação natural no ambiente durante o dia (funcionamento das 9h às 20h, todos os dias)
Como iluminação artificial para atender o público noturno, projetamos trilhos eletrificados na cor preta, que acompanham a forma retangular da Galeria e, assim, iluminam de maneira uniforme toda a sua extensão com seus spots direcionáveis para lâmpadas PAR20 LED de 7W que giram em um ângulo de 180°.
dos que consomem arte até os mais leigos nesse setor. Tentamos cumprir esse papel fechando parceria sempre com artistas jovens, que estão muitas vezes iniciando sua vida na arte, fazendo sua primeira exposição individual. E levar essa arte de nossas e nossos artistas parceiros para outros meios também, como exposições externas que fizemos em parceria com locais que têm espaços culturais e festivais. Já passaram 18
Na parede de 2,40m, foram utilizados dois perfis de dois metros de cada lado, e nas paredes de 3,10m, quatro perfis, um lado com um perfil de 1m mais um perfil de 2m, e do outro lado a mesma medida e quantidade de perfis. Tudo interligado por conexões retas e conexões de 90º. (Figura 9)
Essa iluminação dos trilhos é permanente, porém bastante versátil, porque os spots podem correr por toda a sua extensão e, se houver necessidade, podem ser acrescidos mais spots. Constantemente é alterada a cor das paredes internas, até a disposição delas com drywall, então essa versatilidade ajuda na hora de montar novas exposições. Até os dias de hoje, esse tipo de iluminação atendeu as necessidades da Galeria em suas exposições.
A iluminação externa foi adquirida posteriormente em um site pelos proprietários, mas a iluminação interna foi toda fornecida pela empresa Rezende’s, na qual eu era arquiteta e lighting designer na época e já havia desenvolvido outros projetos em parceria com a Jade Jares e Almir Trindade.
Na iluminação externa da Galeria, há somente um tipo de iluminação difusa,
projetada por arandelas de sobrepor. Essas arandelas possuem um estilo náutico, que além de funcionais e decorativas, têm tratamento próprio especial na sua fabricação para serem utilizadas na área externa, como pintura eletrostática com IP65 e vidro blindado (hermeticamente selado) para suportar as intempéries às quais estarão sujeitas (Figura 10).
A Galeria Arca Gallery, fica situada dentro do Hotel The One Palácio da Anunciada, o acesso é feito pelo Hotel, então não possui uma fachada própria para avaliarmos. Após passar pela recepção do Hotel, temos uma entrada à direita que nos leva direto para a Galeria. A Arca Gallery possui quatro salas de exposições, totalmente iluminadas por sancas e por perfis de alumínio instalados nas paredes com luminárias de haste flexível para lâmpadas MR16 LED (Figura 11). Nas esculturas, também há uma luminária de haste flexível presa por uma garra estilo “bico de pato” (Figura 12).
Na terceira sala, há uma luminária diferente de todas as outras, trata-se de uma arandela de sobrepor de rebatimento extremamente moderna que, no contexto em que se encontra, parece fazer parte da exposição (Figura 13).
Antes de chegar na terceira sala, há um corredor totalmente iluminado com uma sanca e um plafon, sem nenhuma iluminação pontual como nos outros ambientes, somente luz geral e difusa, isto se deve ao fato de ser somente um ambiente de passagem.
Além do espaço reservado para a Galeria, o Hotel dispõe de espaços no seu interior que são decorados com as obras de arte cedidas pela Galeria. Todas as peças devidamente etiquetadas e prontas para venda.
A Galeria possui cores claras, que refletem a iluminação, por isso suas lumi-
nárias são bem minimalistas, além disso, a primeira sala na entrada possui um enorme janelão, que favorece a entrada da luz zenital (Figura 14).
“Uma
boa iluminação levanta uma arquitetura medíocre, e uma iluminação ruim acaba com o melhor projeto”.
Oscar Niemeyer
14
A proprietária e curadora da galeria, Gretta Balin, me informou que toda a iluminação instalada é em LED, com design moderno e sofisticado, e foi fornecida pelo hotel. A empresa responsável pela execução foi a Quadrimovel.
