1 minute read

Aline Bischoff

Aline Bischoff Osasco/SP

Fantasma Alado

Advertisement

I Gélido arrepio a percorrer, Inocuamente teu frêmito ser, São meus lábios perjuros Perpassando os teus, puros.

Em teus dormentes anseios murmuras... Entorpecida em devaneios sussurras Sofregamente, o longínquo nome meu, Sem conceber que cá estou ao lado teu.

Lá fora, a fantasmagórica Lua Observa com resvalado desdém. É que tua formosa espádua nua, Mais candura que a dela detém.

Oh, morte! Oh, destino inefável! Que de minha amada me roubaste, De modo imprevisível e inevitável, Quando minha sucinta vida ceifaste.

II Ainda no seio da juventude, Despejaste teu pernicioso fel, No cálice da minha plenitude, Cobrindo-me com tétrico véu.

À eternidade, prematuramente malogrado, Quando unido a ti em vida quisera eu estar. Sem teu amor, perpetuamente amaldiçoado, Um miserável condenado a esmo vagar...

Desde então, lamento pelos ares, Sigo em vão ao oco firmamento, A sonhar com o fausto momento, De aportar ignoto em teus mares.

Enquanto ditosa hora não se faz, Sou teu errante fantasma alado, Teu infante amado obcecado, Que só ao teu lado alcança paz!

https://www.facebook.com/AlineBischoffArtes