Após o estudo realizado sobre a Iluminação em Museus e Galerias, observamos que a iluminação independentemente de ser em um Museu ou em uma Galeria, em Portugal ou no Brasil, possui etapas a serem concluídas. O processo de desenvolvimento de um projeto tem que ser acompanhado por profissionais, no caso, os lighting designers e os curadores da exposição.
Além dos projetos em conjunto, é preciso realizar visitas “inloco” para analisar o espaço e apontar situações que não são visíveis nas plantas ou nas fotografias; analisar orçamentos para chegarem à um denominador comum e viável para todos os envolvidos; escolher os materiais a serem utilizados, assim como toda a especificação dos produtos apontadas nas plantas para facilitar na hora da instalação. E após a finalização do trabalho, planejar manutenções recorrentes para manter o funcionamento em ordem.
A forma de trabalhar com a iluminação em Museus no Brasil é bem similar com as formas de trabalhar a iluminação em Museus aqui em Portugal, acredito que seja pelo fato de o Brasil ter sido colônia de Portugal e muitos costumes ainda são presentes, assim como podemos perceber obras de arte no Museu de Arte Sacra de Belém da época da coroa.
E por último, frisar que o trabalho de grandes profissionais da área da luminotecnia, seja em Portugal ou no Brasil, possuem sua forma de atuar, seus conhecimentos e experiências profissionais para desenvolver um projeto à sua maneira.
Com relação as luminárias, cada região tem um produto específico a ser utilizado, uma determinada marca, mas
que utilizados corretamente, podem alcançar os efeitos necessários na iluminação. Lembrando que devemos ficar atentos à qualidade do material utilizado e as especificações do produto, para não ter problemas futuros com deterioração das peças, da pintura, e problemas na manutenção ou no pós-venda. O mesmo se aplica às lâmpadas. É preciso buscar marcas responsáveis, que não alterem a qualidade da luz, a cor, e que não sejam prejudiciais aos seres humanos e ao meio ambiente. Acima de tudo, procurar ser um profissional com escolhas conscientes para o bem de todos e do nosso planeta.
Ana Laura Carmelita Machado É Arquiteta, Lighting Designer e Curadora. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Unama – Universidade de Amazônia (2012). Pós-Graduada em Master Arquitetura e Iluminação pelo IPOG (2017). Mestrado Bolonha em Crítica, Curadoria e Teorias da Arte pela FBAUL - Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2022). Participou do concurso de expressão artística FERTILID’ART com a obra “Vênus Amazônica” representando a FBAUL (2020). Curadora e Design de Luz na Exposição “Aristides de Sousa Mendes – Razões de Humanidade” (2022/2023), em Portugal. Participou do concurso “Novos Talentos FNAC 2024” com as obras “Voo de Liberdade” na categoria Ilustração (2024), em Portugal. Atualmente frequenta o doutorado em Belas Artes na FBAUL – Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
Luminárias minimalistas e conceito de reflexão dão o tom à iluminação de residência em Nova Lima
localizada Em um coNdomíNio rEsidENcial, rodEado pEla natureza no município de Nova Lima (MG), esta residência –com mais de 700 metros quadrados, foi projetada pela arquiteta Ângela Roldão para ser bonita e funcional a partir de uma estrutura simples e racional de concreto aparente com fechamento em vidro. O projeto foi premiado com o Prêmio Building of The Year 2023, da ArchDaily.
A Casa de Concreto, como foi batizada, possui dois pavimentos, sendo o primeiro, onde estão os espaços de serviço e lazer – sala de televisão e uma grande área externa de convívio e lazer com piscina; e o segundo pavimento, composto pelas salas de jantar, estar, estar íntimo, lavabo, cozinha e escritório, além de um exuberante pátio externo central, entre as salas, com uma jabuticabeira ao meio.
O projeto de iluminação da Casa de Concreto foi assinado pela lighting designer Junia Carsalade, que utilizou luminárias minimalistas e o conceito de reflexão.
“Como toda a casa é de concreto, teto, pisos e paredes, optei por trabalhar com a luz rebatida por meio de perfis de LED, ora no piso, ora na laje. Também utilizei pontos focais para destaque de obras de arte e das circulações”, contou Junia.
Primeiro pavimento
A iluminação do hall de entrada, da área de estar, da cozinha gourmet e da varanda, foi toda realizada por luminárias cilíndricas sobrepostas na laje equipadas com lâmpadas AR70 de 7W a 2700K. “Optamos por padronizar todas as luminárias nas cores cinza ou preta para manter uma unidade visual e também para conversar com o concreto”, disse a lighting designer.
Na sala de TV, a iluminação geral se mantém com as luminárias cilíndricas sobrepostas na laje. Quatro peças do mesmo modelo também foram instaladas na parte superior da TV, atrás de uma viga. “Essa aplicação valoriza a parede deste recuo,
dando uma impressão tridimensional e marcando a textura do concreto. Também tive muito cuidado em não utilizar luminárias sobre o sofá para não haver pontos de luz incomodando o espectador”, lembrou Junia.
Ao lado da varanda, há um grande muro que a lighting designer decidiu valorizar por meio de fita neon LED de 10 W/m a 3000K aplicada na pingadeira: “Deu um efeito bastante bonito, valorizando a arquitetura”.
Pavimento superior
O vão da escada de acesso ao pavimento superior – com pé-direito duplo – recebeu um belo pendente assinado por Ingo Maurer para iluminação difusa. Já a iluminação geral do segundo pavimento se dá por reflexão através de perfis de LED de 10W a 3000K embutidos no piso perifericamente em todos os ambientes: salas de estar e jantar, terraço, suítes, estar íntimo e escritório. “Os ambientes são integrados, então essa luz do piso rebate na laje de concreto e os ilumina por reflexão. Além disso, como os perfis estão instalados contornando os ambientes da casa, também
À esquerda, luminárias cilíndricas sobrepostas na laje equipadas com lâmpadas AR70 de 7W a 2700K iluminam o hall de entrada, a área de estar, a cozinha gourmet e a varanda. Abaixo, vão da escada com belo pendente assinado por Ingo Maurer para iluminação difusa.
funcionam como luz de fachada, realçando os brises externos e o conceito arquitetônico”, lembrou Junia.
No terraço, a lighting designer valorizou a jabuticabeira com um embutido de solo de 5W a 3000K: “Para os dois nichos ao fundo, com ervas e temperos que servem à cozinha, usei fitas LED neon LED de 7W a 3000K. Também dei destaque nas duas colunas laterais dessas jardineiras com spots de 5W a 3000K e IP65 aplicados como arandelas”.
Ainda de acordo com Júnia, o proprietário da casa possui diversas peças de arte da cultura oriental, como esculturas, quadros e tapetes: “Por conta dessa peculiaridade, lançamos mão de trilhos eletrificados sobrepostos na laje e equipados com spots com AR 70 de 7W a 2700K para criar ogivas bem marcadas nas obras e também auxiliar na iluminação da mesa de jantar”.
Suítes
Um perfil de LED de 19,9W a 3000K, de sobrepor, faz a iluminação geral tanto do corredor de acesso às suítes quanto das próprias suítes. “Solução esta que ilumina
À esquerda, perfis de LED de 10W a 3000K embutidos no piso para iluminação geral por reflexão, enquanto trilhos eletrificados com spots com AR 70 de 7W a 2700K destacam as obras de arte. À direita, jabuticabeira do terraço iluminada por embutido de solo de 5W a 3000K, além de fitas LED neon de 7W a 3000K nos nichos com ervas e temperos.
muito bem o closet da suíte master”, lembrou a lighting designer.
O banheiro da suíte master recebeu, acima da pia, um perfil de sobrepor com fitas de LED de 19,9W/m, além de quatro luminárias cilíndricas de 5W a 3000K sobrepostas lateralmente na laje, sendo duas de cada lado. “Sobre a banheira freestanding, também utilizamos um pendente com a assinatura de Ingo Maurer para uma ambientação mais acolhedora”, disse Junia.
Paisagismo
As palmeiras presentes na parte central da residência foram valorizadas por projetores no solo de 10W a 3000K. “Criamos ainda um efeito muito bonito na escada aplicando perfis de LED de 7W a 3000K na parte inferior de cada um dos degraus, que serve como um convite para adentrar à Casa de Concreto”, finalizou a lighting designer.
Projeto de arquitetura: Ângela
Colaboradoras do projeto de arquitetura:
Luminárias: FAS Iluminação, Interlight,
Fornecedores: Templuz e FAS Iluminação.
Como você começou a trabalhar com iluminação?
Costumo dizer que comecei a trabalhar com iluminação por destino. Sou engenheiro eletricista de formação e assim que saí da faculdade abri um escritório de projetos complementares com colegas do curso. Passados alguns anos, surgiu um projeto luminotécnico de um apartamento decorado para fazermos, e digo que a partir daquele momento fui picado pelo mosquito da iluminação. Gostei tanto que me especializei, abrindo a Apollo Iluminação algum tempo depois.
Você é sócio-fundador da Apollo Iluminação. Quais as maiores dificuldades em empreender no mercado de projetos de iluminação?
Empreender no Brasil, seja em qualquer área, não é fácil. Não aprendemos sobre isso na escola e muito menos na faculdade. Porém empreender é para quem realmente gosta, e eu nasci para isso. Vejo que a nossa maior dificuldade no mercado de iluminação é convencer o cliente da necessidade de um profissional específico para isso, principalmente aqueles que nunca contrataram o serviço e estão acostumados com os projetos de pontos de iluminação supersimples e genéricos. Quando o contratante conhece o trabalho de um projetista de iluminação entende que um projeto luminotécnico vai além de simples distribuição de luminárias, engloba conceitos, técnicas e cálculos que vão agregar e aumentar o nível do empreendimento dele.
Como vai o mercado de iluminação na área de projetos em Curitiba?
O mercado de projetos luminotécnicos na cidade de Curitiba está crescendo,
Empreender é para quem realmente gosta e eu nasci para isso
Entrevista concedida a Erlei Gobi
porém noto que ainda em uma taxa menor que em outras cidades até menores. O mercado – principalmente de profissionais especialistas neste ramo – em Curitiba é pequeno, e percebo que isso faz com que esta área ainda se desenvolva menos. Entendo que quanto mais players bons no mercado regional, mais este mercado é alavancado, criando demandas e vontades de contratações deste tipo de projeto.
Quais foram os trabalhos mais importantes da sua carreira até hoje?
Acredito que tenho alguns projetos importantes que se tornaram um marco
na minha carreira. O primeiro é o projeto das áreas comuns do Edifício Yachthouse By Pininfarina, em Santa Catarina (Veja aqui a matéria publicada na Lume Arquitetura). Tenho ele como um trabalho importante porque me formou como profissional pela dificuldade que foi projetar, pois tive que aprender de tudo um pouco para finalizá-lo. Mas também não posso deixar de citar o projeto Horizont, vencedor do LIT – Lighting Design Awards em 2023, que marca a consolidação da Apollo no mercado brasileiro
Você faz parte de alguma associação?
Por quê?
No momento, apenas sou registrado no CREA por ser um profissional vindo da engenharia. Ainda não faço parte de nenhuma associação específica de iluminação. Isso até é um dos meus objetivos pessoais, aproximar-me mais de colegas da iluminação, comparecendo em eventos, fóruns e feiras. Assim, acredito que será questão de tempo até fazer parte de alguma entidade.
Além da iluminação, quais são suas outras paixões?
Quem me acompanha sabe que sou apaixonado por esportes, principalmente corrida e futebol. Não posso deixar de ir ao estádio ver o meu time (Athletico-PR) jogar toda semana. Mas tenho algumas outras paixões um pouco peculiares que nunca imaginei, como gostar de dar aula (sou professor de projetos de iluminação e Dialux em uma escola de profissões, em Curitiba) e também degustar Charutos (tenho um clube de charutos no qual fazemos eventos e degustações com colegas de todas as áreas).
Em 2014, quando comecei a lecionar sobre lighting design, percebi que há muitas maneiras pelas quais um indivíduo pode chegar à prática do design de iluminação. Para alguns, é resultado do estudo e treinamento em arquitetura ou design de interiores. Para outros, é um caminho de engenharia, mas ainda existe quem descobre a iluminação através de atividades artísticas, entre outras. A questão então é: Seja através de meios acadêmicos formais ou por buscas individuais, como educar para se trabalhar com iluminação? Como você prepara e treina alguém para ser um lighting designer?
A resposta a esta questão reside numa compreensão clara do conhecimento e dos valores que devem ser incutidos num indivíduo para ser um profissional devidamente informado em lighting design. Estes devem incluir consciência técnica, bem como uma compreensão profunda da fisiologia humana, além de referências sociais, estéticas, culturais, históricas e artísticas. Além disso, a rápida evolução da tecnologia de iluminação com a introdução de sistemas LED, iluminação inteligente e sustentável, e a temida ou amada inteligência artificial requerem uma atualização constante do currículo e dos métodos de ensino.
No cenário da educação em rápida evolução, as tendências de design desempenham um papel fundamental na definição da forma como os alunos aprendem, os professores ensinam e as instituições funcionam. Nesta arena dinâmica, centralizar as necessidades do aluno durante o processo criativo não é mais uma mera opção – é imperativo! A procura por especialistas em iluminação está aumentando; o projeto arquitetônico é cada vez mais complexo à medida que a tecnologia avança; a consciência social e o interesse pelos fatores de saúde humana estão sendo mais considerados; a incorporação da iluminação natural e de outras práticas de design sustentável está crescendo; assim como temos critérios mais rigorosos para a regulamentação energética. Portanto, hoje, a comunidade de profissionais em iluminação tem a oportunidade de pensar além das arenas tradicionais de design e de criar potencialmente novos modelos interdisciplinares.
Na última década, houve algumas reuniões de educadores em iluminação realizadas durante feiras, como Euroluce e Light + Building, das quais pude participar das discussões com o objetivo de debater o estabelecimento de um currículo universal que pudesse servir de guia, independentemente dos requisitos específicos de uma determinada escola ou sistema educacional de um país.
A educação eficaz em iluminação requer um ambiente de aprendizagem onde os alunos sejam obrigados a desenvolver as suas competências estéticas e técnicas, que são necessárias para tomar boas decisões em todas as fases, desde a concepção até à ocupação do local. Espero que no futuro possamos formalizar padrões consistentes entre instituições e a prática para garantir que os graduados tenham um conhecimento fundamental em comum sobre luz, iluminação e seu maior impacto na sociedade.
Para superar esses desafios e aproveitar essas oportunidades, é crucial que adotemos uma abordagem colaborativa e inovadora. Parcerias entre instituições de ensino e empresas do setor, programas de estágio e oportunidades de aprendizado prático podem enriquecer significativamente a experiência educacional dos alunos. Acredito que estamos atualmente vivendo um momento único na evolução da nossa jovem profissão e temos uma oportunidade extraordinária para catalisar positivamente o nosso futuro se forem tomadas, agora, decisões cuidadosas em relação à educação para que a nossa profissão evolua de forma que ganhe respeito e tenha contribuição social paralela a outros campos profissionais e criativos, pois temos que definir os nossos objetivos para além de uma prática diária, para uma profissão reconhecida.
Helena Conelian Gentili Arquiteta ítalo-brasileira que atua como consultora de iluminação no Brasil e no exterior com prêmios e reconhecimentos internacionais. Sua experiência de mais de 15 anos na área de design de iluminação envolve o setor público e privado. Atualmente é diretora do HGLD, escritório de design de iluminação com sede em Florianópolis (SC) e filial em Milão, na Itália. Ela também é a principal consultora de iluminação da Ivorysense, empresa de soluções integradas em Bangalore, na Índia. Nos últimos anos, é professora adjunta do Mestrado em Lighting Design & Led Technology no Politecnico di Milano e foi convidada como palestrante em seminários e workshops internacionais e nacionais.
